segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Tour por Buenos Aires - Microcentro

Arquitetura típica do Bairro Montserrat
O blog Recantos e Encantos começou meio que de brincadeira. Queria contar um pouco do que vi e aprendi em diversas viagens pelo Brasil e pelo mundo. Quase sete meses depois, 180 postagens, muitas histórias e visualizações em 20 países, a brincadeira ficou séria. A responsabilidade obriga maiores pesquisas e mais cuidado nas postagens, o que nunca faltou, já que neste período fiz uma revisão em todas aquelas em que achei necessário. Como recebi muitas fotos de viagens de amigos para que eu contasse suas histórias, vamos começar fazendo um tour pelos bairros mais charmosos de Buenos Aires.

Prédios Históricos na Avenida de Mayo
Buenos Aires é uma cidade muito grande, com os subúrbios supera os 10 milhões de habitantes. O Rio de La Plata e o Riachuelo são seus limites naturais ao leste e ao sul. A Avenida de Circunvalação General Paz, que rodeia a cidade de norte a oeste completa os limites da cidade. Esta Avenida enlaça de um modo rápido a capital com a Grande Buenos Aires, uma faixa de alta concentração de habitantes e intensa atividade. Buenos Aires é uma capital repleta de atrativos, passeios e onde o turismo é bem visado e explorado devido à grande demanda de pontos turísticos e um dos seus principais atrativos e é claro um dos mais convidativos são os seus belíssimos bairros. Oficialmente a cidade de Buenos Aires está dividida em 48 bairros. Buenos Aires tem diversos bairros interessantes, cada um com seu charme e suas peculiaridades. Os pontos turísticos estão espalhados por todos eles; por isso, uma boa dica é escolher os locais a serem visitados para evitar cruzar a capital toda hora e gastar desnecessariamente com deslocamentos. 

Prédios Históricos na Avenida de Mayo
Como qualquer outra grande cidade do mundo que recebe muitos turistas, volta e meia um bairro de Buenos Aires o qual ninguém nunca tinha ouvido falar antes vira super star e enche de restaurantes e lojas bacanas. Mas as áreas básicas da cidade, aquelas que a maioria das pessoas fazem questão de conhecer e que são rapidamente reconhecidas nas fotos e nos cartões postais, continuam populares e cheias de atrativos. Os bairros de Buenos Aires são sempre muito diferentes um do outro. Alguns são centenários, outros existem já faz algumas décadas e outros foram definidos muito recentemente, como é o caso de Puerto Madero. Além disso, Buenos Aires possui várias áreas que são conhecidas por um determinado nome e que não são bairros oficialmente, como é o caso do Microcentro.

Para começar sua viagem nos pontos mais tradicionais, vá ao Microcentro que é a região central de Buenos Aires, com muitos pontos turísticos e bastante história para contar. O Microcentro (conhecido como Centro de Buenos Aires) trata-se de uma área de aproximadamente 60 quarteirões, informalmente delimitada por edifícios administrativos, governamentais, bancários, comerciais e históricos, indo desde a Avenida Córdoba até a Avenida de Mayo. O Microcentro não é reconhecido como um bairro, mas é uma região delimitada por quatro grandes avenidas (Mayo, Córdoba, 9 de Julio e Leandro N. Alem). O Microcentro ocupa em sua maioria o Bairro de San Nicolás e um pouquinho de Montserrat. Quase não dá para perceber quando termina um e começa o outro. 

O local está bem servido pelo metrô e possui hotéis com diárias bem legais para quem pensa em economizar. Além dos hotéis, são poucos os edifícios residenciais pela área. Caracterizada por ser o centro financeiro do país, reunindo as matrizes de diversos bancos e a bolsa de valores, em seus altos e belíssimos edifícios. Por ali, circulam caoticamente, assim como em todos os centros urbanos, cerca de quatro milhões de pessoas todos os dias durante o horário comercial, incluindo, é claro, turistas de todas as partes do mundo. Entre as centenas de maravilhosos edifícios que impressionam pela bela arquitetura europeia, encontram-se também vários pontos turísticos.

Palacio Barolo
O Bairro Montserrat nasceu com a cidade. O fundador da cidade de Buenos Aires, Juan de Garay, escolheu esta área para instalar a Plaza Mayor, o Forte, a Catedral Metropolitana e o Cabildo. A partir daí começou a expansão da cidade para o sul. Garay também deu terras para as várias ordens religiosas, incluindo a dos franciscanos, dominicanos e jesuítas. Eles construíram seus templos, casas e hortos. Neste bairro foi fundado o primeiro jornal, a Biblioteca Nacional e a Universidade de Buenos Aires. Bem no centro da área onde a cidade de Buenos Aires começou a dar seus primeiros passos, Montserrat demanda uma atenção especial. Os sons e a multidão desse bairro histórico contrastam com as colunas, beirais e torres dos prédios governamentais que ficam ali. Enquanto a Plaza de Mayo costuma lotar de funcionários públicos, turistas com câmeras, vendedores ambulantes e ativistas políticos, as travessas de paralelepípedo que percorrem o bairro dão vez a um cenário mais silencioso. Incessante e arrebatadora, a energia que paira no pedaço que faz aos argentinos a mesma promessa de Eva Perón – a vontade é de ficar ali para sempre.

Palacio San Martin - Banco de la Nación Argentina

Avenida de Mayo
Sendo o bairro mais antigo de Buenos Aires, Montserrat equilibra seu passado histórico com um clima de movimento constante. O bairro adotou esse nome em 1769, depois da edificação da Paróquia de Nossa Senhora de Montserrat. O coração político da cidade está em Montserrat. Os prédios governamentais pomposos dali dão em praças amplas, e suas escadas se tornam o espaço perfeito para sentar e fazer uma boquinha. Em Montserrat, cada esquina vem repleta de personalidade. O clima europeu dali se faz perceptível nos detalhes. Cafés pelas calçadas, venezianas coloridas e sacadas com detalhes em ferro forjado compõem o jeito maleável e encantador de Montserrat. À medida que o expediente se encerra no centro da cidade, pedestres, trabalhadores e gente que só quer dar aquela relaxada se reúnem nos balcões dos bares para curtir uma happy hour. Aqui fica a emblemática Plaza de Mayo, onde mães – hoje avós – há mais de 30 anos saem em protesto contra o governo, exigindo a volta dos seus filhos desaparecidos nos porões da ditadura militar. Todas as quintas-feiras à tarde, as Madres de La Plaza de Mayo andam em círculo com lenços brancos na cabeça em memória aos filhos desaparecidos na ditadura militar argentina. 

Plaza de Mayo

O moderno e o clássico 
convivendo em harmonia
A Plaza de Mayo é a principal praça do bairro e da cidade, também seu ícone político. A Plaza é o palco perfeito para se expressar publicamente. Há tempos o local foi escolhido como foco de protestos políticos, desfiles públicos e outros encontros envolvendo os cidadãos. A Plaza de Mayo é uma testemunha dos eventos históricos do país desde a época da fundação de Buenos Aires. Foi criada em 1580, quando Juan de Garay fundou a cidade. No início era chamada de Plaza Mayor ou Plaza Grande. A Plaza era o lugar onde os comerciantes se reuniam para vender seus produtos. A cidade de Buenos Aires construiu a Pirâmide de Mayo em 1811, em comemoração ao aniversário de um ano do decreto que deu Independência à nação. A Plaza foi palco de importantes acontecimentos históricos como as Invasões Inglesas (a Argentina honra seus esforços empreendidos na Guerra das Malvinas ali mesmo na Plaza de Mayo) e a Revolução de Maio (primeiro governo independente). A Plaza foi ajardinada no final do século XIX e foi reformada várias vezes. A Plaza de Mayo foi bombardeada pelos militares que tentaram derrubar o governo em 1955. 

Cabildo na Plaza de Mayo

Piramide de Mayo
A Plaza de Mayo serve como caixa de ressonância para os sentimentos dos cidadãos. Dos pedestres e trabalhadores de sempre até a linha de frente dos protestos, a Plaza vive movimentada. Mas a Plaza de Mayo não é só lugar para divergências – muitas lembranças passam por ali também. Em frente a Plaza está a Casa Rosada que – dizem os poetas – era uma referência à conciliação política já que as cores dos partidos rivais no século XIX eram branca e vermelha. Mas reza a história que a cor da Casa de Gobierno é mistura de cal e sangue de boi usado para impermeabilizar as paredes. Muitos prédios públicos circundam a Plaza de Mayo, e o tom corado perfeito da Casa Rosada só deixa cada foto ainda melhor. A Cada de Governo ou Casa Rosada está no mesmo local onde foi o Forte Espanhol de Juan de Garay em 1580. Em 1873, o Presidente Sarmiento mandou construir no local os Correios. Em 1882, ele construiu outro edifício ao lado com características semelhantes. Em 1910, esses dois prédios foram unidos e dedicados inteiramente à sede do governo. Sobre a Avenida Rivadavia está a entrada presidencial, na parte de trás pode-se ver restos da antiga Aduana (alfândega); sobre a Avenida Hipólito Yrigoyen está a entrada do Museu da Casa Rosada.

Piramide de Mayo

Casa Rosada
A Avenida de Mayo no centro da cidade é um passeio imperdível. A Avenida é uma das maiores riquezas arquitetônicas da cidade. Foi inaugurada em 1894 e projetada pelo arquiteto Buschiazzo. Para a sua concepção teve de demolir alguns edifícios, incluindo dois arcos do Cabildo. A Avenida de Mayo se estende por 10 quadras e liga a Plaza de Mayo (Casa do Governo) com a Plaza Del Congreso (Palácio Legislativo). No início do século XX, era a Avenida mais importante da cidade, havia os elegantes hotéis e cafés famosos. Era uma área ocupada por imigrantes e boêmios. Frequentada por escritores, poetas e pintores. A Avenida é sempre escolhida para as manifestações políticas. Um lugar para descobrir a pé. A caminhada ao longo da Avenida pode ser combinada com a Calle Florida e a uma visita a Plaza de Mayo. Este roteiro de Plaza de Mayo para o Congresso convida os visitantes a entrar na vida diária dos habitantes da cidade.

Casa Rosada

Show de Tango no Café Tortoni
É só seguir a Avenida de Mayo rumo a oeste para chegar à segunda praça pública mais querida do bairro, a Plaza Del Congreso. O Palacio Del Congreso que fica do outro lado da Plaza atrai amantes do estilo Art Nouveau e gente em busca de uma tarde de tranquilidade. Fica num prédio bonito e imponente com uma enorme cúpula de cobre. Abriga uma biblioteca com três milhões de livros. Oferece visitas guiadas grátis. Por entre as travessas de paralelepípedo de Montserrat não é difícil se deparar com a história. Preservadas com afinco, a maioria das estruturas do bairro conta sua idade na casa das centenas de anos. Por ali, o tempo passa com graça. Os anos vão ficando para trás e o bairro só ganha com elegância. Com famosos clubes de tango e espaços com culinária de primeira, Montserrat garante sempre seu lugar no mapa da cidade. O jeito amigável dali vale para todas as idades. Trabalhadores dedicados, intelectuais acadêmicos e pensadores boêmios enchem o bairro com um espírito jovem.

Café Tortoni

Show de Tango no Café Tortoni
Durante o passeio, você pode visitar uma livraria ou cafés típicos de Buenos Aires. Caminhando pela Avenida de Mayo em direção ao Congresso Nacional está o Café Tortoni, um entre centenas de cafés que existem na cidade. O Cafe Tortoni é um dos cafés mais tradicionais de Buenos Aires. Foi inaugurado em 1858 por um francês e preserva tudo intacto: espelhos, cristais, lustres. Dentro do Café é percebida uma atmosfera boêmia. Lá você pode beber um chocolate quente ou uma cerveja. Também são realizados shows de tango. O Café era frequentado por escritores, muitos poetas, pintores e músicos, tais como: Quinquela Martin, Juan de Dios Filiberto, Arthur Rubinstein, Conrado Nale Roxlo, Ortega y Gasset, Federico García Lorca, Alfonsina Storni e Jorge Luis Borges. Para entrar há fila e o tempo de espera pode chegar a uma hora.

Café Tortoni

Cafe Tortoni
Na região estão pontos muito visitados pelos turistas, como a Calle Florida, uma espécie de calçadão com trânsito exclusivo para pedestres, rodeada de lojas e artigos de couro, roupa, discos e livros, assim como restaurantes e do exclusivo centro comercial Galerias Pacífico. Uma mistura da Galeria Lafayette de Paris com a Vittorio Emmanuele de Milão. Trata-se de um shopping lindo com afrescos no teto. O Centro Cultural Borges, no último andar, é um dos principais atrativos da Galeria. Também se encontra na Calle Florida o Edifício Kavanaugh, que é o primeiro arranha-céus de Buenos Aires. São 10 quarteirões de comércio popular e ambulante. O Obelisco na Avenida 9 de Julio com 67 metros de altura é uma espécie de marco zero da cidade. É um daqueles monumentos feiosos do tipo ame-o ou deixe-o.

Obelisco

Galerias Pacifico
O bairro também aloja o Teatro Colón, considerada uma das óperas mais importantes do mundo. Já o Teatro Colón é um marco na arquitetura de Buenos Aires. Foi todo restaurado para comemorar o Bicentenário da Independência. Já recebeu de Maria Callas a Stravinsky. A enorme escadaria de mármore e o candelabro central de sete metros impressionam. É possível assistir a óperas, balé e concertos variados. Tem capacidade para mais de três mil pessoas. Vale à pena a visita guiada (aliás, só é possível visitá-lo com monitores). Todos os dias (inclusive feriados), de hora em hora. A melhor ideia para conhecer o centro é caminhar e, assim, descobrir devagar cada pedacinho da cidade. 

Galerias Pacifico

Catedral Metropolitana de Buenos Aires
Neste quadrilátero você encontra a Catedral Metropolitana com uma discutível fachada Greco-romana. Não que seja de mau gosto. Mas parece tudo, menos igreja. Na parte interna, destaque para o piso feito de mosaico veneziano. O nome real da Catedral Metropolitana de Buenos Aires é "Igreja da Santíssima Trindade". O primeiro templo foi construído na época da fundação da cidade. A primeira Catedral de Buenos Aires foi levantada em 1622 neste mesmo terreno. O edifício atual, depois de um século e meio de obras, foi terminado em 1822. No interior há quadros e esculturas, principalmente de artistas italianos. O estilo arquitetônico é o neoclássico e a fachada é composta de uma série de 12 colunas coríntias. Acima delas assenta um frontão triangular decorado com uma representação bíblica. Em um mausoléu descansam os restos do General José de San Martín, um dos heróis da Independência.

Catedral Metropolitana de Buenos Aires

Teatro Colón
As opções de hospedagem no centro são econômicas e quase sempre estão vinculadas com antigos hotéis reciclados, mas que ainda mantém o estilo dos anos dourados. Os pontos positivos são a cercania, ir caminhando para os principais pontos turísticos de Buenos Aires, ter bancos e farmácias por perto, dezenas de restaurantes de todos os tipos e a abundância de opções de transporte na hora de se movimentar pela cidade e os preços. O ponto negativo é o stress, como em todo centro de capital da América do Sul, essa região de Buenos Aires em geral é barulhenta, tem um trânsito péssimo e se hospedar no centro da cidade vai contagiar seu ritmo financeiro, a eletricidade deste coração e, pelas noites, as ruas não são as mais seguras, concentra os larápios e ladrões da cidade. Atenção redobrada ao andar com celular, bolsa e carteira. Evite andar sozinho à noite.

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