Catedral Metropolitana de Manaus |
A Catedral
Metropolitana de Manaus, também conhecida como Matriz de Nossa Senhora da Conceição foi construída no final do
século XVII. É o principal templo católico da cidade, remontando aos missionários
carmelitas que, em 1695, ergueram a primeira Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição. Na ocupação
do Amazonas predominaram os
missionários: Jesuítas, Franciscanos, Mercedários e Carmelitas. Estes últimos
substituíram os Jesuítas ao longo do curso dos Rios Solimões e Negro. O
objetivo era não apenas catequizar os índios, mas também, proteger o território
dos espanhóis que naquela época detinham a porção oeste do país. A Catedral foi
erguida de forma muito simples no entorno da Fortaleza de São José da Barra do Rio Negro. Por conta da ordem a
que pertenciam os missionários que a fundaram, ela foi naturalmente dedicada a
Nossa Senhora da Conceição. Nesse período, Manaus
tinha aproximadamente 30 mil habitantes e se resumia a três áreas conhecidas
como São Vicente, Remédios e Espírito Santo. A economia era baseada no extrativismo e a
atividade comercial era mínima.
Detalhe da fachada da Catedral de Manaus |
A obra foi reconstruída pelo então presidente da Província,
Manoel da Gama Lobo d’Almada, que ampliou suas instalações. Alguns índios foram
admitidos na obra, em 1872, oriundos principalmente de aldeias de Canumã, Abacaxis, Uaranã, São Gabriel e Rio Branco, mas logo foram devolvidos às suas origens por não
falarem a língua geral, o que dificultava a execução dos trabalhos.
Em 1786 é construída a futura Catedral
Metropolitana de Manaus. Em julho de 1850 a Catedral foi completamente
destruída por um incêndio. O fato abalou a sociedade da época. Poucos
ornamentos escaparam do incêndio. A exceção foram as imagens que estavam nos
andores, no corpo da igreja. O prédio atual da nova igreja da Matriz foi
inaugurado agosto de 1878.
Via Sacra |
A fachada divide-se em dois andares, com poucos elementos ornamentais. Apresenta-se em estilo grego com grande parte do material
importado da Europa, principalmente Portugal; é o caso dos seis sinos de
fundição portuguesa (instalados em 1875) da capela-mor, do batistério e dos
três altares, tudo em pedra de
lioz vinda de Lisboa. As telhas vieram de Nova Rainha (hoje Parintins). Está
situada na parte central da cidade, sobre uma elevação entre os igarapés do Espírito Santo e da Ribeira (ambos aterrados), na Praça XV de Novembro, com sua fachada
principal voltada para o Rio Negro,
que até hoje é o principal portão de entrada da capital amazonense. A sua
escadaria foi construída em forma de lira e os canteiros do jardim foram
dispostos à semelhança das cordas do instrumento.
Detalhe do Muro da Catedral Metropolitana de Manaus |
A Praça XV de Novembro,
onde está localizada a igreja, já recebeu diversos nomes como Largo da Olaria, Praça da Imperatriz, Praça
do Comércio ou Praça Osvaldo Cruz.
De todos esses nomes o mais importante é ter sido denominado de Largo da Olaria e este foi um dos
primeiros nomes, ainda, no Brasil Colônia. A Praça da Matriz que em 1953 foi inundada pela enchente que causou
muitos estragos na cidade de Manaus,
no século XXI continua inundada só que de profissionais do sexo, aviões (como
são conhecidos os que passam drogas), senhores "distintos" cansados da monotonia de casa, promotores de cartões
de créditos, fotógrafos entre outros vendendo algo ou alugando a si mesmo,
verdadeira cidade dentro da capital.
Chafariz da Praça Santos Dumont |
Ao longo da história, a Igreja
da Matriz Nossa Senhora da Conceição e a Praça, a qual leva o seu nome
passaram por profundas transformações decorrentes dos diversos momentos
históricos na qual estavam inseridas. Hoje tanto a Praça da Matriz quanto a Igreja ali situada possuem registradas em
seus elementos decorativos os mais relevantes acontecimentos da história de Manaus, indo desde a fundação da
cidade, passando pelo período republicano, da Zona Franca e, chegando à atualidade.
Relógio da Municipalidade |
A Catedral ainda conserva à direita de sua entrada principal
um mausoléu com os restos mortais de Dom Lourenço Costa Aguiar, bispo à época
de sua fundação. A primeira grande reforma realizada nesse templo ocorreu em
1916. A Igreja Matriz sofreu sua última grande restauração
entre 2001 e 2002. A partir daí, a Catedral passou a abrigar em
uma de suas alas um museu que permite observar a história e o acervo do
local. A Catedral já recebeu a visita do Papa João Paulo II, em 1980, quando visitou
a cidade de Manaus. A cadeira que
ele utilizou ao celebrar a missa campal na cidade, até hoje está guardada no
museu da igreja. Fazem parte do Complexo da Igreja Matriz, o Chafariz da
Praça Santos Dumont e o Relógio da
Municipalidade. As praças foram arruinadas bem como retirados seus
monumentos, lajotas de Canária de
mármore da Igreja Matriz substituídos por peças de cimento. Infelizmente não
pudemos entrar na Catedral, pois estava fechada para reformas. Todo o complexo
da Igreja Matriz está precisando de reformas, o abandono é evidente.
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