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Barco da Amazon Explorers Turismo |
No segundo
dia em Manaus, fizemos o típico
passeio para ver o Encontro das Águas
dos Rios Negro e Solimões. Há três formas de se ver esse
interessante fenômeno amazônico. A primeira é a vista aérea quando se chega a Manaus de avião durante o dia. Aliás,
abro um parêntese para dizer que, quem vem a Manaus de avião, deve programar sua chegada e/ou o seu retorno para
acontecer durante o dia, e deve torcer para
estar do lado da janela cuja vista é direcionada ao Encontro das Águas. Do alto, a visão que se tem dos rios e
da floresta vale o preço da viagem, acredite. A segunda maneira é a mais
tradicional: pegar um barco e ir até o Encontro
das Águas. Nesse caso, há duas opções. A primeira é pagando por uma excursão
padrão oferecida por praticamente todas as agências de turismo da cidade. Caso
você tenha apenas um dia em Manaus,
este roteiro é o mais recomendável, pois permite um bom contato com a natureza
e a culinária amazônica. A terceira forma de conferir o Encontro das Águas é pouco conhecida. Há um determinado ponto da
cidade de onde é possível ver o fenômeno a partir da terra, sem precisar voar
ou ir de barco: dirija-se até uma falésia
conhecida como Mirante da Embratel
ou Mirante das Lajes, no Bairro
Colônia Antônio Aleixo, na Zona
Leste de Manaus. O local não é de
fácil acesso e é recomendável estar acompanhado por um guia que conheça o
itinerário.
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Encontro das Águas dos rios Negro e Solimões |
Há dezenas de agências de turismo que oferecem o passeio à
região, em roteiros que costumam incluir uma volta pelos igarapés da região. Se
o passeio for feito em um barco pequeno, o visitante pode pôr a mão na água
durante a travessia de um lado para o outro das águas, e sentir que os rios têm
temperaturas diferentes. No período do rio cheio que vai de janeiro a julho é a
melhor época para fazer um passeio para observar o Encontro
das Águas, uma vez que as saídas dentre os igarapés são em canoas motorizadas. Mas já a
partir de janeiro é possível identificar a subida dos rios. Pode-se entrar nos furos e braços de rios e ter a
possibilidade de ver animais como pássaros, macacos e preguiças.
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Mercado Municipal Adolpho Lisboa |
Compramos
o pacote na recepção do hotel e logo cedinho uma van da Amazon Explorers Turismo veio nos buscar. É um programa para o dia
inteiro. De lá fomos direto ao Porto
Flutuante de Manaus, um lugar meio confuso e tumultuado, mas com a ajuda do
guia é impossível se perder. Saímos do Porto
Flutuante de Manaus num daqueles barcos típicos da região e navegamos em
frente à orla da cidade com suas palafitas, seguindo a margem esquerda do Rio Negro em direção ao Encontro das Águas que é um dos mais
belos Patrimônios Naturais da Amazônia, onde os Rios Negro e Solimões correm paralelamente sem que suas águas se misturem. O
guia turístico vai narrando todas as informações importantes ao longo do
roteiro, em português, espanhol e em um inglês impecável (mais uma surpresa).
Falou sobre o Porto, sobre a Zona Franca
de Manaus e até deu uma aula sobre a Belle
Époque amazônica, período que durou entre 1870 e 1913, durante o auge da
extração da borracha.
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Posto de Gasolina flutuante |
Até o
Encontro das Águas com o Rio Solimões são cerca de 40 minutos na
imensidão negra de um dos maiores rios do Brasil.
No meio do caminho, postos de gasolina flutuantes apontam o fluxo de embarcações
que trafegam por ali. É um vai-e-vem sem fim de barcos com destino para muitos lugares,
muitos deles cheios de turistas ansiosos em testemunhar um dos pontos turísticos
mais interessantes de Manaus. Em certo
ponto do passeio começamos a avistar o impressionante Encontro. O barco desacelera
aos poucos e chega devagarzinho na nítida linha que limite cada um dos rios. Todos
empunham as câmeras e procuram o melhor ângulo para registrar essa façanha da natureza.
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Encontro das Águas dos Rios Negro e Solimões |
O Encontro das Águas é um fenômeno natural
facilmente visto em muitos rios da Amazônia.
Os fatores para isso ocorrer na região variam desde questões geológicas,
climáticas, termais ou até mesmo o tamanho ou a acidez dos rios. O mais famoso Encontro das Águas está localizado na
frente da cidade de Manaus,
entre os Rios Negro e Solimões, sendo uma das
principais atrações turísticas da capital amazonense. O fenômeno
também ocorre em outras cidades do Brasil,
como em Santarém, no Pará com o Encontro das Águas dos Rios Tapajós
e Amazonas, em Tefé no Estado do Amazonas,
entre os Rios Tefé e Solimões e em Tapauá, Amazonas, o
fenômeno também é visto na frente da cidade com o encontro dos rios
amazônicos do Purus e Ipixuna, e em muitos outros municípios
do interior da Amazônia Brasileira,
além da Amazônia Internacional como
em Iquitos, Peru, e em outras localidades da Amazônia Hispânica.
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Encontro das Águas dos Rios Negro e Solimões |
Antes de chegar ao encontro de gigantes, o Solimões e o Negro têm muita história para contar. A nascente do Rio Negro é na Colômbia. Ele desce pelo Norte
do Amazonas, passando pelos municípios de São Gabriel da Cachoeira, Santa
Isabel do Rio Negro, Barcelos e Novo Airão, até desembocar em Manaus. O Rio Solimões nasce no Peru,
atravessa a fronteira com o Brasil,
entre os municípios de Tabatinga e Benjamim Constant, e continua seguindo
até Manaus. Enquanto a foz do Negro é em Manaus, o Solimões
continua sua jornada, já com o nome de Amazonas,
até desembocar no Oceano Atlântico.
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Águas escuras do Rio Negro |
As
águas do Rio Negro, pardas, e do Rio Solimões, barrentas, correm lado a
lado sem se misturar por seis quilômetros. Esse fenômeno acontece em decorrência da diferença entre a
temperatura e densidade das águas e, ainda, à velocidade de suas correntezas: o
Rio Negro corre cerca de dois quilômetros/hora
a uma temperatura de 28ºC, enquanto o Rio
Solimões corre de quatro a seis quilômetros/hora a uma temperatura de
22°C. A extensão dos dois rios varia conforme o regime hidrográfico.
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Guia turístico mostrando a diferença entre as
águas do Rio Negro (esquerda) e do Rio Solimões (direita) |
Que pena que choveu tanto
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