quinta-feira, 31 de março de 2016

Tour pela França - Cannes

Cannes vista do Monte Le Suquet
O próximo pacote de viagem a ser postado foi realizado por um sobrinho que estava fazendo pós-graduação em Lyon, na França. Nos finais de semana ele aproveitava para conhecer as cidades próximas. Então recebi dele as fotos para contar a história de suas viagens, vamos falar sobre estas cidades no Tour pela França. A Riviera Francesa compreende uma área que vai de Toulon até a fronteira com a Itália, sendo chamada também de Costa Azul, ou Côte d’Azur, em francês. Essa região faz parte do litoral Sul da França e é banhada pelo Mar Mediterrâneo, com suas águas de tons deslumbrantes. A Côte d’Azur definitivamente não tem esse nome por acaso. Sendo uma faixa conhecida por suas belezas naturais, a Riviera nos apresenta cidades fascinantes e propícias ao turismo. Dentre os vários lugares para conhecer na Riviera Francesa podemos destacar Nice, Mônaco e Cannes. Cada uma com suas particularidades e características, fazendo de um passeio por essa parte belíssima da França algo inesquecível. Afinal, além da natureza, a região oferece uma gastronomia riquíssima e ótimos roteiros de luxo para todos os gostos. Vale frisar que a Riviera Francesa não possui uma definição exata das cidades que fazem parte de sua extensão territorial. Por isso, muitas vezes, ela se confunde com a região de Provence

Praia de Cannes, no Mar Mediterrâneo
Há várias rotas para se seguir em uma visita pelo Sul da França. Seja você um adepto da natureza, da aventura ou dos roteiros de luxo. As distâncias entre as principais cidades da Riviera são pequenas, o que facilita o deslocamento entre elas. Comecemos por Cannes que é uma cidade do Dèpartement de Alpes-Maritimes. É difícil até escolher a melhor parte, porque cada uma das cidadezinhas que margeiam a costa nessa região do Sul da França é um charme. Cannes é puro glamour. É um destino turístico movimentado, por sediar anualmente o Festival de Cinema de Cannes, a vitrine mundial de lançamentos do cinema, o maior evento mundial da categoria. E mais: ainda reúne celebridades que desfilam pelo tapete vermelho e agitam a região sempre no comecinho do verão europeu. Cannes era originalmente um resort de inverno para os ingleses da alta sociedade. A cidade é a segunda maior do país em número de hotéis e restaurantes estrelados depois de Paris, abriga belezas naturais e históricas, exibe cenários tipicamente hollywoodianos e, claro, alguns dos eventos mais importantes do mundo. 

Vieux Port
Nas antigas línguas indo-europeias, Kan significa “pico”. Daí, provavelmente, originou-se Cannoïs, nome pelo qual a cidade era conhecida desde os tempos dos romanos, devido ao fato de sua parte mais antiga estar localizada sobre o Monte Chevalier, que antigamente se chamava Le Suquet (palavra provençal que também significa “pico”), e hoje abriga o bairro mais velho de Cannes, o Vieux Cannes. Desde a Idade Média até o início do século XIX, Cannes era uma pequena aldeia de agricultores e pescadores. Contudo, invasões bárbaras, árabes e de soldados dos mais variados exércitos tornaram a vida do vilarejo agitada até o século XVIII. Em 1815, Napoleão, fugido do exílio da Ilha de Elba, acampou nas dunas ao redor da cidade.

Marina no Vieux Port
No início da década de 1830, a aristocracia francesa e estrangeira construiu residências de férias na região, transformando gradualmente a cidade em uma cidade turística. Mas a vida de Cannes mudaria mesmo alguns anos mais tarde, em 1834. Em viagem para a Itália, um aristocrata, Lorde Henri Brougham, foi obrigado a parar nas margens do Rio Var por causa de uma epidemia de cólera que devastava a região. Ele errou o caminho e encontrou a única hospedaria que existia na cidade. Eis que o rico homem se apaixona pelo lugar: a beleza do porto, as ilhas próximas que brilhavam ao sol…Tudo o encantou. O lorde mandou construir, então, uma suntuosa residência, o Château Éléonore, em homenagem à filha, onde passava os invernos, acompanhado da fina flor da aristocracia inglesa. A própria Rainha Vitória, após a morte de seu filho, o Príncipe Leopold, passou quatro dias na cidade em luto. Já em 1870, Cannes contava com 35 hotéis e mais de 200 villas (casas de veraneio) e passou a ser considerada a cidade dos ricos. É o nascimento do glamour que conhecemos hoje. A população da cidade de Cannes evoluiu relativamente nos últimos anos. 

Anoitecer em Cannes
Não há como negar que a maior atração turística de Cannes é o seu Festival de Cinema, que acontece todos os anos em maio, na primavera europeia, e atrai as principais estrelas do mundo cinematográfico. Uma visita à Cannes pode se transformar em um grande acontecimento, ainda mais se a sua viagem for durante o Festival. Já pensou esbarrar com o seu artista de Hollywood favorito por lá? Super Cannes ou La Californie são os bairros mais badalados pelos famosos. Pode pesquisar. Nenhum dos seus astros favoritos do cinema ostenta em seu currículo a gravíssima falha de nunca ter estado em Cannes. Se Hollywood representa tudo o que a sétima arte tem de mais grandioso, espetacular e pomposo, esta pequena cidade que simboliza a Côte d’Azur se encarrega de todo o glamour e a aura cool do universo das películas desde 1946.

Hôtel de Ville - Prefeitura de Cannes
Porém, a sétima arte está presente o ano todo na cidade. Várias pinturas que remetem ao cinema recobrem as fachadas de várias casas e estabelecimentos. Mas essa cidade multiforme, excêntrica, não vive só de cinema. Atrai milhares de turistas e é um destino atraente e interessante para todos os tipos de viajantes. Ela pode ser agradável o ano inteiro, embora para muitos brasileiros seja um pouco frio no inverno, mas nada insuportável, pois é bem mais quente do que Paris. Em maio, por causa do Festival, e no verão, a cidade fica bem mais cara e lotada. A badalação atinge níveis estratosféricos na época do evento, e no resto do ano a cidade fica mais tranquila, mas não menos instigante. Então, se você não gosta de agitação, não é uma boa época para ir. Em setembro, os preços estão mais baratos e a temperatura ainda é boa. Pode ser uma opção. A associação entre a cidade e os festivais badalados é tão forte e imediata que outros eventos concorridíssimos também são sediados anualmente na cidade há décadas: o Festival Internacional de Criatividade, também conhecido como Cannes Lions, que premia com seus famosos Leões de Ouro os melhores da publicidade desde 1954, e o Midem, uma das maiores e mais importantes feiras de música, inaugurada em 1967.

Intercontinental Carlton Cannes
Uma boa dica é pegar o trenzinho turístico que dá a volta pela cidade, o Petit Train Touristique. São vários tipos de tour: o “History Tour”, o “La Croisette”, o “Cinema Tour” e o “Big Tour“. É um mini tour guiado com comentários em áudio sobre as lojas chiques, clubes, cassinos, hotéis onde as celebridades costumam ficar, etc. Também dá para ver um pouco da vida na cidade. E o ponto alto do passeio é literalmente alto: nesse passeio, o trem sobe no Le Suquet, um morro com uma bela vista da cidade – e a parte mais antiga de Cannes. Conforme você vai subindo as ladeiras de Le Suquet, a vida bucólica vai se revelando. Ao caminhar pelas ruas de pedra e subir escadarias em zigue-zague, vai passar por sobrados coloridos e decorados com luminárias. A parte antiga da cidade é rica em arte e em deliciosos restaurantes. A rua principal é a Saint Antoine, com suas lindas casas com janelas pintadas de verde ou azul claro. A Place de La Castre, situada no alto do Monte Chevalier, é, desde os tempos dos romanos, o lugar ideal para se ter uma visão panorâmica da região. 

Île Sainte Marguerite
Vale visita à Eglise de Notre-Dame d’Espérance (Nossa Senhora da Esperança), construída em 1627, em estilo gótico, e que foi por muito tempo lugar de peregrinação e ao Musée de La Castre, magnífica coleção de antiguidades, mas também de telas de artistas locais que retratam a história da cidade. A coleção de arte etnográfica, composta de peças como marionetes indonésias, sarcófagos etruscos e tábuas budistas tibetanas é impressionante, mas a grande atração mesmo é a torre do século XII, a Tour Carrée, onde seus 109 degraus nos levam para a vista mais bonita da cidade, do mar, das praias, das colinas, dos telhados e das montanhas mais distantes. Depois de curtir o ambiente, você pode voltar para baixo no mesmo trem – aproveitando a adrenalina de circular pelas ruas estreitas nesse veículo.

Île Sainte Marguerite
Uma boa pedida de passeio é o La Croisette, o bairro dos milionários, com seus palácios e lojas luxuosos. Logo de cara, no calçadão Boulevard de La Croisette, já é possível sentir o impacto, de lá dá para observar os barcos ancorados nas águas azul-turquesa do Mediterrâneo. O nome vem de uma ponte do bairro, onde antigamente havia uma pequena cruz. É cheio de palmeiras e o passeio preferido dos turistas. Para se ter uma ideia do cosmopolitismo desse passeio, as bancas do bairro vendem jornais em 30 línguas diferentes. Destaque, também, para o Casino de Palm Beach e a Les Allées de La Liberté. Essa rua cheia de árvores, no centro da cidade, é ótima para caminhadas matinais. Todos os dias é palco para um mercado de flores e, aos sábados, para uma feira de antiguidades. Numa de suas extremidades, fica o elegante Hôtel de Ville (sede da Prefeitura da cidade) datado do final do século XIX.

Île Sainte Marguerite
Hollywood não é o único lugar que você encontra uma calçada com impressões das mãos das estrelas do cinema global. As centenas de milhares de pessoas que visitam esse cantinho francês todos os anos, também podem apreciar a versão francesa da Calçada da Fama, o Chemin des Etoiles. Você vai cruzar com Quentin Tarantino, Angelina Jolie, Catherine Deneuve e outros pesos pesados da telona – ou pelo menos a impressão das palmas de suas mãos e assinaturas na calçada – ao caminhar ao longo da parte oeste do La Croisette, principalmente ao redor do centro de convenções Palais des Festivals et des Congrès (onde acontecem os principais eventos do Festival) e da Esplanada Georges Pompidou. Se for para o lado leste, o da praia mediterrânea, vai se deparar com mulheres vestidas de Chanel e seus cachorrinhos minúsculos, além de outros tipos característicos, reunidos nas areias douradas e restaurantes barulhentos da orla. Do outro lado da rua, vale observar a grandiosidade da decoração Belle Époque e Art Déco de hotéis como o Intercontinental Carlton Cannes que oferece os melhores drinks da cidade e o Hôtel Martinez, ambos favoritos das celebridades. A praia em frente ao Le Majestic, bem perto do Palais des Festivals, também é dona de uma paisagem de tirar o fôlego. Aliás, durante o Festival de Cinema, a escadaria do Hotel vira palco das fotos mais compartilhadas nas redes sociais. Em termos de cultura, o espaço La Malmaison organiza mostras dos maiores artistas da Riviera.

Forte em Île Sainte Marguerite
Com suas marinas lotadas de mega iates branquíssimos e as ruas da orla entupidas de Ferrari e Mercedes, o badalado balneário da Riviera Francesa a princípio dá a impressão de ser uma cidade em que andar a pé é ofensa aos moradores e prova cabal de falta de glamour, mas a verdade é que os calçados fazem sucesso por ali - e não só os sofisticados usados pelas celebridades para atravessar o tapete vermelho do Festival de Cinema. Seja passeando no famoso calçadão à beira-mar conhecido como La Croisette, explorando as ruazinhas do bairro histórico de Le Suquet, se aventurando nas trilhas de uma ilha vizinha ou sacudindo o esqueleto numa pista de dança, você vai precisar de pelo menos alguns pares. Sorte é que há muitas opções nas vitrines da Rue d'Antibes, outro passeio essencial para se fazer na cidade, é o que os franceses consideram um "must". Minha dica é escolher um hotel bem localizado, onde você possa fazer o máximo das atividades a pé: o trânsito em Cannes é caótico e realmente não há necessidade de carros para conhecer seus principais pontos turísticos. Como em muitas cidades francesas, as ruas são bem estreitas e a quantidade de pessoas e carros é maior do que a cidade consegue comportar. Sem contar que muitos hotéis não possuem estacionamento próprio (estamos na Europa, lembra?), e os preços dos estacionamentos de rua são trés cher, como diriam os franceses. É impressionante, o quanto você aprende prestando atenção em pequenos detalhes do cotidiano de uma cidade. 

Forte em Île Sainte Marguerite
Um passeio bacana para quem está em Cannes é ir de barco até as Îles de Lérins. A Île Sainte Marguerite é pequena e tem trilhas legais, dá para fazer um tour de bicicleta ou visitar o Museu do Mar e o Fort Royal, fica a 20 minutos de barco de Cannes, enquanto a outra, île Saint-Honorat, tem um monastério com monges que levam turistas para conhecer capelas simpáticas e provar os vinhos produzidos por eles. A caminhada ao ar livre na Île Saint-Honorat, a menor das duas Îles de Lerins, é imperdível. A balsa que sai da Marina do Vieux Port, depois de Quai Laubeuf, vai deixá-lo 20 minutos depois no litoral rústico da Ilha, cujos habitantes são os monges da Abbaye de Lerins. Percorrer todo o perímetro leva de duas a três horas, mas é possível ver cavernas, promontórios, flores selvagens, vinhas (onde os monges cultivam as uvas para fazer vários tipos de vinhos) e as ruínas de capelas de pedra de centenas de anos. O destaque é a abadia medieval abandonada no lado sul, uma construção em estilo gótico com ar misterioso que parece recém-saído de uma história de terror. O passeio pelas Ilhas pode incluir uma visita ao belo Museu Picasso, que fica em um castelo em Antibes, entre Cannes e Nice, outra cidade da Côte d’Azur. Joia da arquitetura abriga mais de 240 trabalhos de Pablo Picasso, muitos feitos lá mesmo pelo pintor.

Île Sainte Marguerite
Mesmo que não pretenda levar para casa frutos do mar, pescados frescos ou produtos provençais vale passear pelo Marché Fortville. É uma ótima pedida para experimentar produtos típicos como o socca, uma espécie de crepe feito com farinha de grão-de-bico. Antes conhecida por ser cobiçada por príncipes e princesas, Cannes é uma cidade que vale a pena visitar. Seus restaurantes, cafés, praias, hotéis… os casos dos artistas que por lá já passaram geram uma fascinação quase que mágica em quem tem a oportunidade de conhecer e aprecia o charme especial que o lugar tem a oferecer. 

quarta-feira, 30 de março de 2016

Rio Grande do Sul - Bento Gonçalves

Pipa Pórtico de Bento Gonçalves
O Vale dos Vinhedos é uma região que ocupa uma área de 82 quilômetros quadrados na Serra Gaúcha, no Estado do Rio Grande do Sul, no Brasil. Situa-se a 130 quilômetros de Porto Alegre, a capital do Estado. Os vinhos produzidos no Vale são os únicos do país a apresentar o selo de Indicação de Procedência (desde 2002) e o de Denominação de Origem (desde 2011), que são garantias de qualidade dos vinhos ali produzidos. A Associação dos Produtores de Vinhos do Vale dos Vinhedos certifica os vinhos que obedecem aos padrões de qualidade exigidos por esses selos. O Vale dos Vinhedos, também conhecido como “Pequena Itália”, localiza-se no triângulo formado pelas cidades de Bento Gonçalves, Monte Belo do Sul e Garibaldi. A localização privilegiada do Vale dos Vinhedos permite que o viajante conheça em uma única viagem três das cidades gaúchas que se destacam entre as mais charmosas do Estado. A maior parte da área do Vale dos Vinhedos pertence ao município de Bento Gonçalves. A parte sul do Vale pertence ao município de Garibaldi.

Vale dos Vinhedos
A área possui suaves colinas cobertas por parreirais, plátanos e araucárias que marcam a beleza do Vale dos Vinhedos, hoje visitado por quem aprecia o enoturismo. O cenário não poderia ser mais encantador, o lugar é o palco perfeito para luas de mel ou viagens românticas. É a região brasileira mais tradicional na produção de vinhos. O Vale dos Vinhedos representa o legado cultural e histórico deixado pelos imigrantes italianos, chegados ao Brasil em 1875 em Bento Gonçalves. A oferta de terras era mais restrita, pois a maior parte já estava ocupada pelos gaúchos ou por colonos alemães. A construção de capelas e capitéis, a devoção aos santos e, principalmente, o cultivo da videira e a produção do vinho, são marcas da imigração italiana. São pequenas propriedades rurais dividindo espaço com as vinícolas renomadas, que, ao longo dos anos, conquistaram destaque nacional e internacional pela qualidade e personalidade dos seus vinhos. Basta um passeio no Vale dos Vinhedos para aguçar todos os sentidos. Ouvir histórias das vinícolas, degustar vinhos, escolher os rótulos favoritos. Tudo faz parte dessa experiência que tem na vindima um de seus melhores momentos. A uva e o vinho gaúchos são produzidos sob as melhores técnicas disponíveis e condições tecnológicas avançadas, a exemplo das melhores regiões vinícolas da Europa.

Em contraste com a pobreza inicial dos imigrantes, que partiram no final do século XIX, sobretudo do norte da Itália, atualmente a região de colonização italiana é uma das áreas mais ricas e prósperas do Rio Grande do Sul, devido à produção de uva, vinho e do turismo. Em certos locais do Estado, como a Serra Gaúcha e a região rural da metade sul, ainda é possível ouvir dialetos da língua italiana e do alemão. Os imigrantes alemães e italianos que povoaram, respectivamente, o centro-leste e o nordeste do Rio Grande do Sul, apresentavam alta taxa de fecundidade. As famílias eram numerosas, com aproximadamente 10 ou 12 filhos por casal, pois era necessária mão de obra abundante para desenvolver a agricultura. Depois de um início cheio de dificuldades e privações, os imigrantes conseguiram estabelecer uma próspera cidade, com uma economia baseada inicialmente na exploração de produtos agropecuários, com destaque para a uva e o vinho, cujo sucesso se mede na rápida expansão do comércio e da indústria na primeira metade do século XX. Ao mesmo tempo, as raízes rurais e étnicas da comunidade começaram a perder importância relativa no panorama econômico e cultural, à medida que a urbanização avançava, formava-se uma elite urbana ilustrada e a cidade se abria para uma maior integração com o resto do Brasil.

Parreiras de uva de vinho tinto
Ainda antes de se iniciar a imigração italiana na Serra Gaúcha, a região onde hoje se encontra o centro da cidade era percorrida por tropeiros, haja vista a existência de uma trilha que por ali passava no sentido norte sul, os quais conheciam o local pelo nome de Cruzinha, pois havia uma pequena cruz de madeira no local. A área chegou a ser habitada por índios Caingangues, especialmente nos locais próximos às margens dos rios, desde tempos imemoriais, mas estes foram desalojados pelos chamados “bugreiros”, abrindo espaço, na segunda metade do século XIX para que o Governo do Império do Brasil iniciasse a colonização da região com uma população de origem predominantemente europeia. Desta forma, milhares de imigrantes, em sua maioria italiana da região do Vêneto, mas com alguns integrantes de outras origens como alemães, franceses, espanhóis e polacos, cruzaram o mar e subiram a Serra Gaúcha, desbravando uma área ainda quase inteiramente virgem. 

Parreiras de uva de vinho branco
Em 1870, na Itália, terminava o movimento de unificação do país, onde as formas feudais são substituídas pelo capitalismo moderno. Mas antes, em 1855, o governo italiano institui altos impostos, endividando os pobres que perderam as terras para o governo ou para os proprietários maiores, também chamados de senhores, lembrando o feudalismo. O excesso de população aliado às doenças endêmicas e ao horror à guerra, e ao serviço militar, deixaram o povo italiano sem perspectivas de melhorar sua própria qualidade de vida. A solução encontrada na época para uma vida mais digna era emigrar. No final do século XIX, enquanto havia excesso de população na Europa, o Brasil modificou sua política de mão de obra e de terras. A maior parte do território brasileiro estava desabitada e sofria com a carência de mão de obra livre. 

Hotel e Spa do Vinho
Com o processo imigratório, o Brasil teria seus problemas resolvidos pela substituição da mão de obra escrava na lavoura e pelo povoamento de áreas desocupadas, com a ênfase ao desenvolvimento agrícola das regiões sul do Brasil. O território do Rio Grande do Sul ficou definido após três séculos e meio da chegada dos portugueses e espanhóis. Pela ausência de recursos naturais do antigo sistema colonial, o Rio Grande do Sul ficou 50 anos isolado dos interesses tanto de Portugal quanto da Espanha. Os jesuítas tiveram fundamental importância no desenvolvimento do Rio Grande do Sul. O comércio na região do Rio de La Plata beneficiou as nações europeias, enquanto a pecuária e a extração da erva-mate foram decisivas no processo de povoamento. Com a Revolução Farroupilha entre os anos de 1835 e 1845, ocorre o encerramento da imigração, que reinicia de forma contínua em 1875 com a chegada da imigração italiana à Encosta Superior Nordeste, originando as Colônias Dona Isabel, Conde D’Eu e Caxias.

Vinícola Cave de Pedra
Até 1870, a região onde hoje está a cidade de Bento Gonçalves chamava-se Cruzinha. Neste ano o Governo da Província, desejando ampliar a área de colonização, criou a Colônia Dona Isabel, a qual contava com a abrangência de 32 léguas quadradas. Ao chegarem à Colônia, os imigrantes eram recebidos por uma Comissão de Terras, que dividiam as terras disponíveis entre os imigrantes. Eles eram alojados em barracões e se alimentavam de caça, pesca, frutos silvestres e do pouco que era fornecido pelo governo até se instalarem em seus lotes rurais. Ao se instalarem, iniciavam uma agricultura de subsistência, representada pelo cultivo de milho, trigo e videira. As primeiras indústrias artesanais, com características domésticas e utilização somente de mão de obra familiar, assim como o comércio de troca e venda de produtos, surgiram com a produção de excedentes agrícolas e com a criação de animais. A troca, compra e venda de produtos era feita na sede da Colônia, após longas caminhadas por estreitas trilhas, demarcadas pelos próprios imigrantes. Os primeiros imigrantes oriundos do norte da Itália chegaram a Bento Gonçalves, então Colônia Dona Isabel, em dezembro de 1875. Ocuparam uma esplanada onde hoje se localiza a Igreja Cristo Rei, onde ficaram aguardando a distribuição das terras.

Vinícola Salton
O desmembramento da Colônia Dona Isabel do município de Montenegro, foi oficializado em outubro de 1890, assinado por Cândido Costa, que constituiu o município de Bento Gonçalves. O nome foi dado em homenagem ao General Bento Gonçalves da Silva, chefe da Revolução Farroupilha e por cinco anos Presidente da República Rio-Grandense, ocorrida no Rio Grande do Sul de 1835 a 1845. Bento Gonçalves é um município do Estado do Rio Grande do Sul, na Região Sul do Brasil. Faz divisa com os municípios de Veranópolis (ao norte), Cotiporã (a noroeste) e Pinto Bandeira (a leste), Garibaldi (a sul) e Farroupilha (a sudeste) e Monte Belo do Sul (a oeste) e Santa Tereza (a sudoeste). 

Detalhe da pintura da Vinícola Salton
Bento Gonçalves situa-se a uma altitude de 691 metros, sendo um dos municípios mais elevados da Serra Gaúcha e do Estado do Rio Grande do Sul. A cidade é localizada a margem do Rio das Antas, um dos afluentes do Rio Taquari, cortando a Serra das Antas. O principal leito fluvial da cidade é o Arroio Barracão, localizado próximo a Pinto Bandeira. Bento Gonçalves deu seu primeiro impulso de progresso com a vinda da agência do Banco Nacional do Comércio e do Banco de Pelotas. Entre os anos de 1919 e 1927 ocorreu a instalação da luz elétrica, da estação transformadora e da rede de distribuição. Foi também inaugurado o Hospital Dr. Bartholomeu Tacchini. As principais atividades econômicas eram as do setor agrícola. Contudo, começaram a surgir várias indústrias, como de acordeões, laticínios, móveis, curtume, fábrica de sulfato e vinícolas. 

Pintura no teto da Vinícola Salton
Em 1967, Bento Gonçalves passou por uma grande transformação, com a colaboração de dinâmicas lideranças e a ajuda de toda a comunidade, surge a primeira edição da Festa Nacional do Vinho. A Fenavinho trouxe ao município pela primeira vez um Presidente da República, o Marechal Humberto Castelo Branco. O principal produto e a força da economia de Bento Gonçalves foram divulgados em todo o Brasil, tornando a cidade conhecida nacional e internacionalmente. O município passou também a sediar eventos de grande porte no Parque de Eventos de Bento Gonçalves, o maior centro de convenções da América Latina. Bento Gonçalves figura entre as 10 maiores economias do Rio Grande do Sul

Pintura no teto da Vinícola Salton
Os principais setores que movem o município são o moveleiro e o vitivinícola, mas também há força nos setores alimentício e metalúrgico. Conhecida como "capital brasileira do vinho", Bento Gonçalves se configura como a maior produtora de uva do Rio Grande do Sul, e o maior produtor de vinhos e derivados de uva do Brasil. Várias das empresas de destaque no cenário nacional têm sua sede dentro da cidade ou no interior, como Vinícola Aurora, Vinhos Salton, Miolo Wine Group e Casa Valduga. Além de grandes empresas, também há diversidade de pequenas vinícolas familiares, que contribuem para a diversidade e qualidade dos produtos elaborados. Bento Gonçalves foi também a primeira região do Brasil a obter a Indicação de Procedência, que qualifica a origem de um produto em nível mundial, pelo seu Vale dos Vinhedos.

Modernos tonéis da Vinícola Salton
Já faz mais de um século que os primeiros imigrantes italianos aportaram em Bento Gonçalves. E a cada ano que passa, as raízes ficam mais profundas e preservadas através da arquitetura, da música, da alegria dos descendentes, da mesa farta e, em especial, da arte de saborear bons vinhos. A bebida produzida na região vem sendo reconhecida como a melhor entre as fabricadas no Brasil e se destacando no exterior ao abocanhar alguns prêmios internacionais. O turismo em Bento Gonçalves está intimamente ligado à produção do vinho. Na “capital nacional do vinho”, conhecer as vinícolas que se espalham pela cidade e seus arredores é programa obrigatório. A grande maioria das vinícolas tem as portas abertas para visitação. Em muitas casas, há visitas guiadas por enólogos que começam nos parreirais e terminam com degustações, passando por criptas e corredores tomados por tonéis de carvalho.

Cave da Vinícola Salton
Dezenas de vinícolas fazem parte da região onde pequenos e grandes produtores proporcionam roteiros incansáveis, carregados de charme e de belezas únicas. São dezenas de endereços, que fica difícil conhecer todos os espaços em uma viagem muito curta. Para quem tem pouco tempo, a dica é se concentrar nas vinícolas de apenas uma cidade e então voltar para a casa. Quem puder ficar mais de um dia pode e deve dividir os dias por lá para visitar de duas a três vinícolas de cada uma das cidades. Entre as mais famosas, o destaque fica por conta da Casa Valduga, Don Laurindo, Cave de Pedra e Miolo.

Jardins da Vinícola Salton
Uma das principais marcas de vinhos do Brasil, a Vinícola Salton tem mais de 100 anos de história e hoje é administrada pelas terceira e quarta gerações da Família Salton, herdeiros do imigrante italiano Antonio Domenico Salton. O que mais chama atenção de quem visita o local é a forma como ela foi construída, preocupada com o turismo. A facilidade de circular pela empresa é enorme e é possível ver de perto vários dos processos de elaboração dos vinhos, com passarelas exclusivas para os visitantes. A grandiosa sede da empresa é linda. São três roteiros de visitação, com preços variados e incluem degustação dos produtos da casa. Quem vai em grupo de mais de 10 pessoas pode agendar a visita com antecedência pelo site. Há ainda uma loja no local e os visitantes ganham vale-descontos no momento da compra dos ingressos. Quem quiser, pode também fazer cursos de degustação com harmonização e minicursos.

Jardins da Vinícola Salton
Fundada em 1931 a Vinícola Aurora tornou-se a maior Cooperativa Vinícola do Brasil, com mais de 1.100 famílias associadas e foi também a primeira na região a abrir suas portas ao público, já na década de 1960. A Miolo é outro ícone quando se fala de vinho no Brasil. Embora a Família Miolo trabalhe na viticultura desde 1897, a produção comercial começou só em 1990. Dentre as marcas pertencentes ao grupo, estão Miolo, Terranova, Almadén e Bueno Wines. A estrutura da vinícola também é impressionante, assim como seus prédios. As visitas guiadas incluem visitação aos parreirais e às caves, minicurso de degustação e terminam numa loja com preços convidativos e descontos para os turistas. 

Vinícola Miolo
A origem cultural também é atração. Além do Roteiro Enológico, que passa pelas mais de 30 vinícolas do Vale dos Vinhedos, a região conta com duas outras rotas pensadas especialmente no visitante: a cultural e a gastronômica. Na primeira, como o nome sugere, a ideia é conhecer melhor os aspectos culturais que moldaram os costumes e as tradições ainda mantidas nas cidades que compõem o Vale. As festas comemorativas, as lojas de artesanato e espaços como Memorial do Vinho fazem parte do roteiro cultural. A Rota Gastronômica, por sua vez, é o toque final perfeito para os passeios feitos para desbravar o Vale. Restaurantes, bistrôs e casas coloniais acolhem os viajantes com mesa farta, sempre prontos para proporcionar uma experiência capaz de agradar até mesmo quem tem um paladar exigente. 

Vinícola Miolo
Depois de experimentar os tintos, os brancos e os espumantes, não deixe de conhecer o roteiro Caminhos de Pedra, uma vila salpicada de construções em madeira e pedra que abrigam casas de massas, de teares, de erva-mate e capelas. O roteiro chamado de Caminhos de Pedra, no interior de Bento Gonçalves, tem tudo o que um turista pode querer: lindas paisagens, boa comida, recordações de todos os tipos para levar para a casa e personagens inesquecíveis. E tem mais: conta a história da imigração italiana em terras gaúchas. O roteiro de 12 quilômetros de extensão tem início a penas seis quilômetros do centro, em direção a Pinto Bandeira

Modernos tonéis da Vinícola Miolo
Construídas pelas famílias mais humildes, que não tinham recursos para erguer suas moradias em madeira, as casas de pedra tornaram-se uma espécie de símbolo de pobreza. A matéria-prima era encontrada na própria terra, abundante em pedras. O preenchimento entre os blocos irregulares de basalto era feito com uma mistura de palha, barro e estrume de animais. Erguia-se assim, devido à necessidade e à falta de posses, um conjunto de casas eternas, que nem o tempo foi capaz de derrubar. A melhora na vida financeira das famílias, no entanto, fez com que muitas delas desejassem esconder o passado de penúria, representado pela casa de pedra. Foi comum, no início do século XX, a construção de anexos de madeira e a aplicação de reboco sobre as paredes. Até pouco tempo, os colonos que moravam nessa região tinham vergonha de morar em casas de pedra, pois o estigma da pobreza ligado a elas permanecia. Eles queriam reconstruir a moradia em madeira ou pelo menos rebocar.

Cave da Vinícola Miolo
A casa de pedra erguida por volta de 1880 é, de fato, uma beleza. Idealizada para ser a Cantina da Família Strapazzon quando os primeiros imigrantes chegaram do norte da Itália, a casa já foi moradia e, hoje, é Cantina novamente, onde adormece o vinho de mesa fabricado na propriedade. Ao lado da porta principal está outro tesouro: um parreiral de videiras que tem, pelo menos, 130 anos. As mudas da variedade Isabel foram trazidas da Europa no período da imigração e ainda estão ali, cheias de vitalidade. O cenário já foi cena do filme “O Quatrilho”, já apareceu em comerciais e duas por três é eleito por apaixonados noivos para as fotos do casamento. E não há nenhum exagero nisso. No alto de uma colina, em um grande prédio octogonal erguido com pedras basálticas, encontra-se um sujeito que você precisa conhecer. É claro, você precisa ver a arquitetura, a paisagem, provar os vinhos, beber o suco… é tudo ótimo, mas nada se compara ao anfitrião desta casa. Com um sotaque inacreditável que mistura palavras em italiano e no dialeto dos imigrantes, o proprietário da Vinícola Salvati & Sirena é um misto de simpatia, empolgação e paixão.

Parreiras de uvas Malbec da Vinícola Miolo
Mesmo para a gauchada, acostumada a matear a qualquer hora do dia, o processo de fabricação da preciosa erva é pouco conhecido. Por isso, a parada diante da grande roda d’água, na Casa da Erva-Mate, é interessante. Dentro do galpão de madeira, o visitante observa como era a fabricação do produto antes da industrialização da atividade. Movidos pela força da água, os equipamentos socam, moem e preparam as folhas da Ilex paraguariensis para se transformarem em chimarrão. Depois de conhecer o funcionamento da ervateira e de ver de perto as árvores que fornecem o elixir dos gaúchos, os visitantes vão para a melhor parte: degustar o mate. Uns fazem cara feia, outros adoram, muitos levam para casa cuia e bomba, prometendo aderir ao hábito. Todos se emocionam ao participar do ritual da roda de chimarrão. E para quem não tem medo de novos sabores, tem até sorvete de erva-mate.

Vinícola Salvati & Sirena
Aproveite para saborear os queijos e os salames produzidos na região, mas guarde espaço para se entregar à boa e farta mesa dos restaurantes de Bento Gonçalves, especializados em galeto. Para acompanhar a ave assada na brasa, as opções vão de salada à polenta, passando por sopas e massas. Não se preocupe com as calorias extras - elas podem ser queimadas durante as atividades radicais praticadas no Vale do Rio das Antas, como trekking e rafting. Esta rota acompanha a BR-470, rodovia que liga Bento Gonçalves a Veranópolis e atravessa a Serra do Rio das Antas. O caminho é cercado por belas paisagens, com destaque para o Mirante do Vale da Ferradura do Rio das Antas e a Ponte dos Arcos. A rota também tem vinícolas como a Santon, Cainelli e Casa Bucco, além de cachaça e rapaduras.

Vinícola Salvati & Sirena
Além das atrações que estão integradas dentro dos roteiros turísticos de Bento Gonçalves, outros pontos de interesse podem ser visitados na cidade e arredores. O Portal em forma de pipa, localizado na entrada da cidade é o cartão postal, que dá as boas-vindas para quem chega a Bento Gonçalves. Localizado junto à BR-470, o pórtico de 17 metros de altura mostra que você está entrando na terra do vinho, no local há um Posto de Informações Turísticas aberto em horário comercial, onde é possível pegar o mapa turístico da cidade.

Cantina Strapazzon
Localizada na Rua Marechal Deodoro, no centro de Bento Gonçalves, a Via Del Vino é o trecho onde se encontram os prédios mais antigos do município, onde surgiu a cidade. A Via conta com um calçadão e em frente à Prefeitura, se localiza a La Fontana, um chafariz que jorra água na cor de vinho, local imperdível para fotos. A imponente Igreja Cristo Rei foi inaugurada em 1954, mas teve suas torres concluídas somente em 1978, possui estilo gótico moderno e seu interior possui um vão de 40 metros de altura e três altares. A Igreja fica na Praça das Rosas, que possui área de recreação e lazer para crianças e academias ao ar livre.

Casa da Erva Mate
Inaugurada em 1919, a Estação Ferroviária de Bento Gonçalves operou trens de passageiros até 1976. No local encontra-se também uma locomotiva/monumento doada pelo 1º Batalhão Ferroviário. A partir de 1993 foi criado o passeio turístico de “Maria Fumaça”, muito conhecido na Serra Gaúcha que leva a Garibaldi e Carlos Barbosa. Este tradicional passeio tem um percurso de 23 quilômetros entre os municípios de Bento Gonçalves, Garibaldi e Carlos Barbosa, com duração de aproximadamente duas horas. Durante o passeio, a festa é comandada por músicas típicas italianas, e degustação de vinhos e espumantes. Os passeios ocorrem as quartas e aos sábados, sendo que, em alguns meses, há saídas extras. É necessário fazer reservas. A única agência responsável pelo passeio é a Giordani Turismo

Casa da Erva Mate
Situado em um antigo prédio construído em 1913, tombado como Patrimônio Histórico, o Museu do Imigrante foi fundado em 1974, para resgatar a história da Imigração Italiana. O Museu possui dois andares e sete salas temáticas: Sala de Gaitas, Arte Sacra, Objetos Pessoais e Ofícios, Quarto de Dormir, Cozinha, Trabalho e Vinho. O acervo histórico tem mais de 15 mil peças da cultura regional. Inaugurada em 1984, a Igreja de São Bento possui a forma de pipa e sua decoração interna utiliza elementos temáticos da uva e do vinho, pode-se dizer que é a Igreja do Vinho. A Igreja se localiza em uma bela praça onde também se encontra o monumento em homenagem aos imigrantes italianos, juntos formam um belo cenário. A Ponte Ernesto Dorneles (Ponte dos Arcos) é uma bela ponte em arcos sobre o Rio das Antas, divisa natural dos municípios de Bento Gonçalves e Veranópolis, parte da Rodovia BR-470. A Ponte se caracteriza por dois arcos paralelos, sendo que a pista passa entre os arcos, com uma extensão de 227 metros com um vão livre de 186 metros entre os pontos de apoio, situados nas margens do Rio. É considerada uma das maiores pontes em arcos paralelos suspensos do mundo. São tantas as opções que cada um pode montar seu próprio roteiro, de acordo com o interesse. Vale estar de carro ou ter acertado com alguma agência para circular pelas estradinhas montanhosas de parreiral em parreiral. Com um automóvel à sua inteira disposição, será mais fácil conhecer as belezas da região e parar sempre que algum lugar inspirar uma bela fotografia. Além disso, um veículo garante maior praticidade e conforto, elementos essenciais para quem quer uma viagem mais que agradável.