domingo, 10 de janeiro de 2016

Lisboa - Elevador de Santa Justa

Elevador de Santa Justa
Quem caminha pela Rua Augusta, em Lisboa, se surpreende com uma antiga torre de ferro imponente que aparece por entre aquelas travessas da Baixa. O Elevador de Santa Justa é um dos transportes centenários da capital de Portugal e que, certamente, divide opiniões quando o assunto é turismo. Afinal, vale a pena subir neste Elevador? A visita ao Elevador de Santa Justa costuma acontecer quando o turista vai conhecer a região da Praça do Comércio. Lá estão, por exemplo, o famoso Arco da Rua Augusta e a própria Rua Augusta, visita obrigatória para todo mundo.

Elevador de Santa Justa







Lisboa é conhecida também como a cidade das Sete Colinas, verdade que andar por Lisboa pode ser um sobe e desce sem fim e por conta disso, a cidade conta desde o final dos anos 1800 com alguns elevadores que ligam a parte baixa aos bairros altos e um deles é o Elevador de Santa Justa. O Elevador também é conhecido como Elevador do Carmo, pois ele liga a Rua de Santa Justa na Baixa ao Largo do Carmo, no Bairro Alto. O Elevador de Santa Justa está localizado a sudeste da Praça Dom Pedro IV (Praça do Rossio), e a Estação de Metrô mais próxima é a do Rossio, na Linha Verde do Metrô. A entrada superior fica à direita das ruínas da Igreja do Carmo, no Largo do Carmo. Hoje em dia é apenas usado pelos turistas que desejam chegar ao Convento do Carmo ou mesmo só para tirar uma fotografia.

Elevador de Santa Justa

Elevador de Santa Justa
O Elevador de Santa Justa é um projeto neogótico do engenheiro Raoul Mesnier Du Ponsard, um estudante do famoso artesão de ferro Gustave Eiffel, que tem como a sua coroa de glória a magnífica Torre Eiffel, mas historiadores defendem que nunca existiu nenhuma ligação entre a construção do elevador lisboeta com a famosa torre parisiense. Ponsard, após tutela de Eiffel, regressou à sua cidade berço de Lisboa para desenhar a sua obra prima de ferro: O Elevador de Santa Justa. A Gazeta dos Caminhos de Ferro de outubro de 1892 relatou que Raoul Mesnier Du Ponsard tinha pedido autorização à Câmara Municipal de Lisboa para construir um elevador entre a Rua Nova do Carmo e o Largo do Carmo, junto ao Museu Arqueológico. A estrutura do Elevador seria composta por uma torre metálica, ocupando um retângulo com três metros de largura e seis metros de comprimento, no alto das escadinhas de Santa Justa, e por uma passadeira também em metal que terminaria num jardim no Largo do Carmo, passando por cima de prédios na Rua Nova do Carmo. A concessão teria a duração de 99 anos, e o Elevador seria utilizado no transporte de passageiros e volumes.

Elevador de Santa Justa

Ponte do Elevador de Santa Justa
Raoul Mesnier Du Ponsard foi o responsável por uma obra inédita na Península Ibérica – e que talvez você já conheça: o Elevador do Santuário do Bom Jesus, em Braga, inaugurado em 1882 – que está em funcionamento até hoje e nunca sofreu nenhum acidente. O sucesso desse transporte foi tão grande, que Raoul se tornou o responsável pela maior parte dos ascensores, funiculares e elevadores do país nesta virada do século XIX para XX. De Lisboa, todos. Os ascensores do Lavra, da Bica e da Glória, que permanecem ativos atualmente, também são projetos dele, para você ter noção da dimensão de sua importância. Mas, diferente de todos esses ascensores ou funiculares (alguns que até parecem bondinhos), o Elevador de Santa Justa se apresenta em formato de torre.

Praça do Rossio vista do Elevador de Santa Justa
Ao contrário da Torre Eiffel, o Elevador de Santa Justa resolve na verdade um problema em Lisboa: como subir as colinas íngremes no pico do verão. O financiamento foi provido pela Casa Real e a construção começou em 1900 acabando em 1902. Durante a construção, uma das fases mais impressionantes foi a deslocação do viaduto e do pilar de suporte para as suas posições respectivas, manobra que foi executada através da rotação dos componentes inteiros. Em agosto de 1901, foi lançada a ponte do Elevador do Carmo, manobra que durou quase 18 horas, e a que assistiu muitos convidados. A ponte, com 25 metros de extensão, ligava a torre do Elevador a um terraço que tinha sido construído no telhado de um prédio do Conde de Tomar. No dia da inauguração, mais de 3000 bilhetes foram vendidos e no fim do primeiro ano, mais de meio milhão de passageiros teriam andado no Elevador, tornando-o quase tão popular como a Torre Eiffel.

Castelo de São Jorge visto do
Elevador de Santa Justa
O Elevador de Santa Justa é uma maravilha da era industrial, com a estrutura de ferro exterior formando arcos neogóticos gloriosos, enquanto no interior, duas suntuosas cabines de madeira envernizada elevam os passageiros em grande estilo. Esta impressionante (e até futurista) estrutura de ferro fundido e enriquecida com trabalhos de filigrana rendilhada era movida a vapor, mas foi convertido num motor elétrico muito mais seguro e limpo em 1907, o mesmo que ainda move o elevador nos dias de hoje. O Elevador dentro da torre sobe 45 metros e leva 45 pessoas em cada cabine. Os mostradores e instrumentação estão decorados com bronze polido, e a singularidade inclui o condutor, que é tipicamente um homem português com cara sisuda. No topo do Elevador existe uma plataforma de observação (Miradouro de Santa Justa) e um café (acessível através de uma escada ou do Elevador), que proporcionam belas paisagens sobre o centro de Lisboa. Esta plataforma é um excelente local para observar Lisboa durante a noite. Lá de cima, a gente tem uma vista de toda a Baixa-Chiado, Praça da Figueira, Alfama, Castelo de São Jorge e do Rio Tejo.

Catedral da Sé e Alfama vistos do
Elevador de Santa Justa
Em 2002, o Elevador de Santa Justa, juntamente com os restantes três caminhos de elétrico do Lavra, da Glória e da Bica, foram considerados Monumentos Nacionais. Funcionalmente, o Elevador de Santa Justa providencia um inestimável serviço para turistas por eliminar o trabalho árduo de subir até à Colina do Carmo, mas a visão do designer transformou uma grandiosa máquina funcional numa espantosa obra de arte que é adorada pelos residentes de Lisboa. Residentes e turistas experientes podem andar de Elevador quase gratuitamente, já que faz parte da rede de transportes públicos de Lisboa e os bilhetes de um dia de metrô ou autocarro são válidos para uso.

Rio Tejo visto do Elevador de Santa Justa
Para conhecer o Elevador da Santa Justa em Lisboa é muito fácil. A bilheteira localiza-se atrás da torre, na Rua do Carmo e você pode adquirir dois tipos de bilhetes: um para conhecer somente o miradouro e o outro que dá direito a também subir no Elevador. Durante o verão podem existir filas longas, por isso tente viajar cedo ou ao final do dia. Pessoas com dificuldade de locomoção não conseguem acesso ao miradouro. Ainda é preciso subir escadas para chegar lá.

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