domingo, 7 de fevereiro de 2016

Vaticano - Museus Vaticanos

Museus do Vaticano
Um dos maiores e mais antigos do mundo e parada obrigatória para todo turista que visita Roma, os Museus do Vaticano ou Museus Vaticanos são imperdíveis. Mesmo que você não goste muito desse tipo de passeio. Se você curte história e lugares bonitos, valerá a pena conhecê-lo. Os Museus Vaticanos constituem um conglomerado de renomadas instituições culturais da Santa Sé, que abrigam extensas e valiosas coleções de arte e antiguidades colecionadas ao longo dos séculos pelos diversos pontífices romanos. Os Museus do Vaticano são compostos por 54 galerias, fazendo com que o conjunto seja considerado um dos maiores do mundo.  Além destas instituições relativamente independentes entre si, das quais algumas possuem também subseções mais ou menos autônomas, os Museus Vaticanos supervisionam uma série de outros espaços dentro dos palácios da Cidade do Vaticano, como galerias e capelas, que por si mesmos guardam alto interesse arquitetônico, histórico e artístico. Se os Museus Vaticanos pertencessem ao Estado Italiano e não ao Estado Vaticano, poderíamos dizer que esse conjunto de Museus é o mais visitado pelos turistas que vem à Itália. Arte egípcia, grega, romana, etrusca, galerias dedicadas à tapeçaria, mapas, cerâmica, entre outros tesouros podem ser vistos de perto nos Museus do Vaticano.

Jardins do Vaticano

Museus do Vaticano
Desde a Idade Média o Papado foi acumulando um significativo acervo de obras de arte, algumas remontando ao Império Romano, que eram mantidas no Patriarcado de Latrão, a antiga Residência Papal. Entre as peças mais importantes estavam a Loba Capitolina, a Estátua Equestre de Marco Aurélio e fragmentos de duas estátuas colossais representando Constantino I (Colosso de Constantino), mas nesse período não havia uma consciência museológica, a coleção não era sistematizada e não havia um programa de aquisições. Somente ao longo do Renascimento, quando surgiu um renovado interesse pela arte e cultura clássicas da Antiguidade, e os grandes aristocratas começaram a formar importantes coleções privadas de relíquias arqueológicas e objetos de arte antigos, é que a ideia moderna de museu começou a se formar.

As gigantescas filas para entrar nos Museus do Vaticano

Exterior dos Museus do Vaticano
Acompanhando essa tendência, em 1503 o Papa Júlio II transferiu para o Vaticano o Apolo Belvedere (cópia de Leocarés), instalando-o num pequeno palácio de repouso projetado por Pollaiuolo para Inocêncio VIII, o Palazzetto. A fim de aproveitar melhor o espaço, Júlio II incumbiu Bramante da construção de uma galeria para conectá-lo aos seus aposentos privados (hoje conhecidos com as Salas de Rafael) no Palácio do Vaticano. As obras incluíam um pátio, onde seria plantado um pomar de laranjeiras adornado com fontes, o antecessor do atual Pátio do Belvedere. Os muros do Pátio teriam nichos, onde seriam instaladas esculturas e outras peças, entre elas o Apolo, 13 grandes máscaras de mármore e a Estátua da Vênus Felix. Em 1506 a incipiente coleção foi enriquecida com o Grupo de Laocoonte e seus Filhos, descoberto neste ano nas Termas de Trajano. Pouco depois o Pátio recebeu uma obra de Ulisse Aldovrandi representando Hércules com o Pequeno Télefo.

Exterior dos Museus do Vaticano

Exterior dos Museus do Vaticano
Em 1512, a fonte foi embelezada com duas grandes estátuas jacentes de deuses fluviais, representando os rios Tibre e Nilo, descobertas no Campo de Marte. Foi comprada a Ariadne Adormecida da escola pergamena, da coleção do Cardeal Maffei, e outra estátua de um deus fluvial transformada em uma fonte por Michelangelo. Este Pátio se tornou conhecido na época como Antiquário das Estátuas, e foi mantido como um espaço privado, onde somente eram recebidos convidados especiais. Artistas de renome também tinham acesso à coleção, como Michelangelo, Rafael, Francisco de Holanda, Baccio Bandinelli e Leonardo da Vinci, que estudaram e fizeram desenhos das obras expostas. No Pontificado de Clemente VII (1523-1534) as aquisições continuaram destacando-se um torso de Hércules, o chamado Torso do Belvedere, de Apolonio de Atenas, muito louvado na época, e uma cópia romana da Afrodite de Cnido de Praxíteles. Em 1543 foi incorporada uma Estátua de Hermes encontrada nas vizinhanças do Castel Sant’Angelo, que preencheu o último nicho ainda vazio.

Gabinete das Estátuas do Museu Pio-Clementino
Júlio III fez algumas reformas do Antiquário, mas seus dois sucessores, Paulo IV e Pio IV, preferiram investir na decoração do Teatro do Belvedere e na Casina, adornando-os com estátuas antigas. No período da Contrarreforma a presença de estátuas pagãs no Vaticano passou a ser considerada inadequada. O Papa Pio V removeu muitas obras, algumas doadas ao Antiquário do Capitólio, que mais tarde deu origem aos Museus Capitolinos, e outras para o Duque de Florença, o Cardeal de Augsburg e o Arquiduque Maximiliano II. Pio V chegou a pensar em desfazer-se de toda a coleção, e isso só não aconteceu por intervenção de alguns cardeais. Assim, o Papa selecionou algumas peças que julgou aceitáveis, mas impôs que permanecessem fora das vistas do público, ordenando que os nichos fossem fechados por portas de madeira.

Gabinete das Estátuas do Museu Pio-Clementino

Gabinete das Estátuas do 
Museu Pio-Clementino
O interesse pelo colecionismo só voltou a aparecer quando Clemente XI subiu ao trono papal em 1700. Aconselhado pelo antiquário Francesco Bianchini, o Papa organizou o Museu Eclesiástico no Belvedere, composto principalmente por baixos-relevos e inscrições, reunidos para documentar a história primitiva da Igreja. O Museu Eclesiástico teve vida curta, dissolvido antes do fim do seu Pontificado, mas a ideia de um Museu Papal foi mantida viva pelos responsáveis pela Biblioteca Vaticana e sob Clemente XII (1730-1740) foi mantida na Galeria Clementina uma exposição de moedas com a aquisição da coleção do Cardeal Alessandro Albani e de vasos etruscos com a coleção do Cardeal Filippo Antonio Gualterio. O Papa seguinte, Bento XIV, era um erudito e amante da arte, e adquiriu várias coleções importantes: a do Cardeal Gaspare Carpegna, com vasos de porcelana, pinturas e relíquias das catacumbas; a de Francesco Ficoroni, a do Padre Gori e a de Saverio Scilla, com grande número de moedas pontifícias, e as de vasos de ouro reunidas pelo Senador Buonarroti e pelo Cardeal Flavio Chigi. Para abrigar a rica coleção doada por Francesco Vettori, o Papa decidiu criar o Museu Cristão. Clemente XIII (1758-1789) reorganizou a coleção profana num espaço especialmente construído no fim da Galeria Clementina, nomeando-o Museu Profano, com um acervo de moedas, relevos, marfins e bronzes. Nesta época as coleções começaram a ser conhecidas pelo nome de Museus Vaticanos.

Gabinete das Estátuas do Museu Pio-Clementino
O estudo da Antiguidade continuava em alta e a ciência da Arqueologia estava se consolidando. Muitas escavações eram realizadas na Itália, e Roma se tornou o maior centro europeu de comércio de antiguidades. A Igreja detinha o privilégio de adquirir, à sua escolha, antes de outros colecionadores, um terço de todos os achados das escavações no Lácio e em muitos casos adquiria uma proporção maior, ao mesmo tempo em que o Papado buscava entre os nobres a aquisição de peças suplementares. Clemente XIV (1769-1774) teve grande preocupação em impedir que peças importantes encontradas nas escavações não saíssem de Roma, preservando obras de grande relevo como a Coleção Mattei, os chamados Candelabros Barberini e a Estátua de Meleagro de Escopas. O contínuo afluxo de novas peças exigia mais espaços para guarda, e Clemente incumbiu o arquiteto Alessandro Dori de remodelar o Palazzetto do Belvedere, criando a Galeria das Estátuas, a Sala dos Bustos e a Sala dos Animais. O Pátio também foi reformado, as portas de madeira dos nichos foram removidas e foi construído um pórtico monumental. As obras de reorganização se estenderam à Biblioteca Vaticana, com a sistematização das coleções de epígrafes e papiros e redecoração dos seus espaços.

Teto do Museu Pio-Clementino
Pio IX (1775-1799) deu continuidade às obras em uma escala ainda mais vasta, consolidando o que se chamou Museu Pio-Clementino, que pode ser considerado o núcleo inicial dos Museus Vaticanos em sua forma moderna. Construiu duas novas alas e um complexo de grandes galerias, incluindo uma nova Sala dos Animais (com estatuária zoomórfica romana, extensamente restaurada no século XVIII), a Sala das Musas (com esculturas gregas, das quais são notáveis o grupo de Apolo e as Musas e o Torso Belvedere, de Apolônio de Atenas), a Sala da Rotunda (cujo nome deriva da bela cúpula de cobertura, obra de Michelangelo Simonetti, contém diversos mosaicos e estatuária, onde se destaca o Hércules Dourado) e a Sala da Cruz Grega (com um grande mosaico instalado no centro, proveniente de Túsculo, e os sarcófagos de Constâncio Cloro e Helena de Constantinopla), além de interligar os edifícios e incrementar a decoração com mármores, afrescos e estuques. Entre as aquisições mais preciosas de seu Pontificado estão os grupos das Musas e dos Filósofos encontrados na Villa de Cássio, o Apolo Sauróctono de Praxíteles, o colossal Gênio de Augusto, a Juno Sóspita achada na antiga Lanúvio, a Afrodite de Doidalsas, uma cópia do Discóbolo de Míron e o Mosaico das Máscaras.

Teto do Museu Pio-Clementino
Com a invasão de Roma em 1798 por Napoleão Bonaparte, muitas obras foram confiscadas e levadas a Paris, entre elas o Apolo Belvedere e o Grupo Laocoonte, desfalcando seriamente o acervo papal. Pio VII (1800-1823) procurou compensar as perdas adquirindo grande quantidade de outras peças, proibiu a saída de antiguidades dos Estados Pontifícios, fundou o Museu Chiaramonti e expandiu-o com o Braço Novo, construiu a Galeria Lapidária para lápides e epígrafes antigas, e indicou o escultor Antonio Canova como Inspetor-Geral de Antiguidades e Belas Artes, que conseguiu em 1816 trazer de volta para Roma a maior parte do espólio tomado por Napoleão, mas as coleções de moedas e gemas haviam sido em sua maior parte dispersas. Também criou a Pinacoteca Vaticana, reunindo obras do Palácio Vaticano e dos Museus Capitolinos, afrescos antigos e pinturas dispersas pelas igrejas e mosteiros dos Estados Pontifícios. Leão XII (1823-1829) adquiriu várias obras importantes, entre elas estátuas da antiga Villa de Adriano, relevos do Fórum de Trajano, o Mársias de Míron, um grupo de retratos da família imperial Júlio-Claudiana e o Mosaico dos Atletas encontrado nas Termas de Caracala, além de enriquecer a Pinacoteca e criar a Galeria dos Candelabros.

Gabinete das Estátuas do Museu Pio-Clementino
Gregório XVI (1831-1846) continuou a obra de seus antecessores, fundando o Museu Etrusco (1828) e o Museu Egípcio (1839) com achados em escavações e com peças espalhadas em várias coleções públicas e estatais, e o Museu Gregoriano Profano de Latrão (1844), com uma seleta de peças greco-romanas de caráter pagão que não foram consideradas adequadas para permanecer em exposição nos recintos do Vaticano. Foi ampliado em 1854 sob Pio IX (1846-1878) com a ramificação do Museu Pio-Cristão, com esculturas, sarcófagos e outras obras de caráter cristão. Importantes descobertas arqueológicas foram feitas durante seu Pontificado, sendo incorporadas às coleções, como o Augusto de Prima Porta, o Apoxiômenos de Lísipo e um grande Hércules de bronze. Mas quando a capital do Reino de Itália foi transferida de Florença a Roma em 1870, o Papado perdeu seu privilégio sobre as aquisições arqueológicas, e a entrada de novos itens foi muito reduzida, sendo as aquisições de importância superlativa a Coleção Falcioni e a Coleção Giacinto Guglielmi, ou de doações, como a da Coleção Benedetto Guglielmi e a Coleção Mario Astarita.

Gabinete das Estátuas do Museu Pio-Clementino
No século XX, o interesse aquisitivo se diversificou, foram criados museus etnológicos, históricos e de arte moderna, e as coleções começaram a ser reorganizadas de acordo com critérios museológicos mais aprimorados. Pio X estabeleceu em 1910 o Lapidário Hebreu, com inscrições de antigos cemitérios judeus de Roma doados pelos Marqueses de Pellegrini- Quarantotti. A Pinacoteca foi instalada pelo Pio XI em um edifício especialmente construído para ela, e em 1926 foi fundado o Museu Missionário-Etnológico. João XXIII reorganizou as coleções do Museu Gregoriano Profano, do Museu Pio-Cristão e do Lapidário Hebreu e as transferiu do Palácio de Latrão para o atual edifício dentro do Vaticano, inaugurado em 1970. Em 1973 foi criada a Coleção de Arte Religiosa Moderna e Contemporânea, sendo instalada nos Apartamentos Borgia. No mesmo ano foi organizado o Museu Histórico do Vaticano, com uma série de retratos papais expostos nos Apartamentos Papais de Latrão e uma seção de carruagens e automóveis. Em 2000 foi inaugurada uma nova entrada para o complexo dos museus, com instalações para vários serviços e onde são expostas obras de arte especialmente criadas para o ambiente. No itinerário dos Museus Vaticanos estão incluídos os Palácios Vaticanos, onde se encontram outros espaços e coleções de grande importância como a Capela Sistina, as Salas de Rafael, a Galeria dos Mapas, a Galeria das Tapeçarias e os Apartamentos Borgia.

Gabinete das Estátuas do Museu Pio-Clementino
Muitos papas pertenciam às famílias nobres romanas e colocaram as coleções privadas de arte à disposição do público. Outros que também se originaram graças a coleções privadas de famílias nobres foram os Museus Capitolinos. Conhecer todo o acervo iniciado pelo Papa Julio II é uma missão difícil, especialmente se o tempo for escasso, porém tours guiados e guias em áudio pode ser uma excelente solução para aqueles que desejam visitar os principais pontos do local. Apesar de serem vários museus e salas, é difícil ficar perdido. Depois que a gente entra, as portas e passagens estão estrategicamente abertas ou fechadas, induzindo os visitantes a seguirem por um trajeto pré-estabelecido. Inclusive, é possível escolher um percurso mais longo ou mais curto para realizar o passeio, dependendo do interesse de cada um, ambos terminando na Capela Sistina. Escolher o longo é muito mais proveitoso, visto que o turista passará por inúmeras salas com obras de arte famosas e valiosíssimas. O curto é voltado mais para quem só está interessado em ver a Capela Sistina.

Gabinete das Estátuas do Museu Pio-Clementino
Antes de iniciar o percurso de visitação, logo de frente você vai ver um terraço, pouca gente sabe, mas dali você vai ter uma vista incrível da cúpula e também de parte dos Jardins Vaticanos. Pode entrar e aproveite para fazer lindas fotos. Durante a visita você vai reparar em algumas obras uma plaquinha vermelha, escrito 100. Estas são as 100 obras mais importantes dos Museus. Dê mais atenção a elas. O passeio começou pelo Museu Pio-Clementino, fundado no final do século XVIII pelo Papa Clemente XIV (1769-1774) e depois reestruturado pelo seu sucessor, o Papa Pio VI (1775–1799). Esta Galeria conta com a obra que deu início aos Museus do Vaticano, a histórica estátua helenística de Laocoonte e seus filhos, figura grega esculpida por Agesandro que retrata a Guerra de Tróia, descoberta em 1506. Atualmente compreende 54 salas de exposição e um pátio interno, com belíssimas peças gregas e romanas. As principais são: Gabinete dos Apoxiômetros (especialmente dedicado à exposição de uma importante cópia romana de um atleta de Lísipo, no momento em que realiza a higiene após a competição); Pátio Octogonal, Sala dos Animais, Galeria das Estátuas, Sala das Musas, Sala da Rotunda, Gabinete de Máscaras e Sala da Cruz Grega.

Escultura da deusa Ártemis
Quando você sai do Museu Pio-Clementino, é automaticamente induzido a subir uma escada até o andar de cima, onde está o Museu Gregoriano Etrusco. Fundado pelo Papa Gregório XVI (1831–1846) em 1837, ele abriga peças datando do século IX ao I a.C., com cerâmicas, bronzes, objetos em ouro e prata. Uma seção especial é composta de vasos gregos (embora encontrados em necrópoles etruscas) e italiotas (de cidades helenísticas do sul da Itália). Outra seção do Museu é o Antiquarium Romanum, com peças confiscadas das escavações arqueológicas da Etrúria Meridional (várias cidades da região do Lácio nos arredores de Roma, como, por exemplo, Cerveteri, Civitavecchia e Tarquinia) realizadas na época, com bronzes, cerâmicas, vidros e elementos de arquitetura. Além das relíquias etruscas, encontramos também peças mais “recentes”, da época do Império Romano. As peças são expostas no antigo Palazzetto de Inocêncio VIII e em outro prédio anexo, ambos com expressiva decoração original de afrescos de Federico Barocci, Taddeo Zuccari, Santi di Tito e Niccolò Circignani. 

Decoração no teto dos Museus Vaticanos
De suas 22 salas de exposição são especialmente importantes: Sala II (com grandes afrescos de Federico Barocci e Federico Taddeo Zuccari, com cenas da vida de Moisés e Aarão. Além da decoração esta sala abriga o núcleo mais significativo da coleção gregoriana, com peças encontradas na Necrópole de Sorbo de Cerveteri); Sala IV (com diversos monumentos de vários tipos como sarcófagos, urnas, relevos funerários, esculturas e inscrições, de várias procedências e cobrindo um período de mais de cinco séculos); Salas V e VI (com expressiva coleção de terracotas votivas e uma reconstituição de um recinto sagrado etrusco, com estatuária, altares e oferendas votivas); Salas VII e VIII (mostrando a rica reunião de objetos de joalheria etrusca, com sua técnica refinada que não tinha paralelos na Antiguidade. Também mostra peças que já fazem parte do Período Romano); Sala IX (dedicada à exposição de coleção dos Marqueses Guglielmi de Vulci, que foi em parte comprada e em parte doada. É uma coleção eclética com cerca de 800 itens etruscos e gregos que abrangem um largo intervalo de tempo entre a arcaica civilização Villanova e a fase helenística); Sala XII (decorada por Daniele da Volterra e seus discípulos, hoje abriga a Coleção Falcioni, igualmente uma reunião eclética de objetos coletados sem um critério lógico, mas que bem representa o colecionismo do século XIX. Possui uma série de itens valiosos, com peças da civilização Villanova, vasos da Ática, cerâmicas, bronzes e diversos outros objetos de joalheria antiga e moderna); Sala XIV (dedicada ao Antiquarium Romanum, uma seção mais ou menos autônoma que foi formada com a seleção de diversas obras antigamente misturadas às coleções etruscas e italiotas do Museu Etrusco); Sala XVI (com antiguidades romanas e uma seção especial para os achados dentro dos limites do Vaticano, uma área que é povoada desde o período do Império Romano, com uma série de achados de tumbas, incluindo a do apóstolo Pedro); Salas XVII e XVIII (abrigando a Coleção de Vasos, também de caráter independente e que inclui uma rica coleção de vasos gregos pintados descobertos durante escavações da Etrúria durante o século XIX, quando este tipo de obra recebeu mais atenção dos especialistas e descobriu-se que esta técnica é de origem grega e não etrusca, como até então se acreditava por força da grande quantidade de peças encontradas em cidades etruscas); Sala XXII (com uma reunião de vasos italiotas, produzidos em colônias gregas do sul da Itália e Sicília entre o fim do século V e o IV a.C., com peças da Basilicata, Pesto (Campânia), e Apúlia, e uma seção comparativa com exemplares etruscos da mesma época).

Gabinete das Estátuas do Museu Pio-Clementino
Você será induzido a descer novamente para o andar inferior, para visitar o Museu Gregoriano Egípcio, que traz relíquias provenientes do Antigo Egito, que já se encontravam no Vaticano e nos Museus Capitolinos. Também fundado pelo Papa Gregório XVI, dois anos depois do Museu Gregoriano Etrusco, contém peças egípcias encontradas nas escavações feitas em Roma. Os romanos tinham por hábito saquear peças e relíquias do Egito e trazê-las para a capital, a fim de decorar suas casas e os espaços públicos. A fundação deste Museu deriva do interesse pelo país demonstrado pelo Papado, uma vez que a região teve um papel importante na tradição religiosa judaico-cristã. O Museu ocupa nove salas, um terraço e uma ala com peças da Mesopotâmia, Síria e Palestina. Dentre elas se destacam: Sala I (com estelas e estátuas com inscrições hieroglíficas, dispostas em ordem cronológica. A decoração do ambiente é em estilo egípcio e introduz o visitante à atmosfera antiga daquele país, e as peças em exibição cobrem um período de mais de 25 séculos, desde o Antigo Reinado até a era cristã, com uma grande Estátua de Ramsés II no seu trono instalado no centro deste espaço); Sala III (uma reconstrução do Canopus e do Serapeum da Villa Adriana em Tívoli, uma das estruturas arquitetônicas mais interessantes da antiga propriedade imperial, compondo originalmente um quadrilátero a céu aberto decorado com colunas e arcadas em torno de um grande espelho de água, que reconstituía simbolicamente o Mar Mediterrâneo e as civilizações em seu entorno, indicadas com estatuária nos respectivos estilos. Na reconstrução estão instaladas diversas estátuas monumentais, como a de Osíris-Ápis nascendo do lótus, quatro exemplares de Osíris-Antínoo e um busto colossal de Ísis-Sótis-Deméter); Sala V ou Hemiciclo (com um importante grupo de estatuária monumental, onde se destacam as representações da Rainha Tuia, esposa de Seti I e mãe de Ramsés II; a de Ptolomeu II Filadelfo, e a da Rainha Arsínoe II); Sala VI (um pequeno espaço com uma interessante coleção de pequenos objetos: ex-votos, talismãs, oferendas zoomórficas, objetos litúrgicos, estatuetas de divindades e grupos ilustrando cenas de mitos egípcios); Sala VIII (dedicada a material proveniente da Mesopotâmia, Síria e Palestina pré-clássicas trazido por expedições arqueológicas empreendidas por instituições católicas. Mostra tabuletas, cilindros e selos com inscrições cuneiformes, e peças de metalurgia).

Cortile della Pigna

Cortile della Pigna
Na saída do Museu Gregoriano Egípcio, nos deparamos com uma escadaria (cujo teto e paredes são belíssimos), que nos levará direto para um corredor cheio de estátuas e bustos. Antes de seguir em frente, você verá à direita, uma porta que levará a um pátio interno, o Cortile della Pigna. O nome se refere a uma pinha de bronze, gigante, situada no semicírculo de um dos prédios dos Museus. Ela pertencia a uma fonte das Termas de Agripa, um nobre político da Roma Antiga, bisavô de Nero. Apesar de ter dado nome ao pátio, não é esta peça que mais chama atenção de quem passa por ali. Bem no centro, há uma esfera dourada, criada pelo artista italiano Arnaldo Pomodoro chamada “Sfera con Sfera”. Existem outras versões da mesma em vários lugares do mundo, mas a do Vaticano é a mais famosa. Neste Pátio há um pequeno restaurante, para quem quiser repor as energias.

Cortile della Pigna

Pinacoteca Vaticana
Depois que Napoleão, já exilado e doente, “bateu as botas”, as pinturas que tinham sido levadas de Roma acharam seu caminho de volta para os aposentos papais. Foi nessa época, em 1817, que surgiu a ideia de criar um espaço para exibir as pinturas. Mas foi só no Pontificado de Pio XI, em 1932, que a Pinacoteca Vaticana foi inaugurada em um prédio especial, projetado por Luca Beltrami, resolvendo o antigo problema de exposição e armazenagem adequada da coleção de quase 500 peças reunidas pelo Papado desde 1790. As obras ocupam 18 salas e compreendem um período que vai desde o gótico até o século XIX. A Pinacoteca conta com quadros dos maiores nomes, entre eles: Giotto, Fra Angelico, Melozzo da Forli, Perugino, Raffaello, Leonardo da Vinci, Reni, Ticiano, Veronese, Possin, Botticelli, Caravaggio e Crespi. A obra “A Transfiguração”, de Rafael Sanzio representa Cristo aparecendo para os apóstolos, é considerada uma das mais importantes do pintor italiano. Rafael estava trabalhando nesta obra quando morreu, aos 37 anos, deixando a conclusão da pintura para seus aprendizes.

A Transfiguração” de Rafael Sanzio 

Pinacoteca Vaticana
Voltando pela mesma porta, você irá encontrar um imenso corredor lotado de estátuas e bustos dos famosos imperadores romanos como Júlio César, Vespasiano, Augusto e outros, o Museu Chiaramonti. O nome foi dado em homenagem ao Papa Pio VII (1800–1823), da Família Chiaramonti, que organizou uma coleção de estátuas, frisos e sarcófagos no início do século XIX e criou leis (que serviram de base para as atuais) que protegem as relíquias achadas no território italiano, para que não sejam levadas do país. Tudo para evitar o que aconteceu na época de Napoleão Bonaparte, que confiscou várias peças dos Museus e as levou para França. Foi Antônio Canova o responsável por trazer tudo de volta, anos depois. O corredor de repente termina numa grade que veda o restante do caminho.

"A Coroação da Virgem Maria" de Rafael Sanzio

Pinacoteca Vaticana
Dali para frente é a chamada Galeria Lapidaria que contém mais de 5.000 inscrições e tabuletas de túmulos pagãos e cristãos de antigos cemitérios hebraicos de Roma, principalmente aquele localizado na Via Portuense. A maior em seu gênero em todo o mundo, mas é uma coleção fechada ao público e apenas estudiosos a ela tem acesso, através de uma autorização especial. Um pouco antes de chegar à grade que fecha a Galeria Lapidaria, virando à direita, está o Braccio Nuovo do Palácio dos Museus dos Vaticanos, construído por Raffaelle Stern entre 1817 e 1822, um corredor perpendicular contendo várias estátuas gregas e outras romanas, com uma cópia do Dorífero de Policleto, dois pavões de bronze dourado da era Adriana, uma representação antropomórfica do Rio Nilo procedente do antigo Templo de Ísis junto ao Pantheon. No piso foram instalados mosaicos retirados das ruínas de uma antiga Villa romana situada na Via Ardeatina. Colunas da Antiguidade também foram incorporadas à decoração. Dentre suas peças se encontra a famosa Estátua de Augusto de Prima Porta, encontrada na Villa de Augusto, talhada em mármore e tinha a roupa pintada.


Pinacoteca Vaticana
O Museu Missionário-Etnológico foi fundado no encerramento da Exposição Missionária Universal daquele ano. Até 1963, estava instalado em Latrão, sendo transferido para sua locação atual no Vaticano em 1973. O núcleo inicial da coleção – cerca de 40 mil peças – foi selecionado entre mais de 100 milhares de propostas de doação oferecidas ao Papa, de missões de todo o mundo e das 400 dioceses representadas na grande amostra. Desde então o acervo vem sendo ampliado por novas doações, das quais foram importantes a do Museu Borgiano para a Propagação da Fé, a coleção numismática chinesa do Padre Giuseppe Kuo, os retratos de indígenas esculpidos por Ferdinand Pettrich, a coleção de objetos pré-históricos da Escola Britânica de Arqueologia em Jerusalém, e a rica coleção de objetos cerimoniais reunida pelo Padre Kirschbaum em Nova Guiné. A coleção atual conta com mais de 80 mil itens, organizados em dois grandes grupos: um com objetos ligados às várias religiões do mundo, e outra com obras resultantes da evangelização. O Museu Gregoriano Profano ou Museu Profano Lateranense foi fundado em 1844 em Latrão possui um acervo de estátuas, baixos-relevos e mosaicos da era romana. Em 1854, foi ampliado com a criação do Museu Pio-Cristão ou Museu Cristiano, com uma coleção de sarcófagos e estatuária paleocristãos. Mais tarde foram criados espaços para receber monumentos provenientes de escavações em Óstia e outros locais.

Pinacoteca Vaticana

Pinacoteca Vaticana

Pinacoteca Vaticana
Depois, um longo corredor, que contém três Museus consecutivos (galerias, na verdade), cuja arquitetura é tão bela que chega a rivalizar com as relíquias ali expostas, pela atenção do visitante. O primeiro é a Galeria dos Candelabros. Contém uma série de peças gregas e romanas, principalmente estátuas, mosaicos e, é claro, os objetos que deram o nome ao Museu: os grandes candelabros achados em Otricoli, no século II. Embora as peças expostas sejam magníficas, o destaque mesmo é o teto. Lindo! Continuando pelo corredor, entramos no segundo Museu dessa ala: a Galleria degli Arazzi, com uma coleção de tapetes dos séculos XVI e XVII. Presos nas paredes estão vários tapetes decorados com cenas da vida de Cristo à esquerda e da vida do Papa Urbano VIII (1623–1644) à direita. Todos feitos por alunos do artista renascentista Rafael, são lindíssimos e merecem o destaque. São verdadeiras obras de arte.


Teto da Galleria delle Carte Geografiche
Continuando pelo corredor, chegamos a esta terceira Galeria, a mais deslumbrante, a Galleria delle Carte Geografiche (Galeria dos Mapas). Ela contém 40 gigantescos mapas pintados nas paredes pelo cartógrafo Ignazio Dantino, no século XVI, representando as possessões da Igreja na época do Papa Gregório XIII (1572–1585) e um teto em abóbada de berço ricamente decorado em estilo renascentista. Mas, na verdade, ninguém dá muita atenção aos mapas. O motivo? O magnífico teto, que é lindíssimo! E ainda tem uma iluminação propícia, que ajuda a ficar mais bonito. Não é raro encontrar as pessoas ali com o rosto virado para cima e a boca aberta, tirando milhares de fotos. Imperdível!

Teto da Galleria delle Carte Geografiche

Mapa representando a Península Itálica

Teto do Aposento do Papa Pio V
Seguindo em frente, logo após as Galerias, encontramos o antigo Aposento do Papa Pio V (1566–1572). Hoje, expõe uma série de tapetes decorados, semelhantes aos que estão na Galeria das Tapeçarias. A sala anexa, que faz parte dos aposentos, é a Sala Sobieski, com vários afrescos. O principal deles o do pintor polonês Jean Matejko, que retratou a “Vitória do Rei Jan III Sobieski sobre os turcos”. Seguindo agora para esquerda, chegamos à Sala Imaculada Conceição, cheia de belos afrescos. O Papa Pio XI (1846–1878) proclamou o dogma da Imaculada Conceição em 1854 nesta sala. Em comemoração, contratou o pintor Francesco Podesti, um dos mais renomados da época, para decorar a Sala utilizando este evento como tema. É espetacular! As pinturas são belíssimas e já nos prepara para as salas seguintes, que são ainda melhores. 


Decoração na entrada dos Apartamentos Borgia
Logo em seguida, estão as famosas Salas de Rafael, um grupo de quatro aposentos decorados entre 1508 e 1524 pelo grande pintor renascentista e seus auxiliares. É um dos pontos altos dos Museus. Rafael foi um dos maiores artistas do Renascimento e nesta Galeria está um de seus afrescos mais famosos, “A Escola de Atenas”, bem ali, pintado na parede. As Salas de Rafael faziam parte do Palácio Apostólico. Descendo as escadas, chegamos a um conjunto de aposentos, conhecidos como Apartamentos Borgia. Consiste nos aposentos de Rodrigo Borgia, o Papa Alexandre VI (1492–1503), decorado no final do século XV por Pinturicchio. A Coleção de Arte Religiosa Moderna e Contemporânea que conta com mais de 600 obras em escultura, pintura e gravura de mestres recentes como Klee, Chagall, Kandisnky e Gauguin, coletadas a partir do Pontificado de Paulo VI, está instalada nestes aposentos. O Papa que o sucedeu, Julio II (1503–1513), era seu desafeto. Quando Rodrigo Borgia morreu, o novo Pontífice fechou os aposentos do rival e mandou construir os próprios na mesma posição, só que no andar de cima, e contratou Rafael para decorar suas paredes e tetos. Daí surgiu as Salas de Rafael. Os Apartamentos Borgia ficaram abandonados até o século XIX, quando então foram reabertos para expor obras de arte religiosa moderna.



A Sala de Constantino era reservada para recepções e cerimônias oficiais, e foi completada somente após a morte de Rafael por seus discípulos, com os desenhos preparatórios deixados por ele. Seu nome deriva de Constantino, que reconheceu o cristianismo e o livrou das perseguições. Os painéis ilustram quatro episódios do triunfo da fé cristã: “A Visão da Cruz”, a “Batalha de Constantino Contra Mazzenzio”, “O Batismo de Constantino” e “A Doação de Constantino”. A decoração é completada por retratos de papas e figuras alegóricas. O teto pintado é obra de Tommaso Laureti. A Sala de Heliodoro era usada antigamente para audiências privadas. A decoração segue um programa político em torno dos movimentos de libertação italiana do domínio francês, e ilustra cenas do Antigo Testamento e da História Antiga, com as composições principais da “Missa de Bolsena”, a “Libertação de São Pedro”, o “Encontro de Leão, o Grande, com Átila”, e a “Expulsão de Heliodoro do Templo”. Cenas secundárias foram pintadas por Luca Signorelli, Bramantino, Lorenzo Lotto e Cesare da Sesto. A Sala da Segnatura conta com os mais famosos afrescos de Rafael, que inauguram a Alta Renascença na Itália: “A Disputa do Santíssimo Sacramento”, ilustrando a “Verdade Sobrenatural”, a “Escola de Atenas”, referindo-se à “Verdade Racional”, as “Virtudes”, expressando o “Bem”, e o “Parnaso com Apolo e as Musas” representando a “Beleza”. Esta Sala era usada pela mais alta corte pontifícia, presidida pelo próprio Papa. A Sala do Fogo no Burgo também foi usada por Júlio II para reuniões da Segnatura, sendo decorada por Perugino. Mais tarde Leão X passou a usá-la para suas refeições e foi redecorada por Rafael, ilustrando as aspirações políticas de Leão X através de cenas da vida de dois papas anteriores com o mesmo nome: Leão III (“A Coroação de Carlos Magno” e “A Justificação de Leão III”) e Leão IV (“Fogo no Burgo” e a “Batalha de Óstia”), mas em todas as cenas o retrato do Papa é o de Leão X.

"Adão e Eva no Paraíso Terrestre"
A Capela Sistina é o ápice do passeio. A mais linda de todas as capelas do mundo. Aliás, lindo é um adjetivo pífio para descrevê-la. A Capela Sistina, cujas pinturas de Michelangelo no teto retratam cenas do Gênese (“A Criação de Adão” é uma delas), é um espetáculo à parte e vale a pena admirar com calma. O quase encontro do dedo preguiçoso do homem com o dedo poderoso de Deus é mais do que uma representação do Gênesis: é uma das obras de arte mais importantes da História. Todas as obras da Capela foram encomendadas para narrar uma história e constroem um complexo argumento teológico que liga o poder de Deus até o Papa. Para completar, é na Capela Sistina que são realizados os conclaves, a reunião em que cardeais escolhem um novo Papa. É preciso visitar a Capela Sistina. Mas tá aqui a pegadinha que afeta vários viajantes: a Capela não fica na Piazza di San Pietro e nem na Basílica, mas nos Museus do Vaticano. Cuidado, é terminantemente proibido filmar ou fotografar a Capela Sistina. Os seguranças estão bem atentos, se verem vão até você e te fazem apagar a foto na hora.

Escada em Espiral de Giuseppe Momo
Saindo da Capela Sistina, seguimos pelo corredor que fica logo em frente e abaixo das Galerias dos Mapas, das Tapeçarias e dos Candelabros. Nele está o Museu da Biblioteca Apostólica Vaticana, uma galeria que abrigava a antiga Biblioteca do Vaticano, desativada no início do século XX. Depois disso deu lugar a um Museu de Coleções doadas ao longo dos séculos: moedas, vidros, mobiliário, esculturas antigas, cristais, bronzes etc. Mais uma vez, o destaque vai para o teto e as paredes. Lindos!

Escada em Espiral de Giuseppe Momo

Escada em Espiral de Giuseppe Momo
Chegando de volta ao hall de entrada, próximo ao Museu Pio-Clementino, você encontrará restaurantes, lojas e quiosques de souvenir e, na saída, a famosa Escada em Espiral de Giuseppe Momo. Criada em 1932, consiste em duas rampas em espiral, que se enroscam entre si e não se cruzam, de modo que quem sobe e quem desce não se encontra. Rende uma das fotos mais tradicionais dos Museus. O problema de visitar os Museus do Vaticano na alta temporada foi dividir o espaço com uma horda de turistas, um verdadeiro mar de gente! Em alguns locais era quase impossível parar um instante para apreciar uma obra de arte com mais atenção. A multidão se encarregava de empurrar as pessoas em direção ao final do corredor. 

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