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Chiado com o Elevador Santa Justa, Convento do Carmo e Quartel do Carmo |
O Chiado
é um dos bairros mais emblemáticos e tradicionais da cidade, conhecido como o Montmartre de Lisboa. Localizado entre os bairros
da Baixa Pombalina e Bairro Alto, bem no coração de Lisboa, o Chiado é uma região imperdível. Em 1856, com a criação do Grêmio Literário, um clube dos intelectuais
da época, o Chiado tornou-se o centro
do Romantismo Português, ponto de passagem
obrigatório para quem queria ser conhecido na cidade. O escritor Eça de Queiroz
na sua obra “Os Maias” fazia grande
referência ao Chiado e ao Grêmio Literário. O Chiado dividia-se pelas Freguesias do Sacramento e dos Mártires,
duas das menores de Lisboa, estando
agora totalmente integrado na nova Freguesia
de Santa Maria Maior. O Bairro Chiado é considerado junto com o Bairro Alto, um bairro boêmio da capital portuguesa, onde a vida
noturna ferve, por ser uma região cheia de bares, restaurantes e cafés. Ao
mesmo tempo também é um lugar de interesse, com seus lugares históricos e belos
prédios. O lugar sempre teve seu charme por ser um reduto de artistas, poetas,
escritores e intelectuais de Lisboa.
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Chiado |
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Estátua de António Ribeiro,
“O Chiado” |
Área tradicionalmente conhecida
pelas suas ligações intelectuais encontram-se aí várias estátuas de figuras literárias.
Fernando Pessoa, um dos maiores poetas da Língua
Portuguesa, está sentado a uma mesa no exterior do Café À Brasileira, imortalizado numa estátua de bronze de autoria de
Lagoa Henriques. O Café À Brasileira,
também conhecido como “A Brasileira do
Chiado” é uma das cafeterias mais famosas da cidade. Até hoje, o Café À Brasileira preserva todo seu
charme e elegância, com sua decoração clássica e seu café genuinamente
brasileiro, que sempre foi famoso e apreciado pelos portugueses. A dica é
apreciar um bom café, sentado junto às mesas da parte de fora e ver a vida
passar mais tranquila nesta parte da cidade e claro, tirar uma foto com a
estátua do grande escritor português. Além desta estátua do
século XX, encontramos também a Estátua
de António Ribeiro, “O Chiado”, no mesmo Largo. Do
outro lado da rua, ergue-se a Estátua de Luís de Camões, no Largo com o seu
nome. Fernando Pessoa tinha, aliás, uma ligação muito especial com o Chiado. No Largo de São Carlos, à frente do teatro com o mesmo nome, encontramos o
edifício onde nasceu o poeta.
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Estátua de Luiz de Camões |
Para quem gosta de
História, o Bairro do Chiado em Lisboa é um prato cheio. A pedida é
conhecer a antiga Praça Luís de Camões,
uma linda praça que leva o nome do escritor português e que o homenageia também
com uma estátua no centro da Praça. A Praça divide os bairros do Chiado e Bairro Alto. E nela fica o prédio onde funciona o Consulado do Brasil. Como o bairro é
bastante antigo, há muitas histórias em torno do lugar que marcaram a vida
lisboeta, como por exemplo, o grande incêndio que o Chiado sofreu anos atrás. Graças às autoridades, conseguiram
reconstruir quase todos os prédios do bairro, que são tombados como patrimônios
arquitetônicos e representam a Art
Nouveau do século XVIII. Em 1988, na madrugada do dia 25 de agosto, entre as três e às
quatro da manhã, deflagrou um incêndio no Edifício Grandella, que viria a tomar grandes proporções alastrando-se
por outros 17 edifícios. O Chiado
ficou destruído e a sua reconstrução levou toda a década de 1990, ficando o design a cargo do arquiteto Álvaro Siza Vieira.
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Chiado |
Na década
de 1980, devido à mudança nos hábitos dos lisboetas e à inauguração do Centro Comercial Amoreiras, o Chiado ficou decadente. Hoje o Chiado voltou a ser um importante
centro de comércio de Lisboa, sendo uma das zonas mais cosmopolitas e movimentadas da Capital Portuguesa,
sendo palco de eventos emblemáticos como o Vogue
Fashion's Night Out. Além da beleza de seus
prédios, do ar nostálgico e dos ótimos passeios que podem ser feitos nas ruelas
do Chiado, o bairro ainda abriga
diversas lojas de todos os tipos, o que se torna um verdadeiro paraíso para
fazer compras em Lisboa. Há lojas
como Zara e a famosa marca
portuguesa Ana Salazar. Além do
centro comercial Armazéns do Chiado, um espaço com três
andares cheios de lojas para todos os gostos e que é parada obrigatória para
todo o turista que estiver visitando Lisboa.
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Chiado |
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Museu Nacional de
Arte Contemporânea - Museu do Chiado |
Hoje em dia, o Chiado é um dos pontos mais procurados
pelos turistas que desejam conhecer os famosos pontos turísticos do bairro,
como a ancestral Livraria Bertrand,
aberta desde 1732. A Livraria
Bertrand surgiu em 1732 e até hoje existe, sendo considerada pelo Guiness Book a “livraria mais antiga do mundo ainda em funcionamento”. Ela fica na
mesma rua que o famoso Café A Brasileira,
e conta com diversas salas para que os visitantes e leitores possam aproveitar
o lugar para ler e repousar. A Livraria já recebeu inúmeros escritores importantes
e famosos, como Eça de Queirós, Alexandre Herculano, entre outros.
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Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado |
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Museu do Chiado com a Estátua de Antônio Ribeiro |
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Igreja do Loreto |
No Largo
do Chiado erguem-se duas igrejas barrocas: a italiana, Igreja do Loreto, no lado norte, e a Igreja de Nossa Senhora da Encarnação, em frente, com as paredes
exteriores parcialmente decoradas com azulejos. Também
englobado na zona do Chiado,
encontra-se o Largo do Carmo, com os seus jacarandás. Fica em frente à Igreja e Convento do Carmo. Essa
simpática praça foi palco da célebre Revolução
de 25 de Abril de 1974. Uma dissidência das forças armadas, com o apoio do
povo, derrubou a ditadura e deu início à democratização do país. Não houve
mortos ou feridos durante o protesto. Nos dias que sucederam à revolta, as
espingardas dos soldados em vez de balas tinham cravos nas pontas. Por isso, a
manifestação ficou conhecida como a Revolução
dos Cravos.
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Igreja do Loreto |
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Convento do Carmo |
Como zona cultural que é, aqui
encontramos diversos teatros, como o Teatro São Luiz (que já teve vários nomes, como Teatro Dona
Amélia e é hoje pertença da Câmara Municipal de Lisboa), o Teatro
da Trindade, e o Teatro de São Carlos, único teatro de ópera em Portugal. Aqui se encontrava também o
antigo Teatro Gymnasio, palco das primeiras Revistas
à Portuguesa, hoje transformado num centro comercial. Nesta zona,
encontra-se também o Museu Nacional de Arte Contemporânea,
mais conhecido como Museu do Chiado,
com obras a partir da segunda metade do século
XIX em diante. A coleção de arte
portuguesa, composta por peças que vão desde 1850 até aos dias de hoje, é a
exposição de arte contemporânea mais importante de Portugal. O Museu do Chiado
reúne uma considerável coleção representativa dos períodos Romântico,
Naturalista e Modernista bem como um vasto conjunto de pinturas, esculturas e
desenhos portugueses. Fica aberto de terça a domingo. Outro lugar super bacana de visitar no Bairro do Chiado é o Museu
de São Roque, que foi fundado em 1905 e é um dos mais antigos museus de Lisboa, com um acervo
muito rico em arte sacra e que está dividido em cinco áreas temáticas: Ermida de São Roque, Companhia de Jesus, Arte Oriental, Capela de São João Batista e Santa
Casa de Misericórdia de Lisboa. A dica é dedicar umas duas horas para
conhecer o Museu por inteiro. O Museu fica no Largo Trindade Coelho.
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Convento do Carmo |
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Museu Arqueológico do Carmo |
O Convento do Carmo é um impressionante monumento gótico, ou o que
restou dele, foi fundado por Nuno Álvares Pereira, o comandante que se tornou
membro da Ordem Carmelita. A
construção terminou em 1423, sendo esta na altura a maior igreja de Lisboa. As ruínas da Igreja do Carmo deixadas pelo
devastador terremoto de 1755 veem-se melhor da Baixa, especialmente do Rossio,
da Graça ou do Castelo de São Jorge. A catástrofe acabou deixando uma estética
ímpar com arcos em formas de ogivas erguidos no meio do nada. Representam
séculos de história e acolhem o Museu
Arqueológico do Carmo, que traz
uma maquete da Igreja como ela era, túmulos góticos, romanos e até múmias.
Neste Museu existe uma coleção histórica de valor incalculável, com peças que
retratam épocas tão distintas como a pré-história e a contemporaneidade. Por
isso, faça questão de ir além da riqueza exterior destas ruínas e dê uma
espreitadela no interior para uma gratificante viagem ao passado. Em frente ao Convento,
encontra-se o Chafariz do Carmo, datado do século XVIII.
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Museu Arqueológico do Carmo |
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Quartel do Carmo anexo ao Convento do Carmo
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Paredes meias com o Convento
encontra-se o Quartel do Carmo, pertencente
à Guarda Nacional Republicana, que
teve um papel muito importante quando do dia 25
de Abril, por ter sido escolhido por Marcello
Caetano para se refugiar da
revolução, acabando este Largo por ser o palco principal da revolução, como local
da rendição do Estado Novo perante os
militares do Movimento das Forças Armadas.
No outro lado do Convento, encontramos o antigo Palácio Valadares, edifício que teve já várias utilizações. Este
Palácio ergue-se no local onde foi fundada a primeira universidade portuguesa,
no tempo de Dom Dinis, antes de ser transferida para Coimbra.
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Quartel do Carmo e o Chiado |
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Ruas do Chiado |
No
vizinho Largo Rafael Bordalo Pinheiro,
encontramos o prédio onde o artista que dá nome ao Largo viveu, com a fachada coberta de azulejos,
classificado de Monumento Nacional. Alguns metros mais acima, encontramos o Teatro
da Trindade, pertencente ao Instituto Nacional para o Aproveitamento
dos Tempos Livres (INATEL). Na mesma rua, na zona onde se
erguia o Convento da Trindade antes
do Terremoto de 1755, encontra-se
um dos mais famosos restaurantes da capital, a Cervejaria Trindade, com os seus magníficos azulejos do século
XVIII. Ainda no Largo do Carmo,
encontramos a Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora
do Carmo, que habitualmente passa despercebida por um habitual prédio de
habitação. Nesse mesmo edifício, foi fundado o atual Montepio Geral, no século XIX.
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