sábado, 13 de fevereiro de 2016

Paris - Cathédrale Notre-Dame de Paris

Cathédrale Notre-Dame de Paris 
Estando em frente à Catedral de Notre-Dame, é quase impossível não olhar para o alto das torres e procurar pelo corcunda. A triste história de Quasímodo (o corcunda) e seu amor pela bela cigana Esmeralda é conhecida no mundo todo através da obra do escritor francês Victor Hugo, Notre-Dame de Paris (1831). Como cenário principal de sua obra, o autor escolheu uma catedral majestosa, antiga e imponente, testemunha de fatos importantes na história de Paris. Não foi por acaso que Victor Hugo escolheu Notre-Dame. O autor fundamenta uma crítica à sociedade parisiense, apresentando, através de personagens marginalizados (ciganos e deficientes), a indiferença da elite. A Catedral foi símbolo do poder da realeza francesa e da religião católica, e apesar disso, encontrava-se em um péssimo estado de conservação. A repercussão da obra de Victor Hugo chamou a atenção para a importância da preservação da Catedral, possibilitando sua sobrevivência, imponente, até os dias de hoje. Assim como fez com as Arenas de Lutécia, Victor Hugo chamava a atenção para a necessidade de se preservar os monumentos e, consequentemente, parte importante da história de Paris e da França. Dessa forma, coube aos renomados arquitetos Eugene Viollet-le-Duc e Jean Baptiste Antoine Lassus a missão de restaurar a Catedral, concluída aproximadamente 10 anos depois.

Cathédrale Notre-Dame de Paris
Localizada na Praça Parvis, em plena Ile de La Cité, no coração de Paris, Notre-Dame é uma das mais importantes e famosas catedrais de Paris, e uma das mais importantes de toda a França. O local onde ela foi construída tem um longo histórico como local de culto. Sua localização coincide com o local escolhido pelos romanos para reconstruir Lutécia, a antiga cidade dos Parisi (povo celta que habitava a região, e da qual Paris ganhou seu nome). Os celtas celebravam cerimônias ali, e os romanos, após conquistarem a região, construíram um templo dedicado a Júpiter. Por volta de 528, Childeberto I, Rei dos Francos, construiu uma nova igreja sobre as ruínas do antigo templo romano, a Basílica de Saint-Etienne. A iniciativa de construir uma nova Catedral – mais suntuosa e condizente com a posição de importância de Paris – para substituir a antiga Basílica, partiu do Bispo da cidade, Maurice de Sully.

Cathédrale Notre-Dame de Paris
Durante o reinado de Luís VII, e sob o seu apoio (visto o monarca central ter também no século XII um poder crescente), este projeto é abençoado financeiramente por todas as classes sociais com interesse na criação do símbolo do seu novo poder. Assim, e tendo em conta a grandeza do projeto, o programa seguiu velozmente e sem interrupções que pudessem ocorrer por falta de meios econômicos (algo comum, na época, em construções de grande envergadura). A construção inicia-se em 1163 refletindo alguns traços condutores da Catedral de Saint Denis, subsistindo ainda dúvidas quando à identidade de quem teria "colocado" a primeira pedra, o Bispo Maurice de Sully ou o Papa Alexandre III. Ao longo do processo (a construção, incluindo modificações, durou até sensivelmente meados do século XIV) foram vários os arquitetos que participaram no projeto, esclarecendo este fator as diferenças estilísticas presentes no edifício.

Cathédrale Notre-Dame de Paris na Ile de la Cité 
às margens do Rio Sena
Em 1182 presta já o coro serviços religiosos e, na transição entre os séculos, está a nave terminada. No início do século XIII arrancam as obras da fachada oeste com as suas duas torres estendendo-se a meados do mesmo século. Os braços do transepto (de orientação norte-sul) são trabalhados de 1250 a 1267 com supervisão de Jean de Cheilles e Pierre de Montreuil. Simultaneamente levantam-se outras catedrais ao seu redor num estilo mais avançado do gótico; a Catedral de Chartres, a Catedral de Reims e a Catedral de Amiens. A Catedral foi nos finais do século XVII, durante o Reinado de Luís XIV, palco de alterações substanciais principalmente na zona leste, em que túmulos e vitrais foram destruídos para substituir por elementos mais ao gosto do estilo artístico da época, o barroco. O resultado da obra foi satisfatório o suficiente para que, ao menos nos sete séculos seguintes (até a Revolução), a Catedral fosse sinônimo do catolicismo parisiense. Sua edificação focou-se em atender aos desejos e aspirações da elite francesa daquele período. Além disso, é considerada uma Catedral de ascensão do espírito e de contato, tendo iniciado uma abordagem nova para construções de caráter religioso. Disto resultou a substituição da necessidade de edificações religiosas rurais por símbolos novos que representassem a prosperidade urbana, representado pelas catedrais góticas. A Catedral foi uma resposta à busca da renovação da dignidade na capital da França.

Cathédrale Notre-Dame de Paris
A Catedral ocupa um lugar central na história parisiense, sendo palco de grandes acontecimentos. Aqui tiveram lugar alguns dos acontecimentos mais importantes da história da cidade, como a coroação de Henrique VI em 1431, o casamento de Maria da Escócia em 1558, a coroação de Napoleão em 1804, a beatificação de Joana D’Arc em 1909 (representada em uma estátua no interior da Igreja) e sua canonização em 1920. Ali pertinho, próximo da Pont Neuf, fica o local onde em 1314, Jaques de Molay, Grão Mestre da Ordem dos Cavaleiros Templários, foi queimado vivo junto com seu companheiro, Geoffrey de Charnay, por ordem do rei francês Felipe, o Belo.

Cathédrale Notre-Dame de Paris
A Catedral é uma belíssima construção em estilo gótico, com 69 metros de largura, 35 metros de altura e 139 metros de comprimento, o que a torna apta a acomodar até seis mil pessoas – e se desdobra em cada detalhe da edificação (que demorou quase dois séculos para ser concluída) e da coleção de obras de arte que comporta, entre quadros e esculturas. A arquitetura gótica substituiu as paredes grossas das igrejas românicas por colunas altas e arcos capazes de sustentar o peso dos telhados. Como consequência, os edifícios góticos ganharam um aspecto mais leve, e as janelas, mais amplas e altas, foram decoradas com belos vitrais coloridos que filtravam a luz natural, e com isso, criavam um "clima" de misticismo em seu interior. A Catedral de Notre-Dame é considerada um “Catecismo de pedra”; suas esculturas, pinturas e  seus vitrais ensinam as verdades da doutrina católica, especialmente  para quem não sabia ler e escrever. 

Fachada Sul da Cathédrale Notre-Dame de Paris
Além disso, na edificação são encontrados cerca de 200 vitrais, sendo que alguns são considerados os maiores já construídos no mundo. Sua imponente fachada tem 40 metros de largura com destaque para a rosácea central e para a Galeria dos Reis, um conjunto de 28 estátuas representando os Reis de Judá e de Israel, localizadas acima das três portas de entrada. Cada estátua mede 3,5 metros de altura. Em 1793, durante a Revolução Francesa e sob o “Culto da Razão”, todas estas estátuas foram decapitadas. Os revolucionários confundiram os Reis da Judéia com os Reis da França. Mais tarde, as cabeças  foram redesenhadas e reconstruídas durante a restauração feita por Viollet-le-Duc. Em 1977, durante obras na Rue de La Chaussé D’Antin – perto das Galeries Lafayette –  os operários descobriram 21 cabeças, todas elas originais. Elas ficaram séculos esquecidas. Hoje, estas cabeças podem ser vistas no Musée National Du Moyen Âge de Cluny (Museu Nacional da Idade Média). Em 1871, com a curta ascensão da Comuna de Paris, a Catedral torna-se novamente pano de fundo a turbulências sociais, durante as quais se crê ter sido quase incendiada.

Fachada Ocidental da 
Cathédrale Notre-Dame de Paris
A planta é demarcada pela formação em cruz romana orientada a ocidente, de eixo longitudinal acentuado, e não é perceptível do exterior do edifício visto os braços do transepto não excederem a largura da fachada. A cruz está “embebida” no edifício, envolta por um duplo deambulatório, ou charola, que circula o coro na cabeceira (a leste) e se prolonga paralelamente à nave, dando lugar, assim, a quatro colaterais (ou naves laterais). A Fachada Ocidental é a principal fachada e não só a de maior impacto e monumentalidade como também a de maior popularidade. Uma afinidade de composição e traços gerais pode ser estabelecida com a fachada da Catedral de Saint Denis, uma derivação da fachada românico-normando. A fachada apresenta um conjunto proporcional, uma ordem de traçado coerente, de construção racional, reduzindo os seus elementos ao essencial, não tendo, talvez por isso, influenciado outros arquitetos contemporâneos do gótico. Aqui se optou por uma parede “plástica” que interliga todos os seus elementos e passa a integrar também a escultura em locais pré-definidos, evitando que cresça espontânea e aleatoriamente como acontecia no românico.

Os três portais da Cathédrale Notre-Dame de Paris
A fachada apresenta três níveis horizontais e é ainda dividida em três zonas verticais pelos contrafortes ligeiramente proeminentes que unem em verticalidade os dois pisos inferiores e reforçam os cunhais das duas torres. No nível inferior são evidentes três portais que surgem em épocas diferentes e que formam um conjunto que passa a ser utilizado na arquitetura a partir de meados do século XII. São profusamente trabalhados, penetrando na parede por uma sucessão de arcos envolventes em degrau, arquivoltas, destacando-se o portal central ligeiramente em altura dos laterais.

Detalhes do Portal de Santa Ana
O Portal de Santa Ana é o portal da direita e vem da época do início da construção da Catedral e teria sido no início possivelmente pensado para um dos braços do transepto. O tímpano, que representa a Virgem Maria com o Menino Jesus, transparece ainda uma forte ligação à escultura do românico tardio pela sua frontalidade, rigidez do vestuário e pouca volumetria. Na proximidade da Virgem está um rei ajoelhado, que se crê ser o Rei Luís VII e, na frente deste, um bispo, que poderá ser o impulsionador da construção da Catedral, o Bispo Maurice de Sully. A arquitrave possui dois níveis; a banda superior, de cerva de 1170, tem cenas da vida de Maria e a inferior, do início do século XIII – altura em que o Portal deve ter sido colocado neste local – retrata cenas da vida de Ana e Joaquim, pais de Maria, fato que trá dado o nome ao Portal.

Detalhes do Portal da Virgem
O Portal da Virgem é o portal da esquerda e, já pensado especificamente para este local, pertence ao século XIII com iconografia referente à Maria. Na arquitrave, na sua banda inferior, veem-se seis patriarcas do Antigo Testamento e reis sentados a emoldurar um pequeno baldaquino embaixo, que remete simbolicamente à Anunciação. Na banda superior, estão representados a Morte e a Ascensão de Maria aos céus e os apóstolos, que rodeiam a cena. Cristo, no ponto central, toca o corpo de sua mãe, como que num sinal de sua futura ressurreição. O tímpano trata da Coroação de Maria, em que Cristo, sentado, recebe-a e benze-a, enquanto um anjo descende e a coroa. A realçar a festividade da cena estão dois anjos ajoelhados carregando candelabros nas mãos. Nas arquivoltas, anjos, profetas, reis e santos assistem ao acontecimento. Neste Portal o volume corporal é mais acentuado e a representação mais realista, em oposição ao abstracionismo românico.

Detalhes do Portal do Julgamento
O Portal do Julgamento é o portal central e o mais novo do conjunto. No românico a figura do portal é Cristo em ascensão aos céus, como parte dos acontecimentos de Pentecostes ou no papel de juiz. Mas, no gótico, já não é o monge que inicia os fiéis no mundo iconográfico do sagrado; a fé e a experiência espiritual são, nesta fase, sobrepostos pela autoridade e lei representadas pelo clero ligado à cidade, o bispo. Deste modo passa o tema do Julgamento a representar o papel principal no portal gótico. A banda inferior da arquitrave, por estar danificada, foi substituída no século XVIII por uma representação da Ressurreição dos Mortos. A banda superior representa os “escolhidos” e os “condenados”, separados pelo Diabo e pelo Arcanjo Miguel com a balança das almas. Os que entram no Paraíso levam uma coroa, uma possível alusão à santidade da coroa francesa. O tímpano apresenta Cristo na pose de Julgador revelando as chagas nas palmas das suas mãos. Nas arquivoltas Abraão recebe as almas dos escolhidos e o Diabo as dos pecadores. Concêntricos a Cristo surgem anjos, patriarcas, profetas, dignitários, mártires e virgens santas. A rematar e a fazer a transição para o nível intermediário está a “Galeria dos Reis”, uma banda composta por 28 estátuas de 3,5 metros de altura cada. As estátuas tanto podem ser representações de figuras do Antigo Testamento como monarcas franceses.

Rosácea da Fachada Ocidental da Catedral
A dominar o nível intermediário encontra-se a rosácea de 13 metros de diâmetro ao centro encaixada entre os contrafortes e ladeada por janelas gêmeas. À sua frente surge a Estátua da Virgem Maria com o Menino. Seguindo o traçado do piso inferior, e contribuindo para a unidade da fachada, corre uma galeria de arcarias rendilhada a rematar este nível na zona superior. No nível superior erguem-se as duas torres de 69 metros de altura – influência normanda do século XII que acabou por permanecer na arquitetura religiosa europeia. A torre sul acolhe o famoso sino de nome “Emmanuel”. A estrutura de suporte de peso é visível do exterior a ladear todo o edifício, mas na zona da cabeceira a elegância destes elementos resulta numa fluidez visual que só se torna possível depois 1225, quando as capelas são acrescentadas ao exterior. Nesta altura todo o esplendor técnico do gótico está ao alcance e os arcobotantes, que fluem da zona superior da parede do coro, onde a impulsão da abóbada para o exterior se concentra, prolongam-se até aos contrafortes, não de forma pesada, mas transmitindo leveza e harmonia.

Cathédrale Notre-Dame de Paris
Após a construção das capelas exteriores torna-se necessário prolongar os braços do transepto. Jean de Chelles inicia ao norte demonstrando já um traçado típico do gótico alto. O frontão trabalhado a coroar o Portal, denominado gablete, cresce ao segundo nível e sobrepõe-se à fileira de janelas que surgem num plano recolhido. Do mesmo modo é também a rosácea colocada num nível mais recolhido e ligeiramente sobreposta por uma balaustrada fina. A rematar a fachada surge um frontão com janela circular ladeado de tabernáculos abertos. O tímpano apresenta um registro em três bandas, típico do gótico, onde se torna possível representar diversos episódios alimentando o gosto pela festividade do relato. Na banda inferior veem-se cenas de Jesus criança. Também no Portal toma lugar a estátua de uma Madona que sobreviveu à Revolução Francesa e que denota o nível avançado da escultura gótica, apresentando uma naturalidade na atitude e rotação corporal. De um modo geral a decoração em filigrana e o traçado aqui utilizados irão ser adotados pela arquitetura europeia. Após a morte de Chelles, Montreuil assume o projeto da fachada do transepto sul seguindo um traçado mais ou menos fiel ao do seu antecessor. A plasticidade dos elementos e o trabalho de filigrana da pedra revelam uma virtuosidade com o material ao mais alto nível, assim como uma clara individualização do trabalho do artista que se começa a destacar do conjunto do movimento artístico geral.

Rosácea da Fachada Sul da Catedral
O gótico permite a ligação da terra ao céu e, no interior de uma catedral do estilo, o crente é impelido à ascensão pela afirmação constante da verticalidade, pela monumentalidade das paredes que parecem erguer-se segundo uma teoria contrária à da gravidade, tornando-as leves, deixando por elas filtrar o colorido dos grandes vitrais numa aura etérea. A utilização de tais elementos arquitetônicos numa catedral deve-se mais a um propósito religioso prático que a aspirações artísticas. O edifício tem 127 metros de comprimento, 48 metros de largura e 35 metros de altura, é rematado em cima por abóbadas e dá o primeiro passo na construção colossal do gótico. As maciças colunas de fuste liso da nave, que acentuam a verticalidade, fazem a divisão em arcadas altas para as alas laterais e suportam uma tribuna (galeria), em que janelas para o exterior são abertas para deixar entrar mais luz. Criando unidade com este elemento surge o clerestório a fazer o remate superior com os seus grandes grupos de janelas de dois lances e óculo. A rosácea do braço norte do transepto tem um azul forte como cor dominante. A composição baseia-se no número oito e suas multiplicações e simboliza o Universo, a Terra e os sete planetas. No centro surge a Mãe de Deus rodeada de medalhões com representação de personagens do Antigo Testamento, profetas, reis e altos clérigos. A rosácea do braço sul do transepto baseia-se do mesmo modo no número 12 e apresenta central a imagem de Cristo como o julgador do mundo. À sua volta, em medalhões, surgem apóstolos e anjos.Segunda Guerra Mundial também deixou a sua marca em Notre-Dame, com a destruição dos vitrais, que após o final do conflito bélico foram reconstruídos seguindo um modelo geométrico, em vez das antigas cenas bíblicas.

Gárgula na torre da Catedral
Os sinos da Notre-Dame são famosos. Diferentes sinos compõem o patrimônio histórico da Catedral e entre eles, encontram-se os denominados: Angelique-Françoise, Antoinette-Charlotte, Hyacinthe-Jeanne, Denise-David (na torre do norte) e o Bourdon Emmanuel (na torre do sul). Já houve mais sinos, mas com a Revolução Francesa, muitos foram derretidos para a fabricação de canhões. O principal é o Bourdon Emmanuel e também o mais antigo, pesa 13 toneladas. Seu badalado só ocorre em eventos de grande importância, como visitas do Papa, comemorações e funerais presidenciais. Desde a sua instalação, em 1681, o Bourdon Emmanuel tocou apenas 84 vezes. Os sinos da torre norte, instalados em 1856, badalam a cada 15 minutos ou em eventos históricos, como no fim da Primeira Guerra Mundial ou na libertação de Paris em 1944. Mais recentemente, tocaram em honra às vítimas do 11 de setembro. Em 2012 estes sinos foram derretidos e substituídos por nove novos sinos e isto ocorreu porque os mesmos perderam o tom devido ao desgaste do cobre.

Rosácea da Fachada Sul da Catedral
Também está guardado em seu relicário nada menos que a suposta coroa de espinhos de Jesus Cristo, exibida aos visitantes na primeira sexta-feira de cada mês. A história desta relíquia remonta aos Evangelhos de São João, na passagem onde ele relata a coroação de Cristo. A veneração desta lembrança da Paixão de Cristo é mencionada a partir do século IV pelos peregrinos que visitavam Jerusalém. Mais tarde, a relíquia foi transferida para Constantinopla e guardada na Capela dos Imperadores Bizantinos. Em 1238, Louis IX, Rei da França, comprou do Imperador de Bizâncio a coroa de espinhos. Um ano depois ela chegou a Paris e foi guardada na Notre-Dame. Desde 1896 ela está conservada dentro de um tubo de cristal e de ouro. 

Nave da 
Cathédrale Notre-Dame de Paris
Além da importância histórica e da presença na literatura, a Catedral de Notre-Dame de Paris (Nossa Senhora de Paris) apresenta diversas curiosidades. Uma delas é o Marco Zero, localizado na frente da fachada da parte ocidental da construção na Praça Parvis. O elemento consiste em uma placa feita em bronze que simboliza o marco inicial com que se calculam as distâncias das estradas do país. Entre outros aspectos, Notre-Dame abriga uma Estátua de Joana d'Arc, chefe militar durante a Guerra dos 100 Anos e santa padroeira da França. Notre-Dame de Paris é passagem obrigatória para todos aqueles que desembarcam na cidade pela primeira ou pela décima primeira vez. Escavações realizadas na área da Catedral entre 1965 e 1972 revelaram vestígios de construções do Período Romano. É fantástico visitar o local e ver de perto os detalhes de construções que remetem ao início da cidade de Lutécia, ao mesmo tempo em que se observa a evolução urbana da cidade através da Antiguidade e Idade Média até os dias de hoje. No exterior, são milhares de detalhes arquitetônicos para descobrir; no interior, esculturas, vitrais, sinos e relíquias para conhecer.

Altar da Cathédrale Notre-Dame de Paris
Um recital de órgão na Catedral de Notre-Dame de Paris é um programa que vale a pena. O impressionante interior da Catedral, a luz externa colocando em relevo os seus maravilhosos vitrais, o silêncio do público aos primeiros acordes de um concerto de música sacra é um grande momento de emoção. No site da Catedral você encontra o calendário dos concertos. Todas as noites de sábado, a Notre-Dame oferece aos fiéis concertos de órgão com grandes organistas internacionalmente conhecidos. A entrada é livre, não existe venda de tickets. A Catedral pede somente uma pequena contribuição a cada visitante. A visita à Catedral Notre-Dame de Paris também é gratuita. Mas a visita às suas torres é paga. Vale a pena subir os 422 degraus até o alto das torres. A subida é um pouco demorada, pois os espaços dentro da torre são bem estreitos, e às vezes é preciso esperar um grupo descer para que outros possam subir. Não é um passeio indicado para claustrofóbicos, pessoas com idade avançada e com crianças de colo. Se você não tem nenhum tipo de impedimento, é subir e admirar a vista que encanta as gárgulas há séculos (lembrando que um calçado confortável é essencial). Lá de cima você verá Paris emoldurada pelas gárgulas desenhadas por Viollet-le-Duc. A fila para a compra dos ingressos costuma ser longa. As torres estão abertas todos os dias da semana. 

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