domingo, 2 de agosto de 2015

Belém do Pará - Praça da República

Praça da República
A mais conhecida praça de Belém não é apenas uma das áreas de lazer mais procuradas pela população, principalmente aos finais de semana. É um referencial histórico. A Praça da República no início era o Largo da Campina, um imenso terreno descampado que ficava entre o Bairro da Campina e a estrada que levava à Ermida de Nossa Senhora de Nazaré, hoje, Basílica Santuário Nossa Senhora de Nazaré. Depois, no século XVIII, lá foi construído um imenso armazém para se guardar pólvora, trocando-lhe o nome para Largo da Pólvora. Uma forca foi erguida, mas não há registro de nenhum enforcamento. O que se sabe é que o espaço era usado para sepultar, em cova rasa, escravos e pobres. Na época do Segundo Império, em homenagem ao Imperador, lhe deram o nome de Pedro II, mas continuava sendo um grande terreno descampado. 


Praça da República

Teatro Experimental Waldemar Henrique
Porém, foi Antônio Lemos, em 1878, que fez a Praça da República merecedora do título “belíssima”. Lemos fez sérias críticas ao projeto urbanístico da Praça no relatório ao Conselho de Intendência Municipal. Ele modificou completamente a aparência do logradouro, trocando, inclusive, a pavimentação das ruas que limitavam a Praça por paralelepípedos. Com a inauguração do Theatro da Paz houve uma urbanização, também modesta. Seu nome definitivo veio com a troca de regime: “Praça da República”.

Teatro Experimental Waldemar Henrique
O Governador Justo Chermont idealizou a construção de um monumento em homenagem à República em 1889. A pedra fundamental foi colocada no ano seguinte, mas foi um concurso que decidiu a forma do monumento. Participaram da seleção feita por um júri composto de políticos e profissionais do Estado, vários artistas estrangeiros. Por maioria, foi escolhido o projeto do escultor italiano Michele Sansebastiano, que recebeu algumas alterações antes de ser finalizado. A principal modificação foi a substituição do ramo de oliveira por uma espada na mão da República, com maior valor simbólico. A obra teve início em 1892 e inaugurada em 15 de novembro de 1897.
Escola de Arte da Universidade Federal do Pará
Todo em mármore de Carrara e bronze, o monumento tem 20 metros de altura. Apresenta conjunto escultórico erguido sobre quatro degraus, um pedestal de quatro faces e uma coluna dórica. No alto da coluna está a figura principal, a Marianne com as insígnias revolucionárias da sua identidade, representando a República. A estátua é de uma mulher, representando o regime democrático, com um ramo de oliveira na mão, simbolizando a paz. Simbolicamente representando o Progresso Nacional apoiado sobre o novo regime que levanta, vê-se sobre o pedestal um conjunto escultórico com a figura de um gênio alado, de 6,70 metros de altura até a ponta do estandarte da República por ele levantado, gritando: “Liberdade!”. O gênio apoia-se em um leão, que simboliza a força.

Teatro Experimental Waldemar Henrique
       e Escola de Arte da Universidade Federal do Pará
Do outro lado do degrau, na figura de uma mulher alada, a História, sentada sobre vários livros, com cinco metros de altura desde a extremidade do manto até a asa, registra, em uma folha em branco de um grande volume, sustentada por um gênio, a data da Proclamação da República. Sentados nas laterais do monumento, dois pequenos gênios, com 2,6 metros de altura cada, erguem os escudos da “Probidade” e da “União”. As quatro placas em homenagem a Floriano Peixoto, José Bonifácio, Tiradentes e Benjamim Constant foram anexadas ao monumento posteriormente. A primeira tentativa de urbanização da Praça foi em 1901, com o Intendente de Belém, Arthur Índio do Brasil. Ele fez o calçamento nas suas avenidas, cimentou os passeios, colocou chafarizes e bancos e ajardinou as alamedas.
Praça da República
Hoje a Praça da República torna-se o palco ideal de grandes comemorações como o Círio de Nazaré, o Dia da Raça e o Desfile de Sete de Setembro. Nos outros 362 dias do ano, é o lugar ideal para passear com a família, fazer evangelismo, encontrar os amigos ou namorar. A Praça ainda abriga o Teatro Waldemar Henrique, a Escola de Arte da Universidade Federal do Pará, o lendário Bar do Parque (que resiste como reduto da boemia), um anfiteatro para espetáculos ao ar livre e de sexta-feira a domingo a Feira de Artesanato. Nos coretos de ferro e frondosas mangueiras estão uma mostra de Belém de todos os tempos. Na Praça encontram-se mais três pontos importantes de Belém: o Parque João Coelho, a Praça da Sereia e o Theatro da Paz.

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