A minúscula cidade de Schwangau abriga um dos mais famosos
castelos do mundo, ou melhor, o Castelo que inspirou um dos mais conhecidos no
mundo: o Castelo de Cinderela, na Disneylândia. Foi na arquitetura do Schloss Neuschwanstein (Nova Pedra do
Cisne) que Walt Disney se baseou para criar uma das atrações mais
conhecidas de seus parques de diversões. O Castelo foi batizado por Ludwig II,
que adorava cisnes. O nome assusta, mas não se preocupe, porque o Castelo é
muito mais do que o nome diz. O Castelo está localizado a 124 quilômetros de Munique e a cinco quilômetros da
fronteira com a Áustria. A bela
construção e sua vista privilegiada são as atrações mais procuradas pelos
turistas que percorrem a Romantische
Strasse (Rota Romântica). Este
trecho de cerca de 320 quilômetros começa em Würzburg, próxima a Frankfurt,
e termina em Füssen, última das 26
cidades que formam o roteiro turístico mais conhecido do sul da Alemanha. Instituída há pouco mais de
50 anos, a rota abriga castelos, vilarejos, pontes, torres e igrejas seculares
em meio a uma paisagem tranquila por entre os campos e vales bávaros.
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A imponência do Schloss Neuschwanstein |
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Schloss Neuschwanstein |
Erguido nos Alpes
alemães, o Castelo serviu de residência no final do século XIX para o
excêntrico Ludwig II, então Rei da Bavária. Ludwig II é quem faz com que a
história do Schloss Neuschwanstein
seja tão especial. Ele é conhecido na Alemanha
como o “rei louco”, uma pessoa excêntrica, que gostava de viver isolado do
resto do mundo. Ludwig II se tornou Rei aos 18 anos, nunca casou nem teve
filhos, trocava o dia pela noite e tinha um irmão, o qual acreditava que ele
era louco e incapaz de governar a Bavária.
A primeira pedra do edifício foi colocada em setembro de 1869. O Neuschwanstein foi desenhado por
Christian Jank, um desenhista de cenários teatrais, em vez de um arquiteto, o
que mostra muito das intenções de Ludwig II, e explica grande parte da natureza
fantástica do edifício resultante. A perícia arquitetônica, vital para um
edifício colocado num lugar tão periclitante, foi providenciada inicialmente
pelo arquiteto da Corte de Munique,
Eduard Riedel, e mais tarde por Georg Dollman e Leo Von Klenze.
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Uma das torres do Schloss Neuschwanstein |
Branco, do lado
externo da construção, contrasta com o verde da belíssima floresta e das
montanhas que mais parecem uma moldura envolvendo esta obra de arte, o Schloss Neuschwanstein. Foi idealizado
pelo excêntrico soberano, que não mediu esforços nem dinheiro para que sua
ideia virasse realidade. Mas esse foi apenas um dos três castelos construídos
por ele nesta época (1845–1886). Ludwig II era um admirador das óperas de
Wagner, por isso, se encarregou de construir no Castelo uma sala de música
especialmente para o compositor. Nas paredes dos cômodos principais estão
retratadas cenas da Ópera Tristão e
Isolda, de Wagner, a preferida do Rei. A influência do Rei é evidente por
todo o lado, tendo este demonstrado um entusiástico interesse no desenho e decoração. Por todo o lado, o desenho presta homenagem
às lendas alemãs de Lohengrin, O
Cavaleiro Cisne. O Castelo de
Hohenschwangau, onde Ludwig II passou grande parte de sua juventude, tinha
decorações destas sagas. Estes temas foram tomados nas óperas de Richard
Wagner. O Castelo deveria ter mais de 400 salas se sua construção
houvesse sido terminada. No entanto, o Rei
da Bavária só chegou a dormir
186 noites no Castelo.
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Entrada do Schloss Neuschwanstein |
O que se iniciou como um
belo conto de fadas teve um final trágico e envolto em mistério. Durante as obras
foi gasto mais do que o dobro do estimado para a construção do Castelo e por causa
da megalomania do Rei, a Comissão de Estado
em 1886, acabou destituindo-o do trono, declarando sua incapacidade e insanidade
mental, já próximo da conclusão do Castelo, e ali foi aprisionado. Logo depois foi
levado para Berg e em junho do mesmo
ano foi encontrado morto no Lago Stamberger,
junto ao psiquiatra que confirmou sua insanidade. Até hoje não se sabe exatamente
o que aconteceu. Hoje em dia só é possível visitar em torno de 19 salas do
Castelo.
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Entrada do Schloss Neuschwanstein |
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Uma das torres do Schloss Neuschwanstein |
Com o Castelo ainda em
construção quando da morte do Rei, uma das características principais do
edifício permanecia por construir. Estava planejada uma Torre de Menagem maciça para o meio do pátio superior, a qual nunca
chegaria a ser edificada por decisão da restante família do Rei. A fundação da Torre de Menagem ainda pode ser vista,
atualmente, no pátio superior. Entre as salas concluídas encontra-se a Sala do Trono, com dois andares e 15 metros
de altura, a qual apresenta um candeeiro com pedras preciosas incrustadas,
todos os 12 apóstolos pintados na parede que rodeia o pedestal do trono (o
trono atual nunca foi acabado) e Jesus por trás do pedestal. E a Sala do Santo Graal, a preferida do Rei,
pois misturava sua paixão pela Idade Média
com as técnicas mais modernas de sua época. A suíte principal do Rei inclui uma
cama de dossel em madeira entalhada manualmente, o baldaquino da cama é entalhado
como as torres de cada uma das catedrais da Baviera, um sanitário secreto (a água do
sanitário provinha de um aqueduto) e uma bacia com água corrente em forma de
cisne.
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A exuberância do Schloss Neuschwanstein |
O interior do Castelo é
ricamente decorado. Mosaicos no chão, afrescos nas paredes, cortinas e colchas
bordadas à mão em tecidos nobres, móveis ornamentados e ambientes aconchegantes
carregam o gosto requintado do rei. Os espaços que mais receberam a atenção de
Ludwig II são o seu quarto, a Sala do
Trono e o Salão dos Trovadores.
Este último feito para as festas do Castelo, nunca foi usado. A leitura e a
música eram os hábitos preferidos de Ludwig II, considerado até hoje pelos
moradores o mais querido Rei da Bavária. Entre as salas do Castelo que
podem ser visitadas estão o Salão de
Festa, o Quarto de Ludwig II, a
cozinha, a Sala do Trono e o lugar
onde o Rei comia sozinho, onde havia a mesa que funcionaria como elevador que
descia até a cozinha onde a comida era servida para depois subir até o Rei,
pois dessa forma ele teria o mínimo de contato possível com outras pessoas.
Imagina! Durante todo o tempo em que morou no Castelo, Ludwig II viveu só,
cercado apenas de seus serviçais, de alguns súditos e músicos.
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Fachada do Schloss Neuschwanstein |
Apesar do seu aspecto
medieval, a construção do Castelo de
Neuschwanstein requereu a moderna tecnologia da época, sendo o Castelo uma
maravilha dos acabamentos da tecnologia estrutural. Engenhos a vapor e
elétricos, ventilação moderna e canalizações de aquecimento fazem, todos eles,
parte da estrutura, onde até chão aquecido, toaletes automáticas e uma espécie
de telefone existiam. Atualmente está quase esquecido que Ludwig II foi um
patrono das invenções modernas e um precursor da introdução da eletricidade na
vida pública da Baviera. Os seus
novos castelos foram os primeiros a usar eletricidade (por exemplo, a Gruta de Venus de Linderhof) e outros
equipamentos modernos. Através das suas atividades de construção, Ludwig II
manteve vivos o conhecimento e a perícia de muitas artes particulares que de
outra forma teriam morrido, providenciando trabalho e rendimento a um largo
número de artesãos, construtores, estucadores e decoradores, entre outros.
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Schloss Neuschwanstein |
O Castelo foi
construído numa montanha, e os tickets são adquiridos ainda no pé da montanha, no Ticket Center de Hohenschwangau,
o acesso pode ser feito a pé, de ônibus ou através de lindas
charretes. Ao se adquirir o ticket se faz a escolha do horário do tour que é guiado.
Fique atento ao horário, porque se você perder o horário reservado, eles te
cobrarão o ticket no cartão do crédito. Quando chegar próximo da sua hora de
visita, esteja em frente ao Castelo para entrar com o seu grupo. Entre quando
aparecer seu horário no painel e vá seguindo os grupos. Apesar de
não ser permitido fotografar o seu interior, é um dos edifícios mais
fotografados da Alemanha e um dos
mais populares destinos turísticos europeus, além de também ser considerado o
“cartão postal” do país. Hoje, o Castelo recebe três milhões de turistas todos
os anos. A visita ao Castelo demora em torno de 20 minutos e pode ser feita
guiada em inglês ou alemão ou com áudio em português e outras línguas. A visita
é uma aula de história, mas há mais mistérios do que os guias são capazes de
contar.
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Marienbrücke e cascata do Rio Pöllath |
Caso bata aquela fome,
há diversos restaurantes na rua principal da cidade, bem como um que faz parte
do Castelo e que é bem recomendado. Para souvenires, há uma lojinha ao final da
visita ao Castelo, mas há diversas outras lojas que vendem as mesmas coisas e
mais baratas na cidade. Uma das vistas mais belas que se tem do Schloss Neuschwanstein é da Marienbrücke (Ponte Maria), assim chamada em homenagem a Maria da Prússia, com 92 metros de altura sobre
a cascata do Rio Pöllath. Uma visão
belíssima de um dos castelos mais bonitos da Europa. São 10 minutinhos de caminhada, que valem a pena. Dela
também se avista o lindo Lago, suas montanhas e os castelos de seus pais, Hohenschwangau.
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Rio Pöllath |
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