domingo, 19 de julho de 2015

Belém do Pará - Catedral Metropolitana de Belém

           
Catedral Metropolitana de Belém
Quem chega a Belém de barco ou de avião percebe que uma igreja branca se sobressai entre os casarões antigos do Bairro da Cidade Velha. A Catedral Metropolitana de Belém ou simplesmente Catedral da Sé foi construída no século XVIII. A Catedral de invocação de Santa Maria da Graça da cidade de Belém do Grão Pará é um dos mais belos templos do Brasil como imponência de arquitetura, como arte religiosa e como riqueza sóbria do interior. A Catedral é parte importante da tradicional celebração do Círio de Nazaré, maior procissão do mundo ocidental. Após uma missa na Catedral, a Imagem de Nossa Senhora de Nazaré parte em procissão até a Basílica de Nossa Senhora de Nazaré, acompanhada por centenas de milhares de pessoas.

Catedral Metropolitana de Belém vista do
Forte do Presépio
Sua origem remota foi uma pequenina ermida coberta de palha, que Francisco Castelo Branco fez erguer no Forte do Presépio, em 1616, e já era dedicada à Nossa Senhora da Graça. Depois, construíram outra capela, em substituição à primeira. Poucos anos depois foi transferida para o atual Largo da Sé, numa construção precária. No século seguinte, em 1719, a Diocese do Maranhão é desmembrada a pedido de Dom João V, e Belém passa a sediar a recém-criada Diocese do Pará, ganhando direito a honras de Sé Episcopal a sua igreja matriz.

Porta principal da Catedral Metropolitana de Belém

Nave da Catedral Metropolitana de Belém
No ano de 1723 o Rei de Portugal Dom João V, atendendo às reivindicações da Igreja do Pará, autorizou a construção da nova Catedral, ou Sé, em Belém. E talvez, para surpresa geral, determinou que a nova igreja tivesse toda a magnificência possível. Em maio de 1748 houve a solenidade do lançamento da pedra fundamental da nova Sé, no mesmo local da antiga. Data dessa época a planta geral da igreja e os níveis inferiores da fachada, incluindo o portal principal, de feição barroca pombalina. A planta da Catedral de Belém é de autoria desconhecida. Após algumas interrupções, a direção das obras foi assumida em 1755 por Antônio José Landi, arquiteto italiano chegado a Belém em 1753, que deixou vasta obra na região. Landi terminou a fachada, acrescentando as duas torres e o frontão. 

Órgão da Catedral Metropolitana de Belém

Altar-Mor da Catedral Metropolitana de Belém
As torres, semelhantes às da Igreja das Mercês de Belém, também projetadas por Landi, não têm paralelos no mundo luso-brasileiro e são inspiradas em modelos bolonheses, região de origem do arquiteto. Em setembro de 1771 é que a construção da Catedral foi dada como concluída. Já os relógios da Catedral foram importados da Europa e instalados no templo em 1772. As obras duraram 23 anos. O imponente frontão, ladeado por pináculos piramidais neoclássicos, tem um perfil mais barroco-rococó e contém um nicho com uma estátua de Nossa Senhora. A construção foi totalmente concluída em 1782.

Pintura no teto da Catedral
Em 1882, a decoração interior da igreja sofreu uma reforma radical, quando a Catedral passou por uma grande alteração. O retábulo original, de autoria de Landi, era de caráter rococó e incorporava uma pintura de Nossa Senhora das Graças de autoria do pintor setecentista português Pedro Alexandrino de Carvalho. Tanto o retábulo como a pintura estão atualmente perdidos e são apenas conhecidos por desenhos. O atual altar principal foi criado em Roma por Luca Carimini no século XIX, enquanto as pinturas que decoram o interior foram realizadas pelos italianos Domenico de Angelis e Giuseppe Capranesi. O Altar-Mor e toda a parte de mármore foi uma doação do Papa Pio IX para a Catedral. O grande órgão, da oficina do francês Aristide Cavaillé-Coll, foi instalado em 1882, sendo o maior órgão da América Latina. Igual ao órgão da Catedral há apenas cinco no mundo.


Imagem de Nossa Senhora da Graça
           na Catedral Metropolitana de Belém
Após vários anos sem que fosse submetida a medidas sérias de conservação, o que deteriorou bastante alguns de seus aspectos estruturais e artísticos, a Catedral Metropolitana de Belém foi, enfim, submetida a restauração, em 2005, sendo reaberta ao público em setembro de 2009. Além da restauração de telas e pinturas e da aquisição de novos sinos, a Catedral passou a oferecer rampas, plataformas e banheiros para pessoas com deficiência. Também foram instalados equipamentos de iluminação de baixo custo e o telhado, que apresentava goteiras e infiltrações, foi consertado. Foi também criado o Memorial da Catedral, que tem painéis e objetos de acervo que contam um pouco da história da igreja e o processo de restauro. A riqueza arquitetônica e cultural da Catedral é reconhecida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Muitos turistas são atraídos pela história da Igreja da Sé.


Portal Principal da Catedral

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