quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Paris - Arc de Triomphe

Arc de Triomphe
Praticamente todas as pessoas que pretendem viajar para Paris já viram fotos do Arc de Triomphe e tem o monumento incluído em sua lista de lugares para visitar, mas poucos sabem da sua história. O Arc de Triomphe é um monumento, localizado na cidade de Paris, construído em comemoração às vitórias militares do Napoleão Bonaparte, o qual ordenou a sua construção em 1806. Inaugurado em 1836, a monumental obra detém, gravados, os nomes de 128 batalhas e 558 generais. Em sua base, situa-se o Túmulo do Soldado Desconhecido (1920), que lembra todos aqueles que lutaram pela França e sucumbiram nos campos de batalha, sem ao menos serem identificados. Até hoje, o local recebe flores e coroas para homenagear esses soldados. Próximo ao túmulo, uma Chama da Memória queima desde 1923. Por essa natureza militar, o Arco se tornou também o ponto de partida das paradas dos exércitos e manifestações.

Place Charles de Gaulle
Arco Triunfal ou Arco do Triunfo é uma estrutura monumental no formato de um arco com uma ou mais passagens, geralmente projetado para ter a largura de uma estrada ou de uma rua. Em sua forma mais simples, consiste em dois poderosos pilares sustentando um arco, coroado por um entablamento plano ou um ático no qual estátuas ou inscrições monumentais podem estar instaladas. A estrutura principal é geralmente decorada com esculturas, relevos e dedicatórias. Arcos Triunfais mais elaborados podem ter mais de uma passagem em múltiplas direções. O Arc de Triomphe é, junto com a Torre Eiffel, o monumento mais representativo de Paris. O Arco localiza-se na Place Charles de Gaulle, no encontro das Avenidas Charles de Gaulle e Champs-Élysées. Os parisienses chamam esta Place de Ètoile. Eles não dizem, mas nos encontramos na Place Charles de Gaulle, e sim nos encontramos na Étoile também. A Place e suas 12 avenidas formam uma estrela, “une étoile”. E é do alto do Arco que temos a visão desta formação que torna o trânsito absolutamente caótico. Nas extremidades das avenidas encontram-se a Place de La Concórdia e na outra La Defense

Arc de Triomphe 
Empolgado com sua vitória triunfal na Batalha de Austerlitz, em dezembro de 1805, Napoleão prometeu aos seus comandados: “Daqui em diante, vocês voltarão caminhando sob Arco Triunfal”.  Pouco depois, ao regressar à França em 1806, Napoleão ordenou a construção do Arc de Triomphe. O Arc de Triomphe representa, em verdade, o enaltecimento das glórias e conquistas do Primeiro Império Francês, sob a liderança de Napoleão Bonaparte – seja este oficial das forças armadas, esteja ele dotado da eminente insígnia imperial. Só os alicerces demoraram dois anos de construção e, em 1810, quando Napoleão entrou em Paris pelo Oeste com a sua noiva, a arquiduquesa Maria Luísa de Áustria, ele tinha uma maquete em madeira do Arco. O arquiteto Jean Chalgrin morreu em 1811 e as obras foram retomadas por Jean-Nicholas Huyot. Ainda assim, Napoleão Bonaparte nunca viveu para assistir à finalização da construção do monumento. Durante a Restauração Francesa, a construção foi interrompida e não seria terminada até o Reinado de Louis Felipe I de França, entre 1833 e 1836 pelos arquitetos Goust, e depois Huyot sob a direção de Héricart de Thury. A em dezembro de 1840, os restos mortais de Napoleão, trazidos da Ilha de Santa Helena, passaram sob o Arco no seu caminho para a última sepultura do Imperador no Hôtel des Invalides. Antes de ser enterrado no Pantheon, o corpo do escritor Victor Hugo esteve em câmara ardente sob o Arco na noite de 22 de maio de 1885.

Gravações no interior dos arcos menores
Após a sua construção, o Arc de Triomphe tornou-se o ponto de partida dos desfiles militares do exército francês após campanhas militares vitoriosas e para o Dia da Queda da Bastilha a 14 de julho. Alguns dos desfiles vitoriosos que ocorreram neste local incluem do exército alemão em 1871, do exército francês em 1919, do exército alemão em 1940 e dos exércitos aliados em 1944 e em 1945. Após a transladação do soldado desconhecido para o Arco após a Primeira Guerra Mundial, em comemoração ao Dia do Armistício (1921), os desfiles militares evitam passar pelo seu centro. Este gesto pretende mostrar respeito para com a campa e o seu simbolismo. Tanto Adolf Hitler em 1940 como Charles de Gaulle em 1944 cumpriu esse gesto. 

La Paix de 1815 à esquerda e
La Résistance de 1814 à direita
O monumento tem 50 metros de altura, 45 metros de largura e 22 metros de profundidade. O Arco de Tito serviu de inspiração para a sua concepção. A espada da figura que representa a República partiu-se, segundo relatos, no dia em que teve início a Batalha de Verdun em 1916. Os danos foram escondidos de imediato por uma lona para ocultar o acidente e evitar interpretações agourentas. A escala do Arc de Triomphe é tão massiva que, três semanas após o desfile da vitória de 1919 em Paris (que marcou o fim da Primeira Guerra Mundial) Charles Godfrey conseguiu fazer passar o seu biplano pelo centro do Arco. O Arc de Triomphe faz parte do Axe Historique - uma série de monumentos e grandes vias públicas num percurso que vai desde o pátio do Louvre até ao Grande Arco de La Défense. Este foi o Arco do Triunfo mais alto do mundo até à construção do Monumento a La Revolución no México em 1938 (de 67 metros). No início da década de 1960, o monumento estava bastante negro devido à fuligem e à exposição ao trânsito e entre 1966 e 1967 foi branqueado. Após o prolongamento da Avenue Champs-Élysées (uma das mais largas e famosas avenidas do mundo), foi construído um novo Arco em 1982, o Grande Arco de La Défense, completando assim a linha de monumentos que forma o Eixo Histórico. O Grande Arco é o terceiro arco do gênero naquela zona sendo os outros o Arc Du Triomphe Du Carrousel e o Arc de Triomphe de L’étoile.

À direita a Marselhesa ou Partida dos Voluntários 
de 1792  e à esquerda Le Triomphe de 1810
Diversos elementos arquitetônicos são dignos de detida e fiel observação. Trinta medalhões, localizados sob a bela cornija, fazem, cada qual, referência a importantes batalhas travadas pelo exército francês, dentre as quais Aboukir, Ulm, Austerlitz, Jena, Friedland e Moscou. O friso, por sua vez, retrata a partida (fachada leste) e o retorno (fachada oeste) das tropas imperiais, visto que estas conflitaram em diversas regiões do continente europeu. Na alegoria, o Imperador Francês é coroado pela Vitória e reverenciado pela extinta Monarquia. À direita, situa-se a Partida dos Voluntários de 1792, também conhecida como A Marselhesa (obra de François Rude), aptos a defender a recém instaurada e revolucionária República. A Liberdade, aqui, é representada pela guerreira e valente mulher, a comandar e a incitar o povo francês. Na fachada oeste, os altos-relevos impressionam pela intensa carga emotiva. Verifica-se a submissão do povo ao Estado e a crença, pelos populares, na vitória das forças armadas. Esculpida por Jean-Pierre, “O Triunfo” de 1810 mostra Napoleão usando vestimentas da antiguidade e segurando uma espada ao peito. 

Avenue Champs-Élysées
No fundo à direita, o homem ajoelhado simboliza os “Perdedores”. À esquerda, a mulher de coroa na cabeça, ajoelhada, simboliza o Império da Áustria protegido por Napoleão, cujas mãos estão simbolicamente sobre a mulher para reconhecê-la e protegê-la. À esquerda, atrás e acima da mulher, a deusa da História escreve e registra os eventos memoráveis de Napoleão. Acima de todos, a deusa alada da Fama soa sua trombeta e sobre ela há folhas de palmeira, imagem que evoca a Expedição ao Egito. Representa a “Pátria-mãe” com as asas abertas e estendidas chamando e motivando voluntários para que se unam e lutem pela sua pátria, a França. A cena simboliza o ano de 1810, a data do apogeu do Império de Napoleão e seu casamento com Marie-Louise da Áustria.

Arc de Triomphe à noite
No interior dos arcos menores, encimados por interessantes alegorias à marinha, à infantaria e a outras guarnições, constam gravados inúmeros nomes de importantes oficiais franceses, assim como diversas localidades nas quais se travaram decisivas batalhas no âmbito do expansionismo francês – Toulouse, Lille, Luxemburgo, Düsseldorf, Maastricht, Nápoles, Madrid, Porto, Foz do Rio Douro e Cairo, por exemplo. No solo, situa-se o memorável Túmulo do Soldado Desconhecido. As cinzas do incógnito combatente francês, morto durante os sangrentos conflitos da Primeira Guerra Mundial, ali repousam desde 1920.

Arc de Triomphe 
Muita gente não sabe, mas é possível visitar o interior do Arc de Triomphe, subindo as escadarias, há um pequeno museu sobre a história do monumento – maquetes, desenhos e documentos sobre sua construção – e subindo até o topo chega-se a um terraço panorâmico de onde, a 50 metros de altura, tem-se uma vista excepcional de Paris e das 12 avenidas em torno do local. Ao todo são 284 degraus. Haja fôlego! Pessoas com claustrofobia, labirintite, problemas que impeçam exercícios físicos ou preguicite aguda devem evitar o passeio. Existe um elevador que leva lá para o alto, mas ele é reservado para idosos. Apesar de sua altura ser muito inferior à da Torre Eiffel, as vistas da parte superior do Arc de Triomphe também são bastante impressionantes. Prepare sua câmera e segure o fôlego, a vista é mesmo muito bonita. Somando toda sua história, beleza e tradição, o Arc de Triomphe é, sem dúvida, um dos lugares do mundo que merece ser visitado e muito fotografado. O dinamismo de Paris na confluência de 12 das suas principais avenidas é digno de admirar. As vistas da Champs Élysées e do Bairro de La Défense tampouco desmerecem a subida.

Arc de Triomphe 
A rua que contorna a Place não é feita para travessia de pedestres. Procure por uma travessia subterrânea que vai te levar bem para o centro do Arco de Napoleão. O guichê para a compra de ingressos fica no subterrâneo. Antes de chegar ao topo, você vai se deparar com um pequeno museu que conta um pouco das conquistas francesas e da história do monumento, além de uma lojinha de souvenires supervalorizados. Depois de vencer essa etapa, é só aproveitar a vista.

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