domingo, 27 de março de 2016

Rio Grande do Sul - Cambará do Sul

Cânion Itaimbezinho e Cascata das Andorinhas
O Rio Grande do Sul, que foi pioneiro do movimento ecológico no Brasil, possui 40 unidades de conservação. As unidades de conservação administradas pelo governo brasileiro são o Parque Nacional da Serra Geral, o Parque Nacional de Aparados da Serra, o Parque Nacional da Lagoa do Peixe, a Floresta Nacional de Canela, a Floresta Nacional de São Francisco de Paula, a Floresta Nacional de Passo Fundo, a Área de Proteção Ambiental do Ibirapuitã, a Área de Relevante Interessa Ecológico Pontal dos Latinos e Pontal dos Santiagos, a Estação Ecológica de Aracuri-Esmeralda, a Estação Ecológica do Taim e o Refúgio de Vida Silvestre da Ilha dos Lobos. As serras atraem milhares de turistas todos os anos, no inverno e verão. As cidades de Gramado e Canela são conhecidas na época de Natal pela decoração, juntamente com os parques natalinos. No inverno, os turistas visitam essas cidades juntamente com Caxias do Sul, São José dos Ausentes e Cambará do Sul, devido às temperaturas baixas, muitas negativas e com a possibilidade de queda de neve, para a felicidade dos turistas.

Cânion Itaimbezinho e 
Cascata Véu da Noiva ao fundo
Cambará do Sul é um município brasileiro no Estado do Rio Grande do Sul. Nasceu em abril de 1864, a partir da doação de 20 hectares de terra à igreja, feita por Dona Úrsula Maria da Conceição, em pagamento a uma promessa feita ao padroeiro São José. Até 1963, a área pertencia ao município vizinho de São Francisco de Paula. A palavra “cambará” é de origem Tupi-Guarani e significa “folha de casca rugosa”. É o nome de uma árvore típica da região. Na praça central de Cambará do Sul é possível conhecer a árvore. Suas folhas verde-claro são conhecidas pelo poder medicinal. São ótimas no combate a gripes e tosses fortes. Cambará do Sul é conhecida também como a “terra dos cânions” e “capital do mel”. 

Rio Segredo
A pequena cidade é campeã no ranking das baixas temperaturas, sendo que o seu inverno está sempre entre os lugares mais frios do Brasil. O fenômeno da neve ocorre anualmente no inverno, porém com frequência menos elevada em relação às cidades mais interioranas do Planalto Norte Rio-Grandense ou dos Campos de Cima da Serra como Vacaria e Bom Jesus. Seu clima é influenciado pela sua altitude, pelas massas polares oceânicas que atuam na escarpa da Serra Geral onde a mesma está localizada, pela Corrente das Malvinas, criando um clima muito parecido com o de Londres, frio no inverno, fresco ou morno no verão, e úmido o ano inteiro, e alta pluviosidade garantem muitos dias nublados. Como um típico município do interior conserva hábitos antigos, como a reunião familiar e de amigos na cozinha, ao redor do fogão à lenha. Nas épocas frias, o pinhão na chapa é o tira-gosto do gaúcho serrano.

Cascata das Andorinhas 
no Cânion Itaimbezinho
Localiza-se a 185 quilômetros de Porto Alegre, a uma altitude de 1.031 metros. Em Cambará do Sul, não espere pelo turismo fácil, assim, bem na porta de casa. Mas o que não faltam por ali são roteiros para ver essas formações milenares com imensas fissuras em seu interior. O turismo é de descoberta e os serviços turísticos são tímidos, ainda que, nos últimos anos, a população local tenha, por fim, se dado conta do potencial da região. Em Cambará do Sul estão as sedes do Parque Nacional de Aparados da Serra e do Parque Nacional da Serra Geral, onde estão localizados, dentre vários outros, os conhecidos Cânions do Itaimbezinho, Fortaleza, Churriado e Malacara. O Parque Nacional de Aparados da Serra em parte também está localizado no município de Praia Grande, no Estado de Santa Catarina, banhado pelo Rio do Boi, onde detêm de inúmeras cachoeiras, tais como, Leite de Moça e Braço Forte, onde são as principais. Principal porta de entrada para os Parques Nacionais de Aparados da Serra e da Serra Geral, Cambará do Sul oferece as melhores opções de hospedagens, de serviços e de acessos. Nas duas reservas, as principais atrações são os grandiosos e surpreendentes cânions, cujas muralhas atingem 900 metros de altura e chegam a sete quilômetros de extensão. Para incrementar ainda mais a paisagem, uma infinidade de cachoeiras e rios, além de florestas de Mata Atlântica repletas de araucárias, surgem por todos os lados.

Cânion Itaimbezinho
O cartão-postal da região é o Cânion de Itaimbezinho, em Aparados da Serra, a 18 quilômetros de Cambará do Sul, com belos paredões de 720 metros de altura e seis quilômetros de extensão. O Itaimbezinho é menor, mas impressiona pela densa vegetação que cobre seus paredões. O Parque, com 10 mil hectares, foi criado em 1958 com a intenção de proteger a formação. Por isso, apenas três trilhas são abertas a visitas e devem ser percorridas com o acompanhamento de guias. A mais fácil - e nem por isso menos interessante - é a do Vértice. São 45 minutos de caminhada, feita parcialmente sobre passarelas, com direito a uma belíssima visão frontal da Cascata das Andorinhas. Já a do Cotovelo exige duas horas e meia de caminhada, passa pela Cachoeira Véu da Noiva e pelos Arroios Perdizes e Preá e termina com uma vista panorâmica do Cânion do Itaimbezinho, ao pé dos cânions. 

Uma cobra verde na trilha do Cânion
Para mudar a perspectiva da paisagem, faça as trilhas que saem da cidade de Praia Grande, ao pé dos cânions. A trilha do Rio do Boi passa por baixo de cachoeiras – por isso, só é feita no verão. São 12 quilômetros e aproximadamente seis horas de caminhada pesada pelo leito do Rio, na parte baixa do Cânion do Itaimbezinho. É preciso contratar guia e agendar com o Instituto Chico Mendes. A última trilha, de três horas, passa pela parte baixa do Cânion Malacara, no Parque Nacional da Serra Geral. Durante o trajeto há paradas para banhos de rio e de cachoeira. Vá de manhã, para fugir da cerração, ou viração, como chamam os nativos. No inverno, tudo é mais nítido, mas é preciso encarar um frio de lascar. Evite setembro, o mês mais chuvoso.


Cânion da Fortaleza

Já o Parque vizinho - o da Serra Geral - foi inaugurado em 1992, ampliando a área de conservação em mais 17 mil hectares, com território distribuído pelos municípios de Jacinto Machado e Praia Grande, em Santa Catarina, e Cambará do Sul, no Rio Grande do Sul. O território do Parque é limítrofe ao do Parque Nacional de Aparados da Serra, constituindo um ecossistema de rara beleza e importante área de biodiversidade destinada a fins científicos, culturais e recreativos. A 23 quilômetros de Cambará do Sul, quase não há estrutura – apenas uma guarita do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) controla o acesso dos carros. Pouco importa: é neste Parque que está o impressionante Cânion da Fortaleza, com 7,5 quilômetros de extensão, 900 metros de altura e 1,5 quilômetros de largura, que pode ser visto do mirante, um dos pontos mais altos da borda da garganta. 

Cânion da Fortaleza
São três trilhas principais: a Trilha do Mirante do Fortaleza, a da Pedra do Segredo e a da Borda Sul. A principal delas, a Trilha do Mirante tem três quilômetros de distância, ida e volta, o início da trilha é de subida por uma estradinha de cascalho (use tênis ou botas de trilha), que começa logo no estacionamento. É relativamente fácil para quem não tem nenhum problema de acessibilidade. Na Trilha do Mirante é possível ver quase todo o Cânion da Fortaleza, a planície de Santa Catarina e, em dias de boa visibilidade até parte do litoral do Rio Grande do Sul. As paisagens são definitivamente cinematográficas.

Cânion da Fortaleza
As outras trilhas, a Borda Sul e da Pedra do Segredo têm início antes da Trilha do Mirante. Há uma placa sinalizando. Seguindo por este caminho, logo será possível ver o Rio Segredo. Continuando pela trilha, você chegará à cabeceira da Cachoeira do Tigre Preto, com 200 metros de queda, mas para vê-la é preciso cruzar o Rio, passando por cima dela. Mas para ver as três quedas da Cachoeira do Tigre Preto e parte do Cânion da Fortaleza é um total de três quilômetros ida e volta, cruzando o Rio. Continuando um pouco mais pela trilha é possível chegar até a Pedra do Segredo, que surge bela e intrigante. Uma pedra de cinco metros de altura e 30 toneladas, que se equilibra em uma base rochosa de apenas 50 centímetros. Já a Trilha da Borda Sul tem aproximadamente nove quilômetros e leva cerca de seis horas, seguindo o caminho todo pela borda do cânion, desde o Mirante até a Cachoeira do Tigre Preto, ou vice-versa.

Pedra do Segredo no Cânion da Fortaleza

Pedra do Segredo no Cânion da Fortaleza
Quem visita o Parque Nacional da Serra Geral não deixa de ver essa cachoeira, tamanha é sua extensão - há uma sequência de três quedas, mas não é possível enxergar todas de uma vez. Para encarar a queda mais alta de frente é preciso atravessar um rio com a água no joelho (a caminhada costuma levar 30 minutos, só ida). Prefira ir de manhã, pois à tarde pode haver cerração, que atrapalha a visibilidade. Em dias de pouca nebulosidade é possível avistar, bem ao longe, os prédios de Torres, no litoral gaúcho, e a Lagoa do Sombrio, em Santa Catarina. 

Lajeado da Cachoeira do Tigre Preto

Cachoeira do Tigre Preto 
no Cânion da Fortaleza
Também merecem atenção os Cânions Malacara e Churriado, mas é preciso fôlego para percorrer o caminho de 25 quilômetros repleto de piscinas naturais. A Trilha do Malacara entra por dentro do Cânion e proporciona uma linda visão dos paredões. Também indicado para quem tem preparo são os 22 quilômetros de trilhas que ligam a Serra Geral a Aparados da Serra, vencidos em oito horas de marcha. As cavalgadas também são famosas na região e, para combinar a aventura com muita diversão, a pedida é visitar os parques em julho, quando acontece um passeio a cavalo com sete dias de duração. O inverno, aliás, é a melhor época para visitar a região, apesar das baixíssimas temperaturas. De maio a agosto, o risco de nevoeiro é menor, garantindo boa visibilidade nos mirantes. Para esquentar, experimente os comes e bebes típicos, como o vinho produzido pelos colonos italianos, o chimarrão, o churrasco na vala e o pinhão assado na chapa.

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