Jardim Japonês de Buenos Aires |
Buenos Aires é a cidade
que tem de tudo: desde lugares culturais com teatros de arquiteturas
imponentes, centros comerciais com as melhores marcas, restaurantes de todo
tipo até espaços verdes que vão permitir recuperar aquele fôlego perdido depois
de uma longa caminhada pela cidade. O que é legal ao percorrer a capital
argentina é que muitas vezes aquelas coisas interessantes ficam bem próximas
uma da outra. É o caso do Jardim Japonês, localizado no Parque Tres de Febrero, formado por um grupo de praças onde também
é possível achar o Planetário de Buenos Aires e
os Bosques e lagos de Palermo. Dar
um passeio pelo Jardim Japonês no bairro portenho de Palermo é mergulhar numa experiência
que abrange todos os sentidos. É sem dúvidas um desses lugares que vale a pena visitar
em Buenos Aires, com uma
paisagem concebida com tanto equilíbrio que resulta impossível não perceber
essa harmonia. Foi planejado com os mesmos critérios utilizados no seu país de
origem, o que significa que poderemos encontrar jardins do mesmo estilo no Japão.
Lago Tokyo no Jardim Japonês de Buenos Aires |
O Jardim
Japonês de Buenos Aires foi inaugurado
em maio de 1967, na ocasião da visita à Argentina do então Príncipe-Herdeiro do Japão, o atual Imperador Akihito e da Princesa
Michiko. O local foi feito para simbolizar a boa relação entre o Japão e a Argentina. O projeto é do paisagista Yasuo Inomata, que lançou mão dos
típicos elementos dos jardins japoneses para recriar
em Palermo um pedaço daquele país. Atualmente,
é considerado o maior Jardim Japonês
do mundo fora do Japão. Embora seja um
espaço público, a entrada é paga, e tudo que é arrecadado é destinado à manutenção
do Complexo Cultural e Ambiental Jardim Japonês,
este administrado pela Fundação Cultural
Argentino-Japonesa. Não recebe nenhum tipo de subvenção dos governos do Japão ou da Argentina. Muitas festas no Japão
são comemoradas no Jardim Japonês.
Escultura de um Samurai |
O espaço é um complexo ambiental
e cultural com muita coisa para se fazer, desde passear por suas pontezinhas bucólicas
sobre o Lago Tokyo até comprar um bonsai
no Viveiro Kadam, ou mesmo tomar chá
na Chashitsu, casa tradicional onde a
bebida é servida cerimoniosamente, à maneira oriental. O espaço foi criado para
a realização da tradicional Cerimônia do
Chá. Seu interior, confeccionado artesanalmente, conta com elementos tradicionais
importados diretamente do Japão, em alguns
casos com mais de 100 anos. O visitante do Jardim
Japonês de Buenos Aires pode participar da cerimônia, que é considerada uma
síntese dos elementos fundamentais da cultura japonesa: o respeito pela natureza,
a exaltação da humildade e o silêncio. A história do Japão e a cultura japonesa podem ser mais bem conhecidas na Sala de Leitura do Jardim Japonês, que conta
com uma ampla bibliografia em espanhol e inglês.
Pagode de Pedra |
Assim como a cultura oriental,
o Jardim é um lugar cheio de simbolismos e misticismo, que somado à tranquilidade
torna-se um dos lugares mais especiais da cidade. Todos os elementos do Jardim Japonês buscam a harmonia e o equilíbrio.
Elementos tradicionais da cultura japonesa compõem a paisagem. A Lanterna de Pedra é um elemento tanto budista
como xintoísta, representando a iluminação espiritual e literal. Na tradição
japonesa, as famílias ofereciam Lanternas
de Pedra ao seu templo ou santuário de devoção. O Pagode de Pedra de 13 andares também é uma referência budista. Na arquitetura
de templos, o Pagode tem a função de guardar alguma relíquia do Buda. A quantidade
de andares ou divisões é sempre ímpar, e no topo, há uma representação da flor de
lótus – outro símbolo do budismo. As Pontes constituem símbolos: existe uma muito
curva e extremamente difícil de atravessar, chamada Puente de Dios (ou Ponte de Deus),
que representa o “Caminho para o Paraíso”.
Outra Ponte se chama Puente Truncado
conduz à “ilha dos remédios milagrosos”.
Além
de antigas árvores autóctones como a Tipuana
tipu e a Paineira, encontra-se também uma
grande variedade de plantas japonesas, entre elas a famosa Sakura, o Acer palmatuny e as azaleias; no lago há uma grande
quantidade de carpas de variadas
cores, as quais podem ser alimentadas mediante comida balanceada adquirida no
mesmo centro. Tudo ali exala calma e paz
interior, menos as crianças e os turistas barulhentos que ficam simplesmente
enlouquecidos com as carpas. No centro se podem ver figuras com um claro
estilo samurai, uma masculina e
outra feminina.
Jardim Japonês de Buenos Aires |
Ali também funciona um
restaurante de culinária japonesa – dos melhores da cidade, dizem – para almoço
e jantar, aberto diariamente, menos as terças (nos finais de semana, é bom
reservar). Lá você encontra os famosos sushis
e sashimis preparados diante do público,
mas também um pouco da culinária chinesa, como yakissoba. Outra opção, mais rápida, é uma pequena lanchonete que vende
comes e bebes perto da entrada. São várias as opções de comidas rápidas. Há
mesas, com sombra, no local. O Parque ainda conta com um mirante, centro
cultural, biblioteca especializada e lojas de artesanato, onde é possível
comprar Tsurus e tirar a sorte no Omikuji, oráculo da sorte cujas
mensagens em pedacinhos de papel são amarradas num varal ao final da visita. Lá
também é um ótimo lugar para um pedido de casamento em Buenos Aires, dizem.
Jardim Japonês de Buenos Aires |
O Jardim Japonês de Buenos Aires oferece o serviço de visita guiada, fornecendo
informações adicionais acerca da história e da cultura japonesas, enquanto fazem
o percurso. As visitas acontecem aos sábados, domingos e feriados, às 11 horas e
devem ser previamente agendadas. O impressionante deste Jardim é que tudo é
muito bem cuidado e a beleza se agiganta por estar em Buenos Aires, a capital mais charmosa da América do Sul. O Jardim
Japonês de Buenos Aires é uma das atrações mais interessantes
da cidade, para adultos e crianças. Mesmo no calor é agradável. Há um estacionamento
próprio no local. O estacionamento tem um bom tamanho, mas a maioria das vagas
fica sob o sol. O Jardim é pequeno, mas é uma lindeza! O Jardim
fica no cruzamento entre as Avenidas Presidente
Figueroa Alcorta e Casares.
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