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British Museum |
Se três museus no mundo
inteiro entrarem na sua lista turística até o fim da vida, um deles deve ser o British Museum, o Museu
Britânico, em Londres.
Para ter uma ideia, uma vaga ideia: o lugar abriga quase oito milhões de artefatos
reunidos de todos os continentes, nem mesmo o mais fanático conhecedor de
museus é capaz de absorver tudo o que o Museu
Britânico oferece em um único dia. No
entanto, nem todos os artefatos estão em exposição devido à falta de espaço
para exibi-los. Muitos estão armazenados nos depósitos situados nos porões do Museu. Desde a sua
inauguração, o Museu Britânico tem
sido o mais visitado do país. Ele recebe em média seis milhões de visitantes
por ano e autoriza o acesso para pesquisas em seu cobiçado acervo de relíquias.
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British Museum |
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Colunas da fachada do British Museum |
Foi fundado em 1753 e
aberto ao público em 1759, depois da aprovação do Rei George II. Quando aberto,
reuniu três coleções: a Cottonian Library (coleção de manuscritos medievais de
Sir Robert Cotton), os manuscritos da coleção do Conde de Oxford, e a
enorme coleção de Sir Hans Sloane (composta de antiguidades clássicas e medievais,
moedas, manuscritos, livros, quadros e gravuras, além
das peças que formariam o núcleo central do Departamento de História
Natural do Museu Britânico). O Museu Britânico foi o primeiro grande museu público, gratuito,
secular e nacional em todo o mundo. E o segundo museu moderno do planeta,
depois do Museu Ashmolean de Oxford.
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Estátua do Faraó no Museu Britânico |
A enorme
heterogeneidade dessas coleções sem dúvida foi a característica mais marcante
dessa fase. No início, não era mais
do que um amontoado de objetos sem nenhuma classificação ordenada. Já no século
XIX, ficou estabelecido um modelo que se tornou quase obrigatório para todo
museu moderno: exposições de entretenimento educacional combinadas a uma
biblioteca para pesquisas dos eruditos e acadêmicos. Foi pioneiro nos métodos museológicos,
trazendo relíquias da História Universal.
Em seu acervo permanente, contam com máscaras astecas, moedas do período
helenístico, esculturas egípcias e gregas, além da Pedra de Roseta. Este último artefato
é um bloco de granito negro que proporcionou aos investigadores um mesmo texto
escrito em egípcio demótico, grego e em hieróglifos egípcios. Foi este texto da
Pedra de Roseta que forneceu a chave
para se decifrarem os hieróglifos a partir do grego antigo, que era muito
conhecido pelos historiadores.
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Detalhes da Escultura egípcia no Museu Britânico |
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Escultura egípcia no Museu Britânico |
Da transição do século
XVIII para o XIC, temos também outra característica: a formação do museu de caráter
nacional. Desde o desenvolvimento do Museu
do Louvre, denominado Musée
Napoléon durante os
primeiros anos do novo século, a rivalidade entre as nações da Europa e a afirmação da identidade
nacional desses países passou também pela constituição do "museu
nacional". A derrota definitiva de Napoleão talvez tenha sido um dos fatores que
estimularam a reconstrução do espaço do Museu
Britânico, além sem dúvida de expandir consideravelmente suas coleções.
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Detalhes de um sarcófago do British Museum |
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Templo Grego no Museu Britânico |
A tentativa de reunir
todo tipo de coleção possível foi uma forma de apresentar através de objetos
todo o conhecimento da humanidade, numa espécie de “triunfo” do racionalismo
científico. Obviamente, a acumulação de tantos objetos distintos num único
lugar era operacionalmente inviável, e a transferência de algumas coleções foi
se fazendo cada vez mais necessária. O desmembramento do Museu se deu em
diversas etapas, das quais as mais importantes são a criação da National
Gallery (1824 – mais um exemplo do
"monumento" de inspiração nacionalista),
a remoção do Setor de História Natural para o Museu
de História Natural (a partir
de 1880, para um edifício que,
diferentemente do Museu Britânico e
de seu estilo Neoclássico,
celebrava o naturalismo racional científico no estilo Neogótico) e a transferência do Setor de Etnografia,
rico em objetos recolhidos nas expedições do Capitão James Cook, a partir de 1870.
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Escultura grega no Museu Britânico |
A vasta coleção do
Museu foi originariamente composta por doações e aquisições de aventureiros
britânicos viajados e ricos durante o auge do Império Britânico. Em constante expansão até os dias de hoje, as
coleções estão agora organizadas geograficamente. Dá para ficar maravilhado com
as relíquias monumentais, como a estátua misteriosa da Ilha de Páscoa, os Mármores
de Elgin (extensos fragmentos do Parthenon
de Atenas) e os fantásticos bronzes do Benin
são algumas das peças expostas ali. O Museu
Britânico carrega certa aura de polêmica, já que parte dos destaques de seu
acervo é objeto de disputa com seus países de origem. É certo que há uma polêmica
envolvendo a forma com que as peças foram parar em solo britânico, e não é de hoje
que governos de determinados países vêm tentando reaver alguns dos tesouros
expostos, por julgarem que são seus donos legítimos. O Museu se
defende, afirmando que os itens do acervo são parte do patrimônio compartilhado da humanidade e que
transcendem fronteiras nacionais. Polêmicas
à parte, a visita é obrigatória e, se feita de forma como se deve, poderia
levar dias.
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Escultura no Great Court |
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Escultura no Great Court |
Continue sua visita
pelas atrações imperdíveis e explore as galerias mais tranquilas que celebram
os primórdios da Babilônia, do Oriente Médio e da Oceania. Sinta a história com as suas mãos em uma das diversas
sessões em que é permitido tocar nos objetos espalhados por várias galerias.
Não é preciso fazer reserva antecipada, é só chegar aos locais apropriados onde
há equipes prontas para dar informações e responder às perguntas. A experiência
já vale nem que seja só para caminhar pelas amplas escadarias e pelas 44
colunas neoclássicas da construção do Museu. Uma vez lá dentro, use o pátio
interno do Museu, chamado de Great Court,
inaugurado em dezembro de 2000, como ponto de orientação para suas galerias
principais. É a maior praça coberta da Europa,
que ocupa o espaço central do edifício, ao redor da Reading Room (Sala de Leitura)
da Biblioteca. Para quem se
interessa por política, vale a pena visitar a Sala de Leitura, onde Karl Marx escreveu “O Capital”.
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Esculturas orientais |
Com um acervo tão rico,
é fácil não saber por onde começar. Para ajudar, o Museu oferece vários tours
guiados, a maioria deles gratuito, todos em inglês. Ao longo do
dia, há em algumas galerias do Museu, tours chamados “eye-openers” em que, em 30-40 minutos,
um especialista apresenta os destaques daquele setor. De terças aos
sábados há uma palestra com convidados ou curadores do Museu, aberta ao
público e gratuita. No final da tarde de sextas-feiras, tours de 20 minutos
exploram os destaques do Museu, por temas: o Partenon, o Iluminismo,
a Pedra de Rosetta e Morte no Antigo Egito. O Museu oferece
também um tour guiado com duração de 90 minutos “Around the world in 90 minutes” (“Volta ao mundo em 90 minutos”), que percorre os destaques da
coleção. Este tour é pago e acontecem as sextas, sábados e domingos. Também é
possível alugar um guia multimídia disponível em 10 idiomas (infelizmente não
em português). No guia, há descrição de mais de 200 objetos do Museu. No saguão
do Museu há também diversos mapas e sugestões para visitas de uma, duas ou três
horas.
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Escultura decorativa da Ásia |
O Museu
Britânico possui
um serviço educativo responsável por apresentações didáticas da coleção para
escolas, famílias e adultos. Também oferece um curso de pós-graduação sobre
arte clássica e decorativa da Ásia. O Museu dispõe de um
restaurante com comida pronta dentro do edifício para nem sequer termos que
sair para comer. As mesas do Great Court podem ser ocupadas livremente por quem
trouxer o seu próprio lanche, num verdadeiro piquenique. O Museu fica aberto diariamente, exceto nos dias 24, 25 e 26
de dezembro e no dia 1º de janeiro. O Museu
Britânico fica perto do Bloomsbury
Gardens e do Russell Square Gardens.
As Estações de Metrô mais próximas são Tottenham
Court Road, Holborn e Russell Square.
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