quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Paris - Tour Eiffel

Torre Eiffel e os Jardins du Trocadéro

Apesar de seus locais marcantes e emblemáticos como a Torre Eiffel, o Rio Sena e o Musée Du Louvre, a grande estrela de Paris é a cidade em si. Seus prédios e monumentos, seu traçado urbano, seus parques e jardins foram construídos, acumulados e preservados durante séculos e fazem dela a cidade mais bonita e charmosa do mundo. Não por acaso, um dos “esportes” preferidos dos turistas (e dos nativos) é observar a cidade do alto. De lá é possível apreciar o conjunto e ir descobrindo os elementos que a formam. É vista do alto que Paris nos emociona mais, comove, seduz. Monumento n° 1 de Paris, a Torre Eiffel é o principal ponto de observação da cidade. Um dos cenários mais lindos que existem é o da Torre Eiffel, majestosa às margens do Rio Sena, atraindo o olhar de curiosos, de fotógrafos, turistas e casais apaixonados. Vê-la de perto é fascinante, seus detalhes e sua estrutura são capazes de tomar o fôlego até mesmo da pessoa mais incrédula. A Torre Eiffel é o monumento pago mais visitado no mundo inteiro. Não é em vão que é um destino tão clichê.


Torre Eiffel e os Jardins du Trocadéro

Torre Eiffel
Possivelmente o ícone turístico mais reconhecível do mundo, a Torre Eiffel, de 324 metros de altura (contando sua antena de TV) chegou a ser demonizada à época de sua construção, para a Exposição Universal de 1889. Os críticos, entre eles muitos artistas, não concebiam a moderníssima estrutura de quase 10 mil toneladas de ferro fazendo parte do skyline da capital. O projeto fez surgir, na época, numerosos detratores que consideraram a Torre como uma ameaça à estética da cidade através da Carta de Protesto dos Artistas Contra a Torre do Sr. Eiffel. Uma torre de ferro erguida em pleno coração de Paris não convinha, segundo eles, por contrastar demasiadamente com a elegância e a beleza refinada da cidade. Verlaine, por exemplo, apelidou a Torre Eiffel de “esqueleto de Beffroi” para descrever a aparência pouco graciosa do monumento, uma torre gigante que iria “desfigurar” a cidade. A obra de Gustave Eiffel nunca deixou de ser debatida, mas hoje seria impossível imaginar a beleza e a variedade arquitetônica parisiense sem o monumento, seu principal cartão-postal. 

Torre Eiffel e os Jardins du Trocadéro

Foto típica da Torre Eiffel
A Torre tornou-se o símbolo mais proeminente de Paris e da França e é uma parte do cenário caracterizado em dezenas de filmes que se passam na cidade. Seu estatuto de ícone é tão determinado que ainda serve como um símbolo para todo o país, como quando ela foi usada como o logotipo da candidatura francesa para sediar os Jogos Olímpicos de Verão de 1992. O projeto da Torre Eiffel foi criado por Maurice Koechlin e Émile Nouguier, dois engenheiros que trabalhavam para a Compagnie des Etablissements Eiffel, após uma discussão sobre a melhor proposta de peça central para a Exposição Universal de 1889, a Feira Mundial, que iria comemorar o centenário da Revolução Francesa. Ao todo eram 95 hectares de Feira no Champ de Mars, mas também na Colina do Trocadéro e na Esplanada des Invalides. Em maio de 1884, Koechlin, trabalhando em casa, fez um desenho do esboço de seu esquema, descrito por ele como “um grande pilar, composto de quatro vigas-treliçadas verticais se unindo no topo, unidas por treliças metálicas em intervalos regulares”.


Estrutura Metálica da Torre Eiffel
Inicialmente Eiffel não se entusiasmou com a ideia, mas permitiu que o projeto fosse mais bem estudado e detalhado. Os dois engenheiros pediram a Stephen Sauvestre, chefe do Departamento de Arquitetura da empresa, que colaborasse com o projeto. Sauvestre adicionou arcos decorativos na base, um pavilhão de vidro no primeiro andar, além de outros itens decorativos. Esta versão melhorada ganhou o apoio de Eiffel e ele comprou os direitos à patente do projeto que Koechlin, Nougier, e Sauvestre haviam conseguido. O projeto foi exibido na Feira de Artes Decorativas no outono de 1884 com o nome da empresa de Eiffel. Em março de 1885 Eiffel apresentou um artigo com o projeto na Société des Ingiénieurs Civils; depois de discutir os problemas teóricos e ter enfatizado o uso prático da Torre.

Detalhe da Estrutura Metálica da Torre Eiffel

Detalhe da Antena de Rádio da Torre Eiffel
Pouco aconteceu até o início de 1886, quando Jules Grévy foi reeleito como Presidente e Édouard Lockroy foi nomeado Ministro do Comércio. O governo da França planejou a Exposição Universal de 1889 e anunciou uma competição de design arquitetônico para um monumento que seria construído no Champ de Mars, no centro de Paris. Um orçamento para a Exposição foi aprovado e em maio Lockroy anunciou uma alteração nos termos do concurso público que estava sendo realizado, optando por uma peça central para a Exposição, o que solicitava propostas para uma torre metálica de 300 metros. Mais de 100 designs foram submetidos ao concurso. No dia 12 de maio uma comissão foi criada para analisar os esquemas de Eiffel e seus competidores e em 12 de junho apresentou a sua decisão: que todas as propostas, exceto a de Eiffel ou eram impraticáveis ​​ou insuficientemente detalhadas. O Comitê do Centenário escolheu o projeto do engenheiro Gustave Eiffel (1832-1923), de quem herdaria o nome, da Torre com uma estrutura metálica que se tornaria, então, a estrutura mais alta do mundo construída pelo homem. 

Detalhe da Estrutura Metálica da Torre Eiffel

Antena de rádio na Torre Eiffel
com Restaurante Jules Verne
Depois de algum debate sobre o local exato para a Torre, um contrato foi finalmente assinado em janeiro de 1887. Este foi assinado por Eiffel como particular, não como representante de sua empresa, concedendo-lhe 1,5 milhão de Francos para os custos de construção: menos de um quarto dos cerca de 6,5 milhões de Francos necessários para a construção. Por outro lado, Eiffel deveria receber todas as receitas provenientes da exploração comercial da Torre durante a Exposição e os 20 anos seguintes. Eiffel mais tarde criou uma empresa específica para gerir a Torre, colocando ele mesmo a metade do capital necessário. A frágil e delicada torre de ferro seria erguida apesar dos protestos. Os trabalhos duram dois anos e se desenrolam em três etapas, uma vez as fundações construídas: a construção do primeiro andar, terminado em abril de 1888, a construção do segundo andar, terminado em agosto de 1888, e por fim, a montagem definitiva até o topo da Torre em março de 1889, quando o monumento é inaugurado. Foi inaugurada pelo Príncipe de Gales que, posteriormente, tornou-se o Rei Eduardo VII do Reino Unido. Gustave Eiffel sobe os 1710 degraus da Torre, que nesta época tinha 312 metros de altura, para colocar no seu topo a bandeira tricolor.

Iluminação da Torre Eiffel à noite

Iluminação da Torre Eiffel à noite
Assim que o projeto virou realidade, estava previsto que o direito de exploração ligado à convenção para a construção da Torre durasse 20 anos. Ao fim deste período, a Torre deveria ser destruída. Durante este período a Torre obteve um imenso sucesso na Exposição Universal com dois milhões de visitantes que vieram conhecê-la. Assim, ela se torna símbolo da potência industrial francesa da época. A Torre faz sucesso também na Exposição de 1900. Gustave Eiffel vai então ter um papel determinante para que a Torre não seja destruída: ele se empenha para provar a utilidade científica da Torre ao multiplicar as experiências científicas em domínios como a astronomia e a fisiologia. Os últimos 20 metros da Torre correspondem à antena de rádio que foi adicionada posteriormente. Finalmente, o que salvará a Torre será sua utilização como antena de rádio, inicialmente para as comunicações militares e, em seguida, para uma comunicação radiotelegráfica permanente - que teve, aliás, sua utilidade na Primeira Guerra Mundial. Dizem que ela foi utilizada para atrapalhar uma rádio alemã, que fez com que os avanços das tropas saíssem atrasados. A Torre teve assim um papel importante na vitória dos aliados na Primeira Batalha do Marne, em 1914. E que durante a Segunda Guerra Mundial, os franceses cortaram os cabos do elevador da Torre porque, caso Hitler quisesse subir até o topo, ou suas tropas quisessem invadir o local, que fizessem isso subindo por conta própria.

Busto de Gustave Eiffel

Busto de Gustave Eiffel
Até a época da construção da Torre Eiffel, a edificação mais alta erguida por seres humanos era a Grande Pirâmide de Quéops, no Egito, com 138 metros de altura e quase cinco mil anos de idade. Uma estrutura revolucionária para a época. Se alguém tirar fotografias da Torre Eiffel, dos quatro cantos, averiguará que ela é curva, ou melhor, torta. Não se trata de ilusão de ótica, nem de erro técnico, porém sim, de uma Lei da Física. No período da manhã, a Torre recebe os raios solares sobre uma face, e, como sua construção é exclusivamente metálica, as vigas de aço se dilatam sob a ação solar, a parte aquecida fica assim aumentada, o que faz envergar a Torre para o lado oposto. No período da tarde, dar-se-á uma situação contrária do mesmo fenômeno. Nas temperaturas baixas do inverno, a Torre chega a encolher até 15 centímetros e nos ventos fortes ela chega a oscilar até sete centímetros. Foram necessários mais de 300 trabalhadores para colocar as 18 mil peças de aço. A Torre manteve-se como o monumento mais alto do mundo ao longo de mais de 40 anos até ser destronada em 1930, pelo Edifício Chrysler, de Nova Iorque, que tem 329 metros. Não incluindo as antenas de transmissão, a Torre é a estrutura mais alta de Paris e a segunda da França, atrás apenas do Viaduto de Millau, concluído em 2004.

Detalhe da Estrutura Metálica da Torre Eiffel

Placa da empresa que forneceu o aço
para a Torre Eiffel
Gustave Eiffel era motivo de inveja por muitos parisienses, mas se engana quem pensa que o motivo foi por ele ter tido a ideia brilhante de construir a Torre. O motivo da inveja era porque ele tinha um apartamento privado no topo da Torre, onde não era permitido o acesso por quase ninguém. Conta-se, inclusive, que várias pessoas ofereciam fortunas para alugar o apartamento, algumas ofertas eram para apenas uma noite e mesmo assim o engenheiro sempre recusava. Thomas Edison foi um dos poucos que teve acesso ao local. Somente hoje o acesso ao público foi permitido, mas com algumas restrições, é claro. Por ser um dos atrativos mais visitados e conhecidos por todos, a maioria das pessoas acha que já ouviu tudo sobre a Torre Eiffel. Embora isso seja parcialmente verdade, ainda existem algumas curiosidades que poucos sabem. A Torre Eiffel também continua “para baixo”. Há um bunker, ou seja, um esconderijo secreto que servia de refúgio para os bombardeios e ataques da guerra, que fica embaixo da Torre. Há inclusive um tour que leva os turistas até ele.

Detalhe da Estrutura Metálica da Torre Eiffel

Detalhes da estrutura da Torre Eiffel
Os nomes de 72 cientistas, engenheiros e outros franceses notáveis estão gravados em reconhecimento às suas contribuições por Gustave Eiffel. Estas gravações foram cobertas de tinta no começo do século XX, e restauradas em 1986-1987 pela Société Nouvelle d’Exploitation de La Tour Eiffel, uma companhia contratada para negócios relacionados à Torre. A Torre Eiffel é pintada a cada sete anos. Para que a pintura esteja completa, são necessárias 60 toneladas de tinta. Além disso, a pintura não é feita com apenas um tom de tinta, mas sim com tons mais escuros no topo e que vão clareando à medida que chegam na base. O conjunto de 20 mil lâmpadas, cinco mil de cada lado, que forma o espetáculo de luzes da Torre Eiffel à noite é considerado obra de arte e possui direitos autorais. Sendo assim, para se ter direitos pelas fotos tiradas à noite, é necessário contatar a Société Nouvelle d’Exploitation de La Tour Eiffel (SNTE) e pagar uma taxa.


Embaixo da Torre Eiffel e ao fundo Champ de Mars
A Torre possui duas plataformas de observação, uma no segundo andar (115 metros de altura) e outra no topo (324 metros). Para chegar à plataforma superior paga-se um valor adicional, mas de lá é possível ter uma vista de 360 graus da capital parisiense e de seus arredores. Os ingressos podem ser adquiridos nas escadas ou elevadores do primeiro e do segundo nível. Nos dias de céu limpo, o panorama pode chegar a mais de 60 quilômetros de distância. Para se chegar aos dois primeiros andares (o primeiro está a 57 metros do solo), é possível subir as escadas, totalizando 704 degraus. Embora o preço para subir de escada seja um pouco mais barato, a não ser que seja uma aposta, não vale a pena. Parte do chão do primeiro andar da Torre passou a ser de vidro transparente, para permitir aos visitantes verem Paris debaixo dos seus pés.


Torre Eiffel
Aos seus pés estarão prontamente reconhecíveis, os jardins do Champ de Mars e da Escola Militar (no lado sudeste) - onde estudou o jovem cadete Napoleão Bonaparte - e o edifício em forma de abraço do Palais Chaillot (noroeste). Um pouco mais distante será possível reconhecer as Tulherias, o Arco do Triunfo, a cúpula do Hôtel des Invalides e o Sacre Coeur. Paris é uma das cidades mais visitadas do mundo e a Torre Eiffel é certamente uma atração imperdível para todo viajante francês ou estrangeiro. Por isso, a espera para visitá-la, seja subindo as escadas ou pegando os elevadores, é longa e pode desencorajar até mesmo os mais motivados. Exceto para aqueles que sofram de vertigem, subir na Torre Eiffel é uma experiência única e praticamente obrigatória para todos os visitantes de Paris. Os melhores momentos para subir na Torre são no início da manhã, quando ainda não há filas intermináveis, ou ao anoitecer, para desfrutar da cidade das luzes em todo o seu esplendor.

Torre Eiffel vista do Campo de Marte

No topo da Torre Eiffel há um bar que serve champanhe, enquanto no segundo andar fica o estrelado (e caríssimo) Restaurante Jules Verne. Se você quer desfrutar de uma excelente cozinha francesa e jantar observando uma fantástica vista de Paris, é absolutamente necessário fazer reserva com antecedência. Quando a conta chegar, não se assuste: não é o preço da Torre é apenas o da refeição. No primeiro andar, além do Restaurante 58 Tour Eiffel, está uma pequena exposição sobre a história de Gustave Eiffel e da própria Torre. No segundo andar da Torre existe um jornal que é impresso por lá desde 1889, o Le Figaro.

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