quinta-feira, 5 de maio de 2016

São Roque - Igreja Matriz de São Roque

Igreja Matriz de São Roque
Igreja Matriz de São Roque, também conhecida como Paróquia de São Roque é a maior igreja dedicada a São Roque no Brasil. Mais antiga que a própria cidade, a Igreja Matriz foi construída antes mesmo da Estância Turística ser reconhecida como município. A primeira igreja foi construída no século XVII pelo Povoado de Pedro Vaz. Originalmente era o local de guarda dos registros de batismos, nascimentos e óbitos que ocorreram em São Roque, entre os séculos XVII ao XX. Em 1836 passou por uma ampla reforma em sua estrutura, cujas paredes estavam ameaçadas. Em 1837 o novo prédio foi concluído, sendo que a mão de obra foi inteiramente gratuita, pois o material empregado na construção eram as taipas socadas por braço escravo. Em 1872 foi feita a reforma geral da pintura e do relógio da torre. Desta ocasião em diante a Igreja passou a ter a sua fachada nas linhas arquitetônicas do estilo colonial barroco, belo em suas linhas singelas e harmoniosas, foi assim que os são-roquenses conheceram a Igreja até o ano de 1937, a chamada “Matriz Velha”.

Fachada da Igreja Matriz de São Roque

Portal Principal da
Igreja Matriz de São Roque
Depois disso, iniciou-se uma nova construção da Matriz. Mesmo não possuindo um estilo sacro definido, não impediu de ser transformada em uma das mais belas igrejas de São Paulo, graças ao seu interior magistralmente pintado e decorado pelo talento dos artistas plásticos italianos, irmãos Pietro e Ulderico Gentili. As paredes, bem como os vitrais, retratam a vida e a morte do Padroeiro, São Roque. O compartimento que acolhe a imagem do Padroeiro representa ao fundo a vida peregrina de São Roque. A Igreja tem ainda no Presbitério dois magníficos murais, ao lado do Evangelho tem o profeta Elias no deserto sendo confortado pelo anjo que lhe traz alimento, símbolo da Eucaristia. Ao lado da Epístola, São Roque no cárcere recebendo forças espirituais através da Sagrada Comunhão. Completam o Presbitério, anjos representando a oração e o sacrifício da Divina Eucaristia e do Espírito Santo. O teto do templo possui ainda o Arco do Presbitério, a bela cena da Anunciação e traz a Glória de São Roque, os símbolos das virtudes teologais: fé, esperança e caridade. As paredes do corpo da Igreja trazem os quatro evangelistas e a explicação dos Sete Sacramentos

Detalhe do Portal Principal da
Igreja Matriz de São Roque

Altar-Mor da Igreja Matriz de São Roque
A Igreja possui imagens vindas do exterior de alto valor e no altar-mor uma talha dourada abriga a Imagem de São Roque. A construção ainda abriga um relicário com uma parte do braço do santo, atrás do altar, embaixo da imagem do santo. A Igreja possui uma torre imponente, podendo ser visualizada de várias regiões da cidade. Logo após a chegada dos frades carmelitas a São Roque, por volta da década de 1950, o Cardeal Motta, Arcebispo de São Paulo, confiou a eles a Paróquia, abrangendo, além da cidade de São Roque, uma vasta área rural. Mesmo para aqueles sem ligação religiosa vale a pena conhecer a Igreja Matriz de São Roque e reservar um tempo no seu roteiro para visitá-la, tanto pela sua importância histórica como pela sua beleza arquitetônica. Ao seu redor tem uma praça com várias lojas e restaurantes. Ao que consta, até a década de 1940, o Largo da Matriz era formado por um conjunto arquitetônico barroco, tendo a sua volta casarões.

Nave da Igreja Matriz de São Roque

Capela do Sagrado Coração de Jesus
Agora um pouco da história do santo. Conta-se que São Roque nasceu no ano de 1295, provavelmente em Montpellier, na França. Quando ele nasceu, todos ficaram bastante surpresos por causa de uma marca em seu peito: uma cruz vermelha. Era de família nobre, distinta e abastada. Roque ficou órfão dos pais quando tinha entre 15 e 20 anos e herdou uma grande fortuna. Porém, como cristão convicto educado por sua mãe, Roque desejava viver na pobreza, em imitação a Cristo. Por isso, ele quis repartir todos os seus bens entre os pobres. E ia fazer isso em segredo, como disse Jesus. A pouca idade, porém, não permitia que ele se dispusesse de seus bens. Então, ele confiou tudo a um tio. Depois, partiu sem nada para a cidade de Roma. Foi mendigando ao longo do caminho. São Roque viveu por três anos na cidade de Roma. Passava muito tempo em oração na tumba dos apóstolos. Lá ele contraiu a peste e para não ocupar mais um leito no hospital, arrumou um lugar na floresta para esperar a morte. Pela graça de Deus, ele viu nascer ali, bem perto da cabana onde vivia, uma pequena fonte de água límpida e cristalina. Ao beber e se lavar nas águas ele sentia grande alívio em suas feridas.

Vitral da Igreja Matriz de São Roque

Vitral da Igreja Matriz de São Roque
Outro fato interessante foi que um cachorro o encontrou e começou a levar pão para São Roque. O dono do cão, notando a regularidade com que o animal fazia isso, seguiu-o e encontrou o santo. Roque ficou curado da doença e conseguiu a conversão de seu benfeitor. Então, ele ficou um tempo em Piacenza e curava os doentes. Chegando à Toscana, em Aguapendente, na Itália, viu a grande mortalidade causada pela peste. Então, pediu permissão ao administrador do hospital para assistir aos doentes. Logo que Roque se pôs entre os enfermos, cessou a epidemia em toda a cidade. O mesmo aconteceu em Cesena e em outras localidades. Ele curou muitos fazendo o sinal da cruz. Dizia-se que a peste fugia de Roque. Ao retornar a Montpellier, sua terra natal, não o reconheceram e ele acabou preso. Pensavam que era um espião disfarçado de peregrino, pois havia uma guerra civil. Ele ficou na prisão por cinco anos. Em agosto de 1327, foi encontrado morto em sua cela e, então, realizou seu primeiro milagre depois de morto. O carcereiro, que era manco desde o nascimento, ficou curado ao tocar o corpo e São Roque com o pé, para ver se ele estava vivo, dormindo, ou se estava morto. Ao tirarem sua roupa para sepultá-lo, ele foi reconhecido por causa da cruz marcada em seu peito.

Igreja Matriz de São Roque

Detalhe da decoração do piso
da Igreja Matriz de São Roque
No Concílio de Constance (1414-1418), a peste ainda ameaçava a população. Os dirigentes pediram a proteção e intercessão de São Roque e a peste acabou. Por isso sua canonização e seu culto foram aprovados rapidamente. As relíquias de São Roque foram levadas para Veneza. Ele é reverenciado e invocado na França e na Itália como protetor contra doenças e pestes. São Roque é representado com um cachorro ou como um peregrino usando capa, chapéu, botas e, às vezes, segurando um cajado. Como protetor dos cães, ele é mostrado com o cachorro lambendo suas feridas.

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