sábado, 14 de maio de 2016

Campinas - Largo São Benedito

Largo São Benedito

Delimitado pelas Ruas Boaventura do Amaral, Cônego Cipião, Duque de Caxias e Avenida Irmã Serafina, o Largo São Benedito é testemunho das inúmeras transformações históricas, sociais e culturais pelas quais Campinas passou ao longo do tempo, especialmente da história dos negros e escravos da cidade. Entre 1753 e 1774, o atual Largo São Benedito abrigou o Cemitério Bento, no Bairro Rural das Campinas do Mato Grosso. A partir de 1774, quando o Bairro Rural passou a ser Freguesia, Campinas ganhou uma nova Igreja Matriz e com isso os brancos passaram a ser sepultados na Igreja e os escravos no Cemitério Bento que, posteriormente, passou a ser denominado como Cemitério dos Cativos. Nele eram enterrados apenas os escravos das fazendas da região, primeiramente de açúcar e depois de café. 


Largo São Benedito

Largo São Benedito

Largo São Benedito

Palmeiras Imperiais no Largo São Benedito

Após a transferência do cemitério, em 1848, por incrível que pareça, o local passou a ser chamado de Campo da Alegria. Desde o início, o local era frequentado exclusivamente pelos negros da região. Na mesma época, a Praça passou a abrigar uma forca, recebendo também o apelido de Largo da Forca. Algum tempo depois ela foi transferida para o Largo Santa Cruz. A partir de 1913, o Largo São Benedito passou a se transformar em logradouro público, sendo arborizado e recebendo mais cuidados em sua paisagem pela Prefeitura da época. Nas décadas de 1930 e 1940, com a abertura do Cine Teatro São José, ganhou ainda mais visitantes. O Largo é palco da história da comunidade negra em Campinas, que na época recebeu um terreno próximo ao cemitério para construir a então igreja dos negros. Em 1955, a capela que existia no local foi demolida e uma igreja, mais ampla, foi inaugurada em 1956. 

Mesas de jogos no Largo São Benedito

Busto de Hércules Florence,
no Largo São Benedito

Com cerca de 17 mil metros quadrados, o Largo São Benedito era conhecido também como Jardim São Benedito, embora sua denominação oficial fosse, até 1982, Praça Dom Pedro II. Em 1982 a Câmara Municipal altera sua denominação para Praça Prof. Sílvia Simões Magro, em homenagem à segunda vereadora eleita na cidade. Hoje, parte dessa história é representada pelo Monumento à Mãe Preta instalado no Largo em 1984. O monumento é uma réplica da estátua do Largo Paissandu, em São Paulo, do mesmo autor, o artista plástico Júlio Guerra, que fez a obra esculpida em bronze, para homenagear as minorias e as mães, representadas pela mulher negra que amamentava os filhos dos senhores brancos. Por sua importância histórica, o Largo São Benedito e a Igreja São Benedito foram tombados pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Artístico e Cultural de Campinas (CONDEPACC) em 1998.


Monumento à Mãe Preta na Praça Anita Garibaldi

Monumento à Mãe Preta na Praça Anita Garibaldi

Monumento à Mãe Preta 
na Praça Anita Garibaldi


Monumento à Mãe Preta na Praça Anita Garibaldi,
ao fundo a Paróquia de São Benedito

O tradicional Largo é ocupado nas manhãs e finais de tarde por aposentados, que se dividem para jogar damas nas poucas mesas e bancos que restam. É possível observar que nos locais onde os bancos foram retirados, houve a recolocação de pedras portuguesas, fechando o espaço em vez de repor bancos novos. A Praça à noite é um famoso reduto de prostituição, principalmente de travestis e transex, então é bom evitar a região após as 20:00 horas. Mas durante o dia uma visita na região é muito válida. Aproveite e conheça também o Bosque que fica a poucas quadras dali.



Nenhum comentário:

Postar um comentário