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Praça da República |
A mais conhecida praça de Belém não é apenas uma das áreas de lazer mais procuradas pela população,
principalmente aos finais de semana. É um referencial histórico. A Praça da República no início era o Largo da Campina, um imenso terreno descampado
que ficava entre o Bairro da Campina
e a estrada que levava à Ermida de Nossa
Senhora de Nazaré, hoje, Basílica Santuário
Nossa Senhora de Nazaré. Depois, no século XVIII, lá foi construído um
imenso armazém para se guardar pólvora, trocando-lhe o nome para Largo da Pólvora. Uma forca foi
erguida, mas não há registro de nenhum enforcamento. O que se sabe é que o
espaço era usado para sepultar, em cova rasa, escravos e pobres. Na época do Segundo Império, em homenagem ao Imperador,
lhe deram o nome de Pedro II, mas continuava sendo um grande terreno
descampado.
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Praça da República |
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Teatro Experimental Waldemar Henrique |
Porém, foi Antônio
Lemos, em 1878, que fez a Praça da
República merecedora do título “belíssima”.
Lemos fez sérias críticas ao projeto urbanístico da Praça no relatório ao Conselho de Intendência Municipal. Ele
modificou completamente a aparência do logradouro, trocando, inclusive, a
pavimentação das ruas que limitavam a Praça por paralelepípedos. Com a
inauguração do Theatro da Paz houve
uma urbanização, também modesta. Seu nome definitivo veio com a troca de
regime: “Praça da República”.
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Teatro Experimental Waldemar Henrique |
O Governador Justo Chermont idealizou a construção de um monumento em homenagem à República em 1889. A pedra fundamental foi
colocada no ano seguinte, mas foi um concurso que decidiu a forma do monumento. Participaram
da seleção feita por um júri composto de políticos e profissionais do Estado, vários
artistas estrangeiros. Por maioria, foi escolhido o
projeto do escultor italiano Michele Sansebastiano, que recebeu algumas
alterações antes de ser finalizado. A principal modificação foi a substituição
do ramo de oliveira por uma espada na mão da República, com maior valor
simbólico. A obra teve início em 1892 e inaugurada em 15 de novembro de 1897.
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Escola de Arte da Universidade Federal do Pará |
Todo em
mármore de Carrara e bronze, o monumento
tem 20 metros de altura. Apresenta
conjunto escultórico erguido sobre quatro degraus, um pedestal de quatro faces
e uma coluna dórica. No alto da coluna está a figura principal, a Marianne com
as insígnias revolucionárias da sua identidade, representando a República.
A estátua é de uma mulher, representando o
regime democrático, com um ramo de oliveira na mão, simbolizando a paz. Simbolicamente representando o Progresso
Nacional apoiado sobre o novo regime que levanta, vê-se sobre o pedestal um
conjunto escultórico com a figura de um gênio alado, de 6,70 metros de altura
até a ponta do estandarte da República por ele levantado, gritando: “Liberdade!”. O
gênio apoia-se em um leão, que simboliza a força.
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Teatro Experimental Waldemar Henrique e Escola de Arte da Universidade Federal do Pará |
Do outro
lado do degrau, na
figura de uma mulher alada, a
História, sentada sobre vários livros, com cinco metros de altura desde a extremidade do manto até a asa, registra, em uma folha em branco de um grande
volume, sustentada por um gênio, a data da Proclamação
da República. Sentados nas laterais do monumento, dois pequenos gênios, com
2,6 metros de altura cada, erguem os escudos da “Probidade” e da “União”. As
quatro placas em homenagem a Floriano Peixoto, José Bonifácio, Tiradentes e
Benjamim Constant foram anexadas ao monumento posteriormente. A primeira
tentativa de urbanização da Praça foi em 1901, com o Intendente
de Belém, Arthur
Índio do Brasil. Ele fez o
calçamento nas suas avenidas, cimentou os passeios, colocou chafarizes e
bancos e ajardinou as alamedas.
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Praça da República |
Hoje a Praça da
República torna-se o palco ideal de grandes comemorações como o Círio de Nazaré, o Dia da Raça e o Desfile de Sete de Setembro. Nos
outros 362 dias do ano, é o lugar ideal para passear com a família, fazer
evangelismo, encontrar os amigos ou namorar. A Praça ainda abriga o Teatro
Waldemar Henrique, a Escola de Arte
da Universidade Federal do Pará, o lendário Bar do Parque (que resiste como reduto da boemia), um anfiteatro
para espetáculos ao ar livre e de sexta-feira a domingo a Feira de Artesanato. Nos coretos de ferro e frondosas mangueiras
estão uma mostra de Belém de todos
os tempos. Na Praça encontram-se mais três pontos importantes de Belém: o Parque João Coelho, a Praça
da Sereia e o Theatro da Paz.
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