Blumenau |
Depois de alguns dias em Curitiba,
no Paraná, era hora de descer mais um pouco. O próximo destino seria Florianópolis
em Santa Catarina. Em Florianópolis,
a hospedagem foi em casa de parentes na Praia
de Jurerê. Jurerê é uma praia
situada no norte da Ilha de Santa
Catarina, no bairro nobre do mesmo nome, entre as praias de Canasvieiras e do Forte de São José da Ponta Grossa. São
dois mundos, divididos por uma linha imaginária. Do lado direito, hotéis,
pousadas, casas de veraneio e frequência predominante de famílias. Do esquerdo,
Jurerê vira Internacional e ganha ares de Miami
Beach - um bairro planejado, com mansões milionárias e desfile de carrões.
O pedaço é o epicentro do luxo em Florianópolis,
sede de descolados beach lounges onde, no verão, as festas fervem regadas a
espumante e ao som de batidas eletrônicas. Considerada a praia mais sofisticada
da Ilha de Santa Catarina, Jurerê Internacional tem um público
mais exigente, que busca diversão aliada ao conforto.
Pomerode |
Na praia, no entanto, Jurerê
continua com um cenário único: mar calmo e limpo, faixa estreita de areia e boa
estrutura de barracas. A temperatura das águas é
morna durante o verão. A praia tem uma extensão de, aproximadamente, 3,2 quilômetros
com faixas de areia que variam entre seis e 80 metros de largura. O primeiro
nome do povoado foi Praia da Ponta
Grossa, em referência à formação geográfica escolhida para localizar um
ponto de defesa militar da Ilha de Santa
Catarina. Lá, foi erguida a Fortaleza
São José da Ponta Grossa, das baterias de São Caetano e Nova do Pontal.
Uma comunidade se organizou e se desenvolveu, dedicando-se à pesca, à agricultura
e aos trabalhos junto ao Forte. Em 1955, uma imobiliária chamada Jurerê foi responsável pelo primeiro
plano de loteamento da praia, o que causou um choque nos moradores mais
tradicionais. A comunidade passou por impactos imobiliários e por grande
desenvolvimento urbanístico. Empreendimentos voltados ao turismo foram
concluídos e o balneário perdeu a característica de pequena vila.
Joinville |
Santa
Catarina é uma das 27
unidades federativas do Brasil, localizada no centro da Região Sul
do país. É o 20º Estado
brasileiro com maior extensão territorial e
o 11º mais populoso, além de ser o nono mais povoado com
295 municípios. As dimensões territoriais abrangem uma área maior do que Portugal ou a soma dos estados
brasileiros do Rio de Janeiro e Espírito Santo e o Distrito Federal. Limita-se com os estados do Paraná (ao norte) e Rio
Grande do Sul (ao sul) e a
província argentina de Misiones (a
oeste). Além disso, o Oceano Atlântico
banha a região costeira do Estado (a leste). A costa oceânica percorre cerca de
450 quilômetros, ou seja, aproximadamente metade da costa continental de Portugal (943 quilômetros).
Beto Carrero World em Penha |
O Estado de Santa Catarina tem uma área
territorial repleta de contrastes; as serras estão contrapostas à costa de
lindas praias, baías, enseadas e mais de 10 ilhas; na arquitetura, uma grande
diversidade de municípios preserva as edificações características do tempo em
que foi povoado. Ao passo disso, a capital, Florianópolis, é uma cidade de prédios inovadores e requintados,
assinalada pela enorme existência dos jovens, dos esportes náuticos e dos
campeonatos de surfe. Atualmente, visitar o Estado de Santa Catarina é uma possibilidade de entender uma
característica mistura de nacionalidades, que é refletida não somente na
cultura, porém, da mesma forma no patrimônio histórico. Além disso, há no
Estado outras grandes atrações, como as elevadas médias térmicas do verão, as
quais trazem um grande número de turistas para seus belos balneários, que se
distribuem por destinos como Balneário
Camboriú, uma das praias mais famosas, Bombinhas,
a qual se considera a “capital brasileira
do mergulho”, Itapema, Garopaba, Joaquina, Praia Mole e
da Vila em Imbituba. Nesse lugar ocorre uma etapa do principal campeonato de
surfe do mundo, o WCT; e o excessivo
frio do inverno da Serra Catarinense
com intensas geadas, de vez em quando seguidas de neve, assegurando
confortáveis e apaixonados roteiros. Os mais conhecidos da Serra são Lages e São Joaquim. Tanto no inverno como no verão, há muitas escolhas de
passeios para todo o ano.
São Francisco do Sul |
No Vale do Itajaí, merecendo destaque Penha, em que existe o Beto Carrero World, e Blumenau, concentram-se destinos em que
o bom é o turismo de negócios. Limitando-se com Blumenau está localizada Gaspar,
cidade conhecida pela Igreja Matriz
e pela Rota das Águas que contém
mais de nove Parques Aquáticos, o mais conhecido o Parque Aquático Cascaneia. Já o município de Timbó destaca-se pelos excelentes locais para que se pratiquem
esportes radicais como o “rafting”, “canyoning” e que sejam praticados
verticalmente. O município de Fraiburgo,
que faz parte da Rota da Amizade,
destaca-se ao cultivo da maçã, podendo ser conhecidas as várias fases desta
cultura, como a floração da Malus
domestica, e o plantio dos frutos. Além disso, conta com a organização que
existe na Terra da Maçã para que os
visitantes sejam recebidos. Sabido como um pedaço da Europa que está encravado no Sul do país, o Estado de Santa Catarina possui um dos mais altos índices de
desenvolvimento econômico do Brasil,
que se baseia na grande variedade de produção industrial. Possui o mais alto índice de expectativa de vida do país (empatado com o Distrito Federal), a menor taxa de mortalidade infantil e também é
a unidade federativa com menor desigualdade econômica e analfabetismo do Brasil. Um importante ponto turístico é
o Farol de Santa Marta, o mais
extenso das Américas e o terceiro
maior do mundo.
Serra do Rio do Rastro em Lauro Müller |
Tem
sido crescente a movimentação turística, que vem principalmente de São Paulo e dos países da Prata para Santa Catarina. Com o fim da crise econômica nos países do MERCOSUL, parte
do movimento de argentinos, uruguaios e paraguaios voltou ao proveito do
turismo de verão, em cidades balneárias tais como Balneário Camboriú e Barra Velha.
A mais importante concentração que atrai os
turistas são os lindos balneários da Ilha
de Santa Catarina, além das praias de Laguna,
Balneário Camboriú, Porto Belo e Itajaí. Também atrai a zona de colonização alemã, centralizada em Blumenau, porém, abrangendo, na
periferia, Pomerode e Timbó e inclusive, no extremo norte, Joinville. Os antigos habitantes dos
municípios da região ergueram as históricas casas de enxaimel (caibros
atravessados de modo a segurar o barro, o qual constitui as paredes).
Ilha do Arvoredo em Florianópolis |
São
sediadas em Santa Catarina várias
instituições culturais, podendo ser citados o Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina, a Academia Catarinense de Letras e o Círculo de Arte Moderna. As principais
bibliotecas são a Biblioteca Pública do
Estado, a Biblioteca Pública
Municipal de Estreito, as das diversas escolas da Universidade Federal (Florianópolis),
a Biblioteca Pública Municipal Dr. Fritz
Müller (Blumenau), a Biblioteca Pública Municipal (Joinville) e a Biblioteca da Fundação Camargo Branco (Lages). Os principais museus de Santa Catarina são o Museu
Histórico (local de instalação na Casa
de Santa Catarina, com armas, uniformes e objetos que pertenciam à Companhia Barriga Verde), a Residência de Vítor Meireles, o Museu Etnográfico, Etnológico e Botânico,
o Museu de Arte Moderna, o Museu do Índio, o Museu do Instituto Geográfico e Histórico, o Museu do Homem do Sambaqui (Florianópolis),
o Museu de História Natural Dr. Fritz
Müller (Blumenau), o Museu Arquidiocesano Dom Joaquim (Brusque), o Museu Nacional do Mar, com embarcações do Brasil e do exterior (São
Francisco do Sul), o Museu Municipal
(de imigrantes, colonizadores e achados arqueológicos), o Museu Estação da Memória na histórica Estação de Trem (Joinville)
e o Museu Histórico Pedagógico (Lages).
Gaivotas no litoral de Florianópolis |
Ao
povoarem a Florianópolis de hoje, os
açorianos haviam erguido um sistema de fortalezas, as quais atualmente são
historicamente muito importantes. Na Ilha
de Anhatomirim encontra-se um desses fortes, a Fortaleza de Santa Cruz, a qual, erigida em 1744, foi restaurada
pelo Serviço do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional (SPHAN). Das
ruínas do Forte de São José da Ponta
Grossa (1740), na Praia do Forte,
possui-se uma das mais lindas visões da região. Demais conhecidos monumentos
são o Mercado Público e o prédio da Alfândega, construídos no final do
século XIX, e a Ponte Hercílio Luz
(1926), uma das mais compridas pontes pênseis do planeta (Florianópolis) e o Palácio
dos Príncipes, construído em 1870 (Joinville).
O patrimônio histórico cadastra por tombamento as ruínas e construções da Ilha de São Francisco do Sul e da
cidade de Laguna.
Águas limpas no litoral catarinense |
Dentre as festas religiosas tradicionais de Santa Catarina merecem destaque: a Procissão do Senhor Jesus dos Passos, a
Festa de São Sebastião, a do Divino Espírito Santo (móvel, com três
dias de duração) e a de Santa Catarina
(padroeira do Estado). Das festas folclóricas, realizam-se as principais no mês
de outubro em uma grande diversidade de cidades: em Criciúma, a Festa das Etnias;
em Florianópolis, a Fenaostra; em Blumenau, a Oktoberfest,
tradicional da Alemanha, que
distribui chope, canções típicas e grupos de folclore; em Joinville, a Fenachopp;
em Rio do Sul, a Kegelfest, no qual o atrativo, bem como
a cerveja, é o bolão, jogo parecido com o boliche e com a bocha; em Treze Tílias, a Tirolerfest, celebração do dia em que os imigrantes vieram da Áustria; em Jaraguá do Sul, a Schützenfest,
combinação de torneio de tiro com festival alimentar e cervejeiro, em Brusque, a Fenarreco, a Nacional do
Marreco; em Pomerode, a Pomerana; em Itapema, o Festival do
Camarão; e em Itajaí, a Marejada, com culinária de Portugal. Demais festas folclóricas
famosas no Estado são o Terno de Reis,
em janeiro; o Boi de Mamão, em
janeiro e fevereiro, uma aparência de pantomima onde é predominante a imagem de
um boi de papelão ou madeira, acompanhada de pessoas, fantasia, dançarinos e
cantores; e a Farra do Boi, na
semana santa.
Gaivotas no litoral de Florianópolis |
Da culinária de Santa Catarina, os pratos mais famosos
são a bijajica (bolinho de polvilho, ovos e açúcar, frito em banha), o Pirão
de Peixe no Sul e a Marrecada (marreco com repolho
roxo) no norte. Na capital, o destaque é a Sequência de Camarão, uma série
de vários pratos preparados com o crustáceo. No
mês de abril ocorre a Expofeira Nacional
da Cebola no município de Ituporanga,
período em que as festas são realizadas; o evento, toda edição, se firmou como
habitual para excursões, promoção de agronegócios e divulgação de novas
tecnologias no setor agropecuário. Entre maio e julho ocorre em Lages a Festa Nacional do Pinhão, com pratos típicos feitos de pinhão,
considerado o mais importante festival tradicionalista brasileiro, e em Urussanga, no sul do Estado, a Festa do Vinho e a Festa Ritorno alle Origini merecem destaque como festas da
imigração italiana no Estado.
Ilha do Arvoredo em Florianópolis |
O
futebol é o esporte mais popular no Estado
de Santa Catarina, seguido por vôlei, tênis, basquete, ciclismo e artes
marciais. O futebol foi introduzido no início do século XX, tendo como
principais equipes o Avaí, o Figueirense, a Chapecoense, o Joinville
e o Criciúma, além de outros
menores. Já o Campeonato Catarinense,
realizado anualmente desde 1924, é o principal evento de futebol no Estado,
organizado pela Federação Catarinense de
Futebol, contando com a participação de 10 equipes na primeira divisão. Os Estádios Arena Condá, em Chapecó e Heriberto Hülse, em Criciúma,
são os maiores de futebol de Santa
Catarina. Santa Catarina é sede
de eventos esportivos nas mais diversas modalidades, seja de importância local,
nacional e até mesmo internacional, entre os quais os Jogos Abertos de Santa Catarina, os Joguinhos, a Olimpíada
Estudantil (OLESC), os Jogos Escolares (JESC), Campeonato Escolar de
Futsal (MOLEQUE), os Jogos Abertos Paradesportivos (PARAJASC), os Escolares Paradesportivos (PARAJESC),
os Abertos da Terceira Idade (JASTI) e Dança Catarina, todos realizados pela Secretaria Estadual do Esporte.
Lagoa da Conceição em Florianópolis |
A
cidade-sede dos poderes executivo, legislativo e judiciário estaduais é a
capital Florianópolis. O município
de Joinville, contudo, é o mais
populoso do Estado. Além do Espírito
Santo, Santa Catarina é o único
Estado cuja capital não é a cidade mais populosa. Atualmente, Santa Catarina possui, ao todo, 11 Regiões Metropolitanas, todas elas
criadas por intermédio de leis complementares estaduais entre os séculos XX e
XXI. Inteiramente ao sul do Trópico de
Capricórnio, localizado na Zona
Temperada meridional do planeta, o Estado possui Clima Subtropical. Estas condições variam de acordo com o
relevo regional: no Oeste e Planalto Serrano é relativamente comum a ocorrência de
geadas e neve, enquanto no litoral o clima é mais quente, podendo atingir altas
temperaturas durante o verão.
Águas Azuis do Litoral Catarinense |
No
começo do século XVI, a região que é hoje o Estado catarinense era povoada
pelos Carijós, tribo do grupo Tupi-Guarani, catequizados desde 1549. A partir
do início da época em que o Brasil
foi descoberto, expedições vindas de Portugal
e Espanha visitaram a costa
catarinense. No ano de 1526, Sebastião Caboto, viajando no Rio de La Plata, tinha passado pela ilha então denominada dos Patos e a chamou de Santa Catarina. Dom João III doou as
terras continentais para Pero Lopes de Sousa em 1534. No entanto, em todos os
anos do século XVI, as terras ficaram desabitadas, recebiam a visita dos
jesuítas, colonizadores espanhóis e portugueses, porém, sem população
permanente. Os portugueses somente começaram a se interessar pela região na
metade do século XVII.
Projeto Tamar em Florianópolis |
A Capitania de Nossa Senhora do Rosário de
Paranaguá, fundada pelo Marquês de
Cascais em 1656, substituiu a Capitania
de Santana, que teve início na foz da Baía
de Paranaguá e fim na atual cidade catarinense de Laguna. Tem como limites a de Santo
Amaro (parte da segunda seção da de São
Vicente) ao norte, as águas salgadas do Oceano Atlântico a leste e o Governo
do Rio de La Plata e do Paraguay a oeste, estados extintos delimitados pelo
Tratado de Tordesilhas. No ano de
1658, a povoação permanente mais antiga do Estado, o Povoado de Nossa Senhora da Graça do Rio de São Francisco, foi
fundada por Manuel Lourenço de Andrade e seus amigos.
Em
1675, o bandeirante paulista Francisco Dias Velho, seguido de seus filhos,
escravos e criados, criou a Povoação de
Nossa Senhora do Desterro (hoje Florianópolis)
na Ilha de Santa Catarina. Em 1676,
o Povoado de Laguna foi estabelecido
por Domingos de Brito Peixoto. Criou-se a Capitania
de Santa Catarina, vinculada à de São
Paulo, em 1738. A Capitania desmembrou-se de São Paulo e passou a pertencer à do Rio de Janeiro, em 1739. Um sistema defensivo insular foi criado e
cerca de mil imigrantes açorianos começaram a povoar a Ilha e o litoral da
Capitania, de 1748 a 1756. Portugal
e Espanha entraram em guerra. Em
consequência disso, a Ilha de Santa
Catarina foi devastada e invadida por tropas espanholas em 1777. Os
espanhóis foram obrigados pelo Tratado
de Santo Ildefonso a devolver a região que haviam conquistado.
Praia do Forte |
Com
a Independência do Brasil que foi
proclamada, a Capitania foi elevada à categoria de Província. A Revolução Farroupilha, ocorrida no Rio Grande do Sul em 1835, teve suas
consequências sofridas pela então Província. Em julho de 1839, a República Juliana foi proclamada pelos
revolucionários, chefiados por Giuseppe Garibaldi e David Canabarro, que tinham
tomado Laguna. Derrotados pelas
tropas do Império do Brasil, os
rebeldes deixaram Laguna. O novo
país sul-americano teve curta duração, pois, quando sua independência foi
proclamada, deixou de pagar à República
Rio Grandense por falta de dinheiro. Em 1840, as trincheiras farroupilhas
mais recentes foram extintas. Em meados do século XIX vieram os imigrantes
europeus, especialmente alemães e italianos, estes últimos em quantidade muito
pequena. Foram criadas as Colônias de
Dona Francisca, atual Joinville,
em 1850, Blumenau em 1852 e Brusque em 1860.
Muralha do Forte São José da Ponta Grossa |
A Proclamação da República foi apoiada
pela Província agora elevada à categoria de Unidade Federativa em novembro de
1889, data que aparece na bandeira e no brasão estadual, no entanto, a revolta
do governador indicado, que aderiu à Revolução
Federalista Gaúcha em 1893, foi contrária ao governo central. Desterro foi transformada em base naval
da esquadra revolucionária chefiada por Custódio José de Melo. As lutas
expandiram-se por toda a costa de Santa
Catarina. Derrotados em 1894, os revolucionários foram seriamente castigados
pelas tropas legalistas. Em 1894, Hercílio Luz foi escolhido por voto popular
como governador e elaborou uma política que pacificasse a região e que
reparasse os problemas infraestruturais que o Estado sofreu. Homenageando
Floriano Peixoto, a cidade de Desterro
recebeu o nome de Florianópolis,
após uma reviravolta que custou a vida dos defensores da Revolução. Dessa
denominação vem a alcunha Floripa, pela qual a cidade é
conhecida.
Praia dos Ingleses em Florianópolis |
No
ano de 1912, teve início a Guerra do
Contestado, conflito de oposição entre os habitantes empobrecidos da região
que se situa entre os Rios Negro, Iguaçu, Pelotas e Uruguai, e as
forças oficiais. José Maria de Santo Agostinho, um curandeiro considerado sagrado,
liderava os sertanejos, além do Paraná
e Santa Catarina disputarem a região
onde moravam, motivo pelo qual a área recebeu o nome de Contestado. Ambas as unidades federativas se desentenderam e os
sertanejos lutaram contra as forças oficiais, e tudo isso somente deixou de
existir em 1916. Em 1930 o território de Santa
Catarina foi invadido pelas forças revoltosas, as quais saíram do Rio Grande do Sul, apesar da
resistência de Florianópolis, que se
estendeu até a vitória da Revolução no país inteiro.
Florianópolis |
Na
época da Segunda Guerra Mundial, foi
necessário que o problema da infiltração nazista fosse enfrentado no Estado, em
que o esforço militar brasileiro não conseguiu ser prejudicado por agrupamentos
de alemães, diante de uma tentativa infrutífera. Em toda a administração de
Getúlio Vargas, até 1945, interventores governaram o Estado. Desde os anos de
1950, colaborou ao progresso catarinense o estímulo concedido para que o
extremo oeste e o centro do Estado fossem povoados por colonos
ítalo-brasileiros que vieram do Rio
Grande do Sul. A Universidade
Federal de Santa Catarina foi criada em 1960 e a Universidade para o Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina foi
fundada em 1965, e tudo isso impulsionou em muito a educação estadual.
Jurerê Internacional |
A população de Santa
Catarina é composta basicamente por caucasianos, mestiços, afro-brasileiros
e povos indígenas. No Brasil Colonial,
os colonizadores espanhóis foram os primeiros a iniciar o povoamento no
território catarinense. Santa Catarina
foi povoada por portugueses e demais imigrantes europeus (italianos, alemães,
poloneses, ucranianos, lituânios, judeus, neerlandeses, belgas, suíços,
austríacos, franceses, ingleses, irlandeses, noruegueses, suecos,
dinamarqueses, checos, eslovacos, gregos e russos). Os vicentistas junto com
indígenas aculturados iniciaram a colonização de São Francisco do Sul, Florianópolis
e Laguna já no século XVII. Os
portugueses, em sua maior parte, açorianos, vieram para Santa Catarina em 1748, para povoar e defender o Brasil meridional de inesperados
ataques espanhóis. Já os castelhanos, que chegaram da Argentina, estavam dominando terras portuguesas no Sul do Brasil. Foram criadas colônias
açorianas em pontos de estratégia na costa catarinense, que depois foram
espalhadas por demais zonas do Brasil.
A
imigração alemã em Santa Catarina
começou em 1828, durante a fundação da Colônia
de São Pedro de Alcântara pelos primeiros 523 alemães, vindos de Bremen. O Imperador Dom Pedro I, que
queria colonizar o Sul do Brasil e
fazer a economia regional enriquecer, incentivou a chegada de alemães para o Brasil. Várias colônias alemãs foram
fundadas no Estado e expandiram-se pelo interior. As que mais tiveram sucesso
foram as colônias de Joinville em
1850 e de Blumenau, em 1851. Ambas
as colônias foram as que deram certo na colonização alemã no Estado, porque foi
por meio delas que os imigrantes foram expandidos. Os alemães isolaram-se
durante decênios em suas colônias, comunicando-se menos com o resto da
população brasileira. Como resultado, os alemães, enfim, mantiveram seu idioma
e hábitos intocados, sem que ganhassem uma grande quantidade de influências que
viessem de fora. Esse afastamento fez com que surgisse em Santa Catarina uma fortalecida origem germânica, percebida em uma
grande variedade de características da sua população. O Estado catarinense tem
atualmente a maior quantidade de filhos, netos e bisnetos alemães no Brasil. Mais de 40% da população
catarinense é originária da Alemanha.
Em
agosto de 1869, veio ao Porto de Itajaí,
desembarcando do navio “Vitória”, o
primeiro agrupamento de emigrantes poloneses da Alta Silésia. No total, havia 64 pessoas. Estabeleceram-se na
colônia de Brusque, na região de “Sixteen Lots”. Mais de 5% da população
catarinense são filhos, netos e bisnetos de poloneses. A imigração italiana foi
a maior corrente imigratória já acolhida por Santa Catarina. Os italianos vieram ao Estado em 1875, procedente
especialmente das regiões do Vêneto
e da Lombardia. Dessa forma, como
aconteceu com os alemães, fundaram-se mais de 10 colônias de imigrantes
italianos, sendo as mais desenvolvidas na região do Vale do Rio Tubarão. Criaram-se as mais antigas colônias de
imigrantes italianos na costa catarinense. O clima com um pouco mais de calor e
as doenças tropicais atingiram os imigrantes, levando assim colônias ao
insucesso. No começo do século XX, italianos que vieram do Rio Grande do Sul migraram para o oeste de Santa Catarina, e ali as colônias italianas desenvolveram-se. Mais
de 30% da população do Estado são filhos, netos e bisnetos de italianos. Os
escravos africanos e seus filhos, netos e bisnetos também contribuíram para
formar o povo catarinense.
Um “pequeno
pedaço da Alemanha” situado em Santa Catarina. Dessa forma é o Vale do Itajaí, que se localiza entre a
capital e o nordeste do Estado. O legado dos pioneiros germânicos marcou a
arquitetura em estilo enxaimel, a culinária e as festas típicas, os jardins
muito caprichados e o fortalecimento da indústria de roupas. Seus morros,
matas, rios e cachoeiras muito atraem os ecoturistas. Os mais importantes
municípios são Itajaí, Blumenau, Gaspar, Pomerode, Indaial, Brusque, Guabiruba, Ituporanga e Rio do Sul. Com fortalecida cultura alemã, o nordeste do Estado
associa uma economia empreendedora respeitando a rica natureza. Fábricas de
eletrodomésticos, produtos metálicos, em geral, máquinas, automóveis e demais
veículos compartilham espaço com as espessas florestas da Serra do Mar e as águas salgadas da Baía de Babitonga na cidade de São
Francisco do Sul. A região é muito rica e possui um elevado IDH. Seus municípios mais importantes
são Joinville, Jaraguá do Sul, São Bento do
Sul e São Francisco do Sul.
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