|
Serra do Rio do Rastro |
A Serra
do Rio do Rastro é uma das
serras de Santa Catarina, localizada no sul do Estado. É cortada pela Rodovia SC-390, onde se tem uma
espetacular vista da Serra. Com muitas matas e cachoeiras, é um dos
cartões-postais do Estado. Localiza-se entre os municípios de Lauro Müller e Bom Jardim da Serra. O ponto mais elevado, próximo da sua descida a
sudeste, é o Morro da Ronda, onde há
um sugestivo banco de frente ao cânion de mesmo nome e possibilita o acesso
pela Rodovia, a sul (cerca de 500 metros da SC-438) que leva ao interior de Bom Jardim da Serra, junto aos Aparados
da Serra. Dele, avista-se o ponto mais elevado do Estado do Rio Grande do Sul (Monte
Negro com 1.398 metros) em dias claros, sempre se olhando ao Sul. Ao
Noroeste, avista-se um dos três pontos mais elevados de Santa Catarina, o Morro da Igreja com aproximadamente 1.822–1.826 metros
de altitude.
|
Serra do Rio do Rastro |
Com um percurso de 25 quilômetros, a
subida começa em Lauro Müller e no
alto da montanha fica Bom Jardim da
Serra, é impossível não parar. Um mirante localizado em seu topo a mais de 1.421
metros de altitude (altitude do Mirante) em relação ao nível do mar, proporciona
uma visão panorâmica, é possível visualizar todas as curvas da estrada em meio
à mata nativa. Este é o ponto da estrada mais apaixonante, quando se pode ver a
imagem completa da Serra, as montanhas, árvores, pedras e pontos em que a água
corre morro abaixo, a presença dos animais, em grande maioria, os quatis dão um
espetáculo completo, visto de apenas um lugar. Hoje toda a extensão da Serra do Rio do Rastro está dentro de
uma área de preservação ambiental, chamado de Ecomuseu Serra do Rio do Rastro. Realmente é de rara e única beleza
contemplar essa obra da natureza.
|
Serra do Rio do Rastro |
Em 2012, a Serra do Rio do Rastro foi eleita uma das “estradas mais espetaculares do mundo” por um site espanhol. Prepare
seu coraçãozinho! Ele será bem exigido na travessia da Serra do Rio do Rastro. O percurso da Rodovia SC-390 é caracterizado por subidas íngremes e 284 curvas
fechadas. Isso mesmo, mais de 11 curvas por quilômetro. Sua altura entre a
primeira curva e a última é de 710 metros. Sempre recomendo para quem trafega
pela primeira vez na estrada que prefira a rota de subida. As razões aparecerão
com o desenrolar do relato, mas uma delas falo já: a dificuldade vai seguindo
um ritmo ascendente. Saindo do centrinho de Lauro Müller, o começo é bem tranquilo.
A estrada já é sinuosa, mas ainda de forma amena. Ao longe, vemos as montanhas
que serão rasgadas dentro em breve. A partir de Lauro Müller, os primeiros 16 quilômetros são asfaltados. Após Guatá, inicia-se a subida e a primeira
coisa a notar é que o acostamento foi-se embora. Esse início é semelhante a
qualquer estrada serrana brasileira em pista única. À direita, já se forma um
belo visual.
|
Cachoeira na Serra do Rio do Rastro |
A “coisa” pega mesmo
quando encontramos duas lanchonetes no meio da Serra, uma em cada lado da
pista, com diferença de 500 metros entre elas. O show vai começar! A pista se
estreita, muretas e postes de iluminação aparecem e o que era asfalto, vira
concreto. Os próximos sete quilômetros serão de puro êxtase. As curvas, muitas
vezes, autênticos cotovelos (180º), brotam de tudo quanto é lado. Recuos
aparecem do lado direito (mais uma razão para você subir a Serra) para descanso
e fotos. Apesar de não ser a principal travessia de Serra do Estado, há algum
tráfego de caminhões e, sim, eles podem atrapalhar a viagem, colocando até
certo medo no trecho mais íngreme e estreito da Rodovia. Sem dúvidas é muito
melhor aproveitar a Serra no verão e na primavera, pela manhã e nas primeiras
horas da tarde. Nestas circunstâncias o sol brilha mais forte, fator decisivo
para quem almeja observar e fotografar o entorno e, evidentemente, ter mais
segurança no passeio. A paisagem fica ainda mais bela à noite, com
iluminação, e no inverno, com neve eventual. Nessa época, dobre a atenção - a
regra vale para quando há cerração.
|
Cachoeira na Serra do Rio do Rastro |
|
Um dos mirantes da Serra do Rio do Rastro |
Coberta pela Mata Atlântica, com uma fauna bem diversa, com vários tipos de
felinos de pequeno, médio e grande portes, uma fauna de macacos (bugios,
macacos-prego, saguis), quatis, pacas, mãos-peladas, tatus, tamanduás e iraras,
que são animais comuns numa Mata
Atlântica preservada. Também há uma avifauna composta de águias chilenas,
tiês-sangue, tucanos, araras, papagaios etc. Subindo até o Distrito de Guatá, percorre-se a Mata Atlântica com seus diversos
níveis. Além da grande beleza da paisagem, a Serra do Rio do Rastro faz parte de uma coluna estratigráfica
clássica do antigo supercontinente Gondwana
no Brasil, a Coluna White, tendo sido classificada como um dos sítios geológicos
brasileiros, pela Comissão Brasileira de
Sítios Geológicos e Paleobiológicos.
|
Serra do Rio do Rastro |
Localizada a 1.245 metros acima do nível
do mar, Bom Jardim da Serra tem
habitantes das mais variadas origens, onde predominam os descendentes de
portugueses, italianos e espanhóis que se dedicam ao cultivo da maçã e de
batatas, e tem na pecuária uma grande força no comércio da região. Por influência dos colonizadores, ancestrais de boa
parte dos moradores, Bom Jardim da Serra
é um dos municípios catarinenses em que as tradições gaúchas são preservadas
com mais afinco até hoje. É
neste município que se localiza o Mirante da Serra do Rio do Rastro que oferece uma vista pelas planícies
catarinenses e ao fundo pelo litoral do Estado. A proximidade com a famosa estrada leva Bom Jardim da Serra a ser conhecida como o Portal da Serra Catarinense.
|
Vegetação às margens da Rodovia SC-390 na Serra do Rio do Rastro |
A história de Bom Jardim da Serra tem ligação íntima com a de São
Joaquim, à qual fazia parte até a década
de 1970. Seu território passou a ser colonizado no século XIX, com a chegada da família do gaúcho Manoel Pinto Ribeiro, os
primeiros habitantes da região. Vieram em excesso os colonizadores de Lages e algumas pessoas provenientes do Rio
Grande do Sul. Porém, já no século XVIII, em seu deslocamento, os tropeiros
passavam pelo litoral, dirigindo-se à região do atual município, pelo caminho
que Francisco de Souza Faria abriu em 1728, a conhecida Estrada dos Conventos. Por aproximadamente um século, o tropeiro
teve grande importância na vida do atual município; levando em sua descida ao
litoral abaixo, pela extraordinária serra de difícil subida, charque, sebo,
courama, e trazendo em seu retorno, tecidos, querosene, sal, armas. Eles
abriram uma trilha na mata que ficou assim conhecida como “Serra dos Doze” e foi o primeiro nome do lugar, que só depois de
alguns anos passou a se chamar “Serra do
Rio do Rastro”. A viagem até a cidade portuária era feita em lombos de
burros e a aventura podia levar dias.
|
Campos da Pousada Morro Grande em Bom Jardim da Serra |
|
Curioso!! |
|
Araucária na Pousada Morro Grande em Bom Jardim da Serra |
Há tantas belezas nessa
terra que soou absolutamente natural quando começaram a chamá-la de Jardim. Com
o tempo, o apelido deu origem ao novo nome da cidade, que substituiu o antigo, Cambajuva. Hoje, Bom Jardim da Serra é conhecida como "Capital das Águas". Cascatas e cachoeiras também
chamam a atenção dos visitantes, como o Salto
do Rio Pelotas, o maior conjunto de quedas da cidade. Para visitar a
atração, porém, é bom estar com o preparo físico em dia, levando em conta que o
acesso se dá por uma escadaria de 156 degraus. Vá com guia - o Salto fica em
área privada. Já para quem está com crianças, a dica é a Cachoeira da Barrinha,
às margens da estrada, com piscina natural e perfeita para piqueniques. Há no
município 35 cachoeiras com pelo menos 10 metros de altura e nada menos que 14
rios nascem no território e se tornam afluentes do Rio Pelotas dentro do próprio município. O clima da cidade pode ser
considerado temperado devido à altitude em que ela se encontra, as temperaturas
são amenas no verão e baixas no inverno. As chuvas são bem distribuídas durante
o ano. A cidade é considerada uma das mais frias do Brasil, tendo frequentes no inverno, temperaturas abaixo de zero e
quase todos os anos a ocorrência de neve. Meus sobrinhos se hospedaram na Pousada Morro Grande, uma fazenda
localizada em Bom Jardim da Serra,
com suas araucárias e vastos campos, com fácil acesso asfaltado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário