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Monumento à Mãe Preta e Igreja São Benedito na Praça Annita Garibaldi |
Membros do Clube 220, entidade que congregava
agremiações negras do Estado de São Paulo, se empenharam na construção
de um Monumento à Mãe Preta em São Paulo, no começo dos anos
1950. A Câmara Municipal e os jornais Diário da Noite, Diário
de São Paulo e Correio Paulistano debateram o assunto. A discussão
resultou em um projeto de autoria do Vereador Elias Shammas que, aprovado pela
Câmara, deu origem a um concurso público de maquetes para a construção do
Monumento, instituído pelo Prefeito Jânio Quadros em 1953. O trabalho vencedor
foi o de Júlio Guerra, de Santo Amaro, dada sua simplicidade e realismo,
conforme avaliação da comissão julgadora e da imprensa. O Monumento inaugurado
no aniversário de São Paulo em 1955, é uma homenagem à raça negra
radicada no Brasil. O Monumento à Mãe Preta exalta a figura da
ama de leite negra, que criou os filhos dos senhores brancos até o início do
século XX.
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Monumento à Mãe Preta na Praça Annita Garibaldi
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Monumento à Mãe Preta
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Em Campinas, o Monumento é uma réplica da escultura
paulistana, cujo original está localizado no Largo do Paissandu. A peça
foi instalada pela comunidade de afro-brasileiros e religiosa no ano de 1983,
na Praça Annita Garibaldi, em frente à Igreja São Benedito, porém
o embasamento não teve verbas para a finalização do projeto, permanecendo a
base em alvenaria de tijolos revestida com argamassa em cimento. Em 2015
associações de matriz africana se propuseram a participar de uma consolidação
da peça por meio de um projeto de restauro com a UNICAMP. A base foi
enfim finalizada, com revestimento em granito. A peça em Campinas foi
uma fundição de Antonio di Giordano.
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Monumento à Mãe Preta
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Monumento à Mãe Preta
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A sua localização foi uma escolha com uma motivação especial,
um local sagrado para os afrodescendentes de Campinas, podendo ser
considerado um território negro em função de seu vínculo espacial no passado e
de sua atuação sociocultural no presente. Antigamente o Cemitério dos
Cativos ou Cemitério dos Pretos localizava-se onde atualmente é a Creche
Bento Quirino, ao lado da Igreja São Benedito. Neste Cemitério foi
enterrado integrantes da ancestralidade da comunidade afrodescendente de Campinas.
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Monumento à Mãe Preta
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O Monumento da Mãe Preta ganhou foros de entidade
religiosa, integrando rituais católicos e afro-brasileiros. Tornou-se comum
depositar velas e oferendas aos seus pés, como flores, bebidas, comidas e
pedidos em pedacinhos de papel. Transformou-se em local privilegiado para as
comemorações pela libertação dos escravos, no dia 13 de maio e, mais
recentemente, também pelo Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro.
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