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Arquitetura típica do Bairro Montserrat |
O blog Recantos e Encantos começou meio que de brincadeira. Queria contar
um pouco do que vi e aprendi em diversas viagens pelo Brasil e pelo mundo. Quase sete meses depois, 180 postagens, muitas
histórias e visualizações em 20 países, a brincadeira ficou séria. A
responsabilidade obriga maiores pesquisas e mais cuidado nas postagens, o que
nunca faltou, já que neste período fiz uma revisão em todas aquelas em que
achei necessário. Como recebi muitas fotos de viagens de amigos para que eu
contasse suas histórias, vamos começar fazendo um tour pelos bairros mais
charmosos de Buenos Aires.
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Prédios Históricos na Avenida de Mayo |
Buenos
Aires é uma cidade muito grande, com os subúrbios supera os 10
milhões de habitantes. O Rio de La Plata
e o Riachuelo são seus limites
naturais ao leste e ao sul. A Avenida de
Circunvalação General Paz, que rodeia a cidade de norte a oeste completa os
limites da cidade. Esta Avenida enlaça de um modo rápido a capital com a Grande Buenos Aires, uma faixa de alta
concentração de habitantes e intensa atividade. Buenos Aires é uma capital repleta de
atrativos, passeios e onde o turismo é bem visado e explorado devido à grande
demanda de pontos turísticos e um dos seus principais atrativos e é claro um
dos mais convidativos são os seus belíssimos bairros. Oficialmente a cidade
de Buenos Aires está dividida em 48
bairros. Buenos
Aires tem diversos bairros interessantes, cada um com seu charme e suas
peculiaridades. Os pontos turísticos estão espalhados por todos eles; por isso,
uma boa dica é escolher os locais a serem visitados para evitar cruzar a
capital toda hora e gastar desnecessariamente com deslocamentos.
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Prédios Históricos na Avenida de Mayo |
Como qualquer outra
grande cidade do mundo que recebe muitos turistas, volta e meia um bairro de Buenos Aires o qual ninguém nunca tinha
ouvido falar antes vira super star e enche de restaurantes e lojas bacanas. Mas
as áreas básicas da cidade, aquelas que a maioria das pessoas fazem questão de
conhecer e que são rapidamente reconhecidas nas fotos e nos cartões postais,
continuam populares e cheias de atrativos. Os bairros de Buenos Aires são sempre muito diferentes um do outro. Alguns são
centenários, outros existem já faz algumas décadas e outros foram definidos
muito recentemente, como é o caso de Puerto
Madero. Além disso, Buenos Aires
possui várias áreas que são conhecidas por um determinado nome e que não são
bairros oficialmente, como é o caso do Microcentro.
Para começar sua viagem nos pontos mais
tradicionais, vá ao Microcentro que
é a região central de Buenos Aires,
com muitos pontos turísticos e bastante história para contar. O Microcentro
(conhecido como Centro de Buenos Aires)
trata-se de uma área de aproximadamente 60 quarteirões, informalmente
delimitada por edifícios administrativos, governamentais, bancários, comerciais
e históricos, indo desde a Avenida
Córdoba até a Avenida de Mayo. O
Microcentro não é reconhecido como
um bairro, mas é uma região delimitada por quatro grandes avenidas (Mayo, Córdoba, 9 de Julio e Leandro N. Alem). O Microcentro
ocupa em sua maioria o Bairro de San
Nicolás e um
pouquinho de Montserrat. Quase não dá para perceber quando termina um e começa o
outro.
O local está bem servido pelo metrô e
possui hotéis com diárias bem legais para quem pensa em economizar. Além dos hotéis, são poucos os edifícios residenciais
pela área. Caracterizada por ser o centro financeiro do país, reunindo as
matrizes de diversos bancos e a bolsa de valores, em seus altos e belíssimos
edifícios. Por ali, circulam caoticamente, assim como em todos os centros
urbanos, cerca de quatro milhões de pessoas todos os dias durante o horário
comercial, incluindo, é claro, turistas de todas as partes do mundo. Entre
as centenas de maravilhosos edifícios que impressionam pela bela arquitetura
europeia, encontram-se também vários pontos turísticos.
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Palacio Barolo |
O Bairro Montserrat nasceu com a cidade.
O fundador da cidade de Buenos Aires, Juan de Garay,
escolheu esta área para instalar a Plaza Mayor, o Forte, a Catedral Metropolitana e o Cabildo. A partir daí começou a
expansão da cidade para o sul. Garay também deu terras para as várias ordens
religiosas, incluindo a dos franciscanos, dominicanos e jesuítas. Eles
construíram seus templos, casas e hortos. Neste bairro foi fundado o primeiro
jornal, a Biblioteca Nacional e a Universidade de Buenos Aires. Bem no
centro da área onde a cidade de Buenos
Aires começou a dar seus primeiros passos, Montserrat demanda uma atenção especial. Os sons e a multidão desse
bairro histórico contrastam com as colunas, beirais e torres dos prédios
governamentais que ficam ali. Enquanto a Plaza
de Mayo costuma lotar de funcionários públicos, turistas com câmeras,
vendedores ambulantes e ativistas políticos, as travessas de paralelepípedo que
percorrem o bairro dão vez a um cenário mais silencioso. Incessante e
arrebatadora, a energia que paira no pedaço que faz aos argentinos a mesma
promessa de Eva Perón – a vontade é de ficar ali para sempre.
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Palacio San Martin - Banco de la Nación Argentina |
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Avenida de Mayo |
Sendo o bairro mais antigo de Buenos Aires, Montserrat equilibra seu passado histórico com um clima de
movimento constante. O bairro adotou esse nome em 1769, depois da edificação da
Paróquia de Nossa Senhora de Montserrat.
O coração político da cidade está em Montserrat. Os prédios governamentais pomposos dali
dão em praças amplas, e suas escadas se tornam o espaço perfeito para sentar e
fazer uma boquinha. Em Montserrat,
cada esquina vem repleta de personalidade. O clima europeu dali se faz
perceptível nos detalhes. Cafés pelas calçadas, venezianas coloridas e sacadas
com detalhes em ferro forjado compõem o jeito maleável e encantador de Montserrat. À medida que o expediente
se encerra no centro da cidade, pedestres, trabalhadores e gente que só quer
dar aquela relaxada se reúnem nos balcões dos bares para curtir uma happy hour.
Aqui fica a emblemática Plaza de Mayo, onde mães – hoje
avós – há mais de 30 anos saem em protesto contra o governo, exigindo a volta
dos seus filhos desaparecidos nos porões da ditadura militar. Todas as quintas-feiras
à tarde, as Madres de La Plaza de Mayo
andam em círculo com lenços brancos na cabeça em memória aos filhos desaparecidos
na ditadura militar argentina.
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Plaza de Mayo |
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O moderno e o clássico convivendo em harmonia |
A Plaza
de Mayo é a principal praça do bairro e da cidade, também seu ícone
político. A Plaza é o palco perfeito para se expressar publicamente. Há tempos
o local foi escolhido como foco de protestos políticos, desfiles públicos e
outros encontros envolvendo os cidadãos. A Plaza
de Mayo é uma
testemunha dos eventos históricos do país desde a época da fundação de Buenos Aires. Foi criada em 1580,
quando Juan de Garay fundou a cidade. No início era chamada de Plaza Mayor ou Plaza Grande. A Plaza era o lugar onde os comerciantes se reuniam
para vender seus produtos. A cidade de Buenos
Aires construiu a Pirâmide de Mayo
em 1811, em comemoração ao aniversário de um ano do decreto que deu Independência
à nação. A Plaza foi palco de importantes acontecimentos históricos como as Invasões Inglesas (a Argentina honra seus esforços empreendidos
na Guerra das Malvinas ali mesmo na Plaza de Mayo) e
a Revolução de Maio (primeiro
governo independente). A Plaza foi ajardinada no final do século XIX e foi
reformada várias vezes. A Plaza de Mayo foi bombardeada pelos militares que
tentaram derrubar o governo em 1955.
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Cabildo na Plaza de Mayo |
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Piramide de Mayo |
A Plaza
de Mayo serve
como caixa de ressonância para os sentimentos dos cidadãos. Dos
pedestres e trabalhadores de sempre até a linha de frente dos protestos, a Plaza
vive movimentada. Mas a Plaza de Mayo
não é só lugar para divergências – muitas lembranças passam por ali também. Em frente a Plaza está a Casa Rosada que – dizem
os poetas – era uma referência à conciliação política já que as cores dos
partidos rivais no século XIX eram branca e vermelha. Mas reza a história que a
cor da Casa de Gobierno é mistura de
cal e sangue de boi usado para impermeabilizar as paredes. Muitos prédios
públicos circundam a Plaza de Mayo, e
o tom corado perfeito da Casa Rosada
só deixa cada foto ainda melhor. A Cada de
Governo ou Casa Rosada está no mesmo
local onde foi o Forte Espanhol de Juan de
Garay em 1580. Em 1873, o Presidente Sarmiento mandou construir no local os
Correios. Em 1882, ele construiu outro
edifício ao lado com características semelhantes. Em 1910, esses dois prédios foram
unidos e dedicados inteiramente à sede do governo. Sobre a Avenida Rivadavia está a entrada presidencial, na parte de trás pode-se
ver restos da antiga Aduana (alfândega);
sobre a Avenida Hipólito Yrigoyen está
a entrada do Museu da Casa Rosada.
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Piramide de Mayo |
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Casa Rosada |
A Avenida de Mayo
no centro da cidade é um passeio imperdível. A Avenida é uma das maiores riquezas arquitetônicas da cidade. Foi
inaugurada em 1894 e projetada pelo arquiteto Buschiazzo. Para a sua concepção
teve de demolir alguns edifícios, incluindo dois arcos do Cabildo. A Avenida de Mayo
se estende por 10 quadras e liga a Plaza
de Mayo (Casa do Governo) com a Plaza Del Congreso (Palácio Legislativo). No início do
século XX, era a Avenida mais importante da cidade, havia os elegantes hotéis e
cafés famosos. Era uma área ocupada por imigrantes e boêmios. Frequentada por
escritores, poetas e pintores. A Avenida é sempre escolhida para as
manifestações políticas. Um lugar para descobrir a pé. A caminhada ao longo da Avenida pode ser combinada com a Calle Florida e a uma visita a Plaza
de Mayo. Este roteiro de Plaza de
Mayo para o Congresso convida os
visitantes a entrar na vida diária dos habitantes da cidade.
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Casa Rosada |
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Show de Tango no Café Tortoni |
É só seguir a Avenida
de Mayo rumo a oeste para chegar à segunda praça pública mais querida do
bairro, a Plaza Del Congreso. O Palacio Del Congreso que fica do outro
lado da Plaza atrai amantes do estilo Art
Nouveau e gente em busca de uma tarde de tranquilidade. Fica num prédio
bonito e imponente com uma enorme cúpula de cobre. Abriga uma biblioteca com
três milhões de livros. Oferece visitas guiadas grátis. Por entre as travessas de paralelepípedo de Montserrat não
é difícil se deparar com a história. Preservadas com afinco, a maioria das
estruturas do bairro conta sua idade na casa das centenas de anos. Por ali, o
tempo passa com graça. Os anos vão ficando para trás e o bairro só ganha com
elegância. Com famosos clubes de tango e espaços com culinária de primeira, Montserrat garante sempre seu lugar no
mapa da cidade. O jeito amigável dali vale para todas as idades. Trabalhadores
dedicados, intelectuais acadêmicos e pensadores boêmios enchem o bairro com um
espírito jovem.
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Café Tortoni |
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Show de Tango no Café Tortoni |
Durante o passeio, você pode visitar uma livraria ou
cafés típicos de Buenos Aires.
Caminhando pela Avenida de Mayo em
direção ao Congresso Nacional está o
Café Tortoni, um entre centenas de
cafés que existem na cidade. O Cafe
Tortoni é um dos cafés mais tradicionais de Buenos Aires. Foi inaugurado em 1858 por um francês e preserva tudo
intacto: espelhos, cristais, lustres. Dentro do Café é percebida uma atmosfera
boêmia. Lá você pode beber um chocolate quente ou uma cerveja. Também são
realizados shows de tango. O Café era frequentado por escritores, muitos
poetas, pintores e músicos, tais como: Quinquela Martin, Juan de Dios
Filiberto, Arthur Rubinstein, Conrado Nale Roxlo, Ortega y Gasset, Federico
García Lorca, Alfonsina Storni e Jorge Luis Borges. Para entrar há fila e o tempo de espera pode chegar a uma hora.
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Café Tortoni |
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Cafe Tortoni |
Na região estão pontos muito visitados pelos
turistas, como a Calle Florida, uma espécie
de calçadão com trânsito exclusivo para pedestres, rodeada de lojas e artigos de
couro,
roupa, discos e livros, assim como restaurantes e do exclusivo centro comercial
Galerias Pacífico. Uma mistura da Galeria
Lafayette de Paris com a Vittorio Emmanuele de Milão. Trata-se de um shopping lindo
com afrescos no teto. O Centro Cultural
Borges, no último andar, é um dos principais atrativos da Galeria. Também se
encontra na Calle Florida o Edifício Kavanaugh, que é o primeiro arranha-céus
de Buenos Aires. São 10 quarteirões de
comércio popular e ambulante. O Obelisco
na Avenida 9 de Julio com 67 metros de
altura é uma espécie de marco zero da cidade. É um daqueles monumentos feiosos do
tipo ame-o ou deixe-o.
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Obelisco |
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Galerias Pacifico |
O bairro também aloja o Teatro Colón, considerada uma das
óperas mais importantes do mundo. Já o Teatro Colón é
um marco na arquitetura de Buenos Aires.
Foi todo restaurado para comemorar o Bicentenário
da Independência. Já recebeu de Maria Callas a Stravinsky. A enorme
escadaria de mármore e o candelabro central de sete metros impressionam. É possível assistir a óperas, balé e concertos
variados. Tem capacidade para mais de três mil pessoas. Vale à pena a visita
guiada (aliás, só é possível visitá-lo com monitores). Todos os dias (inclusive
feriados), de hora em hora. A melhor ideia para conhecer o centro é caminhar
e, assim, descobrir devagar cada pedacinho da cidade.
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Galerias Pacifico |
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Catedral Metropolitana de Buenos Aires |
Neste quadrilátero você encontra a Catedral Metropolitana com uma discutível
fachada Greco-romana. Não que seja de mau
gosto. Mas parece tudo, menos igreja. Na parte interna, destaque para o piso
feito de mosaico veneziano. O nome real da Catedral Metropolitana de Buenos Aires
é "Igreja da Santíssima Trindade".
O primeiro templo foi construído na época da fundação da cidade. A primeira Catedral de Buenos Aires foi levantada em 1622 neste mesmo terreno. O edifício
atual, depois de um século e meio de obras, foi terminado em 1822. No interior
há quadros e esculturas, principalmente de artistas italianos. O estilo
arquitetônico é o neoclássico e a fachada é composta de uma série de 12 colunas
coríntias. Acima delas assenta um frontão triangular decorado com uma
representação bíblica. Em um mausoléu descansam os restos do General José de
San Martín, um dos heróis da Independência.
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Catedral Metropolitana de Buenos Aires |
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Teatro Colón |
As opções de hospedagem no centro são
econômicas e quase sempre estão vinculadas com antigos hotéis reciclados, mas
que ainda mantém o estilo dos anos dourados. Os pontos positivos são a
cercania, ir caminhando para os principais pontos turísticos de Buenos Aires, ter bancos e farmácias
por perto, dezenas de restaurantes de todos os tipos e a abundância de opções
de transporte na hora de se movimentar pela cidade e os preços. O ponto negativo é o stress, como em todo centro de
capital da América do Sul, essa
região de Buenos Aires em geral é
barulhenta, tem um trânsito péssimo e se hospedar no centro da cidade vai
contagiar seu ritmo financeiro, a eletricidade deste coração e, pelas noites,
as ruas não são as mais seguras, concentra os larápios e ladrões da cidade.
Atenção redobrada ao andar com celular, bolsa e carteira. Evite andar
sozinho à noite.
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