terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Schwangau - Schloss Neuschwanstein

Schloss Neuschwanstein
A minúscula cidade de Schwangau abriga um dos mais famosos castelos do mundo, ou melhor, o Castelo que inspirou um dos mais conhecidos no mundo: o Castelo de Cinderela, na Disneylândia. Foi na arquitetura do Schloss Neuschwanstein (Nova Pedra do Cisne) que Walt Disney se baseou para criar uma das atrações mais conhecidas de seus parques de diversões. O Castelo foi batizado por Ludwig II, que adorava cisnes. O nome assusta, mas não se preocupe, porque o Castelo é muito mais do que o nome diz. O Castelo está localizado a 124 quilômetros de Munique e a cinco quilômetros da fronteira com a Áustria. A bela construção e sua vista privilegiada são as atrações mais procuradas pelos turistas que percorrem a Romantische Strasse (Rota Romântica). Este trecho de cerca de 320 quilômetros começa em Würzburg, próxima a Frankfurt, e termina em Füssen, última das 26 cidades que formam o roteiro turístico mais conhecido do sul da Alemanha. Instituída há pouco mais de 50 anos, a rota abriga castelos, vilarejos, pontes, torres e igrejas seculares em meio a uma paisagem tranquila por entre os campos e vales bávaros.

A imponência do Schloss Neuschwanstein


Schloss Neuschwanstein
Erguido nos Alpes alemães, o Castelo serviu de residência no final do século XIX para o excêntrico Ludwig II, então Rei da Bavária. Ludwig II é quem faz com que a história do Schloss Neuschwanstein seja tão especial. Ele é conhecido na Alemanha como o “rei louco”, uma pessoa excêntrica, que gostava de viver isolado do resto do mundo. Ludwig II se tornou Rei aos 18 anos, nunca casou nem teve filhos, trocava o dia pela noite e tinha um irmão, o qual acreditava que ele era louco e incapaz de governar a Bavária. A primeira pedra do edifício foi colocada em setembro de 1869. O Neuschwanstein foi desenhado por Christian Jank, um desenhista de cenários teatrais, em vez de um arquiteto, o que mostra muito das intenções de Ludwig II, e explica grande parte da natureza fantástica do edifício resultante. A perícia arquitetônica, vital para um edifício colocado num lugar tão periclitante, foi providenciada inicialmente pelo arquiteto da Corte de Munique, Eduard Riedel, e mais tarde por Georg Dollman e Leo Von Klenze.



Uma das torres do
           Schloss Neuschwanstein
Branco, do lado externo da construção, contrasta com o verde da belíssima floresta e das montanhas que mais parecem uma moldura envolvendo esta obra de arte, o Schloss Neuschwanstein. Foi idealizado pelo excêntrico soberano, que não mediu esforços nem dinheiro para que sua ideia virasse realidade. Mas esse foi apenas um dos três castelos construídos por ele nesta época (1845–1886). Ludwig II era um admirador das óperas de Wagner, por isso, se encarregou de construir no Castelo uma sala de música especialmente para o compositor. Nas paredes dos cômodos principais estão retratadas cenas da Ópera Tristão e Isolda, de Wagner, a preferida do Rei. A influência do Rei é evidente por todo o lado, tendo este demonstrado um entusiástico interesse no desenho e decoração. Por todo o lado, o desenho presta homenagem às lendas alemãs de Lohengrin, O Cavaleiro Cisne. O Castelo de Hohenschwangau, onde Ludwig II passou grande parte de sua juventude, tinha decorações destas sagas. Estes temas foram tomados nas óperas de Richard Wagner. O Castelo deveria ter mais de 400 salas se sua construção houvesse sido terminada. No entanto, o Rei da Bavária só chegou a dormir 186 noites no Castelo. 


Entrada do Schloss Neuschwanstein
O que se iniciou como um belo conto de fadas teve um final trágico e envolto em mistério. Durante as obras foi gasto mais do que o dobro do estimado para a construção do Castelo e por causa da megalomania do Rei, a Comissão de Estado em 1886, acabou destituindo-o do trono, declarando sua incapacidade e insanidade mental, já próximo da conclusão do Castelo, e ali foi aprisionado. Logo depois foi levado para Berg e em junho do mesmo ano foi encontrado morto no Lago Stamberger, junto ao psiquiatra que confirmou sua insanidade. Até hoje não se sabe exatamente o que aconteceu. Hoje em dia só é possível visitar em torno de 19 salas do Castelo.

Entrada do Schloss Neuschwanstein


Uma das torres do
           Schloss Neuschwanstein
Com o Castelo ainda em construção quando da morte do Rei, uma das características principais do edifício permanecia por construir. Estava planejada uma Torre de Menagem maciça para o meio do pátio superior, a qual nunca chegaria a ser edificada por decisão da restante família do Rei. A fundação da Torre de Menagem ainda pode ser vista, atualmente, no pátio superior. Entre as salas concluídas encontra-se a Sala do Trono, com dois andares e 15 metros de altura, a qual apresenta um candeeiro com pedras preciosas incrustadas, todos os 12 apóstolos pintados na parede que rodeia o pedestal do trono (o trono atual nunca foi acabado) e Jesus por trás do pedestal. E a Sala do Santo Graal, a preferida do Rei, pois misturava sua paixão pela Idade Média com as técnicas mais modernas de sua época. A suíte principal do Rei inclui uma cama de dossel em madeira entalhada manualmente, o baldaquino da cama é entalhado como as torres de cada uma das catedrais da Baviera, um sanitário secreto (a água do sanitário provinha de um aqueduto) e uma bacia com água corrente em forma de cisne.

A exuberância do Schloss Neuschwanstein
O interior do Castelo é ricamente decorado. Mosaicos no chão, afrescos nas paredes, cortinas e colchas bordadas à mão em tecidos nobres, móveis ornamentados e ambientes aconchegantes carregam o gosto requintado do rei. Os espaços que mais receberam a atenção de Ludwig II são o seu quarto, a Sala do Trono e o Salão dos Trovadores. Este último feito para as festas do Castelo, nunca foi usado. A leitura e a música eram os hábitos preferidos de Ludwig II, considerado até hoje pelos moradores o mais querido Rei da Bavária. Entre as salas do Castelo que podem ser visitadas estão o Salão de Festa, o Quarto de Ludwig II, a cozinha, a Sala do Trono e o lugar onde o Rei comia sozinho, onde havia a mesa que funcionaria como elevador que descia até a cozinha onde a comida era servida para depois subir até o Rei, pois dessa forma ele teria o mínimo de contato possível com outras pessoas. Imagina! Durante todo o tempo em que morou no Castelo, Ludwig II viveu só, cercado apenas de seus serviçais, de alguns súditos e músicos.


Fachada do Schloss Neuschwanstein
Apesar do seu aspecto medieval, a construção do Castelo de Neuschwanstein requereu a moderna tecnologia da época, sendo o Castelo uma maravilha dos acabamentos da tecnologia estrutural. Engenhos a vapor e elétricos, ventilação moderna e canalizações de aquecimento fazem, todos eles, parte da estrutura, onde até chão aquecido, toaletes automáticas e uma espécie de telefone existiam. Atualmente está quase esquecido que Ludwig II foi um patrono das invenções modernas e um precursor da introdução da eletricidade na vida pública da Baviera. Os seus novos castelos foram os primeiros a usar eletricidade (por exemplo, a Gruta de Venus de Linderhof) e outros equipamentos modernos. Através das suas atividades de construção, Ludwig II manteve vivos o conhecimento e a perícia de muitas artes particulares que de outra forma teriam morrido, providenciando trabalho e rendimento a um largo número de artesãos, construtores, estucadores e decoradores, entre outros.


Schloss Neuschwanstein
O Castelo foi construído numa montanha, e os tickets são adquiridos ainda no pé da montanha, no Ticket Center de Hohenschwangau, o acesso pode ser feito a pé, de ônibus ou através de lindas charretes. Ao se adquirir o ticket se faz a escolha do horário do tour que é guiado. Fique atento ao horário, porque se você perder o horário reservado, eles te cobrarão o ticket no cartão do crédito. Quando chegar próximo da sua hora de visita, esteja em frente ao Castelo para entrar com o seu grupo. Entre quando aparecer seu horário no painel e vá seguindo os grupos. Apesar de não ser permitido fotografar o seu interior, é um dos edifícios mais fotografados da Alemanha e um dos mais populares destinos turísticos europeus, além de também ser considerado o “cartão postal” do país. Hoje, o Castelo recebe três milhões de turistas todos os anos. A visita ao Castelo demora em torno de 20 minutos e pode ser feita guiada em inglês ou alemão ou com áudio em português e outras línguas. A visita é uma aula de história, mas há mais mistérios do que os guias são capazes de contar.


Marienbrücke e cascata do Rio Pöllath
Caso bata aquela fome, há diversos restaurantes na rua principal da cidade, bem como um que faz parte do Castelo e que é bem recomendado. Para souvenires, há uma lojinha ao final da visita ao Castelo, mas há diversas outras lojas que vendem as mesmas coisas e mais baratas na cidade. Uma das vistas mais belas que se tem do Schloss Neuschwanstein é da Marienbrücke (Ponte Maria), assim chamada em homenagem a Maria da Prússia, com 92 metros de altura sobre a cascata do Rio Pöllath. Uma visão belíssima de um dos castelos mais bonitos da Europa. São 10 minutinhos de caminhada, que valem a pena. Dela também se avista o lindo Lago, suas montanhas e os castelos de seus pais, Hohenschwangau.

Rio Pöllath

Lago Starnberger

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