Arquitetura típica de Ponta Grossa |
De Jaguariaíva fomos direto para Ponta Grossa que fica a
103 quilômetros da capital Curitiba. Ponta Grossa é o núcleo de uma das
regiões mais populosas do Paraná: Campos Gerais do Paraná e o maior
parque industrial do interior do Estado. A cidade é também conhecida como “Princesa dos Campos” e “Capital Cívica do Paraná”. É a quarta mais populosa do Paraná e 76ª do Brasil. O
nome Ponta Grossa é
a toponímia de uma grande colina coberta por um capão de
mato que podia ser vista de longa distância pelos viajantes. Ponta Grossa já foi a segunda maior cidade do Paraná
e capital do Estado por cinco dias, na Guerra dos Farrapos.
Maria Fumaça |
Ponta Grossa destaca-se no
cenário turístico do Sul do Brasil,
principalmente pelos amantes de atrativos naturais. Por ser de outro estado,
confesso que não conhecia a cidade, mas me surpreendeu muito positivamente, não
só pelas belezas naturais (foco do roteiro), mas pela estrutura de muita cidade
grande com universidades, shopping, boas estradas e tudo mais. Tenho um
espírito bem dinâmico, assim, para mim, três dias foram ideais para conhecer a
cidade de Ponta Grossa. Ponta
Grossa também tem badalação - e das mais concorridas! Durante a
München Fest, a festa do chope
escuro que acontece entre novembro e dezembro, há apresentações de bandinhas
alemãs, barracas com comidas típicas e, claro, concursos de chope de metro.
Depois de se acabar na folia, relaxe no Mosteiro da Ressurreição, instalado na zona
rural. Diariamente, os monges se reúnem na capela para as orações em canto
gregoriano, abertas ao público. O espaço oferece ainda hospedaria para retiros
e lojinha com medalhas, velas, licores e pão de mel, feitos no local.
Estação de Trem |
Ponta Grossa oferece opções de passeios diferenciados. A poucos minutos do centro da
cidade encontramos paisagens e lugares fantásticos como o Parque Estadual de
Vila Velha, a Lagoa Dourada, Furnas, o Cânion do Rio São
Jorge, a Cachoeira do Buraco do Padre, a Represa dos Alagados
e inúmeras outras atrações. A influência da imigração europeia é marcante e
está registrada nas fachadas de prédios e casarões antigos. Em dezembro a
temperatura média é de pouco mais de 20ºC, mas a sensação térmica é bem maior,
porque a cidade é muito deficiente em arborização, algo que contrasta com a
riqueza da bacia hidrográfica da região. Algumas praças e parques formam
reduzidas ilhas verdes na paisagem urbana. Falta planejamento paisagístico
urbano e de conforto térmico para os pedestres. Hospedamo-nos no Hotel
Planalto Ponta Grossa, um três estrelas, localizado no bairro comercial e
financeiro da cidade. O Hotel fica num charmoso e renovado prédio com fachada
histórica da primeira metade do século XX, é considerado um dos 10 melhores
hotéis do Paraná e oferece um café colonial para os hóspedes no final da
tarde. Dá para ir a pé aos principais pontos turísticos e também no Shopping
Palladium, único da cidade.
Sala de Estar do Hotel Planalto Ponta Grossa |
Ponta Grossa teve seu território palmilhado a partir do século XVI, quando
os Campos Gerais foram cruzados por
expedições espanholas que demandavam do litoral catarinense até Assunção, no Paraguai. Mais tarde foi sucessivamente movimentada por conta
das bandeiras seiscentistas, notadamente as da preia indígena. Mas a posse
efetiva da terra, com fins de ocupação e colonização, que resultou na fundação
da cidade de Ponta Grossa, deu-se a
partir de 1800, período em que os Campos
Gerais estavam sob a jurisdição da Vila
Nova de Castro. Os primeiros povoadores que lá se estabeleceram,
foram fazendeiros paulistas, vindos especialmente pela abundância de
pastos naturais e beleza dos Campos
Gerais.
Ford 1929
|
Carro antigo na porta do Hotel |
Fixaram-se nas imediações dos rios Verde e Pitangui,
lançando as sementes de povoação do lugar. Pouco tempo depois monges
beneditinos do Mosteiro dos Santos
obtinham a concessão destes Campos, que chamavam Fazenda Bárbara. Não demorou muito, e as terras foram doadas aos
jesuítas que nas proximidades do Ribeirão
São Miguel, afluente do Rio
Pitangui, ergueram a Capela de Santa
Bárbara do Pitangui, onde estabeleceram o Curato da Companhia de Jesus, que em pouco tempo conheceu
extraordinário progresso. Paralelamente, os Campos iam sendo sistematicamente
ocupados, com o surgimento de grandes fazendas de gado. Neste período
destaca-se a Fazenda Bom Sucesso,
cujo limite abrangia área que hoje constitui o perímetro urbano de Ponta Grossa. Onde hoje se encontra a Catedral Santana, existia um rancho de
pousada, erguido por tropeiros, junto a uma centenária figueira, sob a qual
plantaram uma cruz. Era ali o ponto de parada de tropas e viajantes. Outro
ponto de referência nesta época era a Casa-de-Telhas,
construída pelos jesuítas para se relacionarem com o povo da região. Nesta casa
celebravam-se os ofícios do sacramento e as festas religiosas. Em pouco tempo,
em torno da Casa-de-Telhas surgiram
as primeiras choupanas. Neste período, os fazendeiros da região convocaram seus
vizinhos para expor a necessidade de se efetivar uma povoação, visto que
resolveriam as dificuldades das questões eclesiásticas e lides civis, pois
estavam jurisdicionados à Vila Nova de
Castro.
Chegando em Ponta Grossa |
Tendo aprovado o nome, mas não a localização, o grupo de
fazendeiros resolveu que o lugar do futuro povoado seria onde
um pombo branco com um laço vermelho no pescoço,
solto nas pradarias, viesse a pernoitar. Depois de muitas revoadas, a ave
pousou exatamente na cruz do rancho dos tropeiros, debaixo da
centenária figueira, lá existente, tendo esse fato sido interpretado
como de bom augúrio e predestinação, para a efetiva povoação de Ponta Grossa. Algumas fontes dão o nome
Estrela, como primitiva denominação
de Ponta Grossa. A partir de então a
povoação progrediu extraordinariamente.
Arenitos do Parque Estadual de Vila Velha |
Ponta Grossa nasceu à margem do Caminho das Tropas. No século XVIII, a
passagem era a mais utilizada pelos tropeiros, que seguiam do Rio Grande do
Sul para São Paulo para comercializar gado e muar. Com o passar dos
anos, o lugar que servia de pouso das tropas foi se tornando um entreposto
comercial. Em setembro de 1823, foi criada a Freguesia de Estrela. Em
1840 o patrimônio foi aumentado, por área denominada Rincão da Ronda e
em abril de 1855, foi criado o Município de Ponta Grossa, com território
desmembrado do Município de Castro, sendo devidamente instalado em
dezembro do mesmo ano. Em março de 1862
a vila foi elevada à categoria de cidade. Em abril de 1871, passou a
denominar-se Pitangui, mas voltou-se
a chamar Ponta Grossa a partir de
abril de 1872. Ponta Grossa passou a
sede de Comarca em abril de 1876. A população é composta das mais diversas
etnias. Em 1878, se iniciou a colonização russo-alemã no município, dois anos
depois da visita do Imperador Dom Pedro II, principal incentivador das
imigrações, quando se hospedou na residência do Barão de Guaraúna. A partir do início do século XX, se
estabeleceram eslavos (russos, polacos e ucranianos), árabes, italianos,
japoneses, neerlandeses e alemães, sendo os alemães e eslavos os mais
numerosos.
A cidade conheceu grande progresso a partir de março de 1894,
quando foi inaugurada a Estrada de Ferro
Curitiba-Ponta Grossa, e dois anos depois teve início a construção da Ferrovia São Paulo-Rio Grande do Sul.
Em 1904 foi inaugurado o sistema de iluminação elétrica e foi implantado o
sistema de água e esgotos, só concluído com financiamento do Governo do Estado. Em outubro de 1930,
chegaram à Estação Ferroviária,
Getúlio Vargas e suas tropas que ficaria 15 anos no poder da República. Nesta ocasião Getúlio
caminhou pelas ruas da cidade sendo ovacionado pelos populares que
agitavam lenços e bandeiras vermelhas, símbolo da
revolução. Ponta Grossa foi
berço de grandes nomes da política paranaense.
Flores típicas dos Campos Gerais
|
Vegetação típica dos Campos Gerais |
A economia de Ponta
Grossa teve três grandes impulsos durante o século XX. O primeiro em meados
de 1900 com a instalação da ferrovia, o segundo na década de 1970 com a
instalação de grandes indústrias da área alimentícia e moageira, e o terceiro
na segunda metade da década de 1990 com a instalação de grandes empresas
nacionais do setor logístico e de produção e investimentos de grandes redes do
setor de serviços. O município está próximo dos principais mercados
consumidores do país, São Paulo e Curitiba, e é ponto de passagem para a
exportação de produtos pelo Porto de
Paranaguá e pelo Corredor do
Mercosul, rodovia que liga o Sudeste
do Brasil aos países do MERCOSUL.
É a quarta principal cidade exportadora paranaense e a 10ª do Sul, em especial,
para o Japão e a Europa.
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