Catedral Metropolitana de Belém |
Quem chega a Belém de barco ou de avião percebe que
uma igreja branca se sobressai entre os casarões antigos do Bairro da Cidade Velha. A Catedral Metropolitana de Belém
ou simplesmente Catedral da Sé foi
construída no século XVIII. A Catedral de invocação de Santa Maria da Graça da
cidade de Belém do Grão Pará é um
dos mais belos templos do Brasil
como imponência de arquitetura, como arte religiosa e como riqueza sóbria do
interior. A Catedral é parte importante da tradicional celebração do Círio de Nazaré, maior procissão do
mundo ocidental. Após uma missa na Catedral, a Imagem de Nossa Senhora de Nazaré parte em procissão até a Basílica de Nossa Senhora de Nazaré,
acompanhada por centenas de milhares de pessoas.
Catedral Metropolitana de Belém vista do Forte do Presépio |
Sua origem remota foi uma
pequenina ermida coberta de palha, que Francisco Castelo Branco fez erguer no Forte do Presépio, em 1616, e já era dedicada à Nossa Senhora da Graça. Depois,
construíram outra capela, em substituição à primeira. Poucos anos depois foi transferida para o atual Largo
da Sé, numa construção precária. No século seguinte, em 1719, a Diocese do Maranhão é
desmembrada a pedido de Dom João
V, e Belém passa a sediar a recém-criada Diocese
do Pará, ganhando direito a
honras de Sé Episcopal a sua igreja
matriz.
Porta principal da Catedral Metropolitana de Belém |
Nave da Catedral Metropolitana de Belém |
No ano de 1723 o Rei de Portugal Dom João V, atendendo
às reivindicações da Igreja do Pará, autorizou a construção da nova Catedral, ou
Sé, em Belém. E talvez, para
surpresa geral, determinou que a nova igreja tivesse toda a magnificência
possível. Em maio de 1748 houve a solenidade do lançamento da pedra fundamental
da nova Sé, no mesmo local da antiga. Data dessa época a planta geral da igreja
e os níveis inferiores da fachada, incluindo o portal principal, de feição
barroca pombalina. A planta da Catedral
de Belém é de autoria desconhecida. Após algumas interrupções, a direção
das obras foi assumida em 1755 por Antônio José Landi, arquiteto italiano
chegado a Belém em 1753, que deixou
vasta obra na região. Landi terminou a fachada, acrescentando as
duas torres e o frontão.
Órgão da Catedral Metropolitana de Belém |
Altar-Mor da Catedral Metropolitana de Belém |
As torres, semelhantes
às da Igreja das Mercês de Belém,
também projetadas por Landi, não têm paralelos no mundo luso-brasileiro e são
inspiradas em modelos bolonheses, região de origem do arquiteto. Em setembro de
1771 é que a construção da Catedral foi dada como concluída. Já os relógios da
Catedral foram importados da Europa
e instalados no templo em 1772. As obras duraram 23
anos. O imponente frontão, ladeado por pináculos piramidais neoclássicos, tem um
perfil mais barroco-rococó e
contém um nicho com uma estátua de Nossa Senhora. A construção foi totalmente
concluída em 1782.
Pintura no teto da Catedral |
Em 1882, a decoração
interior da igreja sofreu uma reforma radical, quando a Catedral passou por uma
grande alteração. O retábulo original, de autoria de Landi, era de caráter
rococó e incorporava uma pintura de Nossa Senhora das Graças de autoria do
pintor setecentista português Pedro Alexandrino de Carvalho. Tanto o
retábulo como a pintura estão atualmente perdidos e são apenas conhecidos por
desenhos. O atual altar principal foi criado em Roma por Luca
Carimini no século XIX, enquanto
as pinturas que decoram o interior foram realizadas pelos italianos Domenico de Angelis e Giuseppe Capranesi. O Altar-Mor e toda a parte de mármore foi
uma doação do Papa Pio IX para a Catedral. O grande órgão, da oficina do francês Aristide Cavaillé-Coll, foi instalado
em 1882, sendo o maior órgão da América
Latina. Igual ao órgão da Catedral há apenas cinco no mundo.
Imagem de Nossa Senhora da Graça na Catedral Metropolitana de Belém |
Após vários anos sem que
fosse submetida a medidas sérias de conservação, o que deteriorou bastante
alguns de seus aspectos estruturais e artísticos, a Catedral Metropolitana de Belém foi, enfim, submetida a
restauração, em 2005, sendo reaberta ao público em setembro de 2009. Além da
restauração de telas e pinturas e da aquisição de novos sinos, a Catedral passou
a oferecer rampas, plataformas e banheiros para pessoas com deficiência. Também
foram instalados equipamentos de iluminação de baixo custo e o telhado,
que apresentava goteiras e infiltrações, foi consertado. Foi também criado o Memorial
da Catedral, que tem painéis e objetos de acervo que
contam um pouco da história da igreja e o processo de restauro. A riqueza
arquitetônica e cultural da Catedral é reconhecida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Muitos turistas são atraídos
pela história da Igreja da Sé.
Portal Principal da Catedral |
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