Catedral Metropolitana de Montevidéu |
A
atual Catedral tem suas origens ligadas à antiga Igreja Matriz de Montevidéu, construída no início do século XVIII,
durante as obras de fortificação do Porto
de Montevidéu realizadas pelo governador espanhol em Buenos Aires à época do reinado de Filipe V da Espanha. Durante as obras, realizadas com mão de obra de índios Tapes
trazidos das missões jesuíticas, foi erguida uma primeira igrejinha muito
modesta, considerada antecessora histórica da atual Catedral. Os planos da
cidade, desenhados pelo engenheiro Domingo Petrarca e ampliados posteriormente
por Pedro Millán, previam a construção da Matriz de Montevidéu, assim
como o Cabildo, na praça principal da nova cidade (atual Plaza de la
Constitución). Assim, já nos anos 1730 foi construída uma Igreja matriz de
tijolos na praça principal, inaugurada em 1740. Destes primeiros anos de
história da Matriz preserva-se a Imagem de Nossa Senhora da Fundação (Nuestra Señora de La Fundación),
venerada hoje na Capela do Santíssimo
Sacramento da Catedral atual.
Catedral Metropolitana de Montevidéu |
Nave da Catedral Metropolitana de Montevidéu |
Essa
primeira Matriz ruiu parcialmente em 1788, transferindo-se os ofícios
religiosos à antiga igreja dos jesuítas da cidade. Decidiu-se então pela
reconstrução da nova Matriz, no mesmo local, seguindo um traçado muito mais
amplo e ambicioso, o que deu origem ao atual edifício da Catedral de Montevidéu. A pedra fundamental foi lançada em setembro
de 1790, não sendo conhecido exatamente quem foi o autor do projeto.
Considera-se provável que os planos iniciais tenham sido encarregados ao engenheiro-militar
português José Custódio de Sá e Faria, à época a serviço da Coroa Espanhola.
Inicialmente a direção das obras foi confiada ao engenheiro espanhol Jose del
Pozo y Marquy e posteriormente a outro espanhol, Tomás Toribio, arquiteto
formado na Academia de San Fernando de Madri e autor do edifício do Cabildo
de Montevidéu, localizado na praça em frente à Matriz. É provável que
Toribio tenha feito modificações no projeto inicial.
Nave da Catedral Metropolitana de Montevidéu |
Pia Batismal da Catedral Metropolitana de Montevidéu |
A
nova Igreja Matriz de Montevidéu foi
inaugurada em 1804, faltando-lhe as torres e outros detalhes. A inauguração foi
presidida por várias autoridades, incluindo o Bispo de Buenos Aires
Benito de Lué y Riga, último dos bispos coloniais da Região Platina. Estilisticamente a
Igreja filia-se à arquitetura neoclássica, especialmente no que se refere à
fachada principal. A planta da Igreja é de três naves com transepto e cúpula
sobre o cruzeiro, um modelo semelhante à de igrejas de influência jesuítica da
região. A igreja, ainda inacabada, foi danificada pelo fogo de artilharia em
1807, na época da invasão inglesa do Rio de La Plata. As duas torres que
flanqueiam a fachada só foram terminadas na década seguinte, por volta de 1818.
Entre as grandes personalidades que visitaram a cidade e a sua Matriz no século
XIX destacou-se o do futuro Papa Pio IX, que ali esteve em 1824. Em 1858
foi feita uma grande reforma pelo arquiteto Bernardo Poncini, que modificou a
fachada principal. Mais tarde, em 1870, elevou-se a Igreja a Basílica, reconhecimento
de sua relevância religiosa e cultural. Em 1878, com a criação da Diocese de Montevidéu, transformou-se
em Igreja Catedral e, em 1897, pelo Papa Leão XIII, em Catedral Metropolitana. O edifício foi restaurado em 1903 e na
década de 1940, retirando-se algumas modificações de Poncini. Nessa época foi
instalado um relevo escultório de José Belloni no frontão da fachada,
representando a investidura de São Pedro por Jesus Cristo.
Detalhe do Altar da Catedral Metropolitana de Montevidéu |
Não
se esqueça de prestar atenção na cúpula e nas telhas dentro. Na Matriz
celebraram-se os principais atos históricos da história do Uruguai. Nela deu-se a benção da primeira bandeira e o juramento da
primeira constituição. Existem várias obras de arte religiosas feitas por
artistas nacionais, José Luis Zorrilla de Sant Martín e Juan Manuel Blanes. A
nave em arco e o altar é folheado a ouro. No altar lateral tem uma imagem da
santa padroeira do Uruguai, Nossa
Senhora dos Trinta e Três. Nela se encontram sepultados os arcebispos e bispos
de Montevidéu, além de outras
autoridades eclesiásticas, civis e militares. Entre as obras de arte do
interior do templo salienta-se hoje o Mausoléu
do Primeiro Arcebispo de Montevidéu, Monsenhor Mariano Soler. A Catedral Metropolitana fica aberta aos turistas de segundas-feiras
a sextas-feiras no período da tarde para fotografias. Aos sábados e domingos se
celebra missa, então a entrada não é permitida para turistas fotografarem. Com
incríveis torres gêmeas, a Igreja Matriz é um dos lugares mais fotografados da Ciudad Vieja, onde você pode tirar
ótimas fotos de sua fachada e seu interior.
Mausoléu em homenagem a Monsenhor Mariano Soler |
A Catedral
Metropolitana de Montevidéu fica de frente para a Plaza de la Constitución,
no centro da Ciudad Vieja de Montevidéu. Há pontos de ônibus nas
proximidades, e a Catedral fica a uma curta caminhada de outras atrações
importantes da cidade. Entre elas, estão o Palacio Salvo e o Mercado
Del Puerto. Combine sua visita com um passeio pela Peatonal Sarandí.
A rua para pedestres inclui marcos da cidade, galerias de arte, cafeterias e
vendedores de produtos artesanais de rua. A Catedral fica aberta de segunda a
sexta-feira. Ela continua sendo um local de adoração, por isso, espera-se que
os visitantes se vistam adequadamente permaneçam em silêncio.
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