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Largo São Benedito |
Delimitado pelas Ruas Boaventura do Amaral, Cônego Cipião, Duque de Caxias e Avenida
Irmã Serafina, o Largo São Benedito
é testemunho das inúmeras transformações históricas, sociais e culturais pelas
quais Campinas passou ao longo do
tempo, especialmente da história dos negros e escravos da cidade. Entre 1753 e
1774, o atual Largo São Benedito
abrigou o Cemitério Bento, no Bairro Rural das Campinas do Mato Grosso.
A partir de 1774, quando o Bairro Rural
passou a ser Freguesia, Campinas
ganhou uma nova Igreja Matriz e com
isso os brancos passaram a ser sepultados na Igreja e os escravos no Cemitério Bento que, posteriormente,
passou a ser denominado como Cemitério
dos Cativos. Nele eram enterrados apenas os escravos das fazendas da
região, primeiramente de açúcar e depois de café.
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Largo São Benedito |
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Largo São Benedito |
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Largo São Benedito |
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Palmeiras Imperiais no Largo São Benedito |
Após a transferência do
cemitério, em 1848, por incrível que pareça, o local passou a ser chamado de Campo da Alegria. Desde o início, o
local era frequentado exclusivamente pelos negros da região. Na mesma época, a Praça passou a abrigar uma forca, recebendo também o apelido de Largo da Forca. Algum tempo depois ela
foi transferida para o Largo Santa Cruz.
A partir de 1913, o Largo São Benedito
passou a se transformar em logradouro público, sendo arborizado e recebendo
mais cuidados em sua paisagem pela Prefeitura
da época. Nas décadas de 1930 e 1940, com a abertura do Cine Teatro São José,
ganhou ainda mais visitantes. O Largo é palco da história da comunidade negra
em Campinas, que na época recebeu um
terreno próximo ao cemitério para construir a então igreja dos negros. Em 1955,
a capela que existia no local foi demolida e uma igreja, mais ampla, foi inaugurada
em 1956.
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Mesas de jogos no Largo São Benedito |
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Busto de Hércules Florence, no Largo São Benedito |
Com cerca de 17 mil
metros quadrados, o Largo São Benedito
era conhecido também como Jardim São
Benedito, embora sua denominação oficial fosse, até 1982, Praça Dom Pedro II. Em 1982 a Câmara Municipal altera sua denominação
para Praça Prof. Sílvia Simões Magro,
em homenagem à segunda vereadora eleita na cidade. Hoje, parte dessa história é
representada pelo Monumento à Mãe Preta
instalado no Largo em 1984. O monumento é uma réplica da estátua do Largo Paissandu, em São Paulo, do mesmo autor, o artista
plástico Júlio Guerra, que fez a obra esculpida em bronze, para homenagear as
minorias e as mães, representadas pela mulher negra que amamentava os filhos
dos senhores brancos. Por sua importância histórica, o Largo São Benedito e a Igreja
São Benedito foram tombados pelo Conselho
de Defesa do Patrimônio Artístico e Cultural de Campinas (CONDEPACC) em 1998.
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Monumento à Mãe Preta na Praça Anita Garibaldi
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Monumento à Mãe Preta na Praça Anita Garibaldi |
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Monumento à Mãe Preta na Praça Anita Garibaldi
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Monumento à Mãe Preta na Praça Anita Garibaldi, ao fundo a Paróquia de São Benedito |
O tradicional Largo é
ocupado nas manhãs e finais de tarde por aposentados, que se dividem para jogar
damas nas poucas mesas e bancos que restam. É possível observar que nos locais
onde os bancos foram retirados, houve a recolocação de pedras portuguesas,
fechando o espaço em vez de repor bancos novos. A Praça à noite é um famoso
reduto de prostituição, principalmente de travestis e transex, então é bom
evitar a região após as 20:00 horas. Mas durante o dia uma visita na região é
muito válida. Aproveite e conheça também o Bosque que fica a poucas quadras
dali.
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