Portal da cidade |
Joinville é um
município localizado na região nordeste do Estado
de Santa Catarina. É o município
mais populoso do Estado, à frente da capital Florianópolis e o terceiro da Região
Sul. A cidade possui um elevado Índice
de Desenvolvimento Humano (IDH)
entre os municípios brasileiros, ocupando a 21ª posição nacional e a quarta
entre os municípios catarinenses. Joinville
ostenta os títulos de “Manchester
Catarinense”, “Cidade das Flores”,
“Cidade dos Príncipes”, “Cidade das Bicicletas” e “Cidade da Dança”. É ainda conhecida por
sediar o Festival de Dança de Joinville,
a Escola do Teatro Bolshoi no Brasil e o Joinville Esporte Clube. Além da
língua nacional, o português,
outros idiomas originados na Europa são falados por alguns moradores e
integrantes da população joinvilense com um pouco mais de idade: dentre eles, o alemão e o italiano.
Moinho na entrada da cidade |
Os
registros dos primeiros habitantes da região de Joinville datam de 4.800 a.C. Os indícios de sua presença
encontram-se nos mais de 40 sambaquis e sítios arqueológicos do município. O homem
de sambaqui praticava a agricultura, mas tinham na pesca e coleta de moluscos
as atividades básicas para sua subsistência. Índios Tupis-guaranis
(especialmente Carijós) ainda habitavam as cercanias quando chegaram os
primeiros imigrantes europeus. No século XVIII, estabeleceram-se, na região,
famílias de origem portuguesa, com seus escravos negros, vindos provavelmente
da Capitania de São Vicente (hoje Estado de
São Paulo) e da vizinha cidade de São Francisco do Sul. Adquiriram lotes
de terra (sesmarias) nas regiões do Cubatão,
Bucarein, Boa Vista, Itaum, Morro do Amaral e aí passaram a
cultivar mandioca, cana-de-açúcar, arroz e milho, entre outros produtos.
Museu Nacional de Imigração e Colonização |
O
primeiro nome da cidade foi Colônia Dona
Francisca, cuja história se iniciou quando a princesa Francisca de
Bragança, irmã de Dom Pedro II do Brasil,
casou-se em 1843 com o príncipe francês François Ferdinand Phillipe, recebendo
este o título de Príncipe de Joinville. O nome da cidade foi mudado
para Joinville, em homenagem ao
príncipe, que recebeu aquelas terras como presente de casamento. Uma residência
de verão foi construída para abrigar o príncipe e a princesa de Joinville, com um caminho de palmeiras
em frente à casa. Entretanto, nenhum dos dois chegou a conhecer a cidade. Em
1848, o casal negociou as terras, pelo menos em parte, com a Sociedade Colonizadora Hamburguesa,
pois o pai de François, o Rei da França
Louis Felipe havia sido destronado e a família encontrava-se em dificuldades
financeiras. A casa que foi construída para os príncipes atualmente é o Museu Nacional de Imigração e Colonização
– Palácio dos Príncipes de Joinville,
e a via à sua frente tornou-se a Rua das
Palmeiras, hoje ponto turístico da cidade.
Joinville vista do Mirante do Morro da Boa Vista |
O
empreendedorismo dos imigrantes alemães, suíços e noruegueses deu continuidade
ao seu crescimento, tornando Joinville
uma das maiores potências da região. A malária, doença desconhecida na Europa, foi causa de morte de muitos
dos destemidos colonizadores. Porém, a imigração andou para frente de qualquer
maneira com a chegada de novas levas de alemães e Joinville progrediu muito devido a isso e em 1858 se elevou à
categoria de Freguesia. A cidade foi criada ao mesmo tempo em que Blumenau (segunda metade do século
XIX), com grupo étnico igual ao da sua cidade contemporânea. O povo alemão, que
veio de uma região com baixas temperaturas para um país com temperaturas
elevadas, impôs sua determinação na construção da cidade conhecida pela sua
população trabalhadora e pelas indústrias metalmecânica, de tecidos, de
alimentos, softwares, eletrodomésticos, computadores, máquinas etc. Se a
agricultura era a fonte de renda que predominava nos primórdios de Joinville, na atualidade mais de 100
indústrias do município são a sua principal atividade econômica.
Mirante do Morro da Boa Vista |
O Rio Cachoeira
passa pelo centro da cidade e desemboca na Baía
de Babitonga. O município ainda conta com extensas áreas de manguezais. A
cidade é em geral plana, situando-se ao lado da Baía de Babitonga – um dos atrativos naturais do município,
ocorrendo algumas elevações conforme se vai afastando. Há montanhas elevadas em
torno da cidade. A área em torno do Rio
Cachoeira é quase toda urbanizada, mantendo alguns manguezais preservados.
O ponto culminante é o Pico Serra
Queimada, com 1.325 metros de altitude, na Serra Queimada. A vegetação em torno da cidade e nos morros em sua
área urbana é constituída por remanescentes da Mata Atlântica. O Mirante,
localizado no topo do Morro da Boa Vista,
poucos quilômetros depois do Parque
Zoobotânico, com 250 metros de altura, é uma das principais atrações da
cidade. Ao subi-lo, é possível desfrutar a visão magnífica de toda a cidade,
inclusive da Baía da Babitonga. Dá
um medo danado, porque a estrutura toda balança com o vento.
Casa em estilo enxaimel |
A
cidade de Joinville, como todo o Estado de Santa Catarina, apresenta clima subtropical. Entretanto, devido a
sua baixa altitude média, praticamente no nível do mar, apresenta, em média,
temperaturas mais elevadas do que o interior catarinense, principalmente nas
regiões de maior altitude do Estado. O mês mais quente é janeiro, com
temperaturas médias em torno de 25º C (no entanto quando estivemos lá, em
janeiro de 2008, o calor era infernal), e o mês mais frio é julho, com
temperaturas médias em torno dos 17º C. A cidade sofre constantemente com
enchentes. A pior foi a de 2008 (logo após termos saído da cidade, sorte!!),
quando muitos rios subiram e só começaram a baixar uma semana depois. O Centro
também sofre alagamentos corriqueiros, como, por exemplo, quando ocorre chuva
de verão muito violenta. Os alagamentos acontecem devido à combinação chuva e
maré alta que alteram o volume dos rios na área central.
Rua das Palmeiras |
O patrimônio cultural, ainda preservado, permite a
convivência harmoniosa entre o passado e o presente. No patrimônio
arquitetônico, destacam-se as construções que mesclam as influências dos
imigrantes com as adaptações necessárias ao local. Casas autênticas em
enxaimel, centenárias, ainda podem ser vistas no centro, nos bairros e na área
rural. Casarões do século XX chamam a
atenção pela angulação dos telhados, em "V". Antigas fábricas ainda
preservam suas grandes chaminés, como marcos do desenvolvimento da cidade com
vocação industrial. Joinville possui tanto turismo natural quanto cultural, representado
principalmente pelos museus, tais como o Museu de Arte de Joinville, Museu
Nacional de Imigração e Colonização, Estação da Memória, Museu
Casa Fritz Alt, Museu da Bicicleta de Joinville, Galeria
de Artes Victor Kursancew, Museu Arqueológico de Sambaqui de Joinville e Casa da Memória.
Museu de Arte de Joinville |
O patrimônio arqueológico é outro destaque, já que existem
mais de 40 sambaquis no município, sendo 10 deles em área urbana. O Museu Arqueológico de Sambaqui é referência
internacional no assunto, já que conserva em seu acervo mais de 20 mil peças.
Um sambaqui preservado pode ser visitado no Parque Municipal da Caieira, uma área de preservação permanente
junto à Baía da Babitonga, que
integra manguezais, Mata Atlântica,
sítios arqueológicos e ruínas da antiga fábrica de cal, que utilizava os
"casqueiros" dos sambaquis como matéria-prima.
Estação da Memória |
Como patrimônio imaterial (ligado aos saberes e fazeres), o
destaque é a culinária. A cachaça,
o melado, os produtos coloniais e a culinária colonial típica, principalmente
suíça e alemã, ainda resistem aos processos de industrialização. As
confeitarias da cidade - uma atração cultural à parte - são reconhecidas por
suas tortas, cucas e pelo apfelstrudel (torta de maçã). Existe em Joinville a Praça
dos Suíços, em homenagem a expressiva imigração suíça na cidade. Há várias
fábricas de chocolate caseiro. O artesanato local é simples e com forte
predominância dos artigos confeccionados com tecidos e roupas feitos à mão,
pintados ou bordados. Recentemente, tem-se destacado o artesanato com fibra de
bananeira, uma cultura agrícola ainda abundante no meio rural.
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