Jardim Botânico de Buenos Aires |
O Jardim
Botânico de Buenos Aires é um dos lugares mais agradáveis da capital portenha
para conhecer, tirar fotos, caminhar e apreciar a natureza no meio da cidade. Ao entrar
no Jardim, você deixa o barulho e a confusão de carros do lado de fora e mergulha
em um ambiente de silêncio, onde os únicos sons são os dos passarinhos. O Jardim Botânico tem encantos diferentes
dependendo da temporada do ano. Um passeio altamente recomendado e grátis. O Jardim Botânico de
Buenos Aires também denominado como Jardim
Botânico Carlos Thays da Cidade Autônoma de Buenos Aires, se encontra próximo
aos Bosques de Palermo, junto ao Jardim Zoológico, no perímetro de oito mansões
delimitado pelas Avenidas Santa Fé, República Árabe da Síria, Las Heras e a Plaza Itália.
Comemoração do aniversário do Jardim Botânico de Buenos Aires |
O nome do Jardim Botânico nasce quando o
paisagista Carlos Thays, que fez o pedido de criação de uma instalação dessas
características, tomou a iniciativa de criá-lo em 1892. Seu nome, na verdade, era
Jules Charles Thays, e veio à Argentina
em 1889 por um período de dois anos para realizar um trabalho em Córdoba e acabou ficando para sempre. As
razões apontadas para a criação de um Jardim
Botânico, é que deveria haver um espaço para poder realizar provas e estudos
com diferentes espécies de vegetação. Também era parte do objetivo inicial
programar diversas técnicas de desenho paisagístico e que este espaço pudesse
ser utilizado como um lugar de lazer e integração dos moradores da cidade. O Jardim Botânico de Palermo ocupa uma área de sete hectares, onde
originalmente funcionava um paiol. O local teve de ser adaptado com um
tratamento especial para que os solos fossem férteis, considerando as numerosas
e variadas plantas que seriam plantadas no futuro. Foi inaugurado finalmente em
1898 e uma das primeiras espécies que foram adaptadas a estas terras foi a
erva-mate, que teve um longo período de experimentação e acabou sendo bem
sucedida.
Estufa do Jardim Botânico de Buenos Aires |
Dentro do recinto do Jardim Botânico podem ser encontrados
três tipos de jardins: um é do estilo romano, que imita a estética daqueles que
existiam na época do Império Romano.
Exuberante, lá se encontram espécies vegetais que o botânico romano do século I
de nossa era, Plínio, o Jovem, tinha em sua Vila dos Apeninos, com
abundantes espécies como o louro, choupo e cipreste. O
segundo jardim é o francês, onde é possível apreciar os desenhos simétricos inspirados
na época do Jardin de Versailles, a
partir do século XVII. Por último, o Jardim
Oriental é um espaço onde se respira uma atmosfera de total relaxamento
combinada com uma paisagem perfeita. Dá a sensação de estar em uma cidade no Japão. Declarado Patrimônio Histórico Nacional,
o Jardim Botânico de Buenos Aires possui
uma coleção rica e única de espécies vegetais provenientes de diversos continentes.
Da Ásia, por exemplo, trouxeram o Ginkgo
biloba; da Oceania, acácias e eucaliptos;
da Europa, carvalhos e avelãs; da África, samambaias, palmeiras, tamareiras
e seringueiras; da América do Norte,
mais precisamente dos Estados Unidos,
sequoias; e uma espécie nativa argentina chamada tipa; só para citar umas poucas.
Viveiro de mudas do Jardim Botânico de Buenos Aires |
Do
outro lado estão as estufas ou conservatórios que apresentam espécies exóticas,
que atingiram uma grande adaptação graças ao seu tratamento delicado e
profissional. A principal estufa foi declarada Patrimônio Histórico Nacional, é de 35 metros de comprimento e oito
metros de largura e tem um estilo art
nouveau. No início do século XX, ganhou prêmios no mundo todo pelo seu
design, tamanho e qualidade na manutenção de espécies como areca, orquídeas e
palmeiras. Dentro das instalações do Jardim Botânico de Buenos Aires você pode encontrar o edifício
principal, que foi projetado pelo engenheiro militar polonês Wysock Jordan, e a
construção foi finalizada em dezembro de 1881. No prédio funcionaram o Departamento Nacional de Agricultura
(entre os anos 1882 e 1894) e posteriormente o Museu Histórico Nacional (1894-1896). Além deste majestoso edifício
dentro do Jardim Botânico, é
possível encontrar mais de 30 diferentes obras de arte de todos os tipos e
tamanhos, e algumas reproduções dos trabalhos artísticos mais importantes do
mundo. São de destacar: “Os Primeiros Frios”, do catalão Miguel
Blay y Fabregas; “Sagunto”, de Querol
y Subirats; “Figura de Mulher”, da
tucumã Lola Mora; “Saturnalia”, em
bronze patinado, por Ernesto Biondi.
Chafariz do Jardim Botânico de Buenos Aires |
Thays e sua família viveram na mansão de estilo
inglês que aqui se encontra, durante os anos nos quais foi Diretor de Parques e Passeios da Cidade de Buenos Aires
(1892-1898). Atualmente é o edifício central do Parque. Thays foi responsável
por importantes e variados projetos de novas áreas verdes na capital portenha,
como o Parque Centenário, Parque Patrícios, Parque Chacabuco, e diversas praças. Também levou adiante a
remodelação de outros espaços, como os Bosques
de Palermo, Parque Tres de Febrero,
Parque Lazema, Parque Avellaneda e as Plazas
San Martín, de Congreso, de Mayo, España, Montserrat, e
muitas mais. Também construiu muitos jardins para edifícios públicos e mandou
arborizar as ruas com 150 mil árvores. Dentro de
seu perímetro se encontra a Escola
Municipal de Jardinagem Cristóbal María Hicken dependente do Ministério da Educação da Cidade
Autônoma de Buenos Aires. A Biblioteca
Botânica conta com mil livros e 10 mil publicações de todo o mundo,
livremente disponíveis pelos visitantes, e o Museu Botânico. A zona residencial adjacente ao parque se conhece
informalmente como Botânico, sem ser
um bairro oficialmente reconhecido, dentro do Bairro de Palermo.
Jardim Botânico de Buenos Aires |
Uma
área especial foi criada em 2006 e batizada com o nome de Jardín de los Sentidos. Como o próprio nome sugere, é formado por
espécies aromáticas de variados perfumes e outras com texturas especialmente
interessantes ao tato. Essa área é especialmente visitada por grupos de
crianças, bem como de pessoas de Educação Especial. Em 2013, o Jardim Botânico de Buenos Aires ganhou mais
um espaço especial: O Jardín de Mariposas,
uma área de 500 metros quadrados especialmente criada para atrair borboletas a céu
aberto. Para isso, foram colocadas mais de três mil plantas na área, que oferece
alimentos e condições de reprodução às borboletas. As visitas, no entanto, são limitadas
a pequenos grupos, já que têm objetivo didático e muitos visitantes
poderia espantar as borboletas. O passeio permite percorrer os canteiros de flores
e ver os diferentes estágios dos chamados lepidópteros, desde o estado de ovo, passando
pelos de lagarta e de crisálida até chegar à idade adulta. Desde a criação do Jardín de Mariposas já foram identificadas
mais de 80 espécies no local.
Uma planta da família da Bromélia |
Uma
curiosidade do lugar é a presença de muitos gatos. Conta-se que mais de 100
gatos vivem no Jardim. Sim, vivem! São abandonados nos terrenos e por ali
ficam. Há um grupo de pessoas que cuidam deles, distribuindo rações e patês. É
um Jardim Botânico relativamente
pequeno, mas ótimo para sentar-se, ler um livro, tomar um solzinho nos dias
frios. A grande verdade é que os moradores aproveitam muito mais do que os
turistas. Não é permitida a entrada de animais (só os gatos), comida e
bicicletas. Os horários de funcionamento do
local variam de acordo com a época do ano e o dia da semana, mas ele pode
fechar por conta das condições climáticas.
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