terça-feira, 7 de julho de 2015

Manaus - Parque Ecológico do Lago Janauari

Lago Vitória-Régia
Depois de visto o Encontro das Águas, fomos direto para o Parque Ecológico do Lago Janauari, para um passeio em canoas motorizadas (voadeiras) pela floresta alagada (igapós) e depois, para o Lago Vitória Régia. Uma planta que abre sua folha nas águas rasas, chegando a medir aproximadamente dois metros de diâmetro. O fato mais curioso desta planta é que ela vive apenas três dias, um capricho da natureza. O Parque fica à uma hora de barco de Manaus, ainda no Rio Negro. Com uma área de 9.000 hectares, concentra vários ecossistemas da região. Lá é possível conhecer um pouco da natureza exótica da região e avistar pássaros, jacarés, árvores gigantes e as vitórias-régias, a planta símbolo da Amazônia. Além disso, o passeio vale para conhecer uma comunidade ribeirinha flutuante do Rio Negro.

Restaurante Valdecy na Comunidade Janauarilândia
A Comunidade do Janauari está inserida no Parque Ecológico do Lago Janauari que integra a Área de Proteção Ambiental Encontro das Águas. Geralmente é na Comunidade Janaurilândia que os barcos param. Nela os visitantes encontram uma estrutura de restaurantes e podem visitar a feira de artesanato local. Os restaurantes são perfeitos para quem quer provar de tudo um pouco da gastronomia manauara, com self-service a preço fixo e um cardápio variado de peixes. Quando compramos o pacote nos avisaram do almoço regional em um restaurante flutuante no meio do rio. Pensei logo, “caraca vou levar um pacote de biscoitos, não quero correr o risco de uma intoxicação alimentar, o local deve ser um muquifo”. Quanta ignorância! Quando cheguei ao Restaurante Valdecy eu nem acreditei. É um restaurante muito simples e muito limpo, de muquifo não tinha nada. Ao lado, algumas lojinhas com artesanato indígena. Na feira encontramos toda a sorte de artesanato em cerâmica, madeira, cipó, sementes, máscaras, utensílios, vestuário, pulseiras, cordões, decoração e muito mais. Eu quis comprar um chapéu, e para minha surpresa (mais uma), os índios possuem maquininha de cartão de crédito. Conectados os nossos índios. Na volta fomos parando nas lojas flutuantes para compras de artesanatos da comunidade local.

Criatório do peixe Pirarucu em uma 
comunidade flutuante no Rio Solimões
É interessante ver como essas casas flutuantes da Comunidade boiam e ficam sobre toras enormes de madeira que duram décadas dentro d’água. Já as palafitas são casas mais simples feitas de madeira. Durante a seca, casas, escolas, restaurantes e até igrejas flutuantes podem ser carregadas. No entorno dos restaurantes da vila há algumas passarelas de madeira para facilitar a visitação e a gente esquece o tempo ao avistar bromélias e orquídeas e tentar identificar as diferentes espécies de árvores. Depois de uma curta caminhada na trilha suspensa, chegamos a um deck de onde era possível admirar as vitórias-régias. Ela nasce branca, depois fica lilás e morre vermelha escura. Quanto menos se espera, os macacos-de-cheiro, típicos da Região Amazônica, aparecem pulando de galho em galho. Já os jacarés são mais difíceis de avistar. Ou melhor, de identificar no meio do lago cheio de folhas e troncos. Nessa hora, o olhar acostumado do guia ajuda.

Jacaré descansando no Lago
A sumaúma ou sumaumeira pode atingir até 60 metros de altura. Essas árvores gigantes se destacam na Floresta Amazônica. Sua altura, porte e beleza impressionam na imensidão da mata e mesmo sem a conhecer, qualquer um é capaz de identificar sua imponência e captar sua energia. É chamada de “Árvore da Vida” ou “Mãe das Árvores”, pois em determinadas épocas do ano as raízes abrem fraturas que irrigam toda a vegetação ao entorno. É um belo exemplo da riqueza natural brasileira. A sumaúma servia também como forma de comunicação entre os índios. Quando saiam para caçar, batiam na raiz da árvore caso se perdessem na selva.

Tronco da Sumaúma ou Sumaumeira
O passeio ao Parque costuma ser conciliado com outros tours, como o passeio no Encontro das Águas ou a Visita aos Botos, e é sempre ponto de parada para o almoço. Não fizemos a Visita aos Botos. A visitação ao Lago Janauari pode ser feita todos os dias da semana. Poucas pessoas têm o privilégio de estar em contato direto com a natureza, sentir as sensações divinas e a paz de espírito proporcionada por ela, e poder interagir sem causar estrago. 


Jacaré na Vitória-Régia





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