segunda-feira, 23 de maio de 2016

Campinas - Rua do Rocio

Rua do Rocio
Campinas ainda guarda muita coisa de antigamente. História envolvendo bairros românticos, ruas cheias de tradição, locais de heroísmo e lendas seculares. Apesar do progresso e do ar de quase metrópole, há muita coisa interessante, que o campineiro não presta atenção, enfurnado no cotidiano agitado de uma cidade moderna e grande. Emoldurando ruas centrais e exalando ares bucólicos e saudosos, os diversos becos continuam cheios de vida nos bairros e no centro de Campinas, resistindo à picareta implacável que alarga ruas e derruba prédios. Pequenos trechos de passagem rápida para pedestres, esses “esconderijos” em meio a gigantescos edifícios e construções modernas ainda abrigam moradores, comerciantes, e também toda a sorte de gente que às vezes se enrosca no meio do beco, para um namorico com a cumplicidade das sombras ou uma inesperada “tocaia”.

Rua do Rocio
O Beco, na sua imagem mais pura, relembra um tempo de serestas. Alguns becos mais tradicionais de Campinas já vivem seu estertor, engolfados que estão por edifícios modernos de construção recente. Ainda não foram tombados como patrimônio, mas as histórias e lendas desses becos estão presentes no imaginário de quem neles vive e trabalha. São pelo menos seis na área central, a maioria nascido ainda na formação de Campinas. Alguns se transformaram em ruas, em geral estreitas, mas nem por isso deixaram de ser chamados de becos, e continuam a receber mais pedestres do que carros.

Rua do Rocio
A Travessa São Vicente de Paula ligava as Ruas Lusitana (Rua de Baixo) e Dr. Quirino (Rua do Meio) ao Largo das Andorinhas. No entanto, conhecido como Beco do Inferno, a Travessa foi durante muitos anos, local de abrigo para moradores de rua, prostitutas e pequenos traficantes. Depois da inauguração do Mercado Grande, em 1861, ali onde hoje está a Escola Estadual Carlos Gomes, e com a construção, em 1886, do Mercado das Hortaliças, que ficava onde, atualmente, está o Largo das Andorinhas, o Beco passou a ser mais frequentado. Mas, pela falta de iluminação, o local foi invadido por baderneiros.

Rua do Rocio
A alguns quarteirões acima fica a Rua do Rocio, ou Beco do Rocio um simpático Beco com sobrados do século XIX. Rocio significa um conjunto de repartições públicas e provavelmente esse nome foi dado por portugueses que moravam na região. Tem calçadas estreitas e os veículos dominam um lado do estreito trecho de 20 metros, que liga as Ruas General Osório e Bernardino de Campos. O Beco foi local de morada de alguns imigrantes portugueses, e durante anos nenhum carro entrava ali. As construções do Beco do Rocio, por exemplo, já são tombadas e foram construídas pós-implantação da ferrovia. O Beco foi uma surpresa super agradável para mim. Tem em um de seus lados vários sobrados antigos em estilo romântico e super coloridos, que fazem um belo contraste com o aspecto de abandono ao seu redor. É uma boa opção de passeio para amantes de arquitetura e história. A área é super tranquila e de fácil acesso para quem vem de carro. Moro há anos em Campinas e nunca tinha ouvido falar desse Beco, e olha que passo frequentemente ela região.

Rua do Rocio
A Travessa Manoel Dias, plantada no coração da Vila Industrial, fica paralela à Rua Dr. Sales de Oliveira, no conhecido Beco Monte Mor. Local de casas com fachadas de 1919, com visível necessidade de revitalização, o Beco acolhe moradores de diversos estados. Um local onde o progresso ainda não atingiu, como uma volta ao passado, ruas estreitas e pequenas, ricas em detalhes, que guardam recordações de uma cidade aristocrática. A placa indica Rua Coronel Rodovalho, que fica entre as Ruas Conceição e César Bierrembach. Uma pequena via que no passado e pelos mais antigos era conhecida como Beco do Rodovalho. Tal nome foi dado em homenagem a um cidadão de nacionalidade portuguesa, que mantinha uma casa comercial na antiga Rua do Góis (hoje César Bierrembach), misto de armazém e bazar. A casa do português bonachão erguia-se defronte do Beco. Próximo dali, antes do alargamento da Rua Benjamim Constant, atrás do Colégio Carlos Gomes, existia o famoso Beco do Caracol, e o Beco do Roso – por haver na época a residência da Família Roso nas proximidades da Benjamim.

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