quarta-feira, 9 de março de 2016

Palermo - Jardim Botânico Carlos Thays da Cidade Autônoma de Buenos Aires

Jardim Botânico de Buenos Aires
O Jardim Botânico de Buenos Aires é um dos lugares mais agradáveis da capital portenha para conhecer, tirar fotos, caminhar e apreciar a natureza no meio da cidade. Ao entrar no Jardim, você deixa o barulho e a confusão de carros do lado de fora e mergulha em um ambiente de silêncio, onde os únicos sons são os dos passarinhos. O Jardim Botânico tem encantos diferentes dependendo da temporada do ano. Um passeio altamente recomendado e grátis. O Jardim Botânico de Buenos Aires também denominado como Jardim Botânico Carlos Thays da Cidade Autônoma de Buenos Aires, se encontra próximo aos Bosques de Palermo, junto ao Jardim Zoológico, no perímetro de oito mansões delimitado pelas Avenidas Santa Fé, República Árabe da Síria, Las Heras e a Plaza Itália.

Comemoração do aniversário do Jardim Botânico
de Buenos Aires
O nome do Jardim Botânico nasce quando o paisagista Carlos Thays, que fez o pedido de criação de uma instalação dessas características, tomou a iniciativa de criá-lo em 1892. Seu nome, na verdade, era Jules Charles Thays, e veio à Argentina em 1889 por um período de dois anos para realizar um trabalho em Córdoba e acabou ficando para sempre. As razões apontadas para a criação de um Jardim Botânico, é que deveria haver um espaço para poder realizar provas e estudos com diferentes espécies de vegetação. Também era parte do objetivo inicial programar diversas técnicas de desenho paisagístico e que este espaço pudesse ser utilizado como um lugar de lazer e integração dos moradores da cidade. O Jardim Botânico de Palermo ocupa uma área de sete hectares, onde originalmente funcionava um paiol. O local teve de ser adaptado com um tratamento especial para que os solos fossem férteis, considerando as numerosas e variadas plantas que seriam plantadas no futuro. Foi inaugurado finalmente em 1898 e uma das primeiras espécies que foram adaptadas a estas terras foi a erva-mate, que teve um longo período de experimentação e acabou sendo bem sucedida.

Estufa do Jardim Botânico de Buenos Aires
Dentro do recinto do Jardim Botânico podem ser encontrados três tipos de jardins: um é do estilo romano, que imita a estética daqueles que existiam na época do Império Romano. Exuberante, lá se encontram espécies vegetais que o botânico romano do século I de nossa era, Plínio, o Jovem, tinha em sua Vila dos Apeninos, com abundantes espécies como o louro, choupo e cipreste. O segundo jardim é o francês, onde é possível apreciar os desenhos simétricos inspirados na época do Jardin de Versailles, a partir do século XVII. Por último, o Jardim Oriental é um espaço onde se respira uma atmosfera de total relaxamento combinada com uma paisagem perfeita. Dá a sensação de estar em uma cidade no Japão. Declarado Patrimônio Histórico Nacional, o Jardim Botânico de Buenos Aires possui uma coleção rica e única de espécies vegetais provenientes de diversos continentes. Da Ásia, por exemplo, trouxeram o Ginkgo biloba; da Oceania, acácias e eucaliptos; da Europa, carvalhos e avelãs; da África, samambaias, palmeiras, tamareiras e seringueiras; da América do Norte, mais precisamente dos Estados Unidos, sequoias; e uma espécie nativa argentina chamada tipa; só para citar umas poucas.

Viveiro de mudas do Jardim Botânico de
Buenos Aires
Do outro lado estão as estufas ou conservatórios que apresentam espécies exóticas, que atingiram uma grande adaptação graças ao seu tratamento delicado e profissional. A principal estufa foi declarada Patrimônio Histórico Nacional, é de 35 metros de comprimento e oito metros de largura e tem um estilo art nouveau. No início do século XX, ganhou prêmios no mundo todo pelo seu design, tamanho e qualidade na manutenção de espécies como areca, orquídeas e palmeiras. Dentro das instalações do Jardim Botânico de Buenos Aires você pode encontrar o edifício principal, que foi projetado pelo engenheiro militar polonês Wysock Jordan, e a construção foi finalizada em dezembro de 1881. No prédio funcionaram o Departamento Nacional de Agricultura (entre os anos 1882 e 1894) e posteriormente o Museu Histórico Nacional (1894-1896). Além deste majestoso edifício dentro do Jardim Botânico, é possível encontrar mais de 30 diferentes obras de arte de todos os tipos e tamanhos, e algumas reproduções dos trabalhos artísticos mais importantes do mundo. São de destacar: “Os Primeiros Frios”, do catalão Miguel Blay y Fabregas; “Sagunto”, de Querol y Subirats; “Figura de Mulher”, da tucumã Lola Mora; “Saturnalia”, em bronze patinado, por Ernesto Biondi.

Chafariz do Jardim Botânico de
Buenos Aires
Thays e sua família viveram na mansão de estilo inglês que aqui se encontra, durante os anos nos quais foi Diretor de Parques e Passeios da Cidade de Buenos Aires (1892-1898). Atualmente é o edifício central do Parque. Thays foi responsável por importantes e variados projetos de novas áreas verdes na capital portenha, como o Parque Centenário, Parque Patrícios, Parque Chacabuco, e diversas praças. Também levou adiante a remodelação de outros espaços, como os Bosques de Palermo, Parque Tres de Febrero, Parque Lazema, Parque Avellaneda e as Plazas San Martín, de Congreso, de Mayo, España, Montserrat, e muitas mais. Também construiu muitos jardins para edifícios públicos e mandou arborizar as ruas com 150 mil árvores. Dentro de seu perímetro se encontra a Escola Municipal de Jardinagem Cristóbal María Hicken dependente do Ministério da Educação da Cidade Autônoma de Buenos Aires. A Biblioteca Botânica conta com mil livros e 10 mil publicações de todo o mundo, livremente disponíveis pelos visitantes, e o Museu Botânico. A zona residencial adjacente ao parque se conhece informalmente como Botânico, sem ser um bairro oficialmente reconhecido, dentro do Bairro de Palermo.

Jardim Botânico de Buenos Aires
Uma área especial foi criada em 2006 e batizada com o nome de Jardín de los Sentidos. Como o próprio nome sugere, é formado por espécies aromáticas de variados perfumes e outras com texturas especialmente interessantes ao tato. Essa área é especialmente visitada por grupos de crianças, bem como de pessoas de Educação Especial. Em 2013, o Jardim Botânico de Buenos Aires ganhou mais um espaço especial: O Jardín de Mariposas, uma área de 500 metros quadrados especialmente criada para atrair borboletas a céu aberto. Para isso, foram colocadas mais de três mil plantas na área, que oferece alimentos e condições de reprodução às borboletas. As visitas, no entanto, são limitadas a pequenos grupos, já que têm objetivo didático e muitos visitantes poderia espantar as borboletas. O passeio permite percorrer os canteiros de flores e ver os diferentes estágios dos chamados lepidópteros, desde o estado de ovo, passando pelos de lagarta e de crisálida até chegar à idade adulta. Desde a criação do Jardín de Mariposas já foram identificadas mais de 80 espécies no local.

Uma planta da família da Bromélia
Uma curiosidade do lugar é a presença de muitos gatos. Conta-se que mais de 100 gatos vivem no Jardim. Sim, vivem! São abandonados nos terrenos e por ali ficam. Há um grupo de pessoas que cuidam deles, distribuindo rações e patês. É um Jardim Botânico relativamente pequeno, mas ótimo para sentar-se, ler um livro, tomar um solzinho nos dias frios. A grande verdade é que os moradores aproveitam muito mais do que os turistas. Não é permitida a entrada de animais (só os gatos), comida e bicicletas. Os horários de funcionamento do local variam de acordo com a época do ano e o dia da semana, mas ele pode fechar por conta das condições climáticas.

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