Neste
primeiro pacote de viagem vou contar o que vimos nos 10 dias que estivemos na Região Norte do Brasil, foram cinco dias em Manaus
e mais cinco dias em Belém do Pará.
Hotel Adrianópolis All Suites |
A
viagem a Manaus foi feita durante o
carnaval de 2014, no comecinho do mês de março. Nesta época do ano, a
temperatura média é em torno de 26ºC, mas a sensação térmica pode ser bem maior
já que é a época do ano mais chuvosa, apesar disto demos muita sorte. Não
conhecíamos Manaus e morríamos de
medo do calor, no entanto a temperatura foi agradável e as chuvas diárias não
nos impediram de seguir nossa programação, pois elas vêm com hora marcada.
Aquela história de “antes da chuva ou
depois da chuva” é fato. Nesta época o assunto geral era a Copa do Mundo, já que Manaus foi uma das 12 cidades-sede do
evento. Apesar disto achei a cidade muito suja, talvez por causa do carnaval.
As ruas do centro da cidade, próximas ao Teatro
Amazonas tinham um forte cheiro de urina e fezes humanas nas sarjetas. A
falta de saneamento básico é evidente e Manaus
possui um dos menores Índices de
Desenvolvimento Humano (IDH)
entre as capitais brasileiras.
Mas,
tivemos muitas surpresas agradáveis também. De Campinas para Manaus não
tem voos diretos, fizemos uma escala em Brasília.
Chegamos ao Aeroporto Internacional de
Manaus, que estava em obras por causa da Copa do Mundo, e fomos direto para o Hotel Adrianópolis All Suites. É um quatro estrelas localizado no Bairro Adrianópolis, área nobre de Manaus, a cinco minutos do Manauara Shopping, dá para ir a pé. É
bastante espaçoso e confortável, com um excelente café da manhã. Também fica
perto do Choupana Restaurante com
comidas típicas da região. Comemos um pato com tucupi de “lamber os beiços”. Manaus é uma das cidades brasileiras
mais conhecidas mundialmente, principalmente pelo seu potencial turístico e
pelo ecoturismo, no entanto, nós brasileiros (me incluo nisto) não sabemos nada
a respeito dela. Talvez, por se localizar a 3.874 quilômetros de São Paulo fazemos uma ideia errada da
região. Pensamos sempre na Floresta
Amazônica, com seus índios e animais, e por ignorância, confesso, achamos
que é só isso. Ledo engano.
Tronco de uma Sumaúma gigante |
Manaus
localiza-se na margem esquerda do Rio Negro, sendo a segunda maior
capital estadual do Brasil em área territorial. Ilhas, arquipélagos,
praias e áreas ecológicas são encontrados próximos à cidade, com destaque para
o Arquipélago de Anavilhanas, situado nos limites com Novo Airão,
e o Encontro das Águas, famoso cartão-postal da cidade. Limita-se com os
municípios de Presidente Figueiredo, Careiro, Iranduba, Rio
Preto da Eva, Itacoatiara e Novo Airão. A vegetação da
capital é densa, e tipicamente coberta pela Floresta Amazônica. Com uma
flora diversificada, abriga vários tipos de plantas, além da vitória-régia, uma
espécie aquática ornamental. Existem plantas bem próximas umas das outras, o
que torna a vegetação úmida e impenetrável. Há espécies com folhas permanentes,
encarregadas de deixar a Floresta com um verde intenso o ano todo. Algumas
árvores de origem amazônica, como a Andiroba e Mafumeira (também conhecida como
Sumaúma), são cultivadas em parques da cidade, como o Parque do Mindu e
o Parque Estadual Sumaúma. Este último recebe este nome em razão da
grande quantidade de árvores mafumeiras que possui e é atualmente um Parque
Estadual. Répteis como tartarugas, caimões e víboras também ali habitam.
Toda a fauna da Floresta Tropical Úmida presente na Amazônia se
encontra na cidade. Nas áreas rurais do município há inúmeras espécies de plantas
e pássaros, inúmeros anfíbios e milhões de insetos.
Peixe-boi no Bosque da Ciência |
Há
importantes parques, reservas ecológicas e espaços públicos no município, com
boa parte deles sendo administrada pela Secretaria Municipal de Meio
Ambiente e Sustentabilidade (SEMMAS), Secretaria de Estado da Cultura
(SEC) e Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas
(SDS). Alguns destes espaços são o Bosque da Ciência, o Parque
Municipal do Mindu, o Parque Estadual Sumaúma, o Parque dos
Bilhares, o Jardim Botânico de Manaus, o Parque Senador Jefferson
Peres, o Parque Lagoa do Japiim, o Parque Rio Negro, entre
outros. Os três principais parques municipais são o Parque Municipal do
Mindu, o Parque dos Bilhares e o Jardim Botânico Adolpho Ducke.
O Parque do Mindu está situado no Bairro Parque 10 de Novembro,
tendo sido criado em 1993. Possui 40,8 hectares e abriga uma considerável
população de Soim-de-coleira – um pequeno símio existente apenas na região de Manaus
– além de um orquidário, um canteiro de ervas com propriedades terapêuticas e
aromáticas e trilhas suspensas. O Bilhares é um parque de menor tamanho,
estando localizado no Bairro da Chapada. O Jardim Botânico Adolpho
Ducke, situado no Bairro Cidade de Deus, é caracterizado por mais de
três quilômetros de trilhas, além de inúmeras espécies de animais em extinção,
como araras, tucanos, tatus e onças-pintadas, distribuídas em 100 quilômetros
quadrados. O Parque Estadual Sumaúma, regulamentado por Decreto em setembro
de 2003, é a única Unidade de Conservação (UC) de caráter estadual
situada na área urbana do município de Manaus. Localiza-se no Bairro
Cidade Nova e caracteriza-se por ser o menor Parque Estadual do Amazonas
em área, com pouco mais de 52 hectares.
Um dos inúmeros navios de cruzeiro que
aportam no Porto Flutuante de Manaus
|
O
município é o maior destino de turistas na Amazônia e foi o oitavo
destino brasileiro mais visitado pelos estrangeiros em 2013. Há um
significativo número de hotéis de selva em sua região metropolitana, que
funcionam também como atrativos turísticos. Uma das principais atrações
turísticas é o Teatro Amazonas, símbolo arquitetônico e cultural datado
de 1896 – época áurea da borracha – e Patrimônio Histórico Nacional. O Mercado
Municipal de Manaus (Mercadão) também se destaca como uma grande atração
turística da cidade. Datado de 1883, foi tombado como Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional pelo IPHAN em julho de 1987, por ser um dos
principais exemplares da arquitetura de ferro sem similar em todo mundo.
Durante todo o ano, recebe grandes quantidade de navios de cruzeiro, pois há
acesso para transatlânticos através do Rio Amazonas. As visitas de
cruzeiros à cidade ocorrem por temporadas, em geral, entre os meses de outubro
e abril de cada ano. Em média, Manaus recebe 23 navios por temporada. Os
europeus são os que mais visitam a cidade pelos navios de cruzeiro, com
destaque aos alemães. Os norte-americanos também respondem por uma parcela
significativa dos turistas de navios de cruzeiro.
Encontro das Águas dos Rios Negro e Solimões |
O
ecoturismo, também chamado de turismo de natureza, é notadamente explorado.
Entre as atrações naturais da cidade, destacam-se: o Encontro das Águas,
um fenômeno natural causado pelo encontro das águas barrentas do Rio
Solimões com as águas escuras do Rio Negro, as quais percorrem cerca
de seis quilômetros sem se misturarem. Esse fenômeno acontece em decorrência da
temperatura e densidade das águas, e, ainda a velocidade de suas correntezas; Praia
da Ponta Negra, localizada à margem esquerda do Rio Negro, a
aproximadamente 13 quilômetros do centro de Manaus. Possui orla
urbanizada, quadras para prática de esporte e um anfiteatro onde são realizadas
apresentações musicais, espetáculos teatrais e outras atrações, tornando-a um
dos principais pontos turísticos de Manaus; Praia da Lua,
localizada à margem esquerda do Rio Negro, distante 23 quilômetros de Manaus
por via fluvial. Tem o formato de uma lua em quarto crescente e uma vegetação
de rara beleza natural com uma extensão de areia branca e banhada pelas águas
negras do Rio Negro; Praia do Tupé, situada a 23 quilômetros da
cidade, envolta pelo Rio Negro, sendo banhada pelo Igarapé do Tarumã
e o Rio Negro; e a Cachoeira do Paricatuba, situada na margem
direita do Rio Negro, num pequeno afluente. A Cachoeira é formada por
rochas sedimentares e cercada por vegetação abundante e o acesso é feito por
via fluvial; Parque Nacional de Anavilhanas, uma unidade de conservação
brasileira de proteção integral da natureza localizada com território
distribuído pelos municípios de Manaus, Iranduba e Novo Airão.
Teatro Amazonas |
Os
aspectos históricos e geográficos contribuem em boa parte para a formação
cultural de sua população. A presença de indígenas – povos nativos da região –
pode ser verificada em muitos costumes locais, como a culinária, a linguagem e
o artesanato. O domínio europeu também é verificado, precisamente em sua
arquitetura, bem como a influência de povos de outras partes do Brasil,
como os nordestinos, onde sua marca dá-se notadamente na música, com ritmos
como o forró. A partir do fim do século XIX e início do século XX, quando a
cidade viveu o apogeu da borracha, muitos de seus edifícios culturais vistos
hoje foram construídos, entre eles o Teatro Amazonas e o Palácio da
Justiça, principais representações deste período da história da cidade.
Bairro Nobre da Ponta Negra |
Diversos
museus são encontrados na cidade, entre eles o Museu do Índio (com 3.000
peças e utensílios de grupos indígenas da Amazônia), Museu do Homem
do Norte (hoje em dia fechado, o Museu apresentava o estilo de vida dos
habitantes desta região do país), Museu Amazônico (dedicado à pesquisa
da Amazônia e suas culturas), Museu de Ciências Naturais da Amazônia
(com exposição de animais e espécies de peixes da Floresta Amazônica
empalhados), Museu de Numismática do Amazonas (com exposição de coleções
de moedas, cédulas e documentos históricos), Museu do Porto (dedicado à
história da navegação e comércio no período da borracha), Museu Tiradentes
(dedicado à história da Polícia Militar do Amazonas), Museu de Imagem
e do Som do Amazonas (dedicado ao cinema), Pinacoteca do Estado do
Amazonas (com um acervo de mil obras de artistas brasileiros e estrangeiros
dos séculos XIX e XX), além de outros museus. Todas as obras e exposições
existentes nos museus foram adquiridas primeiramente pelo poder público, com
exceção das exibidas no Museu de Numismática do Amazonas, que foi
adquirida através do acervo pessoal do humanista pernambucano Cícero Peregrino
Dias, e comprada pelo Governo do Amazonas em 1899.
A precariedade das habitações ribeirinhas de Manaus |
A Biblioteca
Pública Estadual do Amazonas, a maior do Estado, está sediada em Manaus,
com mais de 80 mil títulos de obras, sendo que algumas datam do século XVII.
Foi fundada em 1870 e reformada entre 2007 e 2012. A Biblioteca do Instituto
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) também é uma das
principais, com obras dedicadas aos períodos da história da Amazônia.
Existem ainda outras bibliotecas, como a Biblioteca Municipal João Bosco
Pantoja Evangelista, a do Museu Amazônico, do Parque Municipal do
Mindu, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia e a Biblioteca
Arthur César Ferreira Reis.
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