segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Férias de Fim de Ano - Morretes

Arquitetura típica de Morretes
Após a descida fascinante da Serra do Mar, chegamos a Morretes, que fica a 35 quilômetros distante do mar. O calor era infernal, dava desânimo andar pela cidade, fomos almoçar o Barreado, que é o prato típico da região, no Restaurante Casarão, que fica às margens do Rio Nhundiaquara. A iguaria é preparada em panela de barro e feita com pedaços de carne e farinha de mandioca. O cozimento dura entre três e 12 horas e o prato, de dar água na boca, é servido acompanhado por banana da terra, arroz e laranja. Demos uma volta pelo centrinho para ver os casarões antigos da cidade, que são bem preservados e hoje abrigam museus e espaços culturais, as lojas de artesanato e só. Pegamos o ônibus de volta a Curitiba pela Estrada da Graciosa (o nome já diz tudo).

Instituto Mirtillo Trombini

Armazém do Artesanato
No centro, os destaques são as construções históricas bem-preservadas e que hoje abrigam museus e espaços culturais. Mas tem também o Hotel Nhundiaquara – que hospedou Dom Pedro II quando esteve por lá – e a Igreja Matriz, todas no melhor estilo colonial para nos levar de volta ao passado. Aproveite ainda para visitar diversas lojas de artesanato, restaurantes, sorveterias e cafés. Em Morretes tudo lembra banana.  O principal prato da cidade – o barreado – é servido com banana. Os doces da sobremesa têm banana. Na chegada da Estação as barraquinhas vendem banana frita em saquinhos. Até a cachaça tem cheiro e gosto de banana. Você tem que provar. Para quem estiver com tempo, dá para aproveitar o Santuário Nhundiaquara com suas piscinas naturais, cachoeiras e trilhas. Esse parque, com 400 hectares de extensão, possui uma ótima infraestrutura para lhe receber.

Loja de Artesanato

Arquitetura típica de Morretes
Nos arredores, a natureza oferece uma gama de atividades radicais, como as caminhadas pela Serra do Mar que levam aos Saltos dos Macacos e da Fortuna; os trekkings no Parque Estadual do Marumbi; e o boia-cross pelas águas geladas do Rio Nhundiaquara, que nasce no alto da Serra do Marumbi e deságua em Antonina, na Baía de Paranaguá. Os passeios acontecem na localidade de Porto de Cima, a seis quilômetros do centro, em um percurso que dura cerca de uma hora e meia, até a Ponte Velha, ponte metálica que une os dois lados do rio e complementa a paisagem. Morretes atrai muitos turistas e especialmente moradores de Curitiba e região aos finais de semana, atraídos pelos muitos restaurantes, paisagens naturais e adeptos da prática de ecoturismo. As principais atrações urbanas se concentram na rua que costeia o Rio Nhundiaquara e seu entorno.


Morretes

Ponte Velha
Até o século XVI, a região atual do município era território dos índios Carijós, etnia indígena que ocupava a faixa litorânea brasileira desde Cananéia até a Lagoa dos Patos. Com a descoberta de jazidas de ouro, a região passou a ser ocupada por mineradores e aventureiros provenientes da cidade de São Paulo. Oficialmente o povoado de Morretes foi fundado no início do século XVIII pelos jesuítas. Em meados do século XVIII foi construída uma capela, dedicando-a a Nossa Senhora do Porto e Menino Deus dos Três Morretes. Quando era Capelão de Morretes, o padre Francisco Xavier dos Passos conseguiu, com a ajuda da comunidade, reformar a antiga Capela de Nossa Senhora do Porto e Menino Deus dos Três Morretes, tendo vários beneméritos. Nesse tempo, a vida social e cultural do lugar girava em torno das atividades da igreja. 

A arquitetura típica de Morretes requer muitas janelas

Restaurante Casarão
No período de 1811 a 1832, o comércio sobrepujou todas as demais atividades em MorretesE nem só o comércio, mas também a indústria, em particular a indústria de beneficiamento de erva-mate, de que foram pioneiras pessoas abastadas de Paranaguá, que instalaram em diversos pontos do município engenhos de beneficiamento do mate, quase todos movidos à força hidráulicaEm 1823, foi construído um grande teatro de madeira e, nele, foram levados à cena, por jovens morretenses, peças teatrais de grande importância, inclusive uma comédia do famoso escritor da Grécia AntigaEsopo. Em março de 1841, Morretes foi elevada à categoria de município, com território desmembrado de AntoninaEm outubro de 1843, foi criado um Batalhão da Guarda NacionalMorretes enviou para a Guerra do Paraguai, em 1865, uma companhia de guerra de 70 soldadosEm maio de 1869, Morretes foi elevado à categoria de cidade, com sua denominação alterada para NhundiaquaraEm abril de 1870, voltou a denominar-se Morretes.

Coreto da Praça Lamenha Lins em Morretes

A partir desta época, o lugar teve grande crescimento, com o setor comercial tornando-se ponto de referência obrigatória aos viajantes de serra acima e rio abaixo. O progresso do povoado provocou certa rivalidade com Paranaguá, que chegou ao cúmulo de proibir os comércios de fazendas secas de lojas em Morretes, por ordem do Ouvidor da Capitania no ano de 1780. No ano seguinte, a proibição foi revogada por ordem do Governador-Geral da Capitania. No passado disputava-se o acesso de Curitiba ao litoral através de uma briga antiga entre Antonina, Morretes e Paranaguá.

Praça Lamenha Lins em Morretes

Igreja São Benedito
Com a chegada dos trilhos de aço da Estrada de Ferro Paraná ao litoral, no final do século XIX, Morretes decaiu vertiginosamente: seu comércio foi altamente prejudicado, parando os engenhos de erva-mate e afetando toda a estrutura sócio-econômico-cultural do município. A partir de então, operou-se uma reação, reconquistando o município, aos poucos, sua importância no contexto do Estado do Paraná. A Colônia Agrícola Nova Itália, que era dividida em 12 núcleos coloniais, foi fundada em abril de 1878. Nela, foram estabelecidas 543 famílias, num total de 2296 pessoas. Mais tarde, muitos colonos deixaram o lugar e se transferiram para outras colônias, motivados principalmente pela inadaptação ao clima de MorretesDistrito de Porto de Cima é um dos mais importantes pontos de referência histórica, não só para o povo morretense, mas para todo o Paraná.

Rio Nhundiaquara com ponte de ferro


A cidade de Morretes está situada na zona fisiográfica do litoral paranaense, estendendo-se da encosta da Serra do Mar para o leste e limitando-se ao oeste com os municípios de São José dos PinhaisPiraquara e Quatro Barras; ao norte com o município de Campina Grande do Sul; ao nordeste com o município de Antonina e a Baía de Paranaguá; ao leste com Paranaguá e ao sul e sudeste com o município de Guaratuba. A fronteira ocidental de Morretes fica a cerca de 35 quilômetros do mar. Todas as divisas estaduais são formadas por acidentes geográficos, ao norte e oeste pelos espigões das Serras dos Órgãos, da Graciosa, do Marumbi e da Farinha Seca, ao sudeste pelas Serras da Igreja, das Canavieiras e da Prata. Ao Sudeste, é o Rio Arraial, numa altitude de cerca de 800 metros, que forma o limite do município. Com Antonina e Paranaguá, são as lagoas. Possui também uma das maiores elevações do Paraná, o Pico do Marumbi, que tem 1.539 metros de altura.

Rio Nhundiaquara com ponte de ferro

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