sábado, 14 de janeiro de 2017

Londres - British Museum

British Museum
Se três museus no mundo inteiro entrarem na sua lista turística até o fim da vida, um deles deve ser o British Museum, o Museu Britânico, em Londres. Para ter uma ideia, uma vaga ideia: o lugar abriga quase oito milhões de artefatos reunidos de todos os continentes, nem mesmo o mais fanático conhecedor de museus é capaz de absorver tudo o que o Museu Britânico oferece em um único dia. No entanto, nem todos os artefatos estão em exposição devido à falta de espaço para exibi-los. Muitos estão armazenados nos depósitos situados nos porões do Museu. Desde a sua inauguração, o Museu Britânico tem sido o mais visitado do país. Ele recebe em média seis milhões de visitantes por ano e autoriza o acesso para pesquisas em seu cobiçado acervo de relíquias.

British Museum

Colunas da fachada do British Museum
Foi fundado em 1753 e aberto ao público em 1759, depois da aprovação do Rei George II. Quando aberto, reuniu três coleções: a Cottonian Library (coleção de manuscritos medievais de Sir Robert Cotton), os manuscritos da coleção do Conde de Oxford, e a enorme coleção de Sir Hans Sloane (composta de antiguidades clássicas e medievais, moedas, manuscritos, livros, quadros e gravuras, além das peças que formariam o núcleo central do Departamento de História Natural do Museu Britânico). O Museu Britânico foi o primeiro grande museu público, gratuito, secular e nacional em todo o mundo. E o segundo museu moderno do planeta, depois do Museu Ashmolean de Oxford

Estátua do Faraó no Museu Britânico
A enorme heterogeneidade dessas coleções sem dúvida foi a característica mais marcante dessa fase. No início, não era mais do que um amontoado de objetos sem nenhuma classificação ordenada. Já no século XIX, ficou estabelecido um modelo que se tornou quase obrigatório para todo museu moderno: exposições de entretenimento educacional combinadas a uma biblioteca para pesquisas dos eruditos e acadêmicos. Foi pioneiro nos métodos museológicos, trazendo relíquias da História Universal. Em seu acervo permanente, contam com máscaras astecas, moedas do período helenístico, esculturas egípcias e gregas, além da Pedra de Roseta. Este último artefato é um bloco de granito negro que proporcionou aos investigadores um mesmo texto escrito em egípcio demótico, grego e em hieróglifos egípcios. Foi este texto da Pedra de Roseta que forneceu a chave para se decifrarem os hieróglifos a partir do grego antigo, que era muito conhecido pelos historiadores.

Detalhes da Escultura egípcia no Museu Britânico

Escultura egípcia no Museu Britânico
Da transição do século XVIII para o XIC, temos também outra característica: a formação do museu de caráter nacional. Desde o desenvolvimento do Museu do Louvre, denominado Musée Napoléon durante os primeiros anos do novo século, a rivalidade entre as nações da Europa e a afirmação da identidade nacional desses países passou também pela constituição do "museu nacional". A derrota definitiva de Napoleão talvez tenha sido um dos fatores que estimularam a reconstrução do espaço do Museu Britânico, além sem dúvida de expandir consideravelmente suas coleções.

Detalhes de um sarcófago do British Museum

Templo Grego no Museu Britânico
A tentativa de reunir todo tipo de coleção possível foi uma forma de apresentar através de objetos todo o conhecimento da humanidade, numa espécie de “triunfo” do racionalismo científico. Obviamente, a acumulação de tantos objetos distintos num único lugar era operacionalmente inviável, e a transferência de algumas coleções foi se fazendo cada vez mais necessária. O desmembramento do Museu se deu em diversas etapas, das quais as mais importantes são a criação da National Gallery (1824 – mais um exemplo do "monumento" de inspiração nacionalista), a remoção do Setor de História Natural para o Museu de História Natural (a partir de 1880, para um edifício que, diferentemente do Museu Britânico e de seu estilo Neoclássico, celebrava o naturalismo racional científico no estilo Neogótico) e a transferência do Setor de Etnografia, rico em objetos recolhidos nas expedições do Capitão James Cook, a partir de 1870.

Escultura grega no Museu Britânico
A vasta coleção do Museu foi originariamente composta por doações e aquisições de aventureiros britânicos viajados e ricos durante o auge do Império Britânico. Em constante expansão até os dias de hoje, as coleções estão agora organizadas geograficamente. Dá para ficar maravilhado com as relíquias monumentais, como a estátua misteriosa da Ilha de Páscoa, os Mármores de Elgin (extensos fragmentos do Parthenon de Atenas) e os fantásticos bronzes do Benin são algumas das peças expostas ali. O Museu Britânico carrega certa aura de polêmica, já que parte dos destaques de seu acervo é objeto de disputa com seus países de origem. É certo que há uma polêmica envolvendo a forma com que as peças foram parar em solo britânico, e não é de hoje que governos de determinados países vêm tentando reaver alguns dos tesouros expostos, por julgarem que são seus donos legítimos. O Museu se defende, afirmando que os itens do acervo são parte do patrimônio compartilhado da humanidade e que transcendem fronteiras nacionais. Polêmicas à parte, a visita é obrigatória e, se feita de forma como se deve, poderia levar dias. 

Escultura no Great Court

Escultura no Great Court
Continue sua visita pelas atrações imperdíveis e explore as galerias mais tranquilas que celebram os primórdios da Babilônia, do Oriente Médio e da Oceania. Sinta a história com as suas mãos em uma das diversas sessões em que é permitido tocar nos objetos espalhados por várias galerias. Não é preciso fazer reserva antecipada, é só chegar aos locais apropriados onde há equipes prontas para dar informações e responder às perguntas. A experiência já vale nem que seja só para caminhar pelas amplas escadarias e pelas 44 colunas neoclássicas da construção do Museu. Uma vez lá dentro, use o pátio interno do Museu, chamado de Great Court, inaugurado em dezembro de 2000, como ponto de orientação para suas galerias principais. É a maior praça coberta da Europa, que ocupa o espaço central do edifício, ao redor da Reading Room (Sala de Leitura) da Biblioteca. Para quem se interessa por política, vale a pena visitar a Sala de Leitura, onde Karl Marx escreveu “O Capital”.

Esculturas orientais
Com um acervo tão rico, é fácil não saber por onde começar. Para ajudar, o Museu oferece vários tours guiados, a maioria deles gratuito, todos em inglês. Ao longo do dia, há em algumas galerias do Museu, tours chamados “eye-openers” em que, em 30-40 minutos, um especialista apresenta os destaques daquele setor. De terças aos sábados há uma palestra com convidados ou curadores do Museu, aberta ao público e gratuita. No final da tarde de sextas-feiras, tours de 20 minutos exploram os destaques do Museu, por temas: o Partenon, o Iluminismo, a Pedra de Rosetta e Morte no Antigo Egito. O Museu oferece também um tour guiado com duração de 90 minutos “Around the world in 90 minutes” (“Volta ao mundo em 90 minutos”), que percorre os destaques da coleção. Este tour é pago e acontecem as sextas, sábados e domingos. Também é possível alugar um guia multimídia disponível em 10 idiomas (infelizmente não em português). No guia, há descrição de mais de 200 objetos do Museu. No saguão do Museu há também diversos mapas e sugestões para visitas de uma, duas ou três horas.

Escultura decorativa da Ásia
O Museu Britânico possui um serviço educativo responsável por apresentações didáticas da coleção para escolas, famílias e adultos. Também oferece um curso de pós-graduação sobre arte clássica e decorativa da Ásia. O Museu dispõe de um restaurante com comida pronta dentro do edifício para nem sequer termos que sair para comer. As mesas do Great Court podem ser ocupadas livremente por quem trouxer o seu próprio lanche, num verdadeiro piquenique. O Museu fica aberto diariamente, exceto nos dias 24, 25 e 26 de dezembro e no dia 1º de janeiro. O Museu Britânico fica perto do Bloomsbury Gardens e do Russell Square Gardens. As Estações de Metrô mais próximas são Tottenham Court Road, Holborn e Russell Square.

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