quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Lisboa - Alfama

Alfama com a Igreja de Santo Estevão
Esparramada pelas colinas que ladeiam o lendário Rio Tejo, Lisboa tem telhados vermelhos e azulejos coloridos. Becos e ruelas guardam preciosidades de um rico passado. O nosso próprio passado. A capital portuguesa possui bairros emblemáticos e com características próprias. O Centro Histórico da cidade é composto por sete colinas, sendo algumas das ruas demasiado estreitas para permitir a passagem de veículos. Alfama, que se estende a leste do centro da cidade, é um dos bairros mais antigos e típicos de Lisboa, com sua arquitetura típica de cidade árabe e medieval com ruas estreitas, sendo um dos poucos sítios de Lisboa que sobreviveu ao terremoto de 1755. É sem dúvida, o bairro mais popular e folclórico da capital. Atualmente abrange uma parte da Freguesia de Santa Maria Maior e outra da Freguesia de São Vicente. As vistas mais espetaculares de Alfama têm-se do passeio público formado pelos miradouros das Portas do Sol e de Santa Luzia. O pôr do sol de ambos os miradouros é imperdível para quem estiver passeando pelo bairro. O conselho é ir até o de Santa Luzia e depois descer a pé até o Portas do Sol.

Igreja de Santo Estevão

Ruas estreitas de Alfama
O melhor passeio aqui é se perder pelo labirinto medieval do bairro, que lembra muito uma tradicional aldeia portuguesa com roupas balançando nos varais improvisados nas janelas. Não se vive uma experiência genuína em Lisboa sem se perder entre os becos e encantos do bairro que é considerado o coração da cidade. Ao andar pelas ruelas desordenadas e estreitas de Alfama, você vai presenciar conversas entre vizinhos, ouvir o fado que ecoa pelas escadarias e ainda ver o Tejo numa outra dimensão. Construções antigas são disputadas pelo comércio que já não tem mais para onde crescer. Carros circulam com dificuldade e, em alguns pontos, só se chega a pé. Alfama é um bairro muito peculiar em se assemelhar a uma antiga aldeia não só em aspecto como por ter uma comunidade relativamente pequena e próxima. O bairro é frequentado diariamente por turistas portugueses e estrangeiros, sendo considerado como o mais seguro de toda a cidade de Lisboa. Ao contrário do Chiado ou Bairro Alto, aqui a vida segue em ritmo mais lento sob o cheiro de sardinhas e castanhas portuguesas assadas.

Catedral da Sé
Alfama é o bairro que mais acumula Tascas (o botequim português) por metro quadrado. É aonde você vai para tomar cerveja e beliscar algo. Muitos desses estabelecimentos também oferecem refeições. Os aromas que vêm de confeitarias e restaurantes despertam a gula. Estando no centro, boa parte das atrações na Baixa, Chiado, Alfama e Bairro Alto podem ser alcançados a pé. Prepare as pernas para andar bastante por uma topografia íngreme. Mas, roubando uma frase de Fernando Pessoa, tudo vale a pena se o prêmio é conhecer essa cidade que é capital do país desde 1255, sobreviveu a um terremoto devastador em 1755 e hoje é um cenário ancestral pronto para ser explorado por quem não tem preguiça de andar. Cansa um pouco, por conta das ladeiras, mas as escadinhas, calçadões e praças fazem parte da experiência. Se cansar, faça paradas estratégicas em despretensiosos cafés.

Catedral da Sé

Elétrico de Lisboa
É em Alfama que se encontra a maioria das casas de Fado, a característica música popular portuguesa, onde se pode desfrutar de vários espetáculos ao vivo. Os sons vão do lento e melancólico fado ao delicioso (e por vezes ininteligíveis) sotaque. O Museu do Fado é um Museu incrível, tanto para quem não conhece a tradicional música portuguesa e também para quem conhece. O Museu reúne de forma didática e objetiva um pedaço da memória do país. Mostra como o Fado se tornou parte indissociável da história da música portuguesa. O circuito é relativamente rápido e você pode fazê-lo com um áudio guia que está incluído no valor da entrada. Embora fique dentro do Bairro Alfama já está próximo ao Terreiro do Paço, na Baixa. Fica no Largo do Chafariz de Dentro

O famoso Elétrico 28 de Lisboa
O mercado de rua mais popular de Lisboa é a Feira da Ladra que também fica em Alfama. A feira antigamente era itinerante, começou no século XIII e passou por diversos bairros da cidade, até que se estabeleceu no Campo de Santa Clara, bem próximo ao Panteão Nacional. Aqui você encontra relíquias em louças, moedas imperiais e objetos antigos. Mas nem só de antiguidades vive a Feira da Ladra. Há uma ala inteira para colecionadores de badulaques, velharias e balangandãs. O Panteão Nacional é um marco da arquitetura barroca. O edifício, que teve a pedra fundamental lançada em 1638, demorou quase 300 anos para ficar pronto. Originalmente era para ter sido a Igreja de Santa Engrácia, mas o templo nunca chegou a receber um culto. Hoje, abriga os túmulos de ex-presidentes e da cantora de fado Amália Rodrigues – a Elis Regina dos portugueses. Fica no Campo de Santa Clara, a uma quadra de onde acontece a Feira da Ladra.

Elétrico 28 em Alfama
O Largo do Chafariz de Dentro é a praça central do bairro. Nas proximidades há o antigo gueto judeu, a Igreja de Santa Luzia com um miradouro maravilhoso sobre a Alfama e o Museu de Artes Decorativas com obras do século XVII e XVIII, a Igreja São Miguel e Santo Estevão, onde se pode desfrutar de outra bela vista do bairro. Para quem gosta de design e decoração de ambientes, o Museu de Artes Decorativas Portuguesas abriga a coleção doada pelo milionário português Ricardo do Espírito Santo. O acervo do Museu está organizado em vários espaços de acordo com determinadas épocas. Faz lembrar como funcionava uma casa fidalga portuguesa. Infelizmente não é permitido filmar nem tirar fotos. O bairro não tem tradições de compras, mas se quiser levar alguma recordação ou souvenir conheça o Alfama Shop  uma loja com a cara da região. Está cheia de símbolos da cidade e de Portugal que vão muito além do clássico galinho de Barcelos como as chitas de Alcobaça e os bordados de Viana. Vende também pôsteres de fado, camisetas e lindas bolsas ecológicas (de pano) com estampas criativas dos atrativos de Lisboa.

Antiga Casa do Castelo
Subindo a ladeira em direção ao Castelo de São Jorge, a primeira parada é a Catedral da Sé. Construída sobre uma antiga mesquita, o templo abriga a pia onde Santo Antônio foi batizado. Para quem não sabe, Santo Antônio de Pádua, o casamenteiro, era português. Nasceu e cresceu aqui. Só depois foi viver na Itália. É o santo padroeiro de Lisboa. A Catedral passou por várias remodelações e reformas (foi bastante afetada no terremoto de 1755), o que fez dela uma mescla de estilos arquitetônicos. Os traços da Igreja fazem jus aos modelos românico, gótico e barroco. O interior tem três naves na forma de cruz latina. As atrações são os azulejos da Capela Franciscana, que descrevem a vida de Santo Antônio, os túmulos de Dom Afonso IV e sua esposa na Capela de Santo Ildefonso – um túmulo esculpido no século XIV – o Claustro Gótico e o Museu da Catedral. É considerado Monumento Nacional desde 1910. É por lá que passa o famoso Elétrico 28, sendo uma das imagens mais fotografadas na cidade. Na área em torno da Catedral dá para visitar a Igreja Barroca de Santo Antônio da Sé e a Casa dos Bicos, um edifício civil do século XVI, foi a casa de Brás de Albuquerque, filho do governador do Estado português da Índia, Afonso de Albuquerque, e a Igreja da Conceição Velha com um portal em estilo manuelino.

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