Arc de Triomphe |
Praticamente todas as pessoas que
pretendem viajar para Paris já viram
fotos do Arc de Triomphe e tem o monumento incluído em sua lista de
lugares para visitar, mas poucos sabem da sua história. O Arc de Triomphe é um monumento,
localizado na cidade de Paris, construído em comemoração às
vitórias militares do Napoleão
Bonaparte, o qual ordenou a sua construção em 1806.
Inaugurado em 1836, a monumental
obra detém, gravados, os nomes de 128 batalhas e 558 generais. Em sua base,
situa-se o Túmulo do Soldado Desconhecido (1920), que lembra todos aqueles que lutaram pela França e sucumbiram nos campos de
batalha, sem ao menos serem identificados. Até hoje, o local recebe flores e
coroas para homenagear esses soldados. Próximo ao túmulo, uma Chama da Memória queima desde 1923. Por
essa natureza militar, o Arco se tornou também o ponto de partida das paradas
dos exércitos e manifestações.
Place Charles de Gaulle |
Arco
Triunfal ou Arco do
Triunfo é uma estrutura monumental no formato de um arco com uma ou mais
passagens, geralmente projetado para ter a largura de uma estrada ou de uma
rua. Em sua forma mais simples, consiste em dois poderosos pilares sustentando
um arco, coroado por um entablamento plano ou um ático no qual estátuas ou
inscrições monumentais podem estar instaladas. A estrutura principal é
geralmente decorada com esculturas, relevos e dedicatórias. Arcos Triunfais
mais elaborados podem ter mais de uma passagem em múltiplas direções. O Arc
de Triomphe é, junto com a Torre
Eiffel, o monumento mais representativo de Paris. O Arco localiza-se na Place Charles de Gaulle, no encontro
das Avenidas Charles de Gaulle e Champs-Élysées. Os parisienses chamam
esta Place de Ètoile. Eles não
dizem, mas nos encontramos na Place
Charles de Gaulle, e sim nos encontramos na Étoile também. A Place e suas 12 avenidas formam uma
estrela, “une étoile”. E é do
alto do Arco que temos a visão desta formação que torna o trânsito
absolutamente caótico. Nas
extremidades das avenidas encontram-se a Place
de La Concórdia e na outra La Defense.
Arc de Triomphe |
Empolgado com sua vitória triunfal na Batalha de Austerlitz, em dezembro de
1805, Napoleão prometeu aos seus comandados: “Daqui em diante, vocês voltarão caminhando sob Arco Triunfal”.
Pouco depois, ao regressar à França
em 1806, Napoleão ordenou a construção do Arc
de Triomphe. O Arc de Triomphe
representa, em verdade, o enaltecimento das glórias e conquistas do Primeiro Império Francês, sob a
liderança de Napoleão Bonaparte – seja este oficial das forças armadas, esteja
ele dotado da eminente insígnia imperial. Só os alicerces demoraram dois anos
de construção e, em 1810, quando Napoleão entrou em Paris pelo Oeste com a sua noiva, a arquiduquesa Maria Luísa de Áustria, ele tinha uma maquete em
madeira do Arco. O arquiteto Jean Chalgrin morreu em 1811 e as obras foram
retomadas por Jean-Nicholas Huyot. Ainda assim, Napoleão Bonaparte nunca viveu para assistir à
finalização da construção do monumento. Durante a Restauração Francesa, a construção foi interrompida e não seria
terminada até o Reinado de Louis Felipe I de França, entre 1833 e 1836 pelos arquitetos Goust, e depois Huyot
sob a direção de Héricart de Thury.
A em dezembro de 1840, os restos mortais de Napoleão, trazidos da Ilha de Santa Helena, passaram sob o
Arco no seu caminho para a última sepultura do Imperador no Hôtel des Invalides. Antes de ser enterrado no Pantheon,
o corpo do escritor Victor Hugo esteve em câmara ardente sob o Arco na noite de 22 de maio de
1885.
Após a sua construção,
o Arc de Triomphe tornou-se o ponto
de partida dos desfiles militares do exército francês após campanhas militares
vitoriosas e para o Dia da Queda da
Bastilha a 14 de julho. Alguns dos desfiles vitoriosos que ocorreram neste
local incluem do exército alemão em 1871, do exército francês em 1919, do exército
alemão em 1940 e dos exércitos aliados em 1944 e em 1945. Após a transladação
do soldado desconhecido para o Arco após a Primeira
Guerra Mundial, em comemoração ao Dia
do Armistício (1921), os desfiles militares evitam passar pelo seu centro.
Este gesto pretende mostrar respeito para com a campa e o seu simbolismo. Tanto
Adolf Hitler em 1940 como Charles de Gaulle em 1944 cumpriu esse gesto.
La Paix de 1815 à esquerda e La Résistance de 1814 à direita |
O monumento tem 50 metros de altura, 45
metros de largura e 22 metros de profundidade. O Arco de Tito serviu de inspiração para a sua concepção. A espada da figura que representa a República partiu-se, segundo relatos,
no dia em que teve início a Batalha de Verdun em 1916. Os danos foram escondidos de
imediato por uma lona para ocultar o acidente e evitar interpretações
agourentas. A escala do Arc de Triomphe é tão massiva
que, três semanas após o desfile da vitória de 1919 em Paris (que marcou o fim da Primeira
Guerra Mundial) Charles Godfrey conseguiu fazer passar o seu biplano pelo
centro do Arco. O Arc de Triomphe faz parte do Axe Historique - uma série de monumentos e grandes
vias públicas num percurso que vai desde o pátio
do Louvre até ao Grande
Arco de La Défense. Este foi o Arco
do Triunfo mais alto do mundo até à construção do Monumento a La Revolución no México em 1938 (de 67 metros). No início da
década de 1960, o monumento estava bastante negro devido à fuligem e à
exposição ao trânsito e entre 1966 e 1967 foi branqueado. Após o prolongamento
da Avenue Champs-Élysées (uma das mais largas e famosas avenidas do
mundo), foi construído um novo Arco em 1982, o Grande Arco de La Défense, completando assim a linha de monumentos
que forma o Eixo Histórico. O Grande Arco é o terceiro arco do gênero
naquela zona sendo os outros o Arc
Du Triomphe Du Carrousel e
o Arc de Triomphe de L’étoile.
À direita a Marselhesa ou Partida dos Voluntários de 1792 e à esquerda Le Triomphe de 1810 |
Diversos elementos arquitetônicos são
dignos de detida e fiel observação. Trinta medalhões, localizados sob a bela
cornija, fazem, cada qual, referência a importantes batalhas travadas pelo
exército francês, dentre as quais Aboukir,
Ulm, Austerlitz, Jena, Friedland e Moscou. O friso, por sua vez, retrata a partida (fachada leste) e o
retorno (fachada oeste) das tropas imperiais, visto que estas conflitaram em
diversas regiões do continente europeu. Na alegoria, o Imperador Francês é coroado pela Vitória e reverenciado pela extinta Monarquia. À direita, situa-se a Partida
dos Voluntários de
1792, também conhecida como A Marselhesa (obra de François Rude), aptos a defender a
recém instaurada e revolucionária República.
A Liberdade, aqui, é representada
pela guerreira e valente mulher, a comandar e a incitar o povo francês. Na
fachada oeste, os altos-relevos impressionam pela intensa carga emotiva.
Verifica-se a submissão do povo ao Estado e a crença, pelos populares, na
vitória das forças armadas. Esculpida por Jean-Pierre, “O Triunfo” de 1810 mostra Napoleão usando vestimentas da
antiguidade e segurando uma espada ao peito.
Avenue Champs-Élysées |
No fundo à direita, o homem ajoelhado
simboliza os “Perdedores”. À
esquerda, a mulher de coroa na cabeça, ajoelhada, simboliza o Império da Áustria protegido por Napoleão, cujas mãos estão simbolicamente
sobre a mulher para reconhecê-la e protegê-la. À esquerda, atrás e acima da
mulher, a deusa da História escreve e registra os eventos memoráveis de Napoleão.
Acima de todos, a deusa alada da Fama soa sua trombeta e sobre ela há folhas de
palmeira, imagem que evoca a Expedição
ao Egito. Representa a “Pátria-mãe”
com as asas abertas e estendidas chamando e motivando voluntários para que se
unam e lutem pela sua pátria, a França.
A cena simboliza o ano de 1810, a data do apogeu do Império de Napoleão e seu
casamento com Marie-Louise da Áustria.
Arc de Triomphe à noite |
No interior dos arcos
menores, encimados por interessantes alegorias à marinha, à infantaria e a
outras guarnições, constam gravados inúmeros nomes de importantes oficiais
franceses, assim como diversas localidades nas quais se travaram decisivas
batalhas no âmbito do expansionismo francês – Toulouse, Lille, Luxemburgo, Düsseldorf, Maastricht, Nápoles, Madrid, Porto, Foz do Rio Douro e Cairo,
por exemplo. No solo, situa-se o memorável Túmulo do Soldado Desconhecido. As
cinzas do incógnito combatente francês, morto durante os sangrentos conflitos
da Primeira Guerra Mundial, ali
repousam desde 1920.
Arc de Triomphe |
Muita gente não sabe, mas é possível
visitar o interior do Arc de Triomphe, subindo as
escadarias, há um pequeno museu sobre a história do monumento – maquetes,
desenhos e documentos sobre sua construção – e subindo até o topo chega-se a um
terraço panorâmico de onde, a 50 metros de altura, tem-se uma vista excepcional
de Paris e das 12 avenidas em torno
do local. Ao todo são 284 degraus. Haja fôlego!
Pessoas com claustrofobia, labirintite, problemas que impeçam exercícios
físicos ou preguicite aguda devem evitar o passeio. Existe um elevador que leva
lá para o alto, mas ele é reservado para idosos. Apesar de sua altura ser muito
inferior à da Torre Eiffel, as
vistas da parte superior do Arc de Triomphe também são bastante impressionantes. Prepare
sua câmera e segure o fôlego, a vista é mesmo muito bonita. Somando toda sua
história, beleza e tradição, o Arc de Triomphe é, sem dúvida, um
dos lugares do mundo que merece ser visitado e muito fotografado. O dinamismo
de Paris na confluência de 12 das
suas principais avenidas é digno de admirar. As vistas da Champs Élysées e do Bairro
de La Défense tampouco desmerecem a subida.
Arc de Triomphe |
A rua que contorna a Place
não é feita para travessia de pedestres. Procure por uma travessia subterrânea
que vai te levar bem para o centro do Arco
de Napoleão. O guichê para a compra de ingressos fica no subterrâneo. Antes de chegar ao topo, você vai se
deparar com um pequeno museu que conta um pouco das conquistas francesas e da
história do monumento, além de uma lojinha de souvenires supervalorizados.
Depois de vencer essa etapa, é só aproveitar a vista.
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