Palais du Luxembourg |
Ah, Paris! Lugar inesquecível de se
conhecer e que você vai querer voltar muitas vezes. Situado ao lado do Jardin Du Luxembourg (ou Jardim de Luxemburgo), o Palais Du Luxembourg impressiona por
sua beleza, em perfeita harmonia com o ambiente. O Palais Du Luxembourg é um Palácio localizado no 6º arrondissement de Paris,
na França. O Palácio, que desde 1958 é sede do Senado
Francês, não passara inicialmente de um capricho da Rainha Marie de Médicis,
mãe do Rei Louis XIII. Tudo começa quando Marie de Médicis, Rainha-regente e
viúva de Henrique IV, diz não suportar mais viver no Palais Du Louvre. A proximidade com o Rio Sena, então depósito de todo lixo e dejetos existentes, fazia
com que os odores no velho Palácio fossem insuportáveis. Duas grandes questões
intrigavam, então, a Rainha e sua corte: mudar para onde? E qual lugar seria
digno de acolher uma moradora tão ilustre? Em meados de abril de 1612, Marie de
Médicis tomou conhecimento de uma construção elegante do século XVI, um Hôtel Particulier (um pequeno palácio
urbano), que pertencia a François de Luxembourg,
Duque de Piney. Praticamente na
mesma hora, ela viu ali o lugar perfeito para se mudar. Então, ela compra a
propriedade e outros terrenos vizinhos, pois só o Hôtel não tinha tamanho
suficiente para comportar uma Regente como moradora.
Fachada do Palais du Luxembourg |
Os
trabalhos começam em 1615 e são confiados ao arquiteto Salomon de Brosse. A
propriedade original é preservada, mas as casas dos terrenos vizinhos são
demolidas para que seja construído o Palácio
da Rainha. O nome do antigo proprietário continua ligado ao lugar. O Hôtel
onde morava o Duque passa a ser chamado de Petit
Luxembourg para se diferenciar do Palácio real vizinho, conhecido como Palais Du Luxembourg (Palácio de Luxemburgo) ou Grand Luxembourg. Marie de Médicis se
muda em 1625, mas as construções só acabam em 1631. No Petit Luxembourg ela instala o Cardeal
de Richelieu, que era seu homem de confiança.
Palais du Luxembourg |
O Palais Du Luxembourg tem mais de residência secundária que de
Palácio urbano oficial. A sua planta é bastante característica dos Châteaux
franceses, como o de Verneuil-em-Halatte,
no qual Salomon de Brosse participou. Compõe-se por um pátio quadrado, o Cour d’honneur, um corpo de entrada
coroado por uma cúpula, a Cúpula Tournon,
e por pavilhões redobrados no corps de
logis. Novidades, como o corps de
logis, que toma uma grande amplitude em comparação com as duas alas, ou
ainda a parte central monumental, marcam o Château. O Palais Du Luxembourg é o resultado da livre inspiração no Palazzo Pitti (Florença) pedida por Marie de Médicis que, tendo-se casado no Palais Du Louvre, desejava reencontrar
o espírito florentino e a doçura que este lhe evocava, nomeadamente através do
emprego das ornamentações de pedra na arquitetura do edifício em vez de uma
mistura de tijolo e pedra, como se encontra, por exemplo, no pavilhão de caça
do Château de Versailles.
Palais du Luxembourg |
Os aposentos de um dos
lados, no piso térreo, foram reservados para a Rainha, e o conjunto
correspondente no outro lado para Louis
XIII. A Rainha-mãe foi expulsa da Corte no mesmo ano, na sequência da Journée des Dupes. Louis XIII
encomendou, mais tarde, decorações para o Palácio a Nicolas Poussin e Philippe
de Champaigne. Em 1642, Marie deixou
em herança o Palais Du Luxembourg ao
seu segundo filho, Gastão de
Orleans, o irmão mais novo do Rei. O Palácio passou depois para a sua viúva e
para a sua filha, Ana, Duquesa de Montpensier, que fez dele a
sua residência. A filha desta, a Duquesa
de Guise, herdou-o em 1660 e deu-o a Louis XIV em 1694.
O Palácio não voltaria a ser habitado até ser possuído por Louis XVI que o deu em 1778, ao seu irmão, o Conde
de Provence.
Palais du Luxembourg |
Durante a Revolução, foi uma prisão durante um
breve período, em seguida foi o centro do Diretório, ou seja, do governo,
enquanto o Petit Luxembourg passa a
ser a residência de seus diretores. A partir de então, a vocação
“governamental” do Palais Du Luxembourg
nunca mais será abandonada. Napoleão Bonaparte decide criar o Senado Conservador, uma assembleia
composta por 80 senadores com idade mínima de 40 anos. Eles instalam sua sede
no Palácio a partir de 1804 e o presidente faz do Petit Luxembourg sua residência. Com o passar dos anos, a
assembleia muda de nome: Chambre des
Pairs (uma espécie de Câmara dos
Lordes) e, depois, Senado. Hoje, o Senado conta com 343 membros e seu
presidente continua morando no Petit
Luxembourg.
Palais du Luxembourg |
No século XIX o Palácio foi extensamente remodelado,
com uma nova fachada para o Jardim, obra de Alphonse de Gisors realizada entre
1836 e 1841, e um ciclo de pinturas, realizado entre 1845 e 1847 por Eugène
Delacroix, o qual foi adicionado à Biblioteca. A construção e mobiliamento do Palácio
formaram o seu principal projeto artístico, apesar de nada restar atualmente
dos interiores tais como foram criados por ela, salvo alguns fragmentos
arquitetônicos reunidos na Sala do Livro
de Ouro. Os conjuntos de pinturas que a Rainha encomendou, de cujos temas
ela expressou os seus requisitos através de agentes e conselheiros, estão
dispersos por vários museus. Os mais célebres, uma série de 24 telas
triunfantes, foram encomendados a Peter
Paul Rubens. Uma série de pinturas executadas para o seu Gabinete Dourado foi identificado por Anthony Blunt em 1967.
Palais du Luxembourg |
Durante a ocupação
germânica de Paris (1940-1944),
Hermann Göring ocupou o Palácio, usando-o como quartel da Luftwaffe em França.
Tomou para si próprio um suntuoso conjunto de salas para acomodá-lo nas suas
visitas à capital francesa. O seu subordinado, o Marechal de Campo da Luftwaffe Hugo Sperrle, também ocupou um
apartamento e passou a maior parte da guerra gozando as luxuosas cercanias. O
Palácio foi designado como um “ponto forte” para a defesa da cidade pelas
forças alemãs em agosto de 1944, mas graças à decisão do General no comando
Dietrich Von Choltitz de render a cidade em vez de lutar, o Palácio foi apenas
minimamente danificado. O edifício foi mais tarde usado para a Conferência de Paz de 1946.
Palais du Luxembourg |
O Palais Du Luxembourg tem várias áreas interessantes para serem
visitadas. Algumas delas são: A Biblioteca
e seu anexo, reservada aos parlamentares e seus colaboradores e possui mais de
400 mil obras, a maioria especializada em Direito e Economia. Já seu anexo é
situado na parte leste do Palácio e abriga mais de 70 obras e uma parte da
documentação do Senado. Em 1750 ali foi instalado o primeiro museu público
dedicado à pintura, fechado algumas décadas depois. Durante o Senado Conservador, este museu abre
novamente para expor as telas de Rubens, que pertenciam ao Duque de Provence (Louis XVIII), que havia morado no local, a Antiga Galeria
Real de Pintura. De 1816 até 1887 (quando é criado o Musée Du Luxembourg), no anexo da Biblioteca também eram expostos quadros de artistas contemporâneos. Hoje o Musée
Du Luxembourg organiza mostras temporárias
com alguns dos principais artistas franceses e internacionais (Botticelli e
Cézanne figuram entre os que passaram por aqui recentemente).
Palais du Luxembourg |
O Hémicycle ou Semicírculo é o lugar onde acontecem os
debates do Senado, o coração da chamada Haute
Assemblée (Alta Assembleia). A
sua construção veio da necessidade de um espaço maior para acolher os
senadores. A antiga sala, situada onde hoje fica a de Conferências, e
construída para os 80 membros do Senado
Conservador, logo ficou pequena. Então, o arquiteto Alphonse de Gisors
começa, em 1836, os trabalhos para a construção do Hémicycle. A Sala das
Sessões do Senado é composta por dois semicírculos: um grande, onde ficam
os senadores, e um menor, em frente, que abriga a Tribuna do Orador e o lugar onde fica o presidente da sessão. A Sala de Conferências é dividida em duas
partes: Leste e Oeste. A primeira, a Leste, acolheu, em 1919, o presidente
americano Wilson para o banquete da Conferência
de Paz. Ela possui o estilo do Segundo
Império (Napoleão III) e abriga a mesa de imprensa, onde os senadores podem
consultar os jornais do dia. A parte Oeste é o lugar de encontro dos senadores
com membros do governo ou jornalistas. Ao longo de sua história sofreu diversos
arranjos, chegando a ser, durante o Reino de Napoleão III, um salão de festas.
Palais du Luxembourg |
A Sala Victor Hugo é a sala onde os senadores escrevem ou recebem as
visitas tranquilamente. Em sua origem, era chamada Sala Napoleão III, mas foi batizada de Victor Hugo em 1889, em
homenagem ao escritor que também foi senador. É ali que está o trono que
Napoleão Bonaparte (Napoleão I) usava para presidir as sessões do Senado Conservador. A Galeria dos Bustos é decorada por
pilastras brancas e douradas, é onde estão reunidos os bustos de antigos
senadores e políticos de século XIX. Ela liga a Sala de Conferências ao Hémicycle.
É por ali que passa o Presidente do
Senado para a abertura solene da primeira sessão do dia. É possível visitar
o Palais Du Luxembourg. Visitas em
grupo: são organizadas as segundas, sextas e sábados (exceto nos dias em que há
sessões do Senado) para grupos de, no máximo, 40 pessoas. Para reservar, é
preciso entrar em contato com um dos senadores para obter uma permissão, o que
não é difícil. Visitas individuais: são organizadas pelo Centre des Monuments Nationaux, um sábado por mês, das 10:30 às
14:30 horas.
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