domingo, 5 de julho de 2015

Amazonas - Manaus

     
Neste primeiro pacote de viagem vou contar o que vimos nos 10 dias que estivemos na Região Norte do Brasil, foram cinco dias em Manaus e mais cinco dias em Belém do Pará.


Hotel Adrianópolis All Suites
A viagem a Manaus foi feita durante o carnaval de 2014, no comecinho do mês de março. Nesta época do ano, a temperatura média é em torno de 26ºC, mas a sensação térmica pode ser bem maior já que é a época do ano mais chuvosa, apesar disto demos muita sorte. Não conhecíamos Manaus e morríamos de medo do calor, no entanto a temperatura foi agradável e as chuvas diárias não nos impediram de seguir nossa programação, pois elas vêm com hora marcada. Aquela história de “antes da chuva ou depois da chuva” é fato. Nesta época o assunto geral era a Copa do Mundo, já que Manaus foi uma das 12 cidades-sede do evento. Apesar disto achei a cidade muito suja, talvez por causa do carnaval. As ruas do centro da cidade, próximas ao Teatro Amazonas tinham um forte cheiro de urina e fezes humanas nas sarjetas. A falta de saneamento básico é evidente e Manaus possui um dos menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) entre as capitais brasileiras.


Mas, tivemos muitas surpresas agradáveis também. De Campinas para Manaus não tem voos diretos, fizemos uma escala em Brasília. Chegamos ao Aeroporto Internacional de Manaus, que estava em obras por causa da Copa do Mundo, e fomos direto para o Hotel Adrianópolis All Suites. É um quatro estrelas localizado no Bairro Adrianópolis, área nobre de Manaus, a cinco minutos do Manauara Shopping, dá para ir a pé. É bastante espaçoso e confortável, com um excelente café da manhã. Também fica perto do Choupana Restaurante com comidas típicas da região. Comemos um pato com tucupi de “lamber os beiços”. Manaus é uma das cidades brasileiras mais conhecidas mundialmente, principalmente pelo seu potencial turístico e pelo ecoturismo, no entanto, nós brasileiros (me incluo nisto) não sabemos nada a respeito dela. Talvez, por se localizar a 3.874 quilômetros de São Paulo fazemos uma ideia errada da região. Pensamos sempre na Floresta Amazônica, com seus índios e animais, e por ignorância, confesso, achamos que é só isso. Ledo engano.

Tronco de uma Sumaúma gigante
Manaus localiza-se na margem esquerda do Rio Negro, sendo a segunda maior capital estadual do Brasil em área territorial. Ilhas, arquipélagos, praias e áreas ecológicas são encontrados próximos à cidade, com destaque para o Arquipélago de Anavilhanas, situado nos limites com Novo Airão, e o Encontro das Águas, famoso cartão-postal da cidade. Limita-se com os municípios de Presidente Figueiredo, Careiro, Iranduba, Rio Preto da Eva, Itacoatiara e Novo Airão. A vegetação da capital é densa, e tipicamente coberta pela Floresta Amazônica. Com uma flora diversificada, abriga vários tipos de plantas, além da vitória-régia, uma espécie aquática ornamental. Existem plantas bem próximas umas das outras, o que torna a vegetação úmida e impenetrável. Há espécies com folhas permanentes, encarregadas de deixar a Floresta com um verde intenso o ano todo. Algumas árvores de origem amazônica, como a Andiroba e Mafumeira (também conhecida como Sumaúma), são cultivadas em parques da cidade, como o Parque do Mindu e o Parque Estadual Sumaúma. Este último recebe este nome em razão da grande quantidade de árvores mafumeiras que possui e é atualmente um Parque Estadual. Répteis como tartarugas, caimões e víboras também ali habitam. Toda a fauna da Floresta Tropical Úmida presente na Amazônia se encontra na cidade. Nas áreas rurais do município há inúmeras espécies de plantas e pássaros, inúmeros anfíbios e milhões de insetos.

Peixe-boi no Bosque da Ciência
Há importantes parques, reservas ecológicas e espaços públicos no município, com boa parte deles sendo administrada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMMAS), Secretaria de Estado da Cultura (SEC) e Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (SDS). Alguns destes espaços são o Bosque da Ciência, o Parque Municipal do Mindu, o Parque Estadual Sumaúma, o Parque dos Bilhares, o Jardim Botânico de Manaus, o Parque Senador Jefferson Peres, o Parque Lagoa do Japiim, o Parque Rio Negro, entre outros. Os três principais parques municipais são o Parque Municipal do Mindu, o Parque dos Bilhares e o Jardim Botânico Adolpho Ducke. O Parque do Mindu está situado no Bairro Parque 10 de Novembro, tendo sido criado em 1993. Possui 40,8 hectares e abriga uma considerável população de Soim-de-coleira – um pequeno símio existente apenas na região de Manaus – além de um orquidário, um canteiro de ervas com propriedades terapêuticas e aromáticas e trilhas suspensas. O Bilhares é um parque de menor tamanho, estando localizado no Bairro da Chapada. O Jardim Botânico Adolpho Ducke, situado no Bairro Cidade de Deus, é caracterizado por mais de três quilômetros de trilhas, além de inúmeras espécies de animais em extinção, como araras, tucanos, tatus e onças-pintadas, distribuídas em 100 quilômetros quadrados. O Parque Estadual Sumaúma, regulamentado por Decreto em setembro de 2003, é a única Unidade de Conservação (UC) de caráter estadual situada na área urbana do município de Manaus. Localiza-se no Bairro Cidade Nova e caracteriza-se por ser o menor Parque Estadual do Amazonas em área, com pouco mais de 52 hectares.

Um dos inúmeros navios de cruzeiro que 
aportam no Porto Flutuante de Manaus
O município é o maior destino de turistas na Amazônia e foi o oitavo destino brasileiro mais visitado pelos estrangeiros em 2013. Há um significativo número de hotéis de selva em sua região metropolitana, que funcionam também como atrativos turísticos. Uma das principais atrações turísticas é o Teatro Amazonas, símbolo arquitetônico e cultural datado de 1896 – época áurea da borracha – e Patrimônio Histórico Nacional. O Mercado Municipal de Manaus (Mercadão) também se destaca como uma grande atração turística da cidade. Datado de 1883, foi tombado como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional pelo IPHAN em julho de 1987, por ser um dos principais exemplares da arquitetura de ferro sem similar em todo mundo. Durante todo o ano, recebe grandes quantidade de navios de cruzeiro, pois há acesso para transatlânticos através do Rio Amazonas. As visitas de cruzeiros à cidade ocorrem por temporadas, em geral, entre os meses de outubro e abril de cada ano. Em média, Manaus recebe 23 navios por temporada. Os europeus são os que mais visitam a cidade pelos navios de cruzeiro, com destaque aos alemães. Os norte-americanos também respondem por uma parcela significativa dos turistas de navios de cruzeiro.

Encontro das Águas dos Rios Negro e Solimões
O ecoturismo, também chamado de turismo de natureza, é notadamente explorado. Entre as atrações naturais da cidade, destacam-se: o Encontro das Águas, um fenômeno natural causado pelo encontro das águas barrentas do Rio Solimões com as águas escuras do Rio Negro, as quais percorrem cerca de seis quilômetros sem se misturarem. Esse fenômeno acontece em decorrência da temperatura e densidade das águas, e, ainda a velocidade de suas correntezas; Praia da Ponta Negra, localizada à margem esquerda do Rio Negro, a aproximadamente 13 quilômetros do centro de Manaus. Possui orla urbanizada, quadras para prática de esporte e um anfiteatro onde são realizadas apresentações musicais, espetáculos teatrais e outras atrações, tornando-a um dos principais pontos turísticos de Manaus; Praia da Lua, localizada à margem esquerda do Rio Negro, distante 23 quilômetros de Manaus por via fluvial. Tem o formato de uma lua em quarto crescente e uma vegetação de rara beleza natural com uma extensão de areia branca e banhada pelas águas negras do Rio Negro; Praia do Tupé, situada a 23 quilômetros da cidade, envolta pelo Rio Negro, sendo banhada pelo Igarapé do Tarumã e o Rio Negro; e a Cachoeira do Paricatuba, situada na margem direita do Rio Negro, num pequeno afluente. A Cachoeira é formada por rochas sedimentares e cercada por vegetação abundante e o acesso é feito por via fluvial; Parque Nacional de Anavilhanas, uma unidade de conservação brasileira de proteção integral da natureza localizada com território distribuído pelos municípios de Manaus, Iranduba e Novo Airão.

Teatro Amazonas
Os aspectos históricos e geográficos contribuem em boa parte para a formação cultural de sua população. A presença de indígenas – povos nativos da região – pode ser verificada em muitos costumes locais, como a culinária, a linguagem e o artesanato. O domínio europeu também é verificado, precisamente em sua arquitetura, bem como a influência de povos de outras partes do Brasil, como os nordestinos, onde sua marca dá-se notadamente na música, com ritmos como o forró. A partir do fim do século XIX e início do século XX, quando a cidade viveu o apogeu da borracha, muitos de seus edifícios culturais vistos hoje foram construídos, entre eles o Teatro Amazonas e o Palácio da Justiça, principais representações deste período da história da cidade.

Bairro Nobre da Ponta Negra
Diversos museus são encontrados na cidade, entre eles o Museu do Índio (com 3.000 peças e utensílios de grupos indígenas da Amazônia), Museu do Homem do Norte (hoje em dia fechado, o Museu apresentava o estilo de vida dos habitantes desta região do país), Museu Amazônico (dedicado à pesquisa da Amazônia e suas culturas), Museu de Ciências Naturais da Amazônia (com exposição de animais e espécies de peixes da Floresta Amazônica empalhados), Museu de Numismática do Amazonas (com exposição de coleções de moedas, cédulas e documentos históricos), Museu do Porto (dedicado à história da navegação e comércio no período da borracha), Museu Tiradentes (dedicado à história da Polícia Militar do Amazonas), Museu de Imagem e do Som do Amazonas (dedicado ao cinema), Pinacoteca do Estado do Amazonas (com um acervo de mil obras de artistas brasileiros e estrangeiros dos séculos XIX e XX), além de outros museus. Todas as obras e exposições existentes nos museus foram adquiridas primeiramente pelo poder público, com exceção das exibidas no Museu de Numismática do Amazonas, que foi adquirida através do acervo pessoal do humanista pernambucano Cícero Peregrino Dias, e comprada pelo Governo do Amazonas em 1899.

A precariedade das habitações ribeirinhas de Manaus
A Biblioteca Pública Estadual do Amazonas, a maior do Estado, está sediada em Manaus, com mais de 80 mil títulos de obras, sendo que algumas datam do século XVII. Foi fundada em 1870 e reformada entre 2007 e 2012. A Biblioteca do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) também é uma das principais, com obras dedicadas aos períodos da história da Amazônia. Existem ainda outras bibliotecas, como a Biblioteca Municipal João Bosco Pantoja Evangelista, a do Museu Amazônico, do Parque Municipal do Mindu, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia e a Biblioteca Arthur César Ferreira Reis.

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