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Museu Oscar Niemeyer |
A nossa terceira parada foi no Museu Oscar Niemeyer, parada obrigatória para quem gosta de cultura
e arte, começando pela sua construção, forma arquitetônica e
linguagem. Localizado no Centro
Cívico de Curitiba, capital do Paraná,
tendo ao fundo a massa verde do Bosque do Papa ou Memorial Polonês, o Museu
Oscar Niemeyer ocupa uma área de 144 mil metros quadrados, sendo um
complexo de dois prédios, instalado em uma construção de 35 mil metros
quadrados (dos quais 19 mil dedicados à área de exposições) e um espelho d’água.
É um verdadeiro exemplo da arquitetura aliada à arte, é uma obra de arte em si
mesmo. Este edifício possui o segundo maior vão livre do Brasil, com 65 metros. O espaço se destaca pela sua integração de
artes plásticas, design, arquitetura e urbanismo. É considerado um dos maiores
e mais modernos museus da América Latina.
Lá, o difícil é determinar onde estão as obras de arte – dentro ou fora
dessa construção tão permeada de significância.
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Museu Oscar Niemeyer |
A história do edifício começou bem antes, mais precisamente
em 1967, quando o prédio principal foi projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer. Seguindo o estilo da época,
a construção foi idealizada para servir como um Instituto de Educação. A inauguração do Edifício Presidente Humberto Castelo Branco, como foi batizado na época,
aconteceu só em 1978. Por questões políticas, o prédio foi ocupado pela Administração Estadual, e não pelo Instituto de Educação do Paraná, como afirmava
o projeto inicial, até 2001. Nesse ano, autoridades estaduais decidiram usar o espaço
para a criação de um novo Museu.
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Pátio das Esculturas no Museu Oscar Niemeyer |
A gênese do Museu remonta ao início de 2001, quando a grife
Guggenheim cogitou erguer no país uma
de suas franquias. A capital paranaense candidatou-se a recebê-la, chegando a apresentar
aos norte-americanos o Edifício Presidente
Humberto Castelo Branco, que abrigava o Novo Museu. O Rio de Janeiro
acabou sendo escolhido (projeto do arquiteto francês Jean Nouvel). Porém, a ideia
de implantar uma instituição de porte em Curitiba
não esmoreceu. Após algumas obras, que incluíram adaptações das redes hidráulica,
elétrica e de informática, retirada de algumas divisórias e a criação do prédio
anexo, que lembra o desenho de um gigantesco olho (alguns, mais velhos, apontam
também a semelhança com um mata-borrão), apoiado por uma estrutura central e com
enormes balanços, o Novo Museu foi inaugurado
em 2002. Apenas no ano seguinte é que o local mudou seu nome para Museu Oscar Niemeyer, em homenagem ao arquiteto
que projetou o espaço.
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Obra Exposta no Museu Oscar Niemeyer |
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Obra exposta no Museu Oscar Niemeyer |
De formas completamente opostas – enquanto em um predomina
o ângulo reto, no outro se destaca a sinuosidade – os dois se complementam como
organização. Enquanto o Olho tem
quase o caráter de uma escultura – é ao mesmo tempo local de exposições e obra
a ser apreciada – o retângulo é mais a forma serviço da função. Ambos
apresentam, porém, caráter monumental. Objeto escultórico que parece levitar
sobre o conjunto em meio ao espelho d’água, o grande Olho foi implantado de forma a não esconder o edifício existente. À
frente, o Olho vislumbra a cidade;
ao fundo debruça-se e contempla a Escola-Museu.
Oscar Niemeyer fez com que espaços
construídos em épocas distintas pudessem conviver em perfeita harmonia e
comunhão. Rampas em curvas, na área externa, e um túnel (acessado pelo subsolo
do edifício principal) fazem o elo entre o passado e o presente, o moderno e o
contemporâneo. O túnel é muito futurista, parece que estamos flutuando em uma
nave espacial.
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Obra Exposta no Museu Oscar Niemeyer |
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Esculturas no jardim do Museu Oscar Niemeyer |
O prédio principal, distribuído em três pisos – subsolo,
térreo e primeiro piso – tem estilo moderno e é totalmente estruturado a partir
de linhas retas. A construção existente é um retângulo de 200 metros x 30 metros
em concreto protendido, que permite vencer os grandes vãos da edificação com um
enorme arrojo estrutural, e formado por apenas um pavimento suspenso por pilotis,
além do subsolo. É conhecido localmente como Museu do Olho, devido ao design de seu edifício e como MON, abreviatura de Museu Oscar Niemeyer.
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Obra Exposta no Museu Oscar Niemeyer |
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Pierrot e Colombina de Beatriz Milhazes |
No Museu há um Centro
de Documentação e Pesquisa, com um acervo de mais de nove mil publicações e
periódicos, onde estudantes, professores e pesquisadores têm à disposição
material para consulta e pesquisa em suas três áreas de atuação – Artes
Visuais, Arquitetura e Design. Entre os títulos encontram-se livros sobre
história da arte, revistas especializadas, catálogos de exposições, vídeos com
depoimentos de artistas e curadores, e um arquivo fotográfico constituído por
registros de obras de artistas paranaenses, que estão sempre disponíveis para
livre consulta dos visitantes. Para ter acesso ao setor, basta o pesquisador
dirigir-se à bilheteria e solicitar um Ingresso
para Pesquisa.
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A Vaca Exposta no Museu Oscar Niemeyer |
Na extremidade Norte do piso térreo está à bilheteria, a loja com
produtos personalizados do Museu e a cafeteria. Na parte Sul, localiza-se a
entrada do Museu e o espaço eventos. O primeiro piso, com nove salas
expositivas, abriga em suas salas a maioria das exposições. O ambiente pode ser
acessado por meio de escadas, rampas e elevador, facilitando o trânsito de
portadores de deficiências. No subsolo se encontra a exposição permanente de
projetos, fotos e maquetes de obras do arquiteto, batizado de Espaço Niemeyer. Também é onde estão
instaladas as salas administrativas, o Espaço
da Ação Educativa, onde são realizados cursos e oficinas, o Pátio das Esculturas, a Reserva Técnica e o Laboratório de Conservação e Restauro,
onde as obras são armazenadas seguindo critérios internacionais. Quatro
pavimentos compõem o Edifício do Olho.
O salão principal é destinado a exposições e na parte côncava, há uma área para
eventos.
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Cadeira gigante no jardim do Museu Oscar Niemeyer. Lembra a Cadeira em frente ao prédio da ONU em Genebra |
Com uma programação dedicada à exposição
de artes visuais, arquitetura e design, é um espaço expositivo de alto nível. O
Museu foi colocado no roteiro das grandes exposições, antes restrito ao Eixo Rio-São Paulo, e consolidou o
complexo como uma referência nacional e internacional pela sua grandiosidade, beleza
e pela importância de seu acervo. O acervo inicial surgiu com as obras do Museu de Arte do Paraná (MAP) e com o acervo do extinto Banco do Estado do Paraná (BANESTADO). Composto por mais de
três mil peças, o acervo do Museu guarda obras dos paranaenses Alfredo Andersen,
Theodoro De Bona, Miguel Bakun, Guido Viaro e Helena Wong, além de Tarsila do
Amaral, Cândido Portinari, Ianelli, Caribé e Oscar Niemeyer. O Museu
Oscar Niemeyer já realizou ao longo deste período mais de 300 mostras
nacionais, internacionais e itinerantes. Com um total de 12 salas expositivas,
a cada ano são realizadas mais de 20 mostras, que juntas recebem um público
superior a 300 mil visitantes. Recentemente, o
MON recebeu novo e interessante
acervo. Peças confiscadas na Operação Lava
Jato foram avaliadas pelo Museu e hoje estão em exposição para o público.
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Túnel futurista do Museu Oscar Niemeyer |
O espaço foi eleito, em 2012, um dos 20 museus mais bonitos do mundo
pelo guia norte-americano Flavorwire
e foi escolhido pelo público do TripAdvisor
– maior site de viagens do mundo – um dos principais pontos turísticos de Curitiba. Em 2014, foi eleito um dos 20
lugares mais bonitos do Brasil pela
rede norte-americana CNN (Cable News Network). Em 2015, o MON foi escolhido como um dos 10 museus
do Brasil para colocar na lista de viagem
pelo site de turismo “Pure Viagem”.
Nesta lista estão o Museu Imperial,
no Rio de Janeiro, o Instituto Inhotim, em Minas Gerais, a Pinacoteca do Estado de São Paulo e o Instituto Ricardo Brennand, em Recife,
entre outros. O Museu fecha às segundas-feiras para manutenção, com ingressos a
preços simbólicos. No primeiro domingo de cada mês o acesso é gratuito.
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