sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Férias de Fim de Ano - Ponta Grossa

Arquitetura típica de Ponta Grossa
De Jaguariaíva fomos direto para Ponta Grossa que fica a 103 quilômetros da capital Curitiba. Ponta Grossa é o núcleo de uma das regiões mais populosas do ParanáCampos Gerais do Paraná e o maior parque industrial do interior do Estado. A cidade é também conhecida como “Princesa dos Campos” e “Capital Cívica do Paraná”. É a quarta mais populosa do Paraná e 76ª do Brasil. O nome Ponta Grossa é a toponímia de uma grande colina coberta por um capão de mato que podia ser vista de longa distância pelos viajantes. Ponta Grossa já foi a segunda maior cidade do Paraná e capital do Estado por cinco dias, na Guerra dos Farrapos.


Maria Fumaça
Ponta Grossa destaca-se no cenário turístico do Sul do Brasil, principalmente pelos amantes de atrativos naturais. Por ser de outro estado, confesso que não conhecia a cidade, mas me surpreendeu muito positivamente, não só pelas belezas naturais (foco do roteiro), mas pela estrutura de muita cidade grande com universidades, shopping, boas estradas e tudo mais. Tenho um espírito bem dinâmico, assim, para mim, três dias foram ideais para conhecer a cidade de Ponta Grossa. Ponta Grossa também tem badalação - e das mais concorridas! Durante a München Fest, a festa do chope escuro que acontece entre novembro e dezembro, há apresentações de bandinhas alemãs, barracas com comidas típicas e, claro, concursos de chope de metro. Depois de se acabar na folia, relaxe no Mosteiro da Ressurreição, instalado na zona rural. Diariamente, os monges se reúnem na capela para as orações em canto gregoriano, abertas ao público. O espaço oferece ainda hospedaria para retiros e lojinha com medalhas, velas, licores e pão de mel, feitos no local.

Estação de Trem
Ponta Grossa oferece opções de passeios diferenciados. A poucos minutos do centro da cidade encontramos paisagens e lugares fantásticos como o Parque Estadual de Vila Velha, a Lagoa Dourada, Furnas, o Cânion do Rio São Jorge, a Cachoeira do Buraco do Padre, a Represa dos Alagados e inúmeras outras atrações. A influência da imigração europeia é marcante e está registrada nas fachadas de prédios e casarões antigos. Em dezembro a temperatura média é de pouco mais de 20ºC, mas a sensação térmica é bem maior, porque a cidade é muito deficiente em arborização, algo que contrasta com a riqueza da bacia hidrográfica da região. Algumas praças e parques formam reduzidas ilhas verdes na paisagem urbana. Falta planejamento paisagístico urbano e de conforto térmico para os pedestres. Hospedamo-nos no Hotel Planalto Ponta Grossa, um três estrelas, localizado no bairro comercial e financeiro da cidade. O Hotel fica num charmoso e renovado prédio com fachada histórica da primeira metade do século XX, é considerado um dos 10 melhores hotéis do Paraná e oferece um café colonial para os hóspedes no final da tarde. Dá para ir a pé aos principais pontos turísticos e também no Shopping Palladium, único da cidade.

Sala de Estar do Hotel Planalto Ponta Grossa
Ponta Grossa teve seu território palmilhado a partir do século XVI, quando os Campos Gerais foram cruzados por expedições espanholas que demandavam do litoral catarinense até Assunção, no Paraguai. Mais tarde foi sucessivamente movimentada por conta das bandeiras seiscentistas, notadamente as da preia indígena. Mas a posse efetiva da terra, com fins de ocupação e colonização, que resultou na fundação da cidade de Ponta Grossa, deu-se a partir de 1800, período em que os Campos Gerais estavam sob a jurisdição da Vila Nova de Castro. Os primeiros povoadores que lá se estabeleceram, foram fazendeiros paulistas, vindos especialmente pela abundância de pastos naturais e beleza dos Campos Gerais.

Ford 1929

Carro antigo na porta do Hotel
Fixaram-se nas imediações dos rios Verde e Pitangui, lançando as sementes de povoação do lugar. Pouco tempo depois monges beneditinos do Mosteiro dos Santos obtinham a concessão destes Campos, que chamavam Fazenda Bárbara. Não demorou muito, e as terras foram doadas aos jesuítas que nas proximidades do Ribeirão São Miguel, afluente do Rio Pitangui, ergueram a Capela de Santa Bárbara do Pitangui, onde estabeleceram o Curato da Companhia de Jesus, que em pouco tempo conheceu extraordinário progresso. Paralelamente, os Campos iam sendo sistematicamente ocupados, com o surgimento de grandes fazendas de gado. Neste período destaca-se a Fazenda Bom Sucesso, cujo limite abrangia área que hoje constitui o perímetro urbano de Ponta Grossa. Onde hoje se encontra a Catedral Santana, existia um rancho de pousada, erguido por tropeiros, junto a uma centenária figueira, sob a qual plantaram uma cruz. Era ali o ponto de parada de tropas e viajantes. Outro ponto de referência nesta época era a Casa-de-Telhas, construída pelos jesuítas para se relacionarem com o povo da região. Nesta casa celebravam-se os ofícios do sacramento e as festas religiosas. Em pouco tempo, em torno da Casa-de-Telhas surgiram as primeiras choupanas. Neste período, os fazendeiros da região convocaram seus vizinhos para expor a necessidade de se efetivar uma povoação, visto que resolveriam as dificuldades das questões eclesiásticas e lides civis, pois estavam jurisdicionados à Vila Nova de Castro.

Chegando em Ponta Grossa
Tendo aprovado o nome, mas não a localização, o grupo de fazendeiros resolveu que o lugar do futuro povoado seria onde um pombo branco com um laço vermelho no pescoço, solto nas pradarias, viesse a pernoitar. Depois de muitas revoadas, a ave pousou exatamente na cruz do rancho dos tropeiros, debaixo da centenária figueira, lá existente, tendo esse fato sido interpretado como de bom augúrio e predestinação, para a efetiva povoação de Ponta Grossa. Algumas fontes dão o nome Estrela, como primitiva denominação de Ponta Grossa. A partir de então a povoação progrediu extraordinariamente. 

Arenitos do Parque Estadual de Vila Velha
Ponta Grossa nasceu à margem do Caminho das Tropas. No século XVIII, a passagem era a mais utilizada pelos tropeiros, que seguiam do Rio Grande do Sul para São Paulo para comercializar gado e muar. Com o passar dos anos, o lugar que servia de pouso das tropas foi se tornando um entreposto comercial. Em setembro de 1823, foi criada a Freguesia de Estrela. Em 1840 o patrimônio foi aumentado, por área denominada Rincão da Ronda e em abril de 1855, foi criado o Município de Ponta Grossa, com território desmembrado do Município de Castro, sendo devidamente instalado em dezembro do mesmo ano. Em março de 1862 a vila foi elevada à categoria de cidade. Em abril de 1871, passou a denominar-se Pitangui, mas voltou-se a chamar Ponta Grossa a partir de abril de 1872. Ponta Grossa passou a sede de Comarca em abril de 1876. A população é composta das mais diversas etnias. Em 1878, se iniciou a colonização russo-alemã no município, dois anos depois da visita do Imperador Dom Pedro II, principal incentivador das imigrações, quando se hospedou na residência do Barão de Guaraúna. A partir do início do século XX, se estabeleceram eslavos (russos, polacos e ucranianos), árabes, italianos, japoneses, neerlandeses e alemães, sendo os alemães e eslavos os mais numerosos.

Flores típicas dos Campos Gerais
A cidade conheceu grande progresso a partir de março de 1894, quando foi inaugurada a Estrada de Ferro Curitiba-Ponta Grossa, e dois anos depois teve início a construção da Ferrovia São Paulo-Rio Grande do Sul. Em 1904 foi inaugurado o sistema de iluminação elétrica e foi implantado o sistema de água e esgotos, só concluído com financiamento do Governo do Estado. Em outubro de 1930, chegaram à Estação Ferroviária, Getúlio Vargas e suas tropas que ficaria 15 anos no poder da República. Nesta ocasião Getúlio caminhou pelas ruas da cidade sendo ovacionado pelos populares que agitavam lenços e bandeiras vermelhas, símbolo da revolução. Ponta Grossa foi berço de grandes nomes da política paranaense.

Flores típicas dos Campos Gerais

Vegetação típica dos Campos Gerais
A economia de Ponta Grossa teve três grandes impulsos durante o século XX. O primeiro em meados de 1900 com a instalação da ferrovia, o segundo na década de 1970 com a instalação de grandes indústrias da área alimentícia e moageira, e o terceiro na segunda metade da década de 1990 com a instalação de grandes empresas nacionais do setor logístico e de produção e investimentos de grandes redes do setor de serviços. O município está próximo dos principais mercados consumidores do país, São Paulo e Curitiba, e é ponto de passagem para a exportação de produtos pelo Porto de Paranaguá e pelo Corredor do Mercosul, rodovia que liga o Sudeste do Brasil aos países do MERCOSUL. É a quarta principal cidade exportadora paranaense e a 10ª do Sul, em especial, para o Japão e a Europa

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