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Igreja Matriz de São Roque |
A Igreja
Matriz de São Roque, também conhecida como Paróquia de São Roque é
a maior igreja dedicada a São Roque no Brasil.
Mais antiga que a própria cidade, a Igreja
Matriz foi construída antes mesmo da Estância
Turística ser reconhecida como município. A primeira igreja foi construída
no século XVII pelo Povoado de Pedro Vaz. Originalmente era o local de guarda
dos registros de batismos, nascimentos e óbitos que ocorreram em São Roque, entre os séculos XVII ao XX.
Em 1836 passou por uma ampla reforma em sua estrutura, cujas paredes estavam
ameaçadas. Em 1837 o novo prédio foi concluído, sendo que a mão de obra foi
inteiramente gratuita, pois o material empregado na construção eram as taipas
socadas por braço escravo. Em 1872 foi feita a reforma geral da pintura e do
relógio da torre. Desta ocasião em diante a Igreja passou a ter a sua fachada
nas linhas arquitetônicas do estilo colonial barroco, belo em suas linhas singelas
e harmoniosas, foi assim que os são-roquenses conheceram a Igreja até o ano de
1937, a chamada “Matriz Velha”.
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Fachada da Igreja Matriz de São Roque |
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Portal Principal da Igreja Matriz de São Roque |
Depois disso, iniciou-se uma nova construção da Matriz. Mesmo
não possuindo um estilo sacro definido, não impediu de ser transformada em uma
das mais belas igrejas de São Paulo,
graças ao seu interior magistralmente pintado e decorado pelo talento dos
artistas plásticos italianos, irmãos Pietro e Ulderico Gentili. As paredes, bem
como os vitrais, retratam a vida e a morte do Padroeiro, São Roque. O
compartimento que acolhe a imagem do Padroeiro representa ao fundo a vida peregrina
de São Roque. A Igreja tem ainda no Presbitério
dois magníficos murais, ao lado do Evangelho
tem o profeta Elias no deserto sendo confortado pelo anjo que lhe traz
alimento, símbolo da Eucaristia. Ao
lado da Epístola, São Roque no
cárcere recebendo forças espirituais através da Sagrada Comunhão. Completam o Presbitério,
anjos representando a oração e o sacrifício da Divina Eucaristia e do Espírito
Santo. O teto do templo possui ainda o Arco
do Presbitério, a bela cena da Anunciação
e traz a Glória de São Roque, os
símbolos das virtudes teologais: fé, esperança e caridade. As paredes do corpo
da Igreja trazem os quatro evangelistas e a explicação dos Sete Sacramentos.
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Detalhe do Portal Principal da Igreja Matriz de São Roque |
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Altar-Mor da Igreja Matriz de São Roque |
A Igreja possui imagens vindas do exterior de alto valor e no
altar-mor uma talha dourada abriga a Imagem
de São Roque. A construção ainda abriga um relicário com uma parte do braço
do santo, atrás do altar, embaixo da imagem do santo. A Igreja possui uma torre imponente, podendo ser visualizada
de várias regiões da cidade. Logo após a chegada dos frades carmelitas a São Roque, por volta da década de 1950,
o Cardeal Motta, Arcebispo de São Paulo,
confiou a eles a Paróquia, abrangendo, além da cidade de São Roque, uma vasta área rural. Mesmo para aqueles sem ligação
religiosa vale a pena conhecer a Igreja Matriz de São Roque e
reservar um tempo no seu roteiro para visitá-la, tanto pela sua
importância histórica como pela sua beleza arquitetônica. Ao seu redor
tem uma praça com várias lojas e restaurantes. Ao que consta, até a década de
1940, o Largo da Matriz era formado
por um conjunto arquitetônico barroco, tendo a sua volta casarões.
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Nave da Igreja Matriz de São Roque |
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Capela do Sagrado Coração de Jesus |
Agora um pouco da história do santo. Conta-se que São Roque nasceu
no ano de 1295, provavelmente em Montpellier,
na França. Quando ele nasceu, todos ficaram
bastante surpresos por causa de uma marca em seu peito: uma cruz vermelha. Era de
família nobre, distinta e abastada. Roque ficou órfão dos pais quando tinha entre
15 e 20 anos e herdou uma grande fortuna. Porém, como cristão convicto educado por
sua mãe, Roque desejava viver na pobreza, em imitação a Cristo. Por isso, ele quis
repartir todos os seus bens entre os pobres. E ia fazer isso em segredo, como disse
Jesus. A pouca idade, porém, não permitia que ele se dispusesse de seus bens. Então,
ele confiou tudo a um tio. Depois, partiu sem nada para a cidade de Roma. Foi mendigando ao longo do caminho.
São Roque viveu por três anos na cidade de Roma.
Passava muito tempo em oração na tumba dos apóstolos. Lá ele contraiu a peste e
para não ocupar mais um leito no hospital, arrumou um lugar na floresta para esperar
a morte. Pela graça de Deus, ele viu nascer ali, bem perto da cabana onde vivia,
uma pequena fonte de água límpida e cristalina. Ao beber e se lavar nas águas ele
sentia grande alívio em suas feridas.
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Vitral da Igreja Matriz de São Roque |
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Vitral da Igreja Matriz de São Roque |
Outro fato interessante foi que um cachorro o encontrou e começou
a levar pão para São Roque. O dono do cão, notando a regularidade com que o animal
fazia isso, seguiu-o e encontrou o santo. Roque ficou curado da doença e conseguiu
a conversão de seu benfeitor. Então, ele ficou um tempo em Piacenza e curava os doentes. Chegando à Toscana, em Aguapendente,
na Itália, viu a grande mortalidade causada
pela peste. Então, pediu permissão ao administrador do hospital para assistir aos
doentes. Logo que Roque se pôs entre os enfermos, cessou a epidemia em toda a cidade.
O mesmo aconteceu em Cesena e em outras localidades. Ele curou muitos fazendo o
sinal da cruz. Dizia-se que a peste fugia de Roque. Ao retornar a Montpellier, sua
terra natal, não o reconheceram e ele acabou preso. Pensavam que era um espião disfarçado
de peregrino, pois havia uma guerra civil. Ele ficou na prisão por cinco anos. Em
agosto de 1327, foi encontrado morto em sua cela e, então, realizou seu primeiro
milagre depois de morto. O carcereiro, que era manco desde o nascimento, ficou curado
ao tocar o corpo e São Roque com o pé, para ver se ele estava vivo, dormindo, ou
se estava morto. Ao tirarem sua roupa para sepultá-lo, ele foi reconhecido por causa
da cruz marcada em seu peito.
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Igreja Matriz de São Roque |
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Detalhe da decoração do piso da Igreja Matriz de São Roque |
No Concílio de Constance
(1414-1418), a peste ainda ameaçava a população. Os dirigentes pediram a proteção
e intercessão de São Roque e a peste acabou. Por isso sua canonização e seu culto
foram aprovados rapidamente. As relíquias de São Roque foram levadas para Veneza. Ele é reverenciado e invocado na
França e na Itália como protetor contra doenças e pestes. São Roque é representado
com um cachorro ou como um peregrino usando capa, chapéu, botas e, às vezes, segurando
um cajado. Como protetor dos cães, ele é mostrado com o cachorro lambendo suas feridas.
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