segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Curitiba - Museu Oscar Niemeyer

Museu Oscar Niemeyer
A nossa terceira parada foi no Museu Oscar Niemeyer, parada obrigatória para quem gosta de cultura e artecomeçando pela sua construção, forma arquitetônica e linguagem. Localizado no Centro Cívico de Curitiba, capital do Paraná, tendo ao fundo a massa verde do Bosque do Papa ou Memorial Polonês, o Museu Oscar Niemeyer ocupa uma área de 144 mil metros quadrados, sendo um complexo de dois prédios, instalado em uma construção de 35 mil metros quadrados (dos quais 19 mil dedicados à área de exposições) e um espelho d’água. É um verdadeiro exemplo da arquitetura aliada à arte, é uma obra de arte em si mesmo. Este edifício possui o segundo maior vão livre do Brasil, com 65 metros. O espaço se destaca pela sua integração de artes plásticas, design, arquitetura e urbanismo. É considerado um dos maiores e mais modernos museus da América Latina. Lá, o difícil é determinar onde estão as obras de arte – dentro ou fora dessa construção tão permeada de significância.  

Museu Oscar Niemeyer
A história do edifício começou bem antes, mais precisamente em 1967, quando o prédio principal foi projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer. Seguindo o estilo da época, a construção foi idealizada para servir como um Instituto de Educação. A inauguração do Edifício Presidente Humberto Castelo Branco, como foi batizado na época, aconteceu só em 1978. Por questões políticas, o prédio foi ocupado pela Administração Estadual, e não pelo Instituto de Educação do Paraná, como afirmava o projeto inicial, até 2001. Nesse ano, autoridades estaduais decidiram usar o espaço para a criação de um novo Museu.

Pátio das Esculturas no Museu Oscar Niemeyer
A gênese do Museu remonta ao início de 2001, quando a grife Guggenheim cogitou erguer no país uma de suas franquias. A capital paranaense candidatou-se a recebê-la, chegando a apresentar aos norte-americanos o Edifício Presidente Humberto Castelo Branco, que abrigava o Novo Museu. O Rio de Janeiro acabou sendo escolhido (projeto do arquiteto francês Jean Nouvel). Porém, a ideia de implantar uma instituição de porte em Curitiba não esmoreceu. Após algumas obras, que incluíram adaptações das redes hidráulica, elétrica e de informática, retirada de algumas divisórias e a criação do prédio anexo, que lembra o desenho de um gigantesco olho (alguns, mais velhos, apontam também a semelhança com um mata-borrão), apoiado por uma estrutura central e com enormes balanços, o Novo Museu foi inaugurado em 2002. Apenas no ano seguinte é que o local mudou seu nome para Museu Oscar Niemeyer, em homenagem ao arquiteto que projetou o espaço.


Obra Exposta no Museu Oscar Niemeyer

Obra exposta no Museu Oscar Niemeyer
De formas completamente opostas – enquanto em um predomina o ângulo reto, no outro se destaca a sinuosidade – os dois se complementam como organização. Enquanto o Olho tem quase o caráter de uma escultura – é ao mesmo tempo local de exposições e obra a ser apreciada – o retângulo é mais a forma serviço da função. Ambos apresentam, porém, caráter monumental. Objeto escultórico que parece levitar sobre o conjunto em meio ao espelho d’água, o grande Olho foi implantado de forma a não esconder o edifício existente. À frente, o Olho vislumbra a cidade; ao fundo debruça-se e contempla a Escola-Museu. Oscar Niemeyer fez com que espaços construídos em épocas distintas pudessem conviver em perfeita harmonia e comunhão. Rampas em curvas, na área externa, e um túnel (acessado pelo subsolo do edifício principal) fazem o elo entre o passado e o presente, o moderno e o contemporâneo. O túnel é muito futurista, parece que estamos flutuando em uma nave espacial.


Obra Exposta no Museu Oscar Niemeyer
Esculturas no jardim do Museu Oscar Niemeyer
O prédio principal, distribuído em três pisos – subsolo, térreo e primeiro piso – tem estilo moderno e é totalmente estruturado a partir de linhas retas. A construção existente é um retângulo de 200 metros x 30 metros em concreto protendido, que permite vencer os grandes vãos da edificação com um enorme arrojo estrutural, e formado por apenas um pavimento suspenso por pilotis, além do subsolo. É conhecido localmente como Museu do Olho, devido ao design de seu edifício e como MON, abreviatura de Museu Oscar Niemeyer


Obra Exposta no Museu Oscar Niemeyer

Pierrot e Colombina de Beatriz Milhazes
No Museu há um Centro de Documentação e Pesquisa, com um acervo de mais de nove mil publicações e periódicos, onde estudantes, professores e pesquisadores têm à disposição material para consulta e pesquisa em suas três áreas de atuação – Artes Visuais, Arquitetura e Design. Entre os títulos encontram-se livros sobre história da arte, revistas especializadas, catálogos de exposições, vídeos com depoimentos de artistas e curadores, e um arquivo fotográfico constituído por registros de obras de artistas paranaenses, que estão sempre disponíveis para livre consulta dos visitantes. Para ter acesso ao setor, basta o pesquisador dirigir-se à bilheteria e solicitar um Ingresso para Pesquisa.

A Vaca Exposta no Museu Oscar Niemeyer
Na extremidade Norte do piso térreo está à bilheteria, a loja com produtos personalizados do Museu e a cafeteria. Na parte Sul, localiza-se a entrada do Museu e o espaço eventos. O primeiro piso, com nove salas expositivas, abriga em suas salas a maioria das exposições. O ambiente pode ser acessado por meio de escadas, rampas e elevador, facilitando o trânsito de portadores de deficiências. No subsolo se encontra a exposição permanente de projetos, fotos e maquetes de obras do arquiteto, batizado de Espaço Niemeyer. Também é onde estão instaladas as salas administrativas, o Espaço da Ação Educativa, onde são realizados cursos e oficinas, o Pátio das Esculturas, a Reserva Técnica e o Laboratório de Conservação e Restauro, onde as obras são armazenadas seguindo critérios internacionais. Quatro pavimentos compõem o Edifício do Olho. O salão principal é destinado a exposições e na parte côncava, há uma área para eventos.

Cadeira gigante no jardim do
         Museu Oscar Niemeyer. Lembra a
          Cadeira em frente ao prédio da ONU
       em Genebra
Com uma programação dedicada à exposição de artes visuais, arquitetura e design, é um espaço expositivo de alto nível. O Museu foi colocado no roteiro das grandes exposições, antes restrito ao Eixo Rio-São Paulo, e consolidou o complexo como uma referência nacional e internacional pela sua grandiosidade, beleza e pela importância de seu acervo. O acervo inicial surgiu com as obras do Museu de Arte do Paraná (MAP) e com o acervo do extinto Banco do Estado do Paraná (BANESTADO).  Composto por mais de três mil peças, o acervo do Museu guarda obras dos paranaenses Alfredo Andersen, Theodoro De Bona, Miguel Bakun, Guido Viaro e Helena Wong, além de Tarsila do Amaral, Cândido Portinari, Ianelli, Caribé e Oscar Niemeyer. O Museu Oscar Niemeyer já realizou ao longo deste período mais de 300 mostras nacionais, internacionais e itinerantes. Com um total de 12 salas expositivas, a cada ano são realizadas mais de 20 mostras, que juntas recebem um público superior a 300 mil visitantes. Recentemente, o MON recebeu novo e interessante acervo. Peças confiscadas na Operação Lava Jato foram avaliadas pelo Museu e hoje estão em exposição para o público. 

Túnel futurista do Museu Oscar Niemeyer
O espaço foi eleito, em 2012, um dos 20 museus mais bonitos do mundo pelo guia norte-americano Flavorwire e foi escolhido pelo público do TripAdvisor – maior site de viagens do mundo – um dos principais pontos turísticos de Curitiba. Em 2014, foi eleito um dos 20 lugares mais bonitos do Brasil pela rede norte-americana CNN (Cable News Network). Em 2015, o MON foi escolhido como um dos 10 museus do Brasil para colocar na lista de viagem pelo site de turismo “Pure Viagem”. Nesta lista estão o Museu Imperial, no Rio de Janeiro, o Instituto Inhotim, em Minas Gerais, a Pinacoteca do Estado de São Paulo e o Instituto Ricardo Brennand, em Recife, entre outros. O Museu fecha às segundas-feiras para manutenção, com ingressos a preços simbólicos. No primeiro domingo de cada mês o acesso é gratuito.


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