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Torre do Castelo na Praça 23 de Outubro |
A Torre do Castelo –
Vítor Negrete é uma caixa d’água do tipo castelo d’água, construída no estilo Art Déco, com 27 metros de
altura, localizada na Praça 23 de
Outubro, no Bairro Jardim Chapadão,
na cidade de Campinas. Foi
construída entre 1936 e 1940, com capacidade original para 250 mil litros de
água. Situada a aproximadamente 735 metros de altitude, é um dos pontos mais
altos dentro do perímetro urbano de Campinas,
além de ser um marco geodésico e possuir, em seu topo, um mirante que permite
ver vários bairros da cidade. Em dias claros é possível avistar as cidades de Valinhos, Hortolândia, Sumaré e Paulínia, assim como a Serra do Japi, localizada a
aproximadamente 40 quilômetros de distância, no município de Jundiaí.
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Torre do Castelo na Praça 23 de Outubro |
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Torre do Castelo na Praça 23 de Outubro |
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Torre do Castelo na Praça 23 de Outubro |
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Torre do Castelo na Praça 23 de Outubro |
Erguido em um ponto estratégico para o desenvolvimento
urbano, o Castelo d’Água como era
chamado, foi criado para abastecer os bairros que se formavam na região norte
da cidade. Na época em que foi feito, representou um avanço com vistas à
expansão da cidade de acordo com o Plano
Urbanístico de Francisco Prestes Maia, localizando em um dos extremos da
triangulação geodésica da cidade definida pelo Plano Urbanístico de 1938. Em 1936 o Departamento de Água e Esgotos (DAE) previa a expansão da cidade de Campinas naquela direção, e o ponto mais alto do futuro bairro do Jardim Chapadão foi escolhido para
construir um reservatório de águas. O engenheiro Prestes Maia que fez o
planejamento urbano de Campinas
havia recomendado que fosse construído um obelisco na região, assim em 1939
começa a construção da Torre do Castelo,
tornando-se um marco do município.
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Torre do Castelo na Praça 23 de Outubro |
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Amurada a oeste-sudoeste: veem-se a Avenida Alberto Sarmento (à direita) e a Avenida Andrade Neves (à esquerda), com o Bairro do Bomfim em primeiro plano. |
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Escadarias que levam ao Museu Histórica da SANASA |
O Balão do Castelo
era um local arborizado e sempre foi muito frequentado pelos moradores, e o
número de pessoas aumentava devido ao ponto de táxi do local, que também era
ponto final dos táxis da cidade de Campinas.
Hoje em dia ainda se mantém um ponto de táxi ao lado do Castelo, e além deste
havia uma banca de jornal, o que chamava mais a atenção dos moradores que
frequentavam o Castelo. Uma curiosidade é que muitas noivas paravam para tirar
fotos no local, para seu álbum de casamento. Ao longo dos anos, o Balão do Castelo passou a ser
referência na cidade de Campinas
pelo fato que é possível ver a cidade toda lá de cima, e sábado e domingo eram
os dias que aconteciam as maiores socializações no local. Nos anos 1970 era um
ponto de “footing”, passeios de
jovens que se reuniam para conversar e namorar. A Torre também foi ponto de
motoqueiros de toda a região, além de muitos jovens que passaram a frequentar o
local. A Torre do Castelo também foi
palco de manifestações, do regime militar, da anarquia e da rebeldia de
milhares de jovens. O Castelo foi testemunha dos principais movimentos que
ocorreram em Campinas. O lugar
passou também a ser um ponto de usuários de drogas, por isso foi preciso fazer
várias mudanças para que o Castelo tivesse mais segurança.
Durante muitos anos, o local teve muitas intervenções. Depois
das intervenções, as pessoas se frustraram por não haver mais a socialização no
Balão do Castelo como antigamente. Em
função do desenvolvimento da cidade o reservatório da Torre perdeu sua utilidade,
então em 1972, a Torre foi reformada para abrigar uma sala circular e nova
urbanização da Praça. Em 1991, o prédio recebeu novas alterações para a
instalação do Museu Histórico da SANASA.
Já em 1998, o edifício e a Praça passaram por uma grande restauração para
devolver as características do início da década de 1940. No ano de 2001 foi
instalada em seu interior a Rádio
Educativa de Campinas.
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Peças do Museu Histórico da SANASA |
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Peças do Museu Histórico da SANASA |
À semelhança da rotatória onde está o Arco do Triunfo em Paris,
a rotatória onde se localiza a Torre recebe o trânsito de meia dúzia de vias
(começam e terminam nessa rotatória: Avenida
Dr. Alberto Sarmento, Rua Santo
Antônio Claret, Avenida João
Erbolato, Avenida Francisco José de
Camargo Andrade e Rua Oliveira
Cardoso; a Avenida Andrade Neves
está nos dois sentidos), em todas as direções. A Torre, atualmente, possui,
além de seu mirante, o transmissor da Rádio
Educativa FM e um museu de objetos ligados à distribuição de água da Sociedade de Abastecimento de Água e
Saneamento (SANASA) e das
empresas que a antecederam.
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Rosa dos Ventos pintada no teto da Torre do Castelo |
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Peças do Museu Histórico da SANASA |
As seis amuradas do mirante contêm informações sobre as
regiões e lugares de Campinas vistos
em cada uma das janelas. Hoje não é mais um reservatório, mas do alto da Torre do Castelo, podemos conhecer e
compreender a cidade de maneira profunda, mergulhar na sua diversidade e
aprender com a imensa riqueza cultural e histórica de Campinas. A Torre do Castelo
foi reaberta à visitação pública em maio de 2010, dentro do Projeto “Conheça Campinas”, aos sábados
e domingos, das 10:00 às 21:00 horas, com possibilidades de visitas escolares
durante a semana mediante agendamento, sendo aberta ao público em geral das
terças às sextas-feiras, das 10:00 às 17:00 horas. Também é tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Artístico
e Cultural de Campinas (CONDEPACC).
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