quarta-feira, 23 de março de 2016

Santa Catarina - Joinville

Portal da cidade
Joinville é um município localizado na região nordeste do Estado de Santa Catarina. É o município mais populoso do Estado, à frente da capital Florianópolis e o terceiro da Região Sul. A cidade possui um elevado Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) entre os municípios brasileiros, ocupando a 21ª posição nacional e a quarta entre os municípios catarinenses. Joinville ostenta os títulos de “Manchester Catarinense”, “Cidade das Flores”, “Cidade dos Príncipes”, “Cidade das Bicicletas” e “Cidade da Dança”. É ainda conhecida por sediar o Festival de Dança de Joinville, a Escola do Teatro Bolshoi no Brasil e o Joinville Esporte Clube. Além da língua nacional, o português, outros idiomas originados na Europa são falados por alguns moradores e integrantes da população joinvilense com um pouco mais de idade: dentre eles, o alemão e o italiano.

Moinho na entrada da cidade
Os registros dos primeiros habitantes da região de Joinville datam de 4.800 a.C. Os indícios de sua presença encontram-se nos mais de 40 sambaquis e sítios arqueológicos do município. O homem de sambaqui praticava a agricultura, mas tinham na pesca e coleta de moluscos as atividades básicas para sua subsistência. Índios Tupis-guaranis (especialmente Carijós) ainda habitavam as cercanias quando chegaram os primeiros imigrantes europeus. No século XVIII, estabeleceram-se, na região, famílias de origem portuguesa, com seus escravos negros, vindos provavelmente da Capitania de São Vicente (hoje Estado de São Paulo) e da vizinha cidade de São Francisco do Sul. Adquiriram lotes de terra (sesmarias) nas regiões do Cubatão, Bucarein, Boa Vista, Itaum, Morro do Amaral e aí passaram a cultivar mandioca, cana-de-açúcar, arroz e milho, entre outros produtos.

Museu Nacional de Imigração e Colonização




O primeiro nome da cidade foi Colônia Dona Francisca, cuja história se iniciou quando a princesa Francisca de Bragança, irmã de Dom Pedro II do Brasil, casou-se em 1843 com o príncipe francês François Ferdinand Phillipe, recebendo este o título de Príncipe de Joinville. O nome da cidade foi mudado para Joinville, em homenagem ao príncipe, que recebeu aquelas terras como presente de casamento. Uma residência de verão foi construída para abrigar o príncipe e a princesa de Joinville, com um caminho de palmeiras em frente à casa. Entretanto, nenhum dos dois chegou a conhecer a cidade. Em 1848, o casal negociou as terras, pelo menos em parte, com a Sociedade Colonizadora Hamburguesa, pois o pai de François, o Rei da França Louis Felipe havia sido destronado e a família encontrava-se em dificuldades financeiras. A casa que foi construída para os príncipes atualmente é o Museu Nacional de Imigração e ColonizaçãoPalácio dos Príncipes de Joinville, e a via à sua frente tornou-se a Rua das Palmeiras, hoje ponto turístico da cidade.

Joinville vista do Mirante do Morro da Boa Vista
O empreendedorismo dos imigrantes alemães, suíços e noruegueses deu continuidade ao seu crescimento, tornando Joinville uma das maiores potências da região. A malária, doença desconhecida na Europa, foi causa de morte de muitos dos destemidos colonizadores. Porém, a imigração andou para frente de qualquer maneira com a chegada de novas levas de alemães e Joinville progrediu muito devido a isso e em 1858 se elevou à categoria de Freguesia. A cidade foi criada ao mesmo tempo em que Blumenau (segunda metade do século XIX), com grupo étnico igual ao da sua cidade contemporânea. O povo alemão, que veio de uma região com baixas temperaturas para um país com temperaturas elevadas, impôs sua determinação na construção da cidade conhecida pela sua população trabalhadora e pelas indústrias metalmecânica, de tecidos, de alimentos, softwares, eletrodomésticos, computadores, máquinas etc. Se a agricultura era a fonte de renda que predominava nos primórdios de Joinville, na atualidade mais de 100 indústrias do município são a sua principal atividade econômica.

Mirante do Morro da Boa Vista
O Rio Cachoeira passa pelo centro da cidade e desemboca na Baía de Babitonga. O município ainda conta com extensas áreas de manguezais. A cidade é em geral plana, situando-se ao lado da Baía de Babitonga – um dos atrativos naturais do município, ocorrendo algumas elevações conforme se vai afastando. Há montanhas elevadas em torno da cidade. A área em torno do Rio Cachoeira é quase toda urbanizada, mantendo alguns manguezais preservados. O ponto culminante é o Pico Serra Queimada, com 1.325 metros de altitude, na Serra Queimada. A vegetação em torno da cidade e nos morros em sua área urbana é constituída por remanescentes da Mata Atlântica. O Mirante, localizado no topo do Morro da Boa Vista, poucos quilômetros depois do Parque Zoobotânico, com 250 metros de altura, é uma das principais atrações da cidade. Ao subi-lo, é possível desfrutar a visão magnífica de toda a cidade, inclusive da Baía da Babitonga. Dá um medo danado, porque a estrutura toda balança com o vento.


Casa em estilo enxaimel
A cidade de Joinville, como todo o Estado de Santa Catarina, apresenta clima subtropical. Entretanto, devido a sua baixa altitude média, praticamente no nível do mar, apresenta, em média, temperaturas mais elevadas do que o interior catarinense, principalmente nas regiões de maior altitude do Estado. O mês mais quente é janeiro, com temperaturas médias em torno de 25º C (no entanto quando estivemos lá, em janeiro de 2008, o calor era infernal), e o mês mais frio é julho, com temperaturas médias em torno dos 17º C. A cidade sofre constantemente com enchentes. A pior foi a de 2008 (logo após termos saído da cidade, sorte!!), quando muitos rios subiram e só começaram a baixar uma semana depois. O Centro também sofre alagamentos corriqueiros, como, por exemplo, quando ocorre chuva de verão muito violenta. Os alagamentos acontecem devido à combinação chuva e maré alta que alteram o volume dos rios na área central.

Rua das Palmeiras
O patrimônio cultural, ainda preservado, permite a convivência harmoniosa entre o passado e o presente. No patrimônio arquitetônico, destacam-se as construções que mesclam as influências dos imigrantes com as adaptações necessárias ao local. Casas autênticas em enxaimel, centenárias, ainda podem ser vistas no centro, nos bairros e na área rural. Casarões do século XX chamam a atenção pela angulação dos telhados, em "V". Antigas fábricas ainda preservam suas grandes chaminés, como marcos do desenvolvimento da cidade com vocação industrial. Joinville possui tanto turismo natural quanto cultural, representado principalmente pelos museus, tais como o Museu de Arte de Joinville, Museu Nacional de Imigração e Colonização, Estação da Memória, Museu Casa Fritz Alt, Museu da Bicicleta de Joinville, Galeria de Artes Victor Kursancew, Museu Arqueológico de Sambaqui de Joinville e Casa da Memória.

Museu de Arte de Joinville
O patrimônio arqueológico é outro destaque, já que existem mais de 40 sambaquis no município, sendo 10 deles em área urbana. O Museu Arqueológico de Sambaqui é referência internacional no assunto, já que conserva em seu acervo mais de 20 mil peças. Um sambaqui preservado pode ser visitado no Parque Municipal da Caieira, uma área de preservação permanente junto à Baía da Babitonga, que integra manguezais, Mata Atlântica, sítios arqueológicos e ruínas da antiga fábrica de cal, que utilizava os "casqueiros" dos sambaquis como matéria-prima.

Estação da Memória
Como patrimônio imaterial (ligado aos saberes e fazeres), o destaque é a culinária. A cachaça, o melado, os produtos coloniais e a culinária colonial típica, principalmente suíça e alemã, ainda resistem aos processos de industrialização. As confeitarias da cidade - uma atração cultural à parte - são reconhecidas por suas tortas, cucas e pelo apfelstrudel (torta de maçã). Existe em Joinville a Praça dos Suíços, em homenagem a expressiva imigração suíça na cidade. Há várias fábricas de chocolate caseiro. O artesanato local é simples e com forte predominância dos artigos confeccionados com tecidos e roupas feitos à mão, pintados ou bordados. Recentemente, tem-se destacado o artesanato com fibra de bananeira, uma cultura agrícola ainda abundante no meio rural.

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