sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Curitiba - Parque Tanguá

Parque Tanguá
A nossa última parada com a Linha Turismo foi no Parque Tanguá, que é um dos principais parques de Curitiba. Localiza-se na região norte da cidade, nos bairros Pilarzinho e Taboão, e fica um pouco afastado do centro. Foi construído onde existiam duas pedreiras, da família Gava, atualmente desativadas. Tanguá significa “baía das conchas”. É um exemplo de reciclagem do espaço urbano, pois preserva a natureza num local destinado inicialmente para abrigar uma usina de reciclagem de caliça e lixo industrial. Escolher o Parque mais bonito de Curitiba não é uma tarefa fácil. A cidade possui vários parques bonitos espalhados por todos os lados e vários deles podem facilmente ganhar este título.


Parque Tanguá - Jardim Poty Lazzarotto

Parque Tanguá - Jardim Poty Lazzarotto
Dos anos 1920 ao início dos 1980, as pedreiras eram a principal referência da região do Pilarzinho, Abranches, Vista Alegre. Assim como são hoje os parques criados a partir delas, como o Tanguá, Ópera de Arame, Universidade do Meio Ambiente, Bosque Vista Alegre. As pedras tiradas durante décadas dos enormes paredões estão hoje em milhares de casas, praças e de ruas curitibanas. Uma das famílias que se destacaram no ofício de extrair pedras para uso nessas construções foi a Gava. Os primeiros Gava que chegaram a Curitiba, porém, nem imaginavam que um dia a família teria o nome ligado à extração mineral. Afinal, quando o casal Gava chegou ao Brasil, em 1879, vinha com o objetivo de cultivar a terra e produzir alimentos, assim como os milhares de conterrâneos que então deixavam a Itália mergulhada no desemprego após a unificação do país.




Parque Tanguá - Jardim Poty Lazzarotto
O casal morava na cidade de Capella Maggiore, na Província de Treviso, Região de Vêneto, no nordeste italiano, quando decidiram tentar a vida no novo continente. Depois de um mês e meio de uma desconfortável viagem no navio Khonprinz Friedrich Wilhelm,  o casal ainda teve que ficar de quarentena no Rio de Janeiro, como era praxe para verificar se os imigrantes  tinham doenças contagiosas. Somente em dezembro de 1879 chegaram a Morretes, de onde vieram para Curitiba. Nas primeiras décadas em solo curitibano, a família dedicou-se exclusivamente à lavoura e a criação de galinhas, porcos, animais de tração e vacas. Conforme os filhos cresciam, o trabalho ganhava novos braços. O novo rumo de atividade só aconteceria no final da década de 1920 após o casamento do filho mais velho.

Espelho d'água e chafariz no Parque Tanguá

Espelho d'água e chafariz no Parque Tanguá
Inaugurado em 1996, o Parque Tanguá surpreende pela sua beleza. Ocupa uma área de 235 mil metros quadrados, e garante a preservação da bacia norte do Rio Barigui (que percorre 60 quilômetros e corta 18 bairros da cidade), bem próximo à sua nascente, no município de Almirante Tamandaré, juntamente com os parques Tingui e Barigui. Mas além de ser importante na preservação da bacia do Rio Barigui, o Parque Tanguá também é um dos atrativos turísticos imperdíveis de Curitiba e está entre os lugares mais visitados da capital paranaense. Considerado por muitos como o parque mais bonito de Curitiba, o Tanguá não pode ficar de fora de seu roteiro pela cidade.

Belvedere do Parque Tanguá
A parte superior do Parque Tanguá é a parte mais bonita e preferida pelos frequentadores do parque. Nesta área localiza-se o Jardim Poty Lazzarotto. O nome é uma homenagem ao artista plástico curitibano Napoleon Potyguara Lazzarotto, cuja obra está espalhada pelas áreas públicas da cidade. O Jardim é composto por um portal de acesso, um mirante a 65 metros de altura, com vista do lago da área inferior (como a região é aberta, venta muito, fazendo muito frio o que pode estragar o passeio), uma cascata e um grande Jardim Francês com canteiros de flores e espelhos d’água, de onde se projeta o belvedere, na forma de terraço elevado em meio a um tapete verde. Nos três pisos do belvedere encontram-se distribuídos decks metálicos, bistrô, sanitários públicos, loja de souvenir (não espere encontrar grandes marcas e produtos, mas é razoável) e torres de observação.

Mirante e Cachoeira
Pôr do Sol é um dos espetáculos mais extraordinários que existem. No mundo inteiro pessoas param para ver o astro-rei e não tem quem não se emocione. É um momento de conexão e agradecimento que nem o coração mais duro resiste a este presente divino. No mar é incrível e nas montanhas é mágico. Difícil saber qual é mais lindo. Em Curitiba, sol é meio raro, e quando aparece todo mundo corre para os parques aproveitar. Então, em dias ensolarados podemos contemplar o pôr do sol mais bonito de Curitiba, quando o espelho de água formado nas águas do Chafariz do Parque Poty Lazzarotto (que tem seus jatos desligados no finalzinho da tarde), proporciona um espetáculo indescritível. 




Rio Barigui
Na parte inferior do Parque está o lago artificial de 45 metros de extensão, que pode ser atravessado a pé, por uma passarela sobre a água, e uma lanchonete com um mirante de onde é possível contemplar a cascata artificial, o lago e o túnel que fica do outro lado do lago, ligando as duas antigas pedreiras existentes no local. Tomar uma cerveja nesta lanchonete é uma boa alternativa para descansar e recuperar as energias para encarar a volta até a parte superior do Parque. É dotado ainda de ancoradouro, ciclovia, pista de corrida (o terreno da área inferior para a superior tem uma grande subida fazendo do passeio um exercício), e dois estacionamentos para carros (nas áreas inferior e superior). Se tiver com pessoas idosas só visite a parte inferior do parque se tiver de carro, pois a subida a pé é bem complicada e para quem não quiser caminhar, há alguns barezinhos simplesinhos na frente do Parque.




Túnel ligando os dois lagos
A fauna do Parque é composta por pato silvestre, morcego, gambá, tatu, cisqueiro, pavó, quero-quero, frango-d’água, jaçanã, marreca ananaí, socó-dorminhoco, joão-de-barro, sabiá-laranjeira, bem-te-vi, parelheira, cobra-d’água, boipeba, jararaca, teiú, cágado-cabeça-de-cobra e a flora é composta por branquilho, veludo, maria-mole, Cambuí do brejo, embira-branca, baga de pombo, tarumã, aroeira, congonha, corticeira-do-brejo, bromélia, cambuí manchado, miguel pintado, mamica-de-porca, araucária, canela, pessegueiro-bravo, bugreiro, carvalho, cafezeiro-bravo, erva-mate, imbuia, sassafrás, camboatá, pinheiro-bravo, caúna, guaçatunga, bracatinga. Durante os finais de semana e nos feriados o Parque é bastante movimentado e não apresenta nenhum perigo, já nos dias de menor movimento, evite caminhar sozinho pelas trilhas que ligam a parte superior à parte inferior. Existem relatos de assaltos frequentes.

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